Requerimento
Os professores do Agrupamento de Escolas do Concelho da Vila do Bispo reunidos em Plenário no dia 21 de Outubro de 2008, pelas 18 horas, consideram o seguinte, tendo em conta o desenrolar do processo de avaliação do desempenho:
Todos os professores apoiam uma avaliação de desempenho que sirva para a efectiva melhoria das aprendizagens dos alunos e para uma verdadeira valorização do seu trabalho de professores e educadores – o que não acontece com o presente modelo.
Todos os professores consideram que os resultados dos seus alunos não dependem exclusivamente do trabalho individual de cada professor, ainda que dedicado e persistente mas, e também, do conselho de turma (tal como preconiza a legislação em vigor) e sobretudo do contexto económico, social e cultural de cada aluno.
Os professores avaliadores não sentem legitimidade científica e pedagógica para procederem à avaliação do trabalho dos seus pares, atendendo à diversidade disciplinar criada pelos novos mega departamentos e à falta da respectiva formação em supervisão pedagógica.
Os professores estão de tal maneira submergidos no processo de avaliação, que se encontram sem tempo para se dedicarem aos seus alunos como antes, embora trabalhando muitas mais horas que as 35h de lei, sem qualquer reconhecimento salarial ou profissional.
A componente de trabalho individual dos professores deixa muito pouco tempo para a preparação das aulas e restantes tarefas dirigidas aos alunos. A obrigatoriedade de permanência na escola durante muitas horas semanais, em condições precárias de trabalho, impede que as tarefas mais importantes dos professores sejam feitas de forma eficaz.
Os professores consideram que o ME não cumpriu a sua parte neste processo, já que, entre outros factos, não conseguiu pôr no terreno os necessários inspectores para a avaliação dos coordenadores, tal como preconizou.
Os professores consideram pois necessário um tempo de preparação, reflexão e esclarecimento das seguintes dúvidas:
Como é possível começar a avaliar se a formação ainda não terminou ou em muitos casos começou sequer ?
Como é possível avaliar cientificamente professores de áreas diferentes do avaliador ?
Devem, sim ou não, ser incluídos indicadores de medida na definição dos objectivos individuais ?
Como é que os objectivos de acordo com a lei, podem ser “referência essencial” na classificação dos professores ?
Como é que os professores podem avaliar imparcialmente os seus alunos, quando são parte interessada nessa avaliação, nos termos do Código de Procedimento Administrativo?
Porque é que a avaliação externa influencia a avaliação de desempenho, quando apenas algumas disciplinas e ciclos são sujeitas a exame ou prova nacional ?
Como gerir os elementos não observáveis na observação de aulas ?
Como se avalia a relação com a comunidade ?
Como se pode avaliar doze colegas de departamento quando o avaliador apenas dispõe de três horas lectivas no seu horário de trabalho ?
Como é que um avaliador que já cumpre horário em duas partes do dia, manhã e tarde, vai avaliar colegas que apenas leccionam à noite ?
Não havendo tempo para cumprir todas as tarefas de professor e avaliado ou avaliador, o que é prioritário, as tarefas dirigidas aos alunos ou as da avaliação ?
Como é que a classificação, de acordo com as recentes intenções manifestadas pelo ME em matérias de concurso docente, pode vir a condicionar a graduação profissional ?
Como é que um processo que se pretende comum a todos os professores pode assumir carácter tão diverso de escola para escola ?
Como é que uma educadora não titular, mas em situação de equiparada a titular, pode avaliar uma colega titular de um Conselho Executivo, órgão que também tem a incumbência de a avaliar a ela ?
Os professores requerem pois a suspensão do processo de avaliação do desempenho docente até verem esclarecidas todas as dúvidas acima mencionadas, pela incapacidade de todos em continuarem a ser professores e executores deste processo sem grave prejuízo das suas tarefas mais importantes e relevantes.
Fonte: A Sinistra Ministra
Outubro 27, 2008 at 7:56 pm
Parabéns!
Outubro 27, 2008 at 8:11 pm
Aqui está mais um bom exemplo para o Algarve.
Anda tudo a fazer-se a Director? Ou…
Outubro 27, 2008 at 8:17 pm
como vai este país…os professores na Escola Seecundária de Tavira assinaram uma moção de censura sobre a avaliação e o Presidente do Conselho Executivo, que é o mesmo do Conselho Pedagógico, não a leu afirmando que não fazia parte da ordem de trabalhos do mesmo. SIC Ele há braços do governo em todo o lado
Outubro 27, 2008 at 8:25 pm
Quem sabe, talvez não a tenha lido por impossibilidade crítica das Novas Oportunidades e não querer fazer má figura, o que seria uma vergonha?
Há CE’s assim, tal como engenheiros de chafarica.
Outubro 27, 2008 at 8:32 pm
#3 silenciado
nem imaginas a quantidade de braços, é um hidra…do governo.
Aqui, ptm, os pce´s são quase todos do governo…anda tudo a concorrer a Director.
Outubro 27, 2008 at 8:33 pm
silenciado,
na minha escola a situação foi idêntica: as moções foram deixadas pros “Outros assuntos”, no último CP. Dado o adiantado da hora…, etc, etc,…
O PCE é também o Presidente do CP, claro.
Outubro 27, 2008 at 8:37 pm
gata escondida e raiva
tá tudo vendido ou a vender-se são os aumentos previstos no orçamento de estado para este ano para os conelhos executivos bahhhhh sic
Outubro 27, 2008 at 8:37 pm
sim conelhos executivos…o erro nas teclas até foi bem
Outubro 27, 2008 at 8:43 pm
Os poucos que não pertencem a esta Hidra, fazem o jogo com medo da DREA.
Sem se implantar um Governo Nazi ou Fascista, estamos todos a caminhar , cantando e rindo para um Totalitarismo medonho, onde impera a lavagem Cerebral, a propaganda e a divisão entre as pessoas.
Outubro 27, 2008 at 8:45 pm
abraço para todos vou jantar já fiz a minha catarse por hoje
Outubro 27, 2008 at 11:39 pm
Venho sempre que posso aqui saber novidades. Entretanto vou fazendo o que posso para alimentar a chama, no meu blogue e na escola. As coisas estão a aquecer. Tenho esperança que na devida altura estejamos unidos. Temos de pensar no nosso grande objectivo e não pensar em mágoas passadas que a devido tempo, com certeza, serão resolvidas. Agora a hora é de luta!
Obrigada por me manter sempre informada!
Outubro 28, 2008 at 12:42 am
“Muito mais é o que nos une
Que aquilo que nos separa”
Rui Veloso
Mário
Outubro 29, 2008 at 6:08 pm
Essa de que os CE são todos iguais para o mal é um absurdo. Não me revejo naquilo que alguns idiotas tentam fazer passar.
(Resistências)