A colega Isabel Guerreiro enviou-me a peça do Público de ontem sobre este tema (clicar para aceder à imagem e aumentar) e uma proposta, em forma de desafio, que espero divulgar ainda hoje, acerca da possibilidade de, partindo da blogosfera, se alargar um debate público sobre o tema que saia dos gabinetes e envolva muitos dos mais interessados pelas mudanças anunciadas.
Contactei desde já alguns colegas (docentes, autores de blogues) no sentido de saber a opinião de cada um sobre a possibilidade de fazer tal iniciativa no curto espaço de tempo que temos e com as magras disponibilidades que sobram depois do nosso trabalho quotidiano. E em que modalidade o fazer: apenas na blogosfera, com um suporte físico numa reunião ou numa rede de encontros regionais/locais. E com que protagonistas: apenas docentes, convidando outras personalidades, etc, etc.
Dezembro 31, 2007 at 2:11 pm
Existindo uma reunião ou conversa aberta sobre o tema (mais que não seja para reunir a opinião de todos os afectados: Professores, pais e até alunos), convém que se retire algo para publicar e manter o debate.
Pode ser só uma lista de preocupações ou dúvidas gerais. É o suficiente para que os esforços não caiam em saco roto.
Acho que o único problema é mesmo conseguir divulgar e esclarecer as pessoas num curto espaço de tempo.
Dezembro 31, 2007 at 2:34 pm
Por aqui neva. Bonito!
Acho uma óptima IDEIA o alargamento do debate. Esperemos é q n fique só por aqui. Existe uma tendência inata para botarmos cá para fora só paleio… das poucas coisas q temos com fartura (CULTURAS que se expandiram).
Dezembro 31, 2007 at 2:44 pm
Força, Paulo! Em frente com todas as iniciativas possíveis!
Por agora digo só isto, deixemos passar as “festas” de Ano Novo.
Dezembro 31, 2007 at 3:05 pm
Caro Paulo
Reunir os professores para debater o que nos anda a acontecer e, quiçá, para lançar um movimento um pouco mais alargado – e que não se resuma apenas à questão do novo modelo de gestão escolar – é coisa que eu e um grupo de amigos andamos a tentar fazer. Por enquanto falta-nos uma coisa tão elementar como o espaço, pelo menos na zona de Lisboa (fora, até se arranja). Por isso a tua ideia é bem vinda e, de resto, pensámos sempre nos “blogueiros” como elementos essenciais de uma tal iniciativa. Agora só falta entrarmos em contacto. Que tal para depois dos últimos estertores das festas?
Dezembro 31, 2007 at 3:15 pm
Os Blogues Geopedrados, XadrezLeiria, AstroLeiria, GeoLeiria e Ciências Correia Mateus publicaram este post, citando origem e autor. Ficamos à espera de desenvolvimentos…
Dezembro 31, 2007 at 5:34 pm
Quanto ao novo modelo de gestão depois de ler este texto no Terrear de J.Matias Alves de uma PCE, começo a ter algumas reservas às alterações propostas, aqui fica o link:
http://terrear.blogspot.com/2007/12/do-governo-das-escolas-uma-anlise-que.html
Dezembro 31, 2007 at 5:36 pm
Obrigado a quem já se manifestou.
O espaço, com jeitinho, até se poderá arranjar.
Vou tentar saber se em Lisboa algo seria possível em espaço adequado e não pago.
😉
E aberto a todos os “leitores”, porque seria interessante ver ao vivo e a cores as opiniões que têm e não apenas as contra-opiniões.
Janeiro 1, 2008 at 8:40 am
Bom ano novo, para o Paulo Guinote e tod@s
Posição pessoal sobre a gestão e autonomia das escolas:
Estas e outras questões apenas se podem combater verdadeiramente se tivermos
um instrumento nosso.
Ora, como instrumentos, já se vê que não servem:
– nem os sindicatos que temos pois o estado de coisas a que se chegou é prova provada da sua incapacidade,
– nem os partidos, os responsáveis ou das políticas governativas, ou de fazerem dos sindicatos nuns apêndices do Estado.
De facto, eu repudio, não apenas este modelo de gestão que se quer impor, como também o
anterior.
Ambos são estruturalmente anti-democráticos, são desenhados para estratificar a escola em «corpos», para impedir uma auto-gestão, tanto administrativa como pedagógica.
A auto-gestão pedagógica, que tem de ir de par com um certo grau de auto-gestão administrativa, é uma componente essencial de um projecto verdadeiramente pedagógico.
A Escola Pública (EP) é confundida com Escola do Estado (EE).
Porém, não é necessariamente assim: a escola poderia ser vista como espaço público (EP), ou seja, em que há igualdade real de oportunidades e auto-gestão pedagógica, sem que seja estatal, necessariamente.
A verdadeira liberdade de ensinar e aprender implica distância em relação ao Estado:
– este, através dos seus órgãos de governo (as Autarquias são Estado, tal como o Ministério da Educação) não se deve ingerir no quotidiano das escolas.
A autonomia apenas será efectiva, na prática, quando houver atribuição de verba calculada objectivamente, que cubra as necessidades reais de uma dada escola. Que essa verba seja encaminhada directamente pelo Estado Central ou Autárquico, pouco importa.
Agora, o que importa, é que dentro das escolas haja um espírito de equipa, um espírito pedagógico.
Qualquer pedagogia implica o princípio da igualdade. É uma troca. É um acto de amor (amor, no sentido de «amor – agapê»).
Quase não há pedagogia possível, nas escolas, devido ao modelo instituído, assim como pela mentalidade instilada nos seus intervenientes.
Apenas serão criadas condições mínimas para uma actuação pedagógica, se desenvolvermos um sentido crítico e auto-crítico agudo: isso também é parte do sentido pedagógico, com um mínimo de consciência e maturidade.
————
A realização de um tal debate poderia ser numa escola, talvez da capital ou arredores, por facilidade de transportes.
A preparação desse debate deveria ser rápida, para ser – eventualmente – o ponto de partida de acções.
Janeiro 1, 2008 at 8:45 pm
Contem comigo.
Janeiro 4, 2008 at 12:28 pm
…
De entre o universo de gente da minha sala de docentes é preocupante que sejam apenas os professores a manifestarem-se…
E pela razão que procuro, são menos a cada dia…
Valerá a pena lutar com as palavras que soam ocas aos altos de um punhado de cavaleiros?…
Penso que sim!
Aos passos leves cada vez mais pesados…
Ao andar lento sempre mais rápido…
Devemo-nos mais que reuniões…
Embora lhes permita um sorriso como um princípio…
Urge uma força extraordinária… Criar novos caminhos…
Lastimo a nossa queda… e a falência de tantos…
Mas nunca é alguma coisa chorar…
…
Janeiro 4, 2008 at 12:34 pm
A maior parte com quem falei viu um recorte de jornal no placard e ouviu o discurso do Sócrates.
Acho que ninguém leu sequer o projecto de decreto.
Janeiro 5, 2008 at 12:08 pm
O Ministério da Educação na sua santa incompetência teima em ignorar que a razão principal dos problemas do nosso ensino escolar, causadora de todos os outros problemas, é um paradigma viciado, que foi imposto a este sistema pelo mesmo Ministério, quando há 30 anos prescindiu-se de desenvolver as capacidades de memorização dos alunos. Este paradigma ridículo está a ser reforçado nos seus efeitos nefastos pelo método global de ensino de leitura, que deixa mais de metade dos alunos sem capacidade efectiva de ler.
Estes assuntos estão discutidos em mais pormenor no nosso blog, onde igualmente propusemos as medidas que permitam reconstruir o ensino escolar.
Comparados com este disparate pedagógico monumental, todos os outros factores são manifestamente secundários, incluindo os modelos de gestão escolar.