Adoro quando o boletim oficioso do ME se excita com as novidades. Neste caso é com os virtuais efeitos do Estatuto do Aluno:

Alunos faltam muito menos

O número de faltas, justificadas e injustificadas, dos alunos do 3.º ciclo do ensino básico, correspondente aos 7.º, 8.º e 9.º anos, e do ensino secundário baixou de forma acentuada no primeiro período deste ano lectivo em termos homólogos, isto é, quando comparado com o mesmo período do ano lectivo anterior, revela um inquérito conduzido pelo Ministério da Educação sobre a aplicação do Estatuto do Aluno.

Isto é divertido porque ainda há não muito tempo o Pai da Nação se gabava de ter sido o primeiro a criticar o Estatuto do Aluno. Mas agora já dá jeito dizer o contrário.

Mas mais divertido ainda é perceber que, se afastarmos o nevoeiro propagandístico, descobrimos que – afinal – quer os alunos do 3º CEB, quer os do Secundário, apenas passaram a dar menos 1 falta injustificada por ano, de 6,1 para 5 e de 5,3 para 4,3, respectivamente.

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Claro que quando se trata disto em números absolutos, sem explicar que é preciso fazer o ratio por aluno, a diminuição parece muito grande e é isso que se usa para colocar à frente dos olhos dos pategos que somos todos nós.

Mais ridículo é notar que, no caso do Secundário, a diminuição do nº de faltas injustificadas por aluno foi maior antes da entrada em vigor do Estatuto do Aluno (de 6,5 para 5,3) do que depois (de 5,3 para 4,3).

Mas lá vamos nós cantando e rindo, só ficando por saber se a tranche do primeiro trimestre já saiu em Diário da República ou não.