25 de Abril, 40 anos depois…
2. A Guerra Colonial e a Descolonização
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A guerra colonial poderia, com mais tempo, ser ganha militarmente?
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Nenhuma guerra com as características da que foi travada nas colónias africanas de Portugal foi alguma vez ganha, mesmo por países europeus com muito mais recursos militares, demográficos e económicos, como foi o caso da França, Espanha, Bélgica ou Reino Unido. Todos estes países acabaram por negociar e conceder a independência às colónias africanas que ainda detinham nas décadas de 50 e 60 do século passado.
No caso português, o que as forças armadas poderiam fazer, e fizeram-no, foi aguentar militarmente a situação de forma a ganhar tempo e margem de manobra para o governo encontrar uma solução política. Algo que o Estado Novo se recusou obstinadamente a fazer, respondendo à cada vez mais grave situação militar nas colónias à maneira das campanhas de pacificação dos finais do século XIX. Assim sendo, o que é espantoso não é a perda do império africano em 1974-75, é o facto de Portugal ter conseguido conservá-lo durante tanto tempo.
Das três colónias portuguesas, a Guiné era claramente, em 1974, um caso perdido. A utilização de mísseis terra-ar por parte do PAIGC retirou aos Portugueses a supremacia aérea e forçou a retirada das forças portuguesas de uma vasta parte do território que já não conseguiam controlar. A independência guineense tinha sido unilateralmente declarada no ano anterior, de imediato reconhecida por mais de 80 países.
Em Moçambique, a desmoralização das tropas portuguesas perante o fracasso das principais operações militares com que se procurou conter a Frelimo e cortar as linhas de apoio de países vizinhos, bem como o crescente à-vontade com que os guerrilheiros se movimentavam pelo território, atacando alvos militares e civis, tornavam a derrota militar inevitável num futuro próximo.
Onde, do ponto de vista estritamente militar, Portugal se encontrava numa posição mais sólida era no vasto território angolano. Paradoxalmente, o facto de existirem não um, mas três movimentos independentistas, favorecia as posições portuguesas, pois os três exércitos de libertação, além de lutarem contra os portugueses, também combatiam entre si. Mas mesmo aqui a conquista da independência, tendo em conta os interesses geoestratégicos em jogo e o envolvimento das grandes potências no apoio aos diferentes movimentos independentistas, era apenas uma questão de tempo.
Uma “descolonização exemplar” teria sido possível?
Talvez, se tivesse sido feita muito mais cedo, antes de os movimentos independentistas nas colónias terem sido empurrados para a luta armada pela absoluta intransigência do governo português em estabelecer qualquer tipo de diálogo ou negociação.
Nos anos 50 e 60 seria possível negociar uma autonomização progressiva dos territórios até à completa independência, com salvaguarda dos interesses dos colonos e dos investimentos portugueses e a participação progressiva das elites africanas na gestão política e administrativa dos territórios.
Seria a oportunidade histórica para comprovar as teses sobre o carácter intrinsecamente diferente do colonialismo português, da portugalidade multirracial que eventualmente se preservaria mesmo após o fim do domínio político directo sobre as “províncias ultramarinas”. Mas seria também pedir de mais, convenhamos, a uma ditadura retrógrada e conservadora e a um ditador que, nunca tendo visto mundo, era incapaz de perceber as voltas que esse mesmo mundo deu depois da II Guerra Mundial.
Em 1974, depois de uma guerra colonial em três frentes que levava mais de uma década, a única legitimidade que os movimentos de libertação reconhecem é a das posições conquistadas à custa de incontáveis mortos e feridos e imenso sofrimento humano. E as tropas portuguesas no terreno mais não pretendem do que regressar rapidamente à metrópole, onde as condições políticas também não permitiam o envio de novos contingentes para as colónias em substituição dos que voltavam.
Em 1974/75 fez-se a descolonização possível, em circunstâncias extremamente adversas. Em boa verdade, não há descolonizações exemplares, desde logo porque as colonizações também nunca o foram…
Abril 22, 2014 at 2:46 pm
Não eram apenas os mísseis terra-ar, eram também e principalmente os 122 que estavam a causar grandes estragos. E não eram apenas na Guiné, eram também em Moçambique, especialmente em Cabo Delgado e Tete. Qualquer destas armas eram armas de transporte rápido que não precisava de grande estrutura de apoio.
Abril 22, 2014 at 3:57 pm
A maioria das abordagens à Revolução do 25 de Abril e aos seus aspectos mais relevantes, como é a Descolonização, incorre num erro básico, que compromete a análise: ignora ou negligencia o carácter dialéctico da Revolução, ou seja, a sua processualidade e complexidade intrínsecas (próprias do devir histórico), que envolve múltiplos factores interagindo entre si e condicionando-se desse modo reciprocamente (políticos, sociais, económicos, culturais, militares, individuais e de facção, e mesmo aqueles que a transcendem, como os geoestratégicos).
Por exemplo, distinguir o golpe militar da revolução popular, no sentido de saber qual deles foi (mais) importante ou decisivo para implantar a democracia (“O Acontecimento”), é perder de vista o facto fundamental que as composições e dinâmicas de um e de outro se cruzaram, entretecerem e potenciaram mutuamente, engendrando uma causalidade complexa e multívoca – a que aquilo que, justamente, designamos por PREC configurou activamente e deu expressão histórica (o acontecer do Acontecimento). Não há, de um lado, a “Revolução Pura e Genuína” e, do outro, o PREC, “desvio ou deturpação esquerdista”. Isto não passa de uma abstração ou falsificação histórica e de um embuste ideológico. A Revolução, a única que houve, engloba o PREC e a Descolonização nos seus processos imanentes, nas suas diversas vicissitudes, nos seus altos e baixos, nunca lineares ou absolutos. O que “veio depois”, com o de resto em qualquer Revolução, é que confere conteúdo, sentido e legitimidade a esta. Se o que veio a seguir não fosse a democracia (e podia não ter sido…) e a instituição de um regime constitucional que estabeleceu as bases de uma democracia representativa, pluralista, a Revolução do 25 de Abril, muito provavelmente teria sido um pesadelo e a Descolonização outro se calhar maior…
Denunciar simplesmente os “desastres da Descolonização” por contraste com uma putativa “Descolonização Exemplar” é, em primeiro lugar, ignorar ou fazer por ignorar as circunstâncias históricas e políticas objectivas com que se defrontavam os actores no terreno, não as que se queriam que existissem, como por exemplo força militar no terreno que desse, da retaguarda, força e capacidade negocial aos nosso representantes dos governos provisórios (só se negoceia com quem se reconhece força – e as nossas tropas estavam enfraquecidas e em muitos casos já em debandada ou desmobilizadas), como também cobertura internacional, pois o Estado Novo, pela sua teimosia e cegueira político-ideológica, deixou que nos encostassem à parede, tornando-nos presa fácil – por termos o papel odioso dos “últimos colonizadores” perante a consciência internacional – dos jogos de interesse das superpotências.
Depois, há ainda a acrescentar a isso a perspectiva repassada e inquinada de ressentimentos daqueles que, de uma forma ou de outra, sentiram esse acontecimento como o Trauma das suas vidas, o que, se nalguns casos é compreensível (por humano), noutros traz de mistura a recuperação ou mesmo glorificação dos valores do ideário colonial-fascista.
Abril 22, 2014 at 4:38 pm
Muito obrigada ao António Duarte pelas suas análises sobre o 25 de abril de 74, que compartilho e ao Paulo Guinote por abrir este seu espaço, como é frequente.
Compartilho tb o comentário 2, do Farpas.
Abril 22, 2014 at 5:22 pm
[…] Uma “descolonização exemplar” teria sido possível? […]
Abril 22, 2014 at 7:34 pm
O mito (!) de que “em 1974/75 se fez a descolonização possível” mantém um vigor assinalável.
Abril 22, 2014 at 8:51 pm
#5
E poderia fazer-se ou ter-se feito a “descolonização impossível”?
À posteriori, e em abstracto, todas as soluções parecem possíveis, outras potências ou possibilidades se poderiam ter actualizado ou concretizado. Mas naquelas condições concretas, históricas, políticas, militares, geoestratégicas (não nas que supomos ou desejaríamos), que descolonização substancialmente diferente da que ocorreu poderia ter sido levada avante?
Já agora, para nossa ilustração póstuma, para não ficarmos “meio vazios” de ignorância, que outra(s) descolonização(ões) se poderia(m) ter feito naquele contexto real? O que é que “o mago da história” teria que fazer ou ter feito para inflectir as circunstâncias, perante que “tribunal da razão” (ou será ideológico?…) teria que fazer comparecer os acontecimentos e actores?
O “anjo da história”, esse, sabia-o Benjamin…
“Há um quadro de Klee intitulado Angelus Novus. Representa um anjo que parece preparar-se para se afastar de qualquer coisa que olha fixamente. Temos olhos esbugalhados, a boca escancarada e as asas abertas. O anjo da história deve ter este aspecto. Voltou o rosto para o passado. A cadeia de factos que aparece diante dos nossos olhos é para ele uma catástrofe sem fim, que incessantemente acumula ruínas sobre ruínas e lhas lança aos pés.
Ele gostaria de parar para acordar os mortos e reconstituir, a partir dos seus fragmentos, aquilo que foi destruído. Mas do paraíso sopra um vendaval que se enrodilha nas suas asas, e que é tão forte que o anjo já as não consegue fechar. Este vendaval arrasta- o imparavelmente para o futuro, a que ele volta costas, enquanto o monte de ruínas à sua frente cresce até ao céu. Aquilo a que chamamos o progresso é este vendaval.”.
Mitos…
Abril 22, 2014 at 9:00 pm
A historia consagrou o MPLA como um verdadeiro herdeiro do espírito de Abril, e a sua liderança é um belo exemplo de como a descolonização funcionou de acordo com o projectado por mentes brilhantes que lideraram o PREC.
Abril 22, 2014 at 9:19 pm
Podemos dizer que a colonização não foi exemplar.
Abril 22, 2014 at 9:27 pm
#7
A entrega do poder total ao MPLA depois de ter sido acordada a partilha entre os três movimentos nos acordos de Alvor é um belo exemplo, isso sim, do que foi a descolonização possível naquele contexto. Ou de como o possível e viável ficou muito aquém do idealmente desejável.
O que restava da autoridade portuguesa estava em Luanda, e tendo tido o MPLA a capacidade de expulsar da capital os grupos rivais acabou por receber sozinho o poder.
Claro que somos livres de imaginar como poderia ter sido diferente, com um processo democrático de autodeterminação, com negociações, partilha do poder, dissolução dos grupos armados e formação de um exército nacional, presença portuguesa durante um período de tempo mais alargado, etc, etc. Simplesmente o tempo para isso não era o de 1974-75, seria um processo que teria de ser iniciado 15 ou 20 anos antes.
Mas aqui também começamos a entrar um pouco no reino do absurdo, ao imaginar que um país europeu ditatorialmente governado poderia fazer nascer a democracia em terras africanas…
Abril 22, 2014 at 9:31 pm
#8
Nenhuma o foi.
Assim como também não houve descolonizações perfeitas, mesmo entre os países que descolonizaram a tempo.
As guerras civis, os massacres étnicos, os golpes militares, a corrupção generalizada e outras desgraças encontram-se por todo o continente africano, tanto nas antigas colónias portuguesas como nas francesas ou nas britânicas.
Abril 22, 2014 at 9:40 pm
TALVEZ TIVESSEM REFERIDO TIPO CONGO BELGA..
Abril 22, 2014 at 9:44 pm
Não se trata aqui de, sectária ou simplisticamente, aceitar ou defender os factos consumados. Mas de compreender (subscrevo o AD) que se “somos livres de imaginar (e desejar) como poderia ter sido diferente, com um processo democrático de autodeterminação, com negociações, partilha do poder, dissolução dos grupos armados e formação de um exército nacional, presença portuguesa durante um período de tempo mais alargado, etc, etc.”, o que aconteceu foi, “Simplesmente (que) o tempo para isso não era o de 1974-75, seria um processo que teria de ser iniciado 15 ou 20 anos antes.
Mas aqui também começamos a entrar um pouco no reino do absurdo, ao imaginar que um país europeu ditatorialmente governado poderia fazer nascer a democracia em terras africanas…”
Abril 22, 2014 at 9:46 pm
Penso que o modelo mais conseguido é o da colonização chinesa em África no sécuo XXI. Ou a colonização argelina em Marselha.
Abril 22, 2014 at 9:52 pm
O que nós não podemos é pensar ainda tinhamos algum papel a desempenhar. Até a Coreia do Norte teve um papel mais importante do que nós nessa história.
Abril 22, 2014 at 9:56 pm
#11
Se o tal de Congo ficar para além de Cacilhas receio, Bulimundo, que a indirecta caia em saco roto 😦
Abril 22, 2014 at 9:58 pm
eu iria mais atrás …ao século xvi…afinal nós os europeus colonizamos metade do mundo…e tirando os states – colonizados por fanáticos religiosos inicialmente- e mesmo esses enfim foram um desastre todos os outros..
Abril 22, 2014 at 10:03 pm
Hoje é que são os melhores a saír; noutros tempos eram os piores.
Abril 22, 2014 at 10:10 pm
Eu acho piada a tudo isto: Branqueia-se a vergonha da descolonização justificando-a com o estado das coisas na metrópole quando afinal tudo está interligado vergonhosamente!
Resultado: se antes estávamos “orgulhosamente sós”, hoje estamos “vergonhosamente pequenos e pelintras e sem soberania” ao sabor de FMIs, Europas, e interesses obscuros globalizantes… é caso para dizer que estaremos “orgulhosamente progressistas” e muito contentes com o resultado daquilo que nós próprios construimos.
Abril 22, 2014 at 10:16 pm
Tch, tch, tanta fúria e pressa em arranjar bodes expiatórios.
Assim não vai a lado nenhum, a não ser daquele donde já partiu…
Abril 22, 2014 at 10:24 pm
Não são bodes expiatórios! É a realidade lúcida de alguém que não está preso a “politicamentes correctos”.
Não sou “retornado”, nunca estive em África! Sou apenas um português despreocupado e livre de etiquetas ideológicas.
Abril 22, 2014 at 10:26 pm
Era suposto sermos livres, mais felizes e melhores seres humanos após o 25 A e a descolonização.
Pergunta: seremos realmente livres, felizes e melhores enquanto seres humanos, passados estes 40 anos???
Nota bene: não se trata de reabilitar o passado, mas sim de questionar o presente enquanto amontoado de mercadorias que nos faz esquecer o essencial da vida que merece ser vivida, ou não…
Abril 22, 2014 at 10:27 pm
Vamos a ver se consigo explicar isto de outra maneira, e não se trata de branquear nada, mas de tentar compreender as coisas:
Um regime que se recusa a discutir a soberania das suas colónias, como se pudesse impor para todo o sempre o domínio colonial a povos que querem ser independentes só pode obter como resposta a insurreição e a luta armada. E ao ter esta atitude está no fundo a legitimar aqueles que pegam em armas para lutar contra os colonizadores como únicos representantes do povo colonizado.
Ou seja, como o Estado Novo nunca promoveu o diálogo com os africanos cultos e moderados com quem poderia negociar um processo de independência gradual e pacífico, quando chegou finalmente a altura de descolonizar, os únicos interlocutores existentes do lado africano eram aqueles que tinham lutado de armas na mão contra o domínio colonial. E que, depois de tantas mortes e sacrifícios, não estariam dispostos a largá-las.
A “vergonha da descolonização” é a vergonha de um regime que dispôs de mais tempo para descolonizar do que qualquer outra potência europeia e em vez de resolver o problema preferiu andar até ao fim a brincar aos impérios fora de prazo.
Um regime que sacrificou em vão as vidas de mais de 8 mil soldados portugueses e algumas dezenas de milhares de africanos, já sem falar nos feridos, traumatizados e mutilados, para chegar a 1974 exactamente da mesma forma que estávamos em 1961, com aquela retórica bafienta de que a Pátria não se discute. Se alguém quer falar em vergonhas, é melhor afinar a pontaria…
Abril 22, 2014 at 10:32 pm
#21
Eu acho que fomos mais livres, mais felizes, mais cultos, melhores pessoas, nos anos que se seguiram à revolução.
Mas também acho que a partir de certa altura houve uma clara regressão, que se acentuou nos últimos 10 ou 15 anos.
Culpa da globalização, em parte, mas também culpa nossa, que não fomos capazes de continuar a construção sempre inacabada de um país melhor, mais justo e solidário para todos.
Abril 22, 2014 at 10:38 pm
António Duarte # 22
Tem piada que a oposição a esse regime só se veio a preocupou com a questão colonial a partir de 1961 (E NUNCA ANTES! Porque seria?), ou seja, a partir do começo das acções armadas e do desconforto de participar nesse conflito.
Abril 22, 2014 at 10:39 pm
Abril 22, 2014 at 10:43 pm
Outro ângulo de visão sobre estas coisas…
“Ditadura portuguesa durou devido a «recursos das colónias», defende Joaquim Chissano”.
(http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=473441).
Abril 22, 2014 at 10:47 pm
#24
E como é que a “oposição” pode manifestar preocupação seja pelo que for, num regime de partido único onde nem sequer está autorizada a existir enquanto tal?…
Abril 22, 2014 at 10:53 pm
A culpa foi da cerveja, pá!
Abril 22, 2014 at 11:09 pm
Será assim tão difícil usar o google?
Abril 22, 2014 at 11:10 pm
Porque é que Cabo Verde e São Tomé e Príncipe são independentes e a Madeira e os Açores não? Ou ao contrário? Quando os portugueses descobriram essas ilhas, não vivia lá ninguém…
Abril 22, 2014 at 11:18 pm
Já agora, as Canárias, as ilhas Malucas, Tristão da Cunha e Gonçalo Álvares, entre muitas outras?
Abril 22, 2014 at 11:21 pm
# 30
Muito fácil! É a realidade envolvente. Os dois primeiros situam-se em África e, nesta época, a descolonização africana era um dado adquirido.
Depois, havIa o PAIGC … e o seu líder Amílcar Cabral.
Abril 22, 2014 at 11:22 pm
STª Helena, a poucas centenas de kms de Luanda
Abril 22, 2014 at 11:31 pm
Os franceses mantiveram, entre outras, a ilha da Reunião, no Índico, e umas pequenas ilhas desabitadas, com nomes portugueses, entre Moçambique e Madagáscar. (ver uma das últimas National Geographic)
Abril 22, 2014 at 11:43 pm
# 27…
Ah-ah… E mesmo assim conhece algum panfleto ou artigo (mesmo que clandestino) que tenha referido essa condenação à questão colonial antes de 1961? Não foi o facto de estar na oposição que determina a opinião ideológica. Aliás se esta existiu noutras coisas porque não nesta? Brincamos?
Abril 22, 2014 at 11:44 pm
… para não falar d’Olivença, do penedo de Gibraltar e da ordem do dia ucraniana.
Ah, e da cerveja de caserna.
Abril 22, 2014 at 11:46 pm
Enfim, nada a referir de frei Tomás AD.
Abril 22, 2014 at 11:46 pm
E das Estelas e Farilhões das Berlengas…
E da traição e da pouca vergonha!!!
Abril 23, 2014 at 12:03 am
Depois da descolonização “não vergonhosa” o que resultou?
– Angola: guerra civil mortífera, destruidora e que matou 4 ou 5 vezes mais gente que a guerra do ultramar.
– Moçambique: guerra cívil, país pobre e sub-desenvolvido.
– Guiné: narco-estado, cheio de guerras e conflitos constantes.
A constante: todos eles ocupados e dominados por interesses de outros países (Cuba, URSS, China, e actualmente Brasil e Espanha!).
E Portugal a perder durante estes 40 anos todas as oportunidades devido aos complexados e arreadores de calças que dominam ideologicamente o país.
Grande orgulho, não haja duvida! Comemoramos o quê?
Abril 23, 2014 at 12:14 am
Andar por aqui e poder ler/escrever textos bons ou disparatados e ainda por cima sem enfiar barretes é mais do que suficiente para comemorar!!!
Abril 23, 2014 at 12:21 am
#39
Mas ainda deu para se andar lá ao marfim e aos diamantes, se bem que com um castigo desbocado.
Ainda o papá-velho dirá que foi do cachimbo!
Abril 23, 2014 at 12:45 am
# 40
Disparatados ou reais?
Por vezes certas verdades custam a engolir, principalmente quando passamos a vida a julgar que só há uma verdade e que dela fazemos uma ciência exacta! Nada mais enganoso!
Abril 23, 2014 at 12:59 am
Há quem creia na verdade agnóstica, toda ela dogma, ressuscitando os que fazem contas. E há quem duvide de verdades não concêntricas. Desde antes de Copérnico que é assim.
Abril 23, 2014 at 1:01 am
E os dos epiciclos.
Abril 23, 2014 at 1:02 am
António Duarte # 21
Toda a razão. O mal foi termos sido (e continuarmos a ser) incapazes de aferir as causas dessa regressão. Hoje parece que ainda vivemos de “Grândolas” e do “fantasma de Salazar” e não passamos disso (já chateia e já aborrece). E com isso continuamos ainda incapazes de fazer sequer contas: Salazar (sózinho) governou 37 anos, a ditadura permaneceu 48, mas esta democracia já vai em 40!!!!!! Qualquer dia a culpa será de um Afonso qualquer! Tal como referiu Eduardo Lourenço no outro dia na televisão: “…com o 25 de Abril deixámos de ter alibis…” Mas parece que continuamos a ter? As pessoas continuam incapazes de ver que o caminho é para a frente e terá de ser diferente! Hoje nos jornais 86% dos portugueses declaravam estar descontentes com esta democracia e, pelos vistos, este facto não faz pensar ninguém… nem as causas, nem os porquês… nem as verdades históricas e as suas consequências nefastas mesmo que estas venham dos vencedores/escrivães da mesma! E nem sequer de pensarmos que existem outras formas de democracia, estruturada de outra maneira, mais honesta e objectiva (coisa que esta não é!). 40 anos depois é tempo de dar o salto, de a reformar, de a conceber de outra forma. E tudo isto está patente também na enorme percentagem de abstenção eleitoral, do desinteresse e do quase ódio que a esmagadora maioria da população nutre pelos actuais políticos (todos eles sem excepção. Tal como em Sodoma e Gomora, não há um único justo!!!).
Mas continuamos alegremente a comemorar o nada!
Abril 23, 2014 at 1:04 am
Errata: Queria referir-me a António Duarte 23 (e não 21)!
Abril 23, 2014 at 1:07 am
“a uma ditadura retrógrada e conservadora”
Muito actual esta referência às ditaduras que se escusa a referir; mas ainda só vamos no segundo episódio do comunismo acidental.
Abril 23, 2014 at 1:20 pm
Esta conversa faz lembrar aquela em que o ex-marido se queixa do falhanço do seu casamento e que, se fosse hoje,…
Muitos pais, durante o atendimento da DT, se lamentam de eles próprios não terem aproveitado a escola…
A vida é como é!
Abril 23, 2014 at 7:48 pm
#35
O António Ferrão em #29 já lhe tinha respondido:
http://naoapaguemamemoria2.blogspot.pt/2007/09/pcp-reconhece-o-direito-dos-povos-das.html
Quanto ao resto, continuo a dizer que a única forma de não se ter entregue as colónias de bandeja à voracidade das superpotências e do neocolonialismo e ao flagelo das guerras civis seria ter feito, em devido tempo, uma descolonização em que tanto os interesses dos africanos como os dos colonos portugueses pudessem ter sido assegurados a longo prazo.
É a diferença entre controlar a evolução dos acontecimentos ou apenas reagir perante inevitabilidades e factos consumados.