O Ricardo diz que não quer ser tomado por radical. Não acho que seja o caso. Quanto muito ingénuo ou idealista. Fica-lhe bem e ainda bem que há pessoal assim. Em especial se depois não se queixarem do idealismo e das suas consequências.
É verdade que seria bom que o modelo de ADD caísse por completo e já. Mas isso não será assim, mesmo se é possível que parte do que não cai agora, venha a cair mais tarde.
Mas há algo muito importante que o Ricardo esquece, mesmo se não viesse a ser problema dele e dos movimentos. Com classiicações já atribuídas e validadas, quem teve Excelente e Muito Bom estaria em condições de contestar juridicamente a obtenção de tais classificações. E como muitos são sindicalizados – aposto que a maioria – iriam fazer com que os sindicatos entrassem numa guerra jurídica com o ME, do lado exactamente daqueles que, nas negociações, teria entalado.
E isto seria ridículo não apenas para os sindicatos, mas para todos nós.
E volto a afirmar, esta sanha anti-Xalentes cheira-me a algo estranho, em especial quando ainda nada está claramente garantido.
Há quem queira a Lua, sem ter sequer um foguetão.
As guerras não se ganham apenas com gente a atirar-se de cabeça para a frente. Também com quem acautela as condições da paz.
O Tratado de Versalhes acabou com uma guerra, mas a médio prazo começou outra bem mais sangrenta.
Mas isto é uma opinião certamente marcada por um olhar histórico.
Chamem-lhe pragmático, estratega, o que quiserem
Novembro 16, 2009 at 9:38 am
As suas posições relativamente à matéria que aborda na sua entrada têm sido um farol de razoabilidade nestes tempos turbulentos.
P.S. Como vê não estou sempre a criticá-lo. E quando o faço limito-me a atacar as suas ideias e não a sua pessoa. Em Portugal, terra onde a discussão aberta e intelectualmente elevada não tem grande tradição, tendemos, frequentemente, a confundir os dois planos.
Novembro 16, 2009 at 9:56 am
Tenho lido atentamente as posições do Ricardo e compreendo-as.
Sinceramente que sim.
Até porque, se calhar, nestas coisas de negociações é mesmo sempre necessário pedir bastante mais no início… para depois…
Agora, além da argumentação do Paulo sobre a contestação mais que possível e lógica das classificações de quem optou pelo “pack completo”, gostaria de dizer algo que talvez choque alguns mas que para mim é algo básico:
– Nunca critiquei quem defendeu, desde o início e até ao fim, coerentemente, o modelo e o ECD.
Sempre considerei um direito de todos concordar com a legislação produzida… tal como dela discordar.
Posso a considerar absurda, mal feita e com evidentes atropelos, mas sempre foi um direito de qualquer um concordar com ela e “agir em conformidade”.
É evidente que não entendi certas tomadas de posição, assinaturas de moções, idas às manifestações para depois… querer concorrer às classificações mais altas.
Principalmente sabendo que o “colega do lado” não o faria.
Mas incoerentes e chicos-espertos há em toda a parte.
Esses, no final, ficarão sempre mal na fotografia.
Agora, para quem defendeu desde o início o modelo e quis participar nele… qual é o problema?
Também não ficarão muito bem na foto, é verdade, tal como, p.ex., quem concorreu ao “Lurditas de Ouro”… mas caramba, não estavam no seu direito?
Eu cá não me preocupava “muito” com os Excelentes e Muito Bons, DESDE QUE TODOS os que ainda há uma semana não poderiam ser avaliados possam, afinal, ser.
TODOS… sem excepção.
Porque acho que, coerentemente ou não, quem mais vai acabar sofrendo com as altas classificações vão ser exactamente aqueles que as obtiveram.
Porque há marcas que ficam para sempre.
Pode-se esfregar uma vida inteira que não saem nunca.
Nem com lixívia…
…
…
…
Novembro 16, 2009 at 10:36 am
Compreendo quando diz que o radicalismo é perigoso, mas a verdade é que os professores NUNCA foram radicais!! E se tivessem sido, muito provavelmente estes assuntos já estariam resolvidos há muito porque, infelizmente, neste país, só assim as coisas se resolvem!
Fizeram greves como as dos pilotos ou dos médicos, onde se prejudicou seriamente milhares de pessoas? NÃO. NUNCA. NUNCA faltaram a reuniões de avaliação ou a exames. NUNCA prejudicaram ninguém durante a luta.
Fizeram manifestações durante o tempo de trabalho, como os camionistas que simplesmente bloqueram auto-estradas? NÃO. NUNCA. Tiveram sempre a preocupação de fazer as vigílias e as manifestações em momentos que não prejuducassem os seus alunos: à noite e ao sábado sacrificando o seu tempo privado e a sua família! NUNCA prejudicaram ninguém.
Já chega de ser bonzinho… O povo lá diz: “Quem muito se baixa o “c…” lhe aparece…
Tenho que concordar com o Ricardo. Chega de falinhas mansas, que já nos tomam por parvos:
“Eu sei que a negociação exige cedências, mas não cedemos já nós o suficiente? Ou o que é que chamam ao congelamento das carreiras, aumento da idade da reforma, supressão das reduções no horário lectivo, regime de faltas, reduções por idade, aumento da burocracia de que o Estatuto do Aluno é só um exemplo, etc. etc. etc.?”
Novembro 16, 2009 at 10:36 am
Quem colocou a discussão das relações entre o ME e os professores na praça pública foi o governo anterior. Numa fase inicial, o apelo à opinião pública rendeu ao governo uma margem de grande conforto. Foi um tempo bem registado aqui neste blog, em que praticamente todos os comentadores habituais teciam considerações disparatadas na esteira do populismo ignorante da anterior equipa do ministério, reforçadas pelas palavras de José Sócrates. Um tempo em que quase parecia que a barragem de desinformação era intransponível. Esse tempo passou. Gradualmente o assunto chamou a atenção de comentadores menos preconceituosos e precipitados, de deputados das bancadas da oposição e mesmo de directores de jornais com um olhar mais crítico sobre as “verdades insofismáveis do governo”. Uma vez público, sempre público. Hoje, tanta visibilidade pública é um estorvo para José Sócrates. Prevendo que a anterior equipa não teria agilidade mental suficiente para corresponder à complexidade dos desafios, tratou já de a substituir. Na resolução dos seus diferendos com o ME, os professores encontram-se hoje menos isolados. Porém, a natureza lesiva da legislação anterior é ainda do desconhecimento do grande público e constituirá um terreno onde o governo procurará refúgio. Assim, como é possível aferir-se qualquer progresso? Apenas na mudança do campo da iniciativa. Enfrentar propostas de resolução redigidas por todas as bancadas da oposição e repetir juras sobre a necessidade de diálogo com os sindicatos são os elementos novos e muito significativos que resultaram da aventura populista de José Sócrates. Tempo para recuperar algum terreno e, principalmente, recuperar força anímica para maior clarificação dos desmandos que atingiram a profissão no futuro. O tempo consolidar o poder da iniciativa tão penosamente arrancada ao imprudente José Sócrates.
Novembro 16, 2009 at 10:44 am
Estou a ficar preocupado contigo.
Tu não andas bem.
Com que então, estás “apreensivo” com a contestação jurídica dos Excelentes e MBs?
Não sendo, certamente, por teres de pagar aos advogados, porque será então?
A tua preocupação vai ao ponto de te pores no papel de advogado dos sindicatos…
Preocupado com a “guerra jurídica” em que se envolveriam os sindicatos. Um guerra ao contrário, digo eu, que ridicularizaria os sindicatos e todos nós (os professores, obviamente).
Um guerra jurídica como aquela que os funcionários públicos fizeram quando lhes retiraram os direitos de aposentação ao 36 anos de serviço; ou como aquela que foi feita quando lhes congelaram a carreira; ou como aquela que foi feita quando congelaram aumentos aos salários acima de 1000 euros; ou… ou…
Mas que guerra?
Quem falou em retirar os Excelentes e MBs àqueles que os obtiveram?
Deixá-los com as notinhas que obtiveram…
Não se trata de retirar nada a ninguém.
Trata-se de repor justiça e equidade. Nada Mais.
Trata-se de não colocar princípios à “troca”. E colocá-los à troca por um “foguetão” que há-de levar à Lua aqueles que já lá estão.
Novembro 16, 2009 at 10:45 am
Mais um caso em que a ética e a justiça parece andarem de costas voltadas.
Neste caso concreto, o cálculo instrumental sobrepõe-se à razão do dever-ser ou do poder-ser, pela necessidade de apaziguar o campo das batalhas narcisistas.
A exploração do atomismo e a alienação da ética da solidariedade têm sido as armas do Estado-gangster (e dos sindicatos).
Fazem apelos aos sentimentos mais baixos dos indivíduos, quer através do ressentimento social (a “avaliação” é uma prova da sujeição de todos às leis do mercado omnipotente), quer através do interesse individual atomizado (a “titularidade” premeia a adesão da classe à lógica narcisista de “auto-realização”).
Evidentemente que o Kafkazul fica contente, porque a estratégia da colonização de todas as instituições pela razão tecno-instrumental ganha mais alguns pontos com a aceitação consensual da avaliação mercantil de todos os sujeitos, doravante alienados e subordinados às mafias político-financeiras.
A educação, a par da justiça, é um dos últimos redutos que ainda podem resistir, daí os ataques concertados da oligarquia a esses dois bastiões que constituem a última reserva ética contra a Barbárie, já que o nosso intelectuariado está rendido há muito ao discreto charme do Capital-mafioso.
Novembro 16, 2009 at 11:01 am
Diria antes … aquilo que o Ricardo lembra!
Novembro 16, 2009 at 11:42 am
Aquilo que o Ricardo escreve é muito simples e concreto… não vejo ali nenhum radicalismo lírico…
Novembro 16, 2009 at 11:58 am
Se os titulares não pediram avaliação da prática lectiva poderão ter MB e EX?
Novembro 16, 2009 at 12:17 pm
#1,
Houve momentos em que senti mais do que um ataque às ideias, confesso.
Hiper-sensibilidade, talvez.
#5,
Razões para preocupação nenhumas.
Por norma não gosto de me meter em confusões, embora tenha fama do contrário.
Neste momento, acho que há razões para sair do imbróglio ME-professores.
No entanto, tal como estive contra instrumentalizações de sentido contrário, também me parece que há quem ainda queira fazer dos profes arma de arremesso, neste caso já fora de tempo.
E, obviamente, acho comoventes os apelos em relação ao PSD e à sua inflexão semântica.
Há que resolver as coisas, sem deixar ninguém para trás.
Os efeitos das classificações de mérito podem ser volatilizados sem ser já.
Mas se forem, tanto melhor.
Só que não faço questão absoluta desse detalhe.
A sacrificar algo, sacrificaria isso.
Nunca sacrificaria é as penalizações.
Novembro 16, 2009 at 12:38 pm
Comentário lateral:
Até teria graça ver os professores mais adesivados a reclamar juridicamente pela perda dos seus queridos “direitos adquiridos”, supostamente assentes em classificações de “mérito”. Seria um espectáculo antropologicamente interessante, embora agoniativo, assistir a essa montanha russa de oportunismo e de falta de vergonha. Talvez até se pudesse investigar, mais de perto, como é que muitas dessas classificações foram obtidas. E isso seria deveras instrutivo.
O problema com estes argumentos dos “direitos adquiridos”, é que ele também vai servir (olá se vai) para se tentar minar uma solução justa para a estrutura da carreira docente. Hei-de ver (aliás, já vi) várias almas preocupadas com os “direitos adquiridos” dos titulares quando se falar a sério no fim da divisão da carreira. Pergunto-me que “cedências” e “trocas” negociais é que depois serão invocadas…
Novembro 16, 2009 at 12:58 pm
«Hei-de ver (aliás, já vi) várias almas preocupadas com os “direitos adquiridos” dos titulares quando se falar a sério no fim da divisão da carreira. Pergunto-me que “cedências” e “trocas” negociais é que depois serão invocadas…»
Mário
Eu duvido que algum professor titular se ponha a reivindicar a sua actual condição. Mas de uma coisa quase tenho a certeza: quem viu o salário aumentar e agora reduzir é capaz de querer explicações da tutela.
Novembro 16, 2009 at 1:00 pm
Calmaaaa!
Esta semana é crucial para percebermos onde nos querem meter. Nada é tão linear assim, nem vai ser fácil conseguir êxito com os mesmos actores do costume. Não sei se o mais importante é acabar com os titulares ou mantendo-os, encontrar subterfúgios que permitam descongelar as carreiras e fazer todos progredir por mérito (ou o que lhe queiram chamar). Vai haver estrangulamentos, de todas as maneiras. Resta saber como vão fazê-lo!!!
O Ricardo tem razão, neste ponto: se começamos já a “ceder”, quanto não estaremos dispostos a conceder, quando as questões concretas estiverem em cima da mesa?!
Uma coisa é verdade: NINGUÉM pode sair prejudicado com esta avaliação. Mas, essa história dos “direitos adquiridos”, já tem barbas e tem sido causa de muitas injustiças…
Novembro 16, 2009 at 1:14 pm
#9
Fazer dos titulares e do seu destino um cavalo de batalha é também esquecer que muitos titulares (entre os quais me incluo), foram capazes de manter a firmeza na luta, não entregaram Ois, nem FA-A e até estão a mover processos em tribunal aos ex-PCEs que os perseguiram nas escolas.
Não deve continuar a dividir-se o mundo dos Profesores entre: Bons (todos os Professores) e Maus (todos os titulares).
As atitudes maniqueístas são sempre um modo de quem não tem uma visão próxima da realidade que é muito mais complexa.
Sim, houve manifestantes que no dia seguinte foram a correr entregar OIs.
Sim, houve titulares que o foram sem mérito, mas nem todos são o Diabo em figura de gente.
Sim, houve titulares que correram riscos e outros que não.
Sim houve titulares estúpidos com ares de “avaliador-valentão”.
Sim, também houve professores cagarolas e oportunistas!!!
Sim, houve oportunistas, mas também gente corajosa dos DOIS LADOS QUE É O NOSSO LADO.
Novembro 16, 2009 at 2:02 pm
sou titular e não quero continuar a ser…
O Conselho Pedagógico! Aqui irá estar um enorme problema. Quem decidirá da competência para ser ou não elemento deste importante órgão? O Director? Altamente improvável! Se o poder político der sinal que utilizou as pessoas e agora as deita fora, o poder político passará a ser desprezível e as consequências ao nível do funcionamento das Escolas serão visíveis. Na definição da composição dos futuros conselhos pedagógicos estará uma dificuldade acrescida; Estou no CP e não estaria se não tivesse saído na farinha Amparo o Titulo. A minha preocupação é se os directores agora sem referencias não põe os amigos todos no CP.
Novembro 16, 2009 at 2:05 pm
Subscrevo o # 14. Na minha escola, quem eu vi em maior nº nas lutas, foram os da velha guarda. Alguns já com um pé na aposentação antecipada, tal era o desânimo pelo estado em que se encontra a escola pública, mas com a esperança de que os professores tenham dias “mais claros” no seu futuro profissional.
Novembro 16, 2009 at 2:13 pm
Há uns dias atrás eu avisei que o radicalismo iria tentar encostar os sindicatos e reduzir-lhes a margem de negociação.
Exigir a suspensão do modelo, exigir que as menções de Exc. e MB sejam anuladas, integram-se nesse radicalismo
Concordo com a posição do Paulo Guinote neste assunto, deixem os sindicatos e o ME negociar.
Aviso que estão à espreita os peles vermelhas guerreiros incapazes de tra nsformar o ferro dos seus machados em enxadas produtivas.
Novembro 16, 2009 at 2:29 pm
Paulo,
Acabei de ler o post. Daqui a pouco, dir-te-ei o que penso das tuas considerações. Agora tenho de ir ali ao Cacém levar a namorada à escola. Afinal, sou um radical de rosto humano. E como não tenho foguetão, demoro mais um bocadinho 🙂
Novembro 16, 2009 at 2:37 pm
Continuo a não concordar com o Paulo, ou a não perceber exactamente o que tem escrito.
É-me indiferente que mantenham ou não mantenham os Excelentes e Muito Bons já atribuídos. Mas não aceito que eles sirvam para tirar vantagem sobre os professores que ficaram à porta do mérito, sendo que muitos o têm e não lhes é reconhecido administrativamente.
Por isso concordo com aqueles que dizem que as classificações burocráticas de mérito não podem produzir vantagens. Porque elas não correspondem à realidade, não são justas e são mentirosas.
Sobre os direitos adquiridos, convém recordar que aqueles que no sistema anterior se candidataram a avaliação de Bom (a média era o Satisfaz), viram os seus direitos adquiridos volatilizarem-se e ninguém se preocupou com isso. Por exemplo, no concurso para titular pontuava de igual modo quem tivesse tido Satisfaz e quem tivesse tido Bom. (O Muito Bom nunca chegou a ser atribuído, como se sabe).
Novembro 16, 2009 at 2:38 pm
A Maria Campos está por uma vez alinhada com o Paulo? Extraordinário!
Novembro 16, 2009 at 2:44 pm
Quando foi abolida, no tempo de Guterres, a barreira que impedia a progressão a partir do 7º escalão, não ouvi nenhum dos colegas que fizera a prova de acesso, lamentar-se ou reinvindicar privilégios… Outros tempos, outra ética!
Quanto aos professores que entraram na competição, aproveitando-se da falta de competidores, traindo os ideais da maioria…precisavam de sentir as consequências da falta de ética!
Direitos adquiridos? Não me façam rir…
Querem a lista dos que já todos perdemos e nunca reaveremos?
Injusto, injusto é ter sido avaliado pelo Director em Muito Bom e ter como nota final Bom, porque o Simplex assim o obriga…
(Será estranho ver MC concordar com PG?)
Novembro 16, 2009 at 2:47 pm
#14
É claro que as minhas observações sobre o que certas almas poderão argumentar a propósito dos “direitos adquiridos” dos titulares não se destinam a demonizar os titulares. Quem me conhece sabe que eu próprio sou professor titular – sem qualquer orgulho e com arrependimento por ter concorrido -, que tentei dar o meu melhor para a luta dos professores, que não entreguei os OI, não entreguei qualquer documento de auto-avaliação (por razões que tornei públicas), nem tenciono entregar ainda que, como alguns agora vaticinam, a ministra esteja disposta a dar uma “segunda oportunidade” para essa entrega. As razões do nosso combate nunca passaram por opor os não-titulares aos titulares (isso seria pura estupidez). E quando digo que certos espíritos podem vir a mostrar “preocupação” com os supostos “direitos adquiridos” dos titulares para contrariar o fim da divisão da carreira, nem sequer estava a sugerir que sejam professores a manifestar semelhante “preocupação”. Não, meus caros. Não são professores. São, isso sim, políticos com responsabilidades no processo negocial que vier a ser encetado. E eu digo isto porque já ouvi tais “inquietações” da boca deles.
Por que é que estou com esta conversa? Porque convém que o pessoal não pense que isto é tudo favas contadas e que a vitória já está ali ao virar da esquina. Não. Ou muito me engano ou ainda temos de voltar às ruas. A ver vamos…
Novembro 16, 2009 at 2:47 pm
“quem teve Ex e Mto Bom…E como muitos são sindicalizados-aposto que a maioria-” Essa É BOA! Colega Guinote:Como consegue chegar a essa conclusão?
Novembro 16, 2009 at 2:48 pm
João
A Maria pensa pela sua própria cabeça, não precisa do Paulo para nada nem o Paulo dela!
Agora pense um pouco. Se os MB e os Exc foram atribuídos no âmbito de uma legislação que não vai ser suspensa, nem anulada com efeitos retroactivos, porque razão quem teve essas menções de mérito as veria serem retiradas?
Num país de direito os cidadãos regem-se pela lei vigente, seja ela justa ou injusta, mais ou menos perfeita.
O modelo ainda em vigência é um exemplo disso. Vai ser substituído por outro e quando devidamente aprovado é para aplicar tal como foi este.
Novembro 16, 2009 at 2:51 pm
É bom não esquecermos que num passado próximo deputados da AR, de todos os partidos políticos, fizeram diligências junto do TC no sentido de contestar a consitucionalidade do tal do simplex. Estão (ainda) lembrados da resposta do TC?
Consideraram não existir matéria de inconstitucionalidade mas sim de ilegalidade(s) tendo solicitou ao gabinete do trocas explicações sobre a matéria. Responderam que existiam umas “irregularidades” (ilegalidades claras) mas que o modelo era transitório e tal.
No entretanto os sindicatos, pelo menos a Fenprof, tinha solicitado ao PGR a apreciação do diploma, procedimento tido como processualmente válido para o TC tomar posição definitiva.
Pelo que infiro, a PGR esteve-se, até à data, c****** para a apreciação de um normativo CLARAMENTE ILEGAL com graves penalizações na vida corrente das pessoas e de toda um grupo profissional e não o enviou para o TC.
Atenção. Não estou a falar da TOTAL MONSTRUOSIDADE DA COISA.
(Aliás, ao contrário do Maurício Brito no comentário # 2, eu critico quem defendeu, desde o início e até ao fim, coerentemente, o modelo e o ECD, pela simples razão de que infiro tratar-se de um mau profissional, de um mau professor)
Pode acontecer que ainda existam algumas possibilidades de reverter esta situação inconstitucional, ilegal e imoral pela via jurídica. Contudo, atendendo ao que está a acontecer no topo da hierarquia dos sectores judiciário, temo por tudo o que à Justiça diz respeito.
É neste enquadramento de um Estado de Direito, sem direito ou direitos dos cidadãos, sem Justiça e sem vergonha que tenho que admitir que a posição defendida pelo Paulo Guinote é a única que podemos almejar.
Para já.
Novembro 16, 2009 at 2:55 pm
Então há quem ache que os aproveitadores e oportunistas devem ganhar com o modelo que tanto nos está a doer para derrubar??? Não compreendo a ética disto. A ética aqui é radical?
Novembro 16, 2009 at 2:55 pm
Eu que não tive MB nem Exc estou à vontade.
#21
A legislação era clara. Só tinha MB e Exc quem tivesse aulas assistidas.
So o seu director lhe deu MB ele ficou bem na fotografia, pois já sabia que a nota final seria BOM.
Parece-me que nisto há muita inveja.
Eu sempre defendi que quem não apresentou OI não podia ser penalizado e impedido de apresentar a FAA.
Agora quem não entregar a auto-avaliação até final do ano 2009 não será avaliado. Tenham consciência disso e depois não se queixem!
Novembro 16, 2009 at 2:57 pm
“Estado de Direito, sem direito ou direitos dos cidadãos, sem Justiça e sem vergonha ”
Conformamo-nos?
Novembro 16, 2009 at 2:57 pm
#17
Aviso que estão à espreita os peles vermelhas guerreiros incapazes de transformar o ferro dos seus machados em enxadas produtivas.
Peles vermelhas com machados de ferro? Parece que nem de bronze, nem sequer de cobre.
1 – Na Austrália, Nova Guiné, ilhas do Pacífico, a maioria dos povos ameríndios e da África subsariana continuavam a ser caçadores – recolectores da Idade da Pedra.
2 – Estes bantos da idade do ferro eram indubitavelmente muito
mais avançados do que os ameríndios da Idade da Pedra
Novembro 16, 2009 at 3:10 pm
Compreendo a posição do Paulo e compreendo a do Ricardo.
Se “pensar” com o coração ( que , no meu caso, é mais verdadeiro) apoio o que o Ricardo reivindica e contesta; se pensar com a cabeça, julgo que a visão mais “conciliadora” do Paulo talvez seja mais eficaz nesta fase do campeonato.
Por outro lado, afianço-vos que, no dia em que a divisão da carreira for extinta e surja um modelo de avaliação mais equilibrado e justo, festejarei como não cheguei a festejar a saída da MLR.
Passarei a olhar para o futuro com mais confiança.
As consequências do mau passado não chegarão para me desanimar.
Novembro 16, 2009 at 3:13 pm
Nesta fase prefiro estar ATENTÍSSIMA com outros colegas às IMENSAS MANOBRAS, imensos jogos, DETECTÁ-LOS/ ANTECIPÁ-LOS / INFORMAR OUTROS …
… E SE FOR(sse) CASO PARA TAL (esperemos que NÃOOOOOOOOOOOOOOO)…
… 15 DE NOVEMBRO DE 2008 …
Disse.
Nota: Espero não ser mais necessário (…)
Novembro 16, 2009 at 3:14 pm
# 30
Cabeça de burro na ilha!
Novembro 16, 2009 at 3:20 pm
# 28
Eu (cá) ando, diariamente, a “bater-me” em outros cenários, em outras “paragens”, para ajudar a repor o Estado de Direito, os direitos dos cidadãos, a Justiça e a vergonha.
Se cada um se esforçar, é mais fácil e rápido.
Novembro 16, 2009 at 3:26 pm
“O modelo ainda em vigência é um exemplo disso. Vai ser substituído por outro e quando devidamente aprovado é para aplicar tal como foi este.” (24)
Vai ser sustituído por outro **OU anulado**.
É uma questão não deixar a informação pela metade. 😉
Novembro 16, 2009 at 3:28 pm
# 26
Ética?
Moral?
Vergonha?
Legalidade?
Honestidade?
…
Vivemos 5 anos de céu encoberto por nuvens espessas e bem cinzentas.
Novembro 16, 2009 at 3:28 pm
Desta vez também não posso concordar integralmente com o Paulo.
O objectivo prioritário:
Todos, sem excepção, serem avaliados.
E então, se nenhum tivesse avaliação?
Não estivemos congelados 2 anos? Alguém nos perguntou se concordávamos?
Acham que o governo se mostraria relutante em aplicar esta alternativa?
A lei não produziria efeitos, seria nula.
(Aviso desde já, que sou uma das interessadas na produção de efeitos da lei. Desde 2005 que espero a subida de escalão e completei o tempo de serviço, pelo novo enquadramento, em Abril de 2009.)
Agora não esperem que concorde com o oportunismo e chico-espertismo de alguns de nós.
Podem bater-me à vontade.
Novembro 16, 2009 at 3:44 pm
Maria Campos porque razão quem teve essas menções de mérito as veria serem retiradas?:
por várias razões:
1. porque efectivamente não são de mérito, são de oportunidade;
2. porque as regras do jogo mudaram três vezes durante o jogo;
3. porque uns tinham a menção de forma automática sem aulas assistidas (contratados), outros de forma semi-automática sem aulas assistidas (avaliadores, coordenadores, CCAD), outros com esforço com aulas assistidas (o “resto”).
4. porque uma lei sem pés nem cabeça não pode gerar prejuízo para uma maioria em favor da uma minoria.
(Note que nem toda a gente precisava de aulas assistidas para ter menções de “mérito”)
Novembro 16, 2009 at 3:45 pm
27,
Inveja é o que vocês querem fomentar, mas eu nem falei de mim…
Quer que lhe faça a lista das leis que este governo não cumpriu ou alterou com efeitos retroactivos?
Novembro 16, 2009 at 3:49 pm
Isto dos “direitos adquiridos” é uma espécie de capitalismo selvagem: os lucros são encaixadas pelo poder financeiro, quando aparece um Rendeiro, os prejuízos são nacionalizados.
Uns poucos gozam-se dos lucros dos Excelentes, e a maioria fica para trás. Depois de terem lutado contra as injustiças ainda têm de serenamente ver os chicos-espertos passarem-lhes à frente nos concursos e ganhar ordenados maiores.
Não aceito essa injustiça.
Novembro 16, 2009 at 4:05 pm
Esquecem-se que para nós termos hoje os chamados direitos adquiridos:8 horas de trabalho diárias,subsídios de férias, de doença, reformas, direitos sociais etc..muitos morreram para que hoje muitos os tenham…todavia hoje muitos não os merecem porque nada fazem para os manter..Deus assim quis dizem hoje..é a vida…Inté…
Novembro 16, 2009 at 4:24 pm
No burgo (unidade de gestão unipessoal nepótica) onde lecciono não são conhecidos os adesivos com mérito! Devem ter vergonha das classificações nublosas a que tiveram direito por afinidades com o orgão de gestão! Viva a face oculta da meritocracia!!!
Novembro 16, 2009 at 4:31 pm
#49-Qualquer dia regressamos ao feudalismo! Em liberdade, claro, modelo mário soares…
Novembro 16, 2009 at 4:39 pm
em relação ao argumento do Paulo de deixar ficar os MB e os Excelentes, encontro outra alternativa:
Se os professores o pedirem, seria paga uma indemnização, mas o governo teria de gastar algum dinheiro e teria de admitir aquilo o João Oliveira 37# indicou.
E neste caso os professores até poderiam prescindir da indemnização ou esta reverter para a escola. (se calhar esta última parte é completamente parva)
Em relação ao que o Ricardo escreveu, está tudo certo, até deveria ser o caminho a tomar, mas quem vai combater nessas batalhas? Os sindicatos?
Novembro 16, 2009 at 4:42 pm
#40
Buli
Sei do que fala porque por muito tempo que passe será difícil esquecer quem perdemos. Aqueles que ficaram como lutadores anónimos pela liberdade e direitos mínimos de dignidade humana. Hoje a maioria dos portugueses não sabe o que foi Peniche e o Tarrafal nem tão pouco compreende porque é que um país não pode viver amordaçado mesmo que a mordaça seja invisível e silenciosa, talvez nem percebam que é isso que nos querem impor. Este é um dos motivos pelos quais os portugueses não compreendem a luta dos professores pela dignidade, justiça e transparência.
Novembro 16, 2009 at 4:45 pm
De qualquer modo o mais grave parece-me que está completamente esquecido, os directores e todo o processo à volta do seu poder. Vai criar nas escolas um polvo e uma teia de relações que vai envenenar e atrofiar tudo.
Novembro 16, 2009 at 4:50 pm
Se houve MB e EXC, bom proveito para quem os teve. Eu cá não faço disso um cavalo de batalha. É mais importante conseguir acabar com a divisão da Carreira e suprimir os titulares. Se os que obtiveram classificações que lhes permitem progredir mais depressa, isso acabará por ser nivelado, mercê da abolição da divisão da Carreira… ou não é isto verdade?
Acham que estou a ver mal a coisa?
Novembro 16, 2009 at 5:43 pm
45# concordo em absoluto.
Como psd e ps concordam no tema parece pacifico. Para mim (directores) é a fonte que permite secar a democracia nas escolas
Novembro 16, 2009 at 5:51 pm
Talvez eu não esteja a ver bem a questão:
http://peroladecultura.blogspot.com/2009/11/apede-poe-o-dedo-na-ferida.html
Novembro 16, 2009 at 5:53 pm
Educação: BE retira projecto de lei que estabelece novo modelo de avaliação de professores
http://aeiou.expresso.pt/educacao-be-retira-projecto-de-lei-que-estabelece-novo-modelo-de-avaliacao-de-professores=f547673
Novembro 16, 2009 at 6:08 pm
Pois bem:
-De facto, houve muitos excelentes e muito bons…
Mas, nessa crista de onda, passearam-se muitos manipuladores, oportunistas, capelistas, ratinhos de sacristia, etc, etc…
Logo, repô-los no seu devido lugar seria, até, por uma questão higiénica, uma acção necessária.
O que é verdade é que, neste momento, os “paladinos” do regime entalaram, uma vez mais, os professores.
Já se sabia que o PSD, e outros que tais, entraram na onda já quando ela ia grande, muito grande, com muitos dos seus militantes, de há muito, a engrossarem-na; sabemos dos truques, então, realizados na AR e dos resultados que se verificaram…como sabemos, também que , nessa grande “saca de gatos” em que o PSD se tornou – para gáudio do socretino “inginheiro” e seus acólitos do avental – muitos dos seus paladinos sempre estiveram, formal e publicamente, a apoiar o governo nesta coisa da ADD…
Nada de novo, portanto.
Pode afirmar-se que o PSD retomou o seu caminho.
Os truques da AR saldaram-se, sempre, em prejuízo da escola pública e dos professores.
Aquilo que me interessa, agora, é conhecer a opinião dos seus militantes professores, aqueles que não são paladinos nem aqueles que se vergam às imbecilidades e chantagens políticas deste PSócrates.
Este “acordo” de paladinos empáfias visa horizontes mais largos….
Um deles, é o de retirar capacidade reivindicativa, com tanto esforço conseguida nestes últimos 3 anos, aos professores…são as politiquices de politiqueiros de pantufas, que demonstram, assim, que enganaram, uma vez mais, aqueles que, distraidamente, alguma vez pensaram que o PSD esteve com os professores naqueles momentos de luta.
Não é disto que precisamos.Como , de resto, a experiência destes últimos vinte anos o comprova: votar no PS ou no PSD é, rigorosamente, a mesma coisa.
Novembro 16, 2009 at 6:26 pm
Isto só lá vai com sangue!
Novembro 16, 2009 at 6:39 pm
Paulo,
Creio que a posição de ambos está muito claramente enunciada e, sendo dissonante, aí fica ao escrutínio e consideração dos colegas e outros visitantes. Não me parece que seja muito útil entrarmos agora numa retórica justificativa do que um disse, do que o outro respondeu e dos contra-argumentos de ambos, logo a seguir, pelo que não gostaria de estender isto no tempo. Não me apetece muito andar a chover no molhado, e para chuva já basta o que tem chovido nestes dias. Do céu e da terra.
Ainda assim, há um conjunto de considerações tuas que não posso deixar passar em claro sem exercer o meu direito de contraditório. Tentarei fazê-lo criteriosamente.
Em primeiro lugar, era bom que não insistisses na tecla da ingenuidade ou do idealismo ou em pensar que eu não sei o que tu sabes ou que não me ocorre esta ou aquela situação, que pelos vistos, só tu atinges. Essa atitude, confesso, é totalmente desnecessária e fica-te algo mal. Desculpa-me mas tinha de te dizer isto, com a frontalidade que já conheces em mim. O Ricardo, ao contrário do que afirmas, não se esquece, não se esqueceu do que apontas. Na reunião que mantivemos recentemente com o deputado Pedro Duarte (e porque nós sabíamos bem dos pruridos do PSD relativamente à questão dos “direitos adquiridos”) fiz questão de abordar directamente o assunto expressando a opinião de que o PSD (ou qualquer outro partido) não deveria ficar manietado com receios de uma eventual contestação jurídica por parte dos professores titulares ou dos que “sacaram” classificações de “mérito”, porque acima de tudo deveria estar sempre a justiça e a salvaguardada da equidade neste processo. Se o Estado tiver que indemnizar alguém (sendo que será ainda necessário demonstrar em tribunal razões objectivas e totalmente inatacáveis para que tal seja decretado) pois que o faça, em nome de um bem maior. Não seria a primeira vez. E não é isso que se espera de um Estado de Direito, que emende os seus erros e assuma as suas responsabilidades, perante eles? Afinal, se o modelo não presta, se os avaliadores precisam de formação, com podem validar-se os seus resultados e permitir que produzam ainda mais injustiças e iniquidades, nomeadamente em sede de concursos de colocação? Será que estas classificações de “mérito” possuem alguma aferição de qualidade que lhes garanta um mínimo de credibilidade? Isto para não falar das situações que referi no meu texto e se prendem com os avaliadores que não avaliaram e vão ter essas classificações apenas porque há quotas para esgotar. É este tipo de “direitos adquiridos” que defendes, Paulo? É isto que te leva a mostrar tanta preocupação? Então responde-me, por favor: esses mesmos “direitos adquiridos” não se aplicarão também aos professores titulares? Vais também, daqui a uns dias, dizer-nos que é preciso cuidado com a questão da extinção da divisão da carreira porque isso pode provocar um caos jurídico e um clima ainda pior do que aquele que já existe nas escolas? Ou será que defendes que em relação aos titulares a situação é outra e muitos deles vão entregar os “galões” sem revolta e indignação? A menos que consideres que se deva apenas mudar-se-lhes o nome, mas não se mexa nas suas prerrogativas, e quando muito que se abra o caminho para que outros lá cheguem também. Não acredito que defendas isso. A talhe de foice, devo dizer-te que nem todos os titulares têm a atitude do Mário Machaqueiro ou de outros colegas meus da direcção da APEDE, que também são titulares. Há muitos titulares hiper-adesivados e eu conheço alguns, na minha escola, que me matam com o olhar quando passo. Quando descerem à terra nem quero imaginar ;)Voltando atrás, é bom não esquecermos pois que os titulares foram providos, nessa categoria, por um concurso perfeitamente legal, embora assaz desprezível e iníquio. Como resolver então o imbróglio jurídico? Como evitar os processos e a revolta, com o consequente adensar de ressentimentos, entre colegas, nas escolas? Mantendo um qualquer tipo de diferenciação na carreira? É isso? Cuidado… muito cuidado, porque a senhora ministra sorridente é bem capaz de querer ir por aí. Convém que não lhe facilitemos o caminho.
Quero agora falar-te dos sindicatos. É mesmo para levar a sério essa tua preocupação? Deixa-me descansar-te: sindicatos que já foram capazes de colocar em tribunal COLEGAS contra COLEGAS (os responsáveis do SPGL e da FENPROF sabem bem do que falo, fui eu que lhes expliquei de viva voz) não terão qualquer dificuldade ou prurido em colocar agora alguns colegas contra o ME. Nada de extraordinário, se for o caso. A coisa resolver-se-á entre advogados e certamente não prejudicará o chá das cinco na 5 de Outubro. Aceitem a ironia, por favor, e não pensem que estou contra as negociações, só espero que sejam firmes e determinadas, sem concessões no essencial. Quanto ao ME, não me peças para analisar o problema desse lado… confesso que adquiri uma certa dificuldade em sentir as dores de um “patrão” que oprime. No máximo poderei dizer que “quem semeia ventos, colhe tempestades”, é a lei da vida. Não estou disponível também para alinhar em branqueamentos de um passado recente, por mais cristão que pudesse ser ou mais radical que possa parecer.
Paulo, continuando a ler-te… digo-te que é precisamente por nada estar ainda claramente garantido que considero ser um tiro no pé estarmos desde já a dizer aquilo que estamos dispostos a ceder ou não. E quanto a cedências creio que já ficou bem demonstrado que no deve e haver dos ganhos e cedências, temos imensos créditos para gastar. E repito: em meu entender, não se pode ceder em matérias de justiça, equidade, dignidade e respeito por aqueles que souberam estar do lado certo nesta luta. Se isso acontecer será uma lástima, uma inaceitável nódoa de vergonha, neste processo de luta.
Quanto aos foguetões, é verdade que não os temos. Mas temos a nossa palavra. E é com ela que afirmamos princípios e carácter. Que são inalienáveis. Mesmo que isso pareça, erradamente, uma prova de ingenuidade ou idealismo. Não o é e não é isso que o tempo tem mostrado, e falo de mim, particularmente, pois é ao meu nome que te referes. Para terminar o tema dos foguetões, caro Paulo, dir-te-ia o seguinte: quem os tem que os use, que não os arrume no hangar, antes do tempo! A ferrugem corrói e a malta agradece que os motores se mantenham sempre quentes, prontos a funcionar, sem arrefecimentos ou desfalecimentos, sobretudo perante sorrisos ou cantos de sereia. É isso que esperamos e cá estaremos sempre para ajudar na manutenção dos ditos, ou para lhe dar “gás” 🙂
As guerras, realmente, não se ganham apenas com aqueles que se atiram de cabeça para a frente. Mas já agora, porque falas nisso, deixa-me aqui saudar e deixar um agradecimento a todos esses “malucos”, os “bravos do pelotão” que, nas suas escolas, a começar pelos de Chaves, Vila Real, Barcelos, e tantos outros do Norte, Centro e Sul, souberam contribuir para que a ignição dos foguetões fosse finalmente ligada. Sem esses “malucos”, de cabeça para a frente, provavelmente não haveria paz para negociar, simplesmente porque a guerra ou nem teria começado, ou nos teria entretanto dizimado a todos. Bem hajam colegas, nunca será de mais reconhecer a coragem de tantos, sobretudo daqueles 60 mil que resistiram e não se amedrontaram. Nos movimentos, como sabem, foram todos. Sem excepção.
Paulo, para terminar, e quanto à História, deixa-me dizer-te que partilhamos o gosto e a licenciatura. Creio que em Faculdades diferentes, eu sou da fornada de 83-87 da FLUL. Em Versailles, os alemães esperavam uma paz negociada e foi-lhes imposta uma paz ditada, incondicional, que apenas tiveram de assinar. Esse “Diktat”, seguramente exagerado, foi gerador de um sentimento de revolta com os efeitos trágicos que conhecemos. Mas nós, professores da luta, malta brava dos movimentos, temos uma posição apesar de tudo mais anglófona e não tão francófono-radical, mutatis mutandis, neste conflito. Concedemos tranquilamente os diplomas de “mérito” e, no limite dos limites, como último dos últimos recursos negociais, a indignidade vergonhosa, da aceleração nas carreiras. Atenção que não são as pessoas que estão em causa, são os direitos que injustamente lhes estão a ser entregues. Que isso fique bem claro. Assim como deve ficar bem claro que exigimos uma “Linha Maginot” a sério, que funcione verdadeiramente e não permita mais excessos iníquos: nos concursos de colocação de professores não pode haver lugar a mais injustiças e a ultrapassagens, à boleia de um modelo farsante. Creio que tu, aliás, defendes o mesmo, já o vi escrito e assumido. Mas tens de analisar isso bem, olha que está previsto na lei mais 1 “valorzito” para o MB e 2 para o “Xalente”. E se a majoração na graduação, por efeito das putativas classificações de “mérito”, for retirada, creio que também pode gerar processos em tribunal. É a malvada praga dos “direitos adquiridos”, que há-de um tipo fazer?
Abraço e cuidado com as nortadas, anda para aí uma ventania do caraças que às vezes parece baralhar as ideias 😉 Tenho a certeza que me permites a “alfinetada”, sem ficares muito zangado. E se ficares, aguenta-te, que eu também não gosto de ler certas coisas 🙂
P.S. Oh Paulo, sinceramente, eu nem queria ir muito por aí, mas não achas um bocado mau sinal veres o “Maria Campos” a concordar tão fervorosamente contigo nesta matéria? Para barómetro… de razoabilidade, é algo assustador, não achas? 😉
Novembro 16, 2009 at 6:59 pm
#52, Ricardo,
parabéns pelo comentário, foi a meu ver muito elucidativo.
Fantástico é o nome que eu dou à parte final do comentário que transcrevo
“…não achas um bocado mau sinal veres o “Maria Campos” a concordar tão fervorosamente contigo nesta matéria? Para barómetro… de razoabilidade, é algo assustador, não achas?”
Na mouche!
Novembro 16, 2009 at 7:06 pm
Espero que à resposta do Ricardo seja dada a mesma visibilidade que ao texto que a motivou…
Novembro 16, 2009 at 7:07 pm
Pois, Ricardo…
A palavra é só uma, mas já sabemos que os políticos têm de salvar a face. E com os desta última década, os jogos de bastidores e as questiúnculas pessoais entortaram em definitivo aquilo a que chamamos carácter, donde convém estar preparado…
Novembro 16, 2009 at 7:07 pm
Concordo com o Ricardo, mais uma vez. Sem esquecer a última frase.
Novembro 16, 2009 at 7:12 pm
Mais uma vez me revejo no comentário do Ricardo.
De ingénua nada, louca de certeza, e ideais sem dúvida. Nunca me conformei com a mediocridade. O cansaço e várias desilusões ainda não fizeram prevalecer o comodismo.
Novembro 16, 2009 at 7:15 pm
“não se pode ceder em matérias de justiça, equidade, dignidade e respeito por aqueles que souberam estar do lado certo nesta luta. Se isso acontecer será uma lástima, uma inaceitável nódoa de vergonha, neste processo de luta.” – Totalmente de acordo, Ricardo!
Novembro 16, 2009 at 7:17 pm
#46 Se os que obtiveram classificações que lhes permitem progredir mais depressa, isso acabará por ser nivelado, mercê da abolição da divisão da Carreira… ou não é isto verdade? Não vejo como é que isso será nivelado com a abolição da divisão da carreira. Não vejo mesmo.
Então se um “gajo” for colocado 1 ano mais à frente na carreira, como é que isso se reverte com o fim da divisão?
Mas o problema principal nem é esse. O problema maior é contar para concurso. Pessoas que há anos esperam oportunidade de aproximar de casa passam a ter à sua frente mais uns quantos Excelentes de secretaria? E eventualmente podem perder para sempre o lugar que mereceriam sem essa redistribuição.
Novembro 16, 2009 at 7:25 pm
#55 Tita,
Infelizmente assim parece ser. Lamentavelmente. Talvez seja por isso que, mesmo considerando que a política é, sem margem para dúvidas, no meu entender e no seu sentido mais nobre, a mais nobre actividade do ser humano, nunca me filiei, nem na juventude, em qualquer partido político. E vou fazer 45 anos em breve.
Ainda assim, tenho de manter ao menos UMA GOTA de esperança na actividade política. Uma gota numa mão e uma “vassoura” na forma de palavra dura e cortante, quando tem de ser, na outra 🙂
Abraço
Novembro 16, 2009 at 7:34 pm
segunda-feira, 7 de Julho de 2008
QUEIXA 2
De acordo com o solicitado, publicamos mais uma queixa, ressalvando os requisitos expressos no e-mail recebido, que também publicamos reservando a identificação do/da emitente.
Todos os documentos recebidos no e-mail em anexo chegaram-nos devidamente identificados (sendo a sua ocultação da nossa esponsabilidade).
E-mail solicitando a divulgação:
Ao Cuidado do Professor Ilídio Trindade.
Junto envio para publicação no blog do Movimento Mobilização e Unidade dos Professores / Queixas dos Professores, um conjunto de provas materiais sobre o primeiro concurso “professor titular”.
A publicação do decreto que regulamenta o sistema de avaliação de desempenho docente, Dec. Regulamentar nº 2/2008 , decorre do estatuto de carreira docente aprovado pelo Dec. Lei nº 15/2007 de 19 de Janeiro de 2007. Subsistituiu o sistema de avaliação de desempenho docente plasmado em lei e decorrente do anterior estatuto de carreira docente, Dec.Lei nº 1/98 de 2 de Janeiro de 1998.
Este novo sistema de avaliação, introduz a figura de professor titular avaliador, ou seja, o colega (um e um só) do mesmo nível operativo e hierárquico, que é incumbido de avaliar o desempenho profissional dos seus colegas de profissão, com repercussões na classificação de serviço, desenvolvimento da carreira e respectiva retribuição salarial. Este novo sistema tem sido sentido pelos professores como uma aberração organizacional e mais um atentado à sua dignidade profissional, como ficou demonstrado no recente dia 8 de Março, ou Marcha da Indignação.
Face à teimosia da tutela em avançar com tamanho absurdo, cumpre tornar público um conjunto de provas materiais sobre o primeiro e único concurso de “professor titular”, destinado á transição de carreira dos professores dos três últimos escalões da anterior carreira docente (8º/9º/10º escalões).
Tratou-se, de facto, da primeira medida implementada decorrente do novo estatuto da carreira docente. Anteriormente, as regras de transição para o novo regime de aposentação já tinham constituído a total aberração de um ME e Governo que desrespeita totalmente os professores e o seu trabalho.
Neste sentido, junto envio à atenção do professor Ilídio Trindade, para publicação no blog do Movimento Mobilização e Unidade dos Professores e no blog “Queixas de Professores”, um conjunto de provas materiais, sobre o primeiro concurso “professor titular”, que comprovam ilegalidades que deveriam ser gravemente puníveis num estado de Direito. E sobre o absurdo e aberração do mesmo, com as consequências que nos parágrafos anteriores fiz alusão.
Pretendo deter-me unicamente sobre o critério “Assiduidade” do respectivo concurso.
Informo-o de que pretendo a publicação na forma de anónimo e que todos as provas divulgadas no blog não contenham quaisquer elementos de identificação das pessoas envolvidas.
Um abraço
[Identificação]
(documento)
Os professores foram penalizados, para reposicionamento da carreira “concurso professor titular”, por faltas devidamente justificadas por doença própria ou de familiares, que não tiveram naturalmente penalização na carreira docente, e com efeitos retroactivos a sete anos.
A Constituição da República Portuguesa ou Lei Essencial, que rege a vida em sociedade da comunidade designada de povo português, segundo a actual equipa ministerial, não é para cumprir.
(Registo de envio da carta à ministra.)
Nesta reunião estiveram presentes inúmeras professores e técnicos das direcções regionais e chefias, professores dos conselhos executivos e outros professores das escolas, funcionários administrativos das secretarias das escolas. Todos ouviram as instruções da ministra na reunião. Mas a ministra mentiu. Todas as faltas justificadas, nos sete últimos anos de carreira docente, retroactivamente, foram penalizadas na transição para “titular”. A ministra da educação mente.
(documento)
No site da direcção geral de recursos humanos encontra-se a ficha “versão 2.0” onde, como se prova, são contabilizadas as faltas e licenças devidamente justificadas dos professores nos sete anos anteriores de carreira docente. Um site, sem qualquer assinatura de responsável, que simplesmente se sobrepõe até àprópria interpretação do decreto regulamentar do concurso.
Soube, posteriormente, que em muitas escolas e agrupamente não seguiram simplesmente o que estava no site. No caso da escola onde trabalho seguiram o site. A vida profissional e pessoal dos professores tornou-se um simples jogo de roleta russa.
(documento)
Constou que, inclusive, os directores regionais foram, nesta questão, verdadeiramente apanhados de surpresa. Deslocaram-se de imediato a Lisboa. Receberam de Lisboa a instrução que enviaram de imediato para as escolas, como se constata.
http://www.queixasdeprofessores.blogspot.com/2008/07/queixa-2.html
Novembro 16, 2009 at 7:36 pm
quinta-feira, 10 de Julho de 2008
QUEIXA 3
De acordo com o solicitado, publicamos mais uma queixa, ressalvando os requisitos expressos no e-mail recebido, que também publicamos reservando a identificação do/da emitente.
Caro colega:
Na altura da realização e divulgação do resultado do Concurso para Professores Titulares enviei cartas com o teor das que agora lhe envio, tendo-me identificado em todas as situações. Aqui não o faço e peço que a minha identidade não seja revelada. Acrescento, somente, que ainda bem que não fui provida em tal lugar, uma vez que vejo os meus colegas a realizar tarefas, perfeitamente absurdas,ignóbeis que em nada vão contribuir para a melhoria do ensino. Se não houvesse medo, se não se nos adequassem tão bem estas palavras: ‘”Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas…” ( Guerra Junqueiro,1886) com certeza que esta afronta não teria ido para a frente.
Com os meus respeitosos cumprimentos
É em nome da dignidade e da sanidade mental que venho apresentar a minha situação no que respeita ao Concurso de Professores Titulares. Sou professora há 28 anos, encontrava-me no 9º escalão, congelada, a quatro meses de alcançar o 10º escalão, nunca me recusei a fazer o que quer que fosse, fui leccionando programas e níveis que me foram distribuídos, tendo entre 7 e 5 turmas, ou seja, entre 150 e 180 alunos, por todo o país. Fui durante os últimos sete anos, os que agora foram avaliados, Directora de Turma, quase todos os anos, Coordenadora da Biblioteca, Coordenadora de Departamento e Delegada e desempenhei todas as tarefas que decorrem da docência. Só porque o Ministério que me tutela decidiu juntar no Departamento inúmeros Grupos Disciplinares eu não tive oportunidade de ascender a Professora Titular apesar de somar 126 pontos, enquanto em outros Departamentos, com menos Grupos ou menos pessoas, ou até em outras escolas, professores com poucos pontos, com menos anos de ensino, com menos experiência ascendem a professores titulares. Aliás, na minha escola e no meu Departamento ascenderam a professores titulares o Director do Centro de Formação, que não deu aulas nestes últimos sete anos(!) e professores que durante anos se mantiveram com uma turma, porque mais não existia na escola, completando o horário com cargos e outras reduções lectivas, para se manterem em funções. A lei em vigor permitia-o. Estava errado? Pois esteve com muitos professores, durante muitos anos, mas a Tutela deixou correr e eu como tantos outros, nada pudemos fazer.
Como me poderei sentir? Em que profissão poderá ocorrer tal injustiça?
Assim, na minha escola, no meu Departamento candidataram-se 14 (catorze) professores para 4 (quatro) vagas, enquanto em outros Departamentos ou noutras escolas abriram cinco ou seis vagas para menos professores candidatos. Qual o critério? Se estivesse a 30 km, da minha actual escola teria sido provida como Titular. Comparo com professores de outros Departamentos, na mesma escola e são Titulares com muito menos pontos. Poderemos falar em igualdade de circunstâncias, em mais competência, experiência e empenho?
Não suporto mais desrespeito pela profissão e pelo empenho com que sempre trabalhei.
Aguardando a Vossa atenção para este assunto, subscrevo-me,
Respeitosamente
Este é o teor das cartas que redigi e enviei a vários Organismos e Superiores Hierárquicos.
Passados estes meses, verificam-se muitos outros atropelos que cada vez afundam mais estas injustiças, como por exemplo, os professores fazerem Acções de Formação por convite, sem se disponibilizar, ao conhecimento de todos a realização dessas Acções e/ou a possibilidade de se inscreverem para as efectuarem!
Neste momento na escola só se pensa na Avaliação dos professores, em si mesma e é isto que interessa? Tenho muitas provas que podem clarificar o que se passa.
Afinal o “ranço salazarista” anda mesmo por aí.
A Escola Pública está ferida de morte.
[Identificação]
http://www.queixasdeprofessores.blogspot.com/2008/07/queixa-3.html
Novembro 16, 2009 at 7:50 pm
João Oliveira, #59
Vou contar-te aqui mais um desvario e um atropelo a todo e qualquer princípio de justiça e equidade, relativamente a concursos, que foi contado pela colega Maria do Rosário Gama, na sessão pública que o PSD organizou há uns dias atrás.
Os colegas titulares, muitos deles, já foram alvo de uma irreversível e aberrante injustiça, mesmo que se concretize a abolição da divisão da carreira. E a situação é simples de explicar: uma vez que os titulares não puderam concorrer, pois muitos deles não tinham vagas para titulares nas escolas onde pretendiam ficar, foram ultrapassados por colegas com menor graduação profissional e que, pelo simples facto de não serem titulares, puderam concorrer e ocupar lugares de quadro que agora ficam, quiçá por longos anos, fechados de novo. E os titulares ficam mais longe dos locais que pretendiam, sendo ultrapassados, a todo o vapor, por colegas que, se todos pudessem ter concorrido, jamais teriam obtido colocação nessas vagas de quadro.
Magnífico, hein?
De onde se conclui que este modelo de avaliação, esta divisão da carreira, estas políticas educativas, já causaram males e injustiças irreparáveis. Vamos continuar até onde, sem premir na tecla RESET? É que, a meu ver, já basta o que basta!
Abraço
Novembro 16, 2009 at 7:50 pm
Eu e o Ilídio Trindade trabalhámos sózinhos que nem uns galegos para tornar público um dos maiores e mais ordinários escândalos a que assistimos e participámos na vida.
Indescritível.
O blog “Queixas de Professores” foi uma outra tentativa de informar, com situações documentadas, alertando para o que poderia vir a seguir caso as pessoas não tomassem consciência da maior fantochada a que assisti.
Não dá para explicar. Não dá.
Professores que tinham faltas registadas nos processos nas secretarias e “por magia” deixaram de ter em breves dias ou horas. Os tais cargos que nunca tiveram, arranjaram-se umas “actas” e uns “relatórios críticos”. Etc. Etc. Etc.
Creio que cada professor que participou nisto, a que apelido “tritolé- uma coisa do outro mundo”, tem um rol imenso e variado de ilegalidades grosseiras a relatar.
Tudo ilegal.
Tudo imoral.
…
Novembro 16, 2009 at 8:12 pm
Eu acho que anda por aqui muita confusão sobre esta matéria.
Mais uma vez ( … ) parece que não fica muito claro o que determinadas pessoas pensam sobre este assunto.
É evidente que preferiria que o modelo fosse SUSPENSO.
É óbvio que consideraria óptimo que NENHUM efeito fosse produzido, para o bem e para o mal, neste processo, ou seja, que ninguém fosse beneficiado ou prejudicado.
Mais:
……………………………….
– Caso não fique DESDE LOGO muito bem definido quais as alterações ao ECD e ao modelo de avaliação, ACHO QUE NÃO DEVEMOS CEDER EM ABSOLUTAMENTE NADA.
……………………………….
Mas vou tentar explicar o que para mim está em causa:
– SE para aceitarem a avalição de TODOS os professores neste biénio, para acabarem com esta divisão na carreira, com as quotas e com este pseudo-modelo de avaliação, tivermos que, EM TROCA, aceitar os Excelentes e Muito Bons de alguns, EU CÁ ACEITO A TROCA.
(Perdoem as maiúsculas mas não sei em comentários colocar o #$%#&&% do Negrito)
Sempre me ensinaram que quando numa NEGOCIAÇÃO uma das partes quer fazer um EXCELENTE negócio… é porque quer que a outra parte faça um MAU negócio.
– Consideram isso correcto?
Reparem:
– Se passamos anos a criticar a intransigência do anterior ministério… vamos agora querer agir da mesma forma?
– Já repararam quais foram os resultados da INTRANSIGÊNCIA de MLR?
– Já repararam que por não ter querido ceder… ELA PERDEU A SUA LUTA?!
– QUEREM ARRISCAR UM TUDO OU NADA, PROLONGANDO ALGO QUE DEVE ACABAR O MAIS DEPRESSA POSSÍVEL???
– E não sentem o “cheiro” de que O PROLONGAMENTO DESTA QUERELA PODERÁ BENEFICIAR MUITA “BOA” GENTE ( … ) MAS MENOS A NÓS, PROFESSORES???
Enfim.
Eu cá prefiro o pássaro na mão.
Eles que fiquem com as migalhas…
…
…
…
Novembro 16, 2009 at 8:23 pm
E eu a pensar que a imensa maioria dos docentes se tinha batido com coragem e bravura contra o indigno modelo de avaliação docente, ainda em vigor, contra a injusta e imoral divisão da carreira em duas faltas de categoria, contra a iníqua avaliação por pares…
Afinal, esses mesmos docentes também vão ter que lutar pela salvaguarda dos “direitos adquiridos” por quem se posicionou do outro lado da barricada…
Esta é, surpreendentemente, uma novidade de que a história nunca se lembrou, habituada como está na condenação da traição e dos traidores…
Isto é que é idealismo puro, ilusão pura, absurdo pragmático puro. Ou não será? Será que, afinal, os iludidos somos todos nós, ou quase todos?
O Ricardo, uma vez mais e como sempre, diz tudo o que há para dizer. E começam a clarificar-se posições no “campo de batalha”… bem como as “alianças” estabelecidas… como sempre, no segredo dos gabinetes…
Pragmaticamente, atacamos os nossos, dizendo defendê-los, em nome das alianças com o “inimigo”; pragmaticamente, fazemos tratados de paz com o inimigo ou até lhe prestamos bons serviços, atraiçoando aqueles que em nós confiaram e dizemos defender…
Reconhecimento e gratidão ao Ricardo. De quem não se deixa, facilmente, manipular ou enganar… Ou não se deixa ”ad aeternum”…
Por este andar, ainda vamos ver o Paulo a defender o retorno da anterior equipa ministerial…desde que saiba sorrir, ou só rir… 🙂 🙂 🙂
Em nome do pragmatismo e da salvaguarda dos “direitos adquiridos”… mesmo que não o sejam!…
Novembro 16, 2009 at 8:36 pm
Maurício,
Desculpa-me… mas “migalhas”?
Se contares isso aos contratados, que estiveram do lado certo da luta, eles te dirão o que acham dessas migalhas. Isto só para te dar um ponto de reflexão.
E repito de novo: sei bem que nas negociações tb é preciso ceder. A questão é que já cedemos tanto, tanto… e nisto não podemos mesmo ceder… sob pena de tudo aquilo que já referi acima e nem adianta insistir.
Eu não andei nem ando nesta luta para agora ficar feliz da vida com um pássaro da mão e os princípios na sarjeta. Até posso ficar só com um pássaro na mão, mas lutarei ATÉ AO FIM, por uma questão de dignidade, justiça e equidade! E só assim me sentirei bem comigo mesmo e com a minha consciência!
Grande abraço, Maurício.
Novembro 16, 2009 at 8:44 pm
Caro Maurício,
parece-me ridículo comparar a defesa de um mínimo de justiça com a intransigência de MLR e Sócrates. Devemos evitar a intransigência? Pois devemos, mas não subscrevendo a injustiça.
Continuo a dizer que não é negociável que um sistema iníquo perpetue as suas consequências para além da sua existência, na forma de bonificações para os Excelentes.
Novembro 16, 2009 at 8:48 pm
Descontando a aberração que foi o concurso para titular, acho (no campo dos princípios ideais) menos injusta a divisão da carreira em duas do que manter as benesses das classificações atribuídas nas circunstâncias em que o foram.
Entre uma carreira dividida mas com regras justas de acesso, e a manutenção dos efeitos da actual avaliação, eu não duvidava em escolher a primeira.
Novembro 16, 2009 at 9:00 pm
# 69
Não diga disparates.
Please.
Novembro 16, 2009 at 9:06 pm
Para quem lambe melhor cus é bem evidente que a 2ª é muito melhor..resta saber se a língua aguenta tanta botão de rosa…
Novembro 16, 2009 at 9:12 pm
graçolas de oportunidade
Francisco Louçã também já tem uma biografia autorizada. Chama-se “A ovelha de ouro do BE”.
http://www.31daarmada.blogs.sapo.pt/3445775.html
O amigo “Jaquim” via amigo “marcelino”
http://www.dn.sapo.pt/cartaz/livros/interior.aspx?content_id=1422091
Novembro 16, 2009 at 9:13 pm
ética republicana
Para Mário Soares, o caso “Face Oculta” é, politicamente, um «problema comezinho».
Claro que é: suspeitas de crime de atentado contra o Estado de Direito, de manipulação de concursos públicos, de corrupção e tráfico de influências, etc…
Uma reacção que não surpreende. Aliás, como não considerar os alegados honorários de 10 mil euros muito, mas mesmo muito comezinhos?
http://www.31daarmada.blogs.sapo.pt/3445371.html
Novembro 16, 2009 at 9:14 pm
# 71
Pois.
É uma questão de aptidão para lamber cús!
Novembro 16, 2009 at 9:17 pm
Só conheço o Ricardo de algumas intervenções em manifs, mas se ele é radical eu devo ser “bombista”…..
Não me revejo naquilo que chamarei os “pudores” do Paulo. A falta de algum radicalismo da parte dos profs é que nos colocou a todos na situação em que nos encontramos.
Novembro 16, 2009 at 9:17 pm
Maurício Brito # 65
Muito bem.
É óbvio.
Novembro 16, 2009 at 9:18 pm
Ricardo Silva,#52 – Concordo a 100% com a sua maneira de ver estas questões.
Novembro 16, 2009 at 9:26 pm
Sejamos então formais
Será respeitar o formalismo manter nas funções de ministro, ainda por cima ministro da Economia pasta que movimenta milhões e por onde passam inúmeros contactos empresariais, alguém que define investigações a casos de corrupção como “pura espionagem política”?
http://www.blasfemias.net/2009/11/16/sejamos-entao-formais/
Novembro 16, 2009 at 10:12 pm
Caro Ricardo,
Sei que compreendeste o que quis dizer com migalhas.
Como também sei que sabes ( 😉 ) que nem todos os contratados estiveram “do lado certo” da luta, apesar de compreender que a realidade deles era bastante mais “especial”.
O que eu penso é que querermos TUDO poderá criar um impasse nada benéfico.
Até porque, cheira-me (admito que poderei estar meio constipado…), há muita gente interessada em que esta luta continue por “mais algum tempo”.
– E a minha opinião é a de que devemos resolver isto o mais rapidamente possível.
Se conseguirmos ganhar em todas as frentes?
– Óptimo, fico satisfeitíssimo.
Mas se o quadro for continuar a lutar até cederem em tudo sem termos a noção de quando isto acaba…
Volto a lembrar apenas mais um aspecto, que já referi acima:
– Os professores que decidiram optar pelo “pack completo” – e repara que muitos o fizeram DISCORDANDO do modelo mas pensando ser a forma mais adequada de lutar contra o monstro, ou seja, demonstrando a sua inexequibilidade – tiveram tanta “culpa” da má legislação criada como nós que não a aceitamos.
E, é minha opinião e perdoem-me os mais “fervorosos indignados”, eu acho que eles têm o direito de ser avaliados pelo sistema em vigor.
Já o disse: prefiro que o monstro morra.
– Prefiro que ganhemos “da mesma forma” que tu, Ricardo.
Mas eu quero isto rápido.
Porque, posso estar enganado, estão para chegar uns rebuçados que vão abrir o apetite a muita gente…
…
…
…
Forte abraço, Ricardo!
😉
Caríssimo João Oliveira,
Eu ia responder ao teu comentário #68, mas depois de ler o #69, fiquei-assim-meio-que-a-modos-de-sem-vontade-nenhuma…
😯
Novembro 16, 2009 at 10:26 pm
É pena… opiniões são opiniões, nada mais.
Novembro 16, 2009 at 11:10 pm
Maurício,
Sei muito bem que alguns contratados “roeram a corda”. Na minha escola apenas duas colegas pediram aulas assistidas. Duas contratadas. Mas muitas outras resistiram e até houve uma que não entregou OI de todo (sendo que muitos contratados apenas entregaram o documento proposto pelos movimentos). Grande Maria João, prof. de Educação Física, mulher do Norte, onde quer que estejas a dar aulas este ano, aqui fica aquele abraço.
Maurício, é exactamente por isto que se torna ainda mais imperioso que o chico-espertismo não dê lucro. Em defesa de todos os outros contratados que foram à luta recusando-se a participar na farsa e que não podem agora ser ultrapassados, nos concursos, por aqueles que aproveitaram, de forma oportunista, as quotas deixadas vagas por quem esteve do lado certo.
Quanto à estratégia de pedir aulas assistidas como forma de demonstrar a inexiquibilidade do modelo, vais desculpar-me, nunca concordei com ela, e essa sim, demonstra uma grande ingenuidade (ou uma outra forma de oportunismo) pois todos sabemos muito bem como as escolas conseguiriam de forma atamancada e em cima do joelho, se necessário fosse, avaliar toda a gente e mais alguma. E este modelo, como bem se percebe, foi todo montado para que isso acontecesse.
Abraço
P.S. Notícia de última hora: vamos ver se no dia 18 e 19 haverá projectos de resolução para serem votados no Parlamento. Nada que eu não tivesse previsto a semana passada num comentário que fiz aqui no Umbigo, onde previa um verdadeiro e surreal golpe de teatro no Parlamento. Dito e feito!
Não há dúvida que os foguetões têm uma força do caraças. Espero é que não se enganem no caminho, ou errem o alvo.
Novembro 16, 2009 at 11:11 pm
Correcção: em vez de 18 e 19 deve ler-se 19 e 20!
Novembro 16, 2009 at 11:14 pm
Outra correcção: inexequibilidade é que está correcto 🙂
Novembro 16, 2009 at 11:17 pm
#66,
O que posso dizer?
Que não escondo o que penso?Que defendo as minhas posições e não as mais “populares”?
Que estou interessado em que isto se resolva e não em fazer ajustes de contas?
OK.
Não sou um “puro”, nunca o serei, porque é dessa massa que se faz o fanatismo em muitas situações, que não a do Ricardo Silva.
E aqui faço o elogio público: posso discordar das posições, tácticas ou estratégias do Ricardo, mas ele sempre foi de uma total lisura de processos comigo e eu penso que sou franco e leal nas minhas discordâncias com ele.
Não se passa o mesmo com toda a gente.
Novembro 16, 2009 at 11:29 pm
A indefinição é mãe de muito disparate. Mãe incógnita.
Novembro 17, 2009 at 12:05 am
#84, Paulo
Abraço e siga a luta. Cada um afirmando e defendendo, com frontalidade, aquilo em que acredita, em cada momento, como é normal e natural.
Novembro 17, 2009 at 12:14 am
Cuidado para amanhã, Ricardo, os tipos têm medo que lhes caia um muro em cima. Usa isso.
Novembro 17, 2009 at 12:42 am
Fafe,
Eu nunca preparo nada, chego ao local, ouço, observo e, em tempo, pergunto ou declaro. Hei-de morrer assim, radical e tresmalhado até ao tutano 🙂