Já tivemos Eduarda Maio e o seu menino d’oiro e Felícia Cabrita com o seu homem invulgar. Ainda é cedo para uma maria joão fazer a entrevista pós-coisa a Passos, pelo que ficamos com a Clara a entrevistar Sócrates pós-coiso.
Anuncia-se frontalidade, a qual se resume no essencial a algum vernáculo soft que cairá bem nas bermas esquerdas do PS e no Bloco manco. Filhos da mãe, quiçá da puta, mais uma merda ou outra e tiradas assim aplicadas a adversários internos e externos parece que dão patine de qualquer coisa.
Os galambas e demais marimba boys delirarão e apontarão que o tó zé deveria ser mais assim. até os soares e os sousapintos terão o seu extasezinho bissexto. O que até tem a sua parte de verdade, mas só vale a pena quando tem alguma substância dentro e não apenas oportunismo.
A entrevista adianta pouco, pois o contraditório é feito sempre com a sensação de que a entrevistadora sente ali um frémito de identidade que a postura alegadamente frontal encobre mal.
O problema mais grave é que parece que aprendeu pouco com o tempo que esteve afastado e que parece considerar que tudo foi uma enorme conspiração “da direita” quando o PEC IV foi chumbado por toda a oposição parlamentar. E continua a achar que foi “traído”, caso contrário teria conseguido fazer a quadratura de três círculos em cima de um alfinete.
Ainda não percebeu – mas o que é grave é que há muitos com(o) ele – que acham que a incompetência de Passos justifica a má governação anterior.
Outubro 19, 2013 at 3:22 pm
“(…)um delinquente político chamado Sócrates(…). O engenheiro Sócrates foi o pior que a política pode produzir”. M. Filomena Mónica.
Esta citação vem no sentido de reforçar uma ideia que alguns – mormente os “saudosistas” de Sócas, em particular os da esquerda – ou nunca entenderam bem ou torcem para que se esqueça, a saber, que o problema principal do socretinismo ultrapassa o plano da querela ideológico (embora tal não seja irrelevante, longe disso), para se situar claramente no domínio da moral política e da ética, uma vez que, enquanto PM e líder do PS, protagonizou uma lógica cleptocrática de assalto ao estado e ao país por parte de uma clique partidária, de que, por um lado, os sucessivos escândalos e, por outro, as PPP constituem o tão terrível quanto eloquente testemunho, e que se saldou na arrepiante falta de sentido de estado e do bem comum que nos empurrou para a actual situação.
A isto não há “afinidades ideológicas”, “entendimento táctico” ou “convergências estratégicas” que lhe possam, seriamente, valer…
Lá por Sócas vir de um partido supostamente colocado na área da esquerda, isso não impediu que qualquer relação da sua governação com um ideário de esquerda não passasse de uma fortuita e longínqua coincidência – a sua adesão à agenda neoliberal da moda, ao blairismo, fez objectivamente do socretinismo um precursor de PC e da sua ofensiva ultraliberal.
Outubro 19, 2013 at 3:38 pm
Tudo isto seria divertido, se não fosse trágico para tanta gente que viu as suas vidas destroçadas por uma crise tornada inevitável pela ambição e as vistas curtas de quem tem governado este país em promíscuo conluio com as empresas do regime e a finança internacional.
A verdade é que muito do que diz o socratino é verdade, a começar pela frase destacada na capa.
Já pouca gente tem noção da quantidade de tempo que o PSD, órfão de Cavaco em 1995, andou à procura de um líder, queimando uns atrás dos outros sem se agradar de nenhum. Mesmo o Durão Barroso nunca aqueceu muito os ânimos, apesar de ter conquistado o poder no estertor do guterrismo, pirando-se para melhor poiso à primeira oportunidade.
Em desespero de causa escolheram o coelho dos passos, um rapazola inconsistente e manipulável pelos seus patronos e pela converseta das inevitabilidades. Mas em privado os mesmos que o apoiavam lamentavam a falta que lhes fazia um “sacana” como o socratino…
Outubro 19, 2013 at 3:50 pm
#1
A “questão ideológica” é o habitual dilema entre o “rouba mas faz” do socratismo e o “rouba e não faz” que tem sido apanágio do actual governo.
Entre um governo que encomenda auto-estradas e tgvs e outro que se limita a encomendar estudos&pareceres aos consultores amigos.
Levado a optar, nomeadamente nas eleições autárquicas, entre as duas linhas de actuação, o bom povo habitualmente prefere os que, embora sendo corruptos e despesistas, apresentam obra, em vez dos “homens sérios” que gastam todo o orçamento em “despesas de funcionamento”. Como as sucessivas reeleições de isaltinos, felgueiras e valentins têm demonstrado…
Disto tudo sobra um problema sério, o endividamento excessivo e irresponsável que, diga-se com toda a clareza, este governo tem vindo a gerir da pior forma possível, agravando-o em vez de o resolver e, pior do que tudo, usando-o para impor uma reforma inconstitucional do Estado que nunca teve coragem de apresentar aos portugueses, muito menos de a levar a votos.
Outubro 19, 2013 at 4:22 pm
Parece um personagem dos livros do Eça.
O político medíocre convencido de que é o melhor da sua geração.
Tão cheio de ressentimentos como de boa vida.
Não precisa mais dos votos dos portugueses…
A este ninguém questiona sobre as suas poupanças, o banco ou país onde as tem e a forma como as obteve.
Outubro 19, 2013 at 5:09 pm
União em segredo
Diogo Infante casa-se com empresário
Ator casou em segredo com empresário com quem tinha relação há anos. Leia mais no CM
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/diogo-infante-casa-se-com-empresario
Outubro 19, 2013 at 7:13 pm
O Sócrates que leve o Passos e a pandilha!Desapareçam!Os portugueses agradecem.Espero que o povo não tenha a memória curta.Nem com lixívia pura as nojices do “menino de oiro” ficam disfarçadas. PQP!
Outubro 19, 2013 at 8:35 pm
António Duarte: brilhante! Juro que estou a escrever a sério! Revejo-me em quase sempre o que escreve. Gostaria eu de escrever o que escreve! Aliás o António Duarte e o Paulo Guinote são uma boa dupla! 🙂 Apesar de algumas, às vezes muitas, coisas q os dividem… tomara eu ter dois colegas assim na minha escola!
Outubro 19, 2013 at 9:19 pm
A dama faz pela vidinha…
Tem vivido destes expedientes e das respectivas retribuições…
Do meu bolso não sai um cêntimo nem para o Expresso nem para a Sic…
Outubro 19, 2013 at 10:07 pm
A terminar a entrevista;
…não sente qualquer “inclinação por voltar a depender do voto popular”.
Por mim, retive-me nesta expressão linear, em que a soberba de J. Sócrates declina, com aquele desprezo que sempre o caracterizou, qualquer veredicto popular no seu destino político!…
No que me respeita, enquanto cidadão eleitor, que J. Sócrates fique descansado!…
O problema agrava-se, no entanto, se pensarmos que este desprezo pelos mecanismos de funcionamento das Democracias tem seguidores como aquele do estrondoso “que se lixem as eleições”!…
Com débil formação democrática, falta a estes políticos tanta humildade quanto o que lhes sobra em arrogância e ódio figadal ao voto soberano dos eleitores!…
Não lhes nutro a menor consideração nem respeito, só para dizer de forma delicada!…
Outubro 20, 2013 at 1:25 pm
#7
Maria, eu aprecio a escrita do Paulo e concordo com a maior parte do que ele escreve.
Mas discordo em algumas coisas, talvez mais até na forma como o PG as perspectiva do que na substância das questões. E manifesto mais as minhas discordâncias do que as concordâncias, como é natural.
Ah, e claro que nem sempre resisto a ser um pouco provocatório, porque também é a provocação, no bom sentido, que dá dá vida à blogosfera…
Outubro 21, 2013 at 12:05 am
[…] O que mata o Estado, pá, Neurótico Narrador, é o que se esteja disposto ou não a fazer para abraçar o mundo com as pernas, contentar tudo e todos, especialmente a escandalosa Húbris do BES sobre o cangote […]
Outubro 21, 2013 at 5:05 pm
A feladora (assim não devo ofender intelectuais de esquerda mais sensitivos porque esses não fazem broche) literária do regime, que só sabe chupar desta forma, fez mais um trabalho digno da mata de monsanto no devoluto Expresso da SIC, um comboio decadente do panorama jornalístico português, onde promiscuamente, como num comboio da juventude, se trocam favores de cabaret de travestis como se nada fosse.