O Ricardo diz que não quer ser tomado por radical. Não acho que seja o caso. Quanto muito ingénuo ou idealista. Fica-lhe bem e ainda bem que há pessoal assim. Em especial se depois não se queixarem do idealismo e das suas consequências.

É verdade que seria bom que o modelo de ADD caísse por completo e já. Mas isso não será assim, mesmo se é possível que parte do que não cai agora, venha a cair mais tarde.

Mas há algo muito importante que o Ricardo esquece, mesmo se não viesse a ser problema dele e dos movimentos. Com classiicações já atribuídas e validadas, quem teve Excelente e Muito Bom estaria em condições de contestar juridicamente a obtenção de tais classificações. E como muitos são sindicalizados – aposto que a maioria – iriam fazer  com que os sindicatos entrassem numa guerra jurídica com o ME, do lado exactamente daqueles que, nas negociações, teria entalado.

E isto seria ridículo não apenas para os sindicatos, mas para todos nós.

E volto a afirmar, esta sanha anti-Xalentes cheira-me a algo estranho, em especial quando ainda nada está claramente garantido.

Há quem queira a Lua, sem ter sequer um foguetão.

As guerras não se ganham apenas com gente a atirar-se de cabeça para a frente. Também com quem acautela as condições da paz.

O Tratado de Versalhes acabou com uma guerra, mas a médio prazo começou outra bem mais sangrenta.

Mas isto é uma opinião certamente marcada por um olhar histórico.

Chamem-lhe pragmático, estratega, o que quiserem