Os alunos do Ensino Básico fazem exames de Português com uma maioria de questões de resposta múltipla no âmbito dos chamados “itens de selecção” que também incluem “associação”, “ordenação” ou “completamento” mais as chamadas questões de resposta curta ou restrita e depois querem que a ortografia e sintaxe sejam determinantes seja no que for?

A sério, sério, sério?

Ainda não perceberam que a cultura do “sucesso” e os modernismos pedagógicos levaram a classificar como retrógrados os gajos que, como eu, recusam aceitar um teste em que @ alun@ nem o rai’s parta do nome sabe grafar sem erros?

É só confirmar na recente informação-exame do enorme Iavé para o 9º ano.

E mesmo a alegada “resposta extensa” que vale 30 pontos (a velhinha composição ou vetusta redacção) só em alguns dos critérios de classificação tem em consideração a sintaxe e a ortografia.

A sério, sério, sério!

Não é nada fora do normal conseguir-se um B/Bom/nível 4 sem distinguir uma vírgula de um camelo. Basta fazer cruzinhas, preencher espaços e dar uma ideia geral que se percebeu as instruções para a “produção escrita”.

E depois querem milagres?

Na loja dos 300?

É que os chumbos estão caros e os trabalhos de casa são uma chatice, as cópias um arcaísmo e os ditados uma verdadeira sobrevivência do Paleolítico Pedagógico que destrói a criatividade infantil e impõe regras e uma disciplina que atrofiam a dimensão lúdica da aprendizagem.

E há imensos psico-pedagogos a defender isso mesmo e eu acho bem, mas depois aguentem-se que na Faculdade dizem que a culpa não é deles e que não são obrigados a ensinar seja quem for a escrever.

No dia em que quiserem fazer qualquer coisa a sério, sem ser demagogia e coreografia baseada em remendos, acordem-me.

Sleepy