Num país de pequena dimensão, em que o poder local está longe de se reger por regras de transparência e em que a conversa do “centralismo” é uma falácia e um paradoxo, pois fecharam-se as delegações locais e de proximidade (CAE) do Ministério da Educação, em vez de aprofundar esses mecanismos de verdadeira descentralização administrativa.

Ouvir e ler alguns autarcas sobre este tema é um mergulho imenso numa escassez gritante de ideias e num exercício injustificado de auto-elogio.

Há outros que conseguem fazer sentido, com quem é possível dialogar para além dos chavões da “proximidade” e dos “provas dadas”, mas são as excepções.

A verdade é que já existem mecanismos locais que permitiriam a articulação de uma parte das políticas educativas, mas a maior parte das autarquias usa-os de forma meramente instrumental ou ineficaz (Conselhos Municipais de Educação e Conselhos Gerais). E em vez de apoiarem as escolas, preferem retirar-lhes competências e autonomia.

It just sucks.

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Expresso, 10 de Janeiro de 2015