Acho bem que, no contexto actual, em que as AEC são geridas muitas vezes de forma ad hoc, sem grande critério e com pagamentos a roçar a servidão, enquanto nas escolas se apresentam dezenas de vagas negativas, essas actividades passem a ser geridas pelos agrupamentos, de modo interno, com recurso aos meios humanos disponíveis.
Não tem sentido fazer outsourcing, quando se empurram professores para a mobilidade, após décadas de carreira.
Abril 23, 2013 at 2:09 pm
“Não tem sentido fazer outsourcing, quando se empurram professores para a mobilidade, após décadas de carreira.”
Certíssimo!
Abril 23, 2013 at 2:11 pm
Integradas na componente lectiva.
Abril 23, 2013 at 2:11 pm
Estou completamente de acordo, pensando principalmente no caso dos professores do grupo 240 (serem colocados a lecionar Expressão Plástica ao 1ºCiclo).
Obrigado Paulo Guinote por estares atento a esta situação.
Abril 23, 2013 at 2:24 pm
Tudo isso faria sentido se o objetivo não fosse exclusivamente economicista.
Outra questão, menos falada, é a existência de empresas prestadoras de serviços nos refeitórios da escola. Com tudo o que de mau lhe tem associado…
Falta pouco para que a limpeza das escolas seja também feita por essas empresas. Aí, as turmas da tarde terão que levar com a “delicadeza” das da manhã…
Abril 23, 2013 at 2:34 pm
Há já vários anos que, no meu agrupamento, se luta com falta de turmas para os professores de Inglês, daí que, em tempos, os respectivos professores tenham apresentado à autarquia uma proposta formal de assumiram a leccionação da disciplina em todas as escolas do 1º ciclo do agrupamento, proposta essa que foi recusada.
Estava em causa o montante de financiamento que a autarquia receberia do então ME, fruto da redução do pacote de AEC’s (menos o Inglês). Aliás, esta autarquia chegou a obrigar os pais a assinarem um documento, no início do ano lectivo, vinculando as suas crianças à frequência de todo o pacote de AEC’s, sem margem para que pudessem escolher apenas algumas das atividades oferecidas.
Os professores de Inglês do meu agrupamento não desistiram, ao menos, de lutar pela qualidade pedagógico-didáctica dessas aulas de Inglês das AEC’s, disponibilizando-se para reunir com os respectivos responsáveis para conhecer o programa e a metodologia adoptada, tendo inclusive elaborado uma planificação conjunta, que nunca foi cumprida. E, infelizmente, tem-se verificado que o insucesso na disciplina de Inglês no 2º Ciclo aumentou na razão directa do alargamento desta AEC a todos os anos de escolaridade do 1º Ciclo, muito pela forma como é leccionada, por pessoas sem formação adequada, apenas com um qualquer diploma de Inglês. Provavelmente a saga vai continuar, quando o agrupamento até apresenta duas vagas negativas para o grupo de recrutamento de Inglês, no actual concurso de professores, sendo previsível que alguns dos que pertencem ao quadro fiquem com horário zero. Quanto às outras AEC’s, também haveria no agrupamento docentes do quadro disponíveis para assegurá-las e que já este ano estiveram com horário zero, arriscando-se, em breve, a ir parar a uma qualquer mobilidade.
Isto sim, é má gestão dos dinheiros públicos e mais um atentado a uma escola pública de qualidade.
Abril 23, 2013 at 2:47 pm
Pois… e os pais vão pagar, ainda por cima, essas atividades? a professores dos agrupamento?
E, compreendo bem @bc mais um pouco e chaga-se aqui: http://parlamentoglobal.sic.sapo.pt/123024.html
(e ninguém pia, com medo de não ser reconduzido…)
Abril 23, 2013 at 3:24 pm
para os pais q acham q educacao a pagar nao é sinonimo de Mais Impostos pode ser q acordem agora
Abril 23, 2013 at 3:35 pm
Nunca fui favorável, genericamente, ao conceito de “escola a tempo inteiro” concretizado pelas AEC’s. É um conceito associado a uma sociedade a tender para a servidão (quase escravatura!), onde os pais “despejam” as crianças na “escola” e trabalham “de sol-a-sol”!
As crianças passam assim grande parte do seu tempo encerradas numa mesma sala onde têm “actividades direccionadas”, isto é, todo o seu tempo é gasto em sala de aula, sem tempo para brincarem e darem “asas à imaginação”, pois só assim desenvolvem as suas capacidades.
De notar que as crianças do 1º ciclo passam mais tempo em sala de aula que quaisquer outras!
É um absurdo!
Onde estão aqui os exemplos dos “melhores países”?
É isso que se passa no resto da Europa?
Abril 23, 2013 at 3:44 pm
#8
🙂
Abril 23, 2013 at 3:52 pm
e depois há outra coisa: centros de formação especializados ligados ao IEPF andam a oferecer grandes cursos que no privado custam centenas de euros, a quem neles se inscreve, arbitrariamente, quando deviam estar a dar essa formação aos profs para poderem no futuro desenvolver actividades mais variadas nos tais AEC.
O IEFP deve saber bem do que se trata, pois trata-se de formação de grande qualidade e muito especializada que custa tipo 120 euros por 80 horas dadas pelos melhores especialistas nas respectivas áreas. Se esse centro de formação para além dos destinatários “naturais”, formasse profs que provavelmente vão ficar em horário zero, estaria a justificar o dinheiro público que recebe. Assim limita-se a oferecer formação especializada a pessoal que nunca deveria ter direito a ela e que a paga low cost.
Abril 23, 2013 at 3:53 pm
IEFP, creio
Abril 23, 2013 at 4:00 pm
#8
exactamente a minha opinião, também como mãe. Como é possível crianças dos 6 aos 9 anos, terem um tempo de atenção de 7 horas diárias (5 lectivas + 2 de AEC)? Supostamente, o tempo de AEC, seria com atividades menos formais e mais lúdicas na área das expressões; mas de facto é que na maioria das vezes, eles acabam sentados o tempo todo (com excepção da expressão fisica-motora). Já para não falar que só após essa hora (17h30) é que fazem os trabalhos de casa…
Se pensarem bem, nem a maioria dos adultos tem tanto tempo de trabalho.
Abril 23, 2013 at 4:55 pm
Sabem que mais? duvido que os lobbies das autarquias deixem fugir esta fonte de receita…assim…sem dar muita luta… Muito deste dinheiro ficava pelo caminho…não chegava aos professores das AEC nem às escolas (em material, por exemplo) . O dinheiro ia ficando pelos gabinetes… muitos milhões… Concordo que transformem este tempo das AEC em actividades físicas e expressivas (plástica,musical) dadas por professores sem horários…
Houve muita empresa criada só para este efeito e o dinheiro em vez de ser usado em prol da escola foi deitado por aí…
Mas espero que a gestão financeira seja dos agrupamentos…por que se passar das autarquias para as associações de pais… venha o diabo e escolha!
Abril 23, 2013 at 5:42 pm
as AEC’s devem ser organizadas pelos agrupamentos com os profs com “horário zero”. Penso que não há nada mais a discutir sobre o assunto, que é transparemte. Se há profs sem horário vão trabalhar nas actividades existentes e outras a criar de acordo com as formações que vão adquirindo. Quanto ás empresas dos boys e girls que têm andado a chupar à custa das AEC’s que vão “chupar” para outra freguesia.
Abril 23, 2013 at 6:26 pm
Também sou um pouco crítico em relação às AEC`s desde o seu início. Entendo que estas atividades começaram com duas grandes “inverdades”. “Escola a tempo inteiro” com o intuito de os enc. de ed. estarem no seu horário laboral e saberem que os seus educandos estão com técnicos qualificados, quando na maioria dos casos os pais precisam de deixar os seus filhos bem antes das 9 horas, ou/e depois das 17,30, verificando que grande parte das escolas tem de recorrer aos ATL. O 2º aspeto refere-se ao ensino precoce de uma língua estrangeira, tratando-se de uma atividade de frequência não abrigatório e no 5º ano o progama ser de iniciação com os resultados revelarem-se mais fracos do que antes de haver AEC´s (coisa que tenho uma certa dificuldade em entender e apesar de já ter ouvido várias versões, mas sem nehuma me convencer). Pelo exposto e pela vivência que tenho, verifico que as alunos quando tinham ATL, não se sentiam tão cansadas e desconcentradas como agora. Sou a favor de que se acabem as AEC´s, pelo menos nos moldes atuais, e que o inglês passe a fazer parte do currículo. E como já aqui comentaram, olhem para os bons exemplos, como a Finlândia, onde não há AEC´s, as aulas terminam ao princípio da tarde e depois as crianças são levadas para outro local onde só brincam e fazem os trabalhos escolares.
Abril 23, 2013 at 6:33 pm
não confundir o motivo porque um grande número de famílias (nalgumas escolas, a maioria das famílias) , deixam os meninos da escola a “tempo inteiro”. Pura e simplesmente, deixam-nos, para se verem livres deles!!! e alguns, poucos, pq acham que eles estão a prender inglês, música…
Não acho que as AECs, tal como estão concebidas, organizadas e vividas sejam uma função social do Estado! São puro desperdício de dinheiro para dar uns votos locais. Não acredito que as autarquias desperdicem este maná… claro está sempre supervisionado pelos docentes do 1º ciclo. Tipo “andaram à porrada no Inglês?”… resposta “E então a supervisão do professor da turma? não está a ser eficaz? Que medidadas tomou?” … é todo um romance à portuguesa!
Abril 23, 2013 at 6:39 pm
Tanta gente com formação que vem para aqui falar, e ninguém diz nada de jeito. As pessoas que aqui estão a falar da componente do Inglês nas AECs faz a mínima ideia do que está a dizer? Sabe em que contexto foi introduzida uma língua estrangeira no 1º ciclo? Tanta ignorância num só local.
Abril 23, 2013 at 6:39 pm
EU NÃO DISSE??? ISTO É TUDO SHOW-OFF… VAI FICAR TUDO NA MESMA…
Confederação de pais tranquila. Ministério fala em boato sobre horas extra
“Sabemos que o modelo estará a ser repensado para de alguma forma poder continuar com as actividades de enriquecimento, mas foi-nos garantido que vai continuar a ser uma oferta para as famílias e que esta notícia não passará de especulação”, afirma à Renascença o presidente da Confap, Jorge Ascensão.
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=25&did=105019
HÁ MUITO DINHEIRO ENVOLVIDO…MILHÕES E QUEM OS ESTÁ A GERIR NÃO OS QUER PERDER…
Abril 23, 2013 at 6:40 pm
#17,
Acho que quem escreve o que escreveu deve demonstrar.
Pelo menos é o que eu faço quando me apetece passar um atestado de imbecilidade a alguém…
Abril 23, 2013 at 6:48 pm
“Não tem sentido fazer outsourcing, quando se empurram professores para a mobilidade, após décadas de carreira.”
Mas parece então fazer sentido empurrar milhares de professores que trabalham nas AEC neste momento para o desemprego, sem nenhuma perspetiva de colocação e sem qualquer subsídio de desemprego.
Eu sou professora das AEC, licenciada em Ensino básico do 1º ciclo e não me revejo nas críticas de mau funcionamento e falta de qualificação dos docentes. É certo que ganho pouco, mas é melhor do que não ganhar nada. E se até agora os professores das AEC eram vistos como professores de segunda, de um momento para o outro parecem terem-se tornado lugares apeteciveis para quem não quer estar longe de casa.
Na verdade, eu também não queria ficar desempregada…
Abril 23, 2013 at 7:01 pm
Conclusão: este blog só é seguido por PROFESSORES.
Os “gajos” que dão as AEC’s são o quê?
Agradecia uma resposta breve.
Muito obrigado, senhores professores e senhoras professoras.
Abril 23, 2013 at 7:02 pm
#20,
Percebo a sua perspectiva.
Mas acredito que percebe o que escrevi.
Abril 23, 2013 at 7:04 pm
#21,
Não percebi.
Aquilo que critico é um modelo de gestão das AEC, em que há “gaj@s” que gerem contratos de AEC que são indignos para os professores que a eles precisam de recorrer para ter emprego.
Mas eu percebo a sua perspectiva e é legítima: desde que consiga o seu lugar não se incomoda que os outros sejam empurrados para o desemprego, ou seja, defende aquilo que critica aos outros, sendo que os outros, para o bem e o mal, já estão na carreira com um certo tempo (15? 2o anos?) de avanço.
Abril 23, 2013 at 7:05 pm
Muito bem Sónia Says, concordo plenamente.
Abril 23, 2013 at 7:06 pm
#21,
Acrescentando… gostava que me dissesse se acha que o modelo das AEC funciona de forma digna em termos laborais.
pronto… já sei… mais vale pouco para alguns do que nada, mesmo que isso signifique nada para outros.
É sempre mais fácil apontar o dedo aos outros.
#20,
Acrescentando também: fui desde o início contrário a este modelo de AEC que até pode funcionar bem em alguns locais, mas mal em muitos outros.
Falo como professor e encarregado de educação.
Abril 23, 2013 at 7:10 pm
É sempre bom ver como ninguém se interessa sequer pela situação em que ficam os PROFISSIONAIS, que até agora têm assegurado as AEC. Se alguém ganhou com isso, de certeza que não têm sido eles. As AEC têm uma componente lúdica, os meninos não estão sentados, nem são exaustivamente sacrificados com as matérias. Mas fico feliz, porque pode ser que com os novos TÉCNICOS as AEC deixem de ser um depósito de crianças.
Abril 23, 2013 at 7:18 pm
Será possível uma analogia entre esta “guerra civil” na classe docente e “O ensaio sobre a cegueira” de Saramago. Eu encontro e chamo-lhe “o salve-se quem puder!”
Cumprimentos e obrigado pela resposta.
Abril 23, 2013 at 7:25 pm
# 26
Não tome a árvore pela floresta.
Na minha cidade e no meu agrupamento, algumas AEC são asseguradas por “profissionais” com o 12º ano (alguns até foram meus alunos e contam-me as suas dificuldades em encontros ocasionais) e, no caso de Inglês, por “profissionais” que têm apenas um diploma de um Instituto (tipo CAE).
Os alunos das AEC, logo no 2º ano por exemplo, passam horas a copiar a designação dos números e das cores em Inglês e, perante alguma inquirição de pais, a resposta é que são muito indisciplinados para outro tipo de actividades. Na Robótica, passam o tempo a montar uma construção que fica sempre a meio porque a hora acaba e o professor tem que desmontar e levar o material para outra escola. Nunca chegam a concluir construção nenhuma.
Mal vão os profissionais que acham que as AEC são um depósito de crianças, como refere na sua última frase.
Abril 23, 2013 at 7:25 pm
#26 e 27,
Vamos fazer uma coisa para que isto fique transparente: qual a proporção de professores sem outro emprego que leccionam as AEC?
Falo pelo que observo de forma DIRECTA: menos de 50%.
Abril 23, 2013 at 7:26 pm
Aproveitando o comentário #28…
Dos que não têm outro emprego, quantos são professores?
Abril 23, 2013 at 7:28 pm
Mas posso continuar…
Das “empresas” que contratualizam a implementação das AEC, quantas usam esse recurso como complemento a uma actividade anterior e quantas foram criadas especificamente para o efeito, com base em relações preferenciais com o contratante (autarquia, associação de pais…).
Qual o método de escolha das empresas?
Preço mais baixo?
Abril 23, 2013 at 7:29 pm
#27,
Isto não é uma “guerra civil”, são formas diversas de encarar as coisas.
Acha que eu defendo a redução dos quadros de forma a levar esta opção?
Se acha isso, aterrou aqui por acaso.
Desde que foi criada a “escola a tempo inteiro” que critico o modelo com quem foi implementada.
Não é de agora que acho errado o que foi feito, porque a solução se presta a más utilizações, exploração laboral e ausência de um projecto educativo coerente, com os contratos a serem feitos conforme os casos.
Acho que devem existir actividades extra lectivas mas seguindo uma lógica muito diversa de professores a correr 10 escolas ou os miúdos s terem de alterar o seu horário para encaixarem nos roteiros impostos a quem segura as AEC (quando não é para dar tempo para darem aulas em ginásios, conservatórios, etc).
Mmmm… estou a ser inconveniente?
Abril 23, 2013 at 7:41 pm
Gostaria de acrescentar algo mais ao post do Paulo Guinote…
Por um lado, ninguém contestará que as Atividades de Enriquecimento Curricular (AECS) são necessárias para garantir as crianças o aperfeiçoamento de variadas áreas que os professores do 1.C.E.B não conseguem desenvolver por falta de tempo e por via do total comprometimento que exigem as apelidadas disciplinas “essenciais”.
Também não se contestará o facto de existirem (AECS) que levam a que um grande número de alunos, sem capacidade ou meios financeiros para o pagamento das flamigeradas ATLS, tenham direito a atividades dentro da escola até às 17:30 relembrando que as AEC são opcionais.
Por outro lado, Guinote põe o dedo na ferida, a corrupção nos concursos camarários ainda são uma realidade e muitas vezes são contratados “boys” sem qualquer habilitação para leccionação ou saltando magicamente a lista sob critérios mágicos. Convém relembrar que estes “técnicos” são pagos maior em grande parte abaixo do tão em voga salário mínimo nacional.
Ora, isto torna-se grave quando existem milhares de professores sem emprego em Portugal.
Mas quando o Paulo defende “não tem sentido fazer outsourcing, quando se empurram professores para a mobilidade, após décadas de carreira”. É possível ver alguma razão nisso, mas então, questiona-se então que saída para os professores contratados e recém-licenciados se nem as (AECS) por vezes, esse último refúgio deixa de estar disponíveis para lecionar?
E quando o Paulo defende: “essas actividades passem a ser geridas pelos agrupamentos, de modo interno, com recurso aos meios humanos disponíveis” devo relembrar que a autonomia nas escolas também não são o exemplo de transparência cristalina. E sendo assim, imagino esses “professores após décadas de carreira” rivalizar pelo lugar de quem irá para as AECS e de quem fica sossegadamente no Agrupamento a leccionar?
Conclusão: Até hoje as AECS eram vistas como redutoras por professores de carreira, hoje, aparentemente são uma salvação do posto do trabalho.
Se assim for, será curioso ver os professores correrem as capelinhas do Agrupamento sem tempo sequer ter tempo para um café entre aulas, a pagar o gasóleo e o desgaste do automóvel dos seus próprios bolsos e a dar as tais desejosas (AECS).
No entanto, Paulo tem razão, não serão pagos pela servidão à escravatura que muitos, possivelmente desempregados para o ano, estiveram sujeitos até hoje.
Abril 23, 2013 at 7:54 pm
subscrevo a opinião do Paulo, neste caso 🙂 bem, há outros em q tb subscrevo…
O problema das AEC é com a “história” do Magalhães. E se se der um piano a cada escola para que os alunos desenvolvam sensibilidade musical, também, certamente, encontraremos ótimos princípios e valores e, também certamente, haverá escolas onde a coisa funcionaria… O problema está mesmo naquilo que as AEC são mesmo, na generalidade.
Sempre fui contra este modelo de AEC. Até porque muitas escolas e outras instituições, sem fins lucrativos, faziam atividades bem interessantes e proveitosas para os alunos (eu sei q tb havia outras q o faziam mal).
Mas o que acho mesmo é que nas escolas do 1º ciclo, na sua generalidade, as AEC são mais fonte de diversas perturbações, do que situações com resultados efetivos de bem estar e “enriquecimento curricular” dos alunos.
A escola do 1º ciclo a “tempo inteiro” é uma coisa séria. A tempo “inteiro” e a tempo “parcial”… Também acho que tem sido desvalorizada e, pouco refletida.
Abril 23, 2013 at 7:54 pm
#33,
Eu percebo isso tudo…
Só que… os professores são colocados (ainda) nas escolas por um concurso com regras claras.
As AEC são em muitos casos contratualizadas a empresas-fachada que recorrem a trabalho precário e muito mal pago para gerarem lucros ou sacos azuis.
Garanto que por muitas capelinhas que existam nas escolas, há catedrais em torno das AEC nos maiores concelhos.
Que me custa ver gente atirada para o desemprego?
Sim, por isso defendo outra forma de gerir as AEC desde que elas apareceram e não agora.
Mas a memória é curta para muito pessoal se lembrar do que escrevi sobre a “escola a tempo inteiro” ao serviço de um projecto de proletarização laboral (dos pais e dos professores) agudizado desde a chegada de Sócrates ao poder.
Abril 23, 2013 at 7:59 pm
#33
Não diria melhor!
Abril 23, 2013 at 8:00 pm
#32
Sr. Paulo Guinote
Quero substituir a analogia com “o ensaio sobre a cegueira” por uma analogia com o “Titanic” e a espressão “guerra civil” por “naufrágio na classe docente”. Parece-me agora mais apropriado.
Não sou professor nem “técnico” a dar AEC’s. Mas, para quem vê de fora, é por demais evidente o quanto os professores gostam tão pouco uns dos outros.
Estou noutro barco… que também está a ir ao fundo.
Cumprimentos
Abril 23, 2013 at 8:05 pm
Não tinha assim tanta certeza Paulo. O que não falta aí (ainda) é Personal Tailoring.
“…Só que… os professores são colocados (ainda) nas escolas por um concurso com regras claras.”
No entanto, quanto as empresas circundantes às autarquias entendo perfeitamente a que te referes.
Abril 23, 2013 at 8:06 pm
Eu acho engraçado ouvir agora colegas que há uns anos diziam raios e coriscos das aec’s (que era tapa buracos, que era só para pessoal não qualificado…) agora quererem assumir o papel de docente preocupado com o estado das mesmas. Também acho bastante curioso, algo que já tenho debatido em reuniões de grupo, o facto de atribuírem ao ensino de inglês no 1º ciclo os maus resultados no 2º ciclo. Vamos por pontos:
1º – o ensino do inglês é de carácter lúdico. Não tenho obrigação de dar nenhum programa aos meus alunos. Tenho sim, obrigação, de fazer que os mesmos gostem da atividade e que cheguem ao 5º ano e que escolham o inglês;
2º – Não é obrigatório. Portanto um professor de 2º ciclo que tenha dois alunos que não tenham frequentado o inglês no 1º ciclo terá obrigatoriamente de iniciar o programa desde o início.
3º – Os programas do 2º ciclo não estão ainda adaptados para darem continuação aos alunos que vêm das aecs. Ora até podem pedir que explicite com os meus alunos o verbo to be ou to have got de forma dura e crua que não o faço. é trabalho do professor do 2º ciclo, não meu.
4º – Se as aulas de inglês são feitas (pelo menos as minhas) à base jogos, dramatizações, aulas no exterior, filmes, articulação com música, teatro, desporto, expressão plástica, e, na mudança de ciclo, levam com aulas de cariz rígido e formal, qualquer aluno perde o interesse na atividade.
Eu sei, eu sei, “nós” estamos habituados a atribuir as culpas ao ciclo anterior, os do 1º atribuem aos educadores, o do 2º ao 1º ciclo, os do 3º ao 2º e assim andamos todos de pescadinha de rabo na boca. Eu sei, eu sei, somos uma classe desunida.
Abril 23, 2013 at 8:07 pm
Obrigada Cão Danado por explicar tão bem o que me vai na alma.
Abril 23, 2013 at 8:33 pm
… Sou professora do 1º Ciclo, desde 2007 e desde esse ano que lecciono as ditas AEC’s! E nestes anos todos em que leccionei sempre ouvi vários grupos disciplinares a criticarem o nosso trabalho e algumas vezes até abusarem da nossa boa vontade em ajudar (muitas vezes para ficarmos bem vistos), ser vistos como técnicos que entretêm os alunos até as 17h30! e entristece-me que sejam agora esses professores que nos querem “roubar” as poucas horas de trabalho que, pelo menos, ainda nos mantinha no ativo (já que nunca mais teremos oportunidade de poder dar aulas de outra forma)! Gostava de saber é se eles vão ser pagos como nós somos pagos!!!! abaixo do salário mínimo e com menos de 12 horas semanais, na maior parte das vezes!!! ou será que para eles os horários terão de ser maiores!
Abril 23, 2013 at 8:43 pm
Atenção!, aqui pelo Grande Porto, todos os municípios, exceto o do Porto!, celebram contratos com os professores das AEC, recebem pelo índice 126, se não estou em erro. No caso de Valongo a contratação destes professores é feita inclusivamente pelos próprios agrupamentos.
E não acredito na capacidade/motivação dos professores do quadros restantes níveis de ensino para trabalharem no 1.º ciclo.
Abril 23, 2013 at 8:45 pm
“dos professores do quadros dos restantes….”
Abril 23, 2013 at 8:47 pm
#39,
Em nenhum momento me referi às aulas de Inglês, penso que esse comentário não me seja dirigido.
#41,
Pois… quando eu critiquei isso, há anos e não agora, não me lembro de a ver ou ler por aqui.
Este texto tem mais de 5 (cinco) anos:
Onde estava a Ana Machado nessa altura?
Para que conste… não preciso de dar AEC, nem ninguém cá em casa, pois nem sou de qualquer dos grupos disciplinares envolvidos.
Abril 23, 2013 at 8:58 pm
Anoto que as perguntas dos comentários 29 a 31 continuam por responder.
Abril 23, 2013 at 9:19 pm
… Eu, Ana Machado, na altura desse texto, estava no começo da “carreira” e ainda não tinha grandes motivos para procurar estes “blogs”! Agora é que me chamou a atenção!!!
E quanto a não precisar de dar AEC, só lhe tenho a dizer: ainda bem para si e para as pessoas aí de casa, mas para quem precisa, isto de nos quererem tirar é muito mau!
E atenção, não o estou a criticar diretamente, não é essa intenção, visto que não o conheço, mas sim, um grito de revolta com toda a situação!…
Abril 23, 2013 at 9:34 pm
…até agora os professores das AEC eram de segunda categoria que nem eram vistos como “colegas” pelos colocados pelo ministério. Agora já não gostam do “outsourcing” porque lhes dá jeito ter umas vagas para ocupar…
Abril 23, 2013 at 9:35 pm
#47,
Não pretendo ocupar qualquer “vaga”… se é que isso sequer existe nas AEC.
O que eu não percebo é o incómodo em responder às questões dos comentários 29 a 31 ou ao resto.
Abril 23, 2013 at 9:41 pm
No meu agrupamento é a associação de pais que funciona como empresa parceira; a Camara municipal é a entidade promotora, ou seja, faz o dossier de candidatura à DRELVT , com base na indicação que damos do nº de alunos, e das atividades que iremos desenvolver; a camara recebe o financiamento e depois faz transferencias trimestrais para a associação de pais, de acordo com o protocolado. A seleção dos professores é da responsabilidade do agrupamento, assim como a organização dos horários e supervisão. Os técnicos das AEC que temos são todos professores do 1º ciclo com variantes… para a expressão musical é um conservatório que assegura os professores…alguns excelentes músicos…mas com alguma dificuldade em gerir uma sala de aula com 26 alunos…estão habituados a pequenos grupos, no máximo de 10 alunos…O contrato laboral é entre os professores e a associação de pais e recebem pelo minimo que a lei prevê e obriga. A compra de material é efetuada pela associação de pais sob sugestão da direção/coordenação das escolas do 1º ciclo e após consulta aos professores das AEC. Também estão algumas funcionárias contratadas e pagas pela associação de pais no ambito das aec, para limpar salas e vigiar meninos nos recreios e hora de almoço. No entanto todo o controlo financeiro é entre a autarquia e a associação de pais e há verba que é anualmente devolvida à autarquia (que a não devolve à drelvt…) porque não é possivel comprar mais material…porquê? certa vez quando essa questão foi colocada responderam que a camara também tem despesas com as AEC… e que a verba tem de ser gasta noutras coisas também…nunca mais se fizeram perguntas… mas estamos a falar de dezenas de milhares de euros que sobram por agrupamento (cerca de 500 alunos do 1º ciclo)
Nunca se percebeu bem porque não podiam ser os agrupamentos a fazer a gestão direta das aec…
Abril 23, 2013 at 9:44 pm
#0
Mais uma vez, subscrevo.
Foi mais uma oportunidade para negociatas, a maior parte das vezes à custa de trabalho quase escravo e a favorecer que espetos desta vez? As empresas satélites dos municípios, algumas criadas à pressa por amiguitos dos autarcas que queriam fazer “bonito” com poucos ovos. Mas sendo o resultado umas omeletas muito aldrabadas e lassas (falo de quem organizou e lucrou e não propriamente da mão-de-obra precária que alimentou o negócio político-económico.
Abril 23, 2013 at 9:45 pm
não era “espetos”, mas “espertos”.
Abril 23, 2013 at 9:54 pm
#12
sei de um caso em que a actividade era “teatro/expressão dramática”. No primeiro ano (1º ano do 1º ciclo), uma maravilha para os alunos, com actividades lúdicas e de expressão, relaxamento.
No segundo ano (repare-se, estando então os alunos no 2º ano do Ciclo e ainda mal sabendo escrever), chega outro monitor. Actividade? Resolver um teste escrito sobre Teatro! 😛 ( não brinco! Foi tal e qual! Perguntas do estilo. “O que é um actor?”).
Este país é uma anedota triste, no sentido em que parece um gigante cadeno-sebenta, para todos fazerem as suas experiências!
Perguntar a quem está no terreno, neste caso aos professores, saber a sua opinião? Qual quê? Os progfessores são alvos a abater , uns maçadores!
Abril 23, 2013 at 9:56 pm
“caderno-sebenta”
“professores”
Abril 23, 2013 at 9:58 pm
Subscrevo inteiramente tudo aquilo que o Câo Danado e a Ana Machado disseram anteriormente.
Desculpem-me o termo mas é preciso ter muita “lata”!!!!! Até agora AEC’s eram considerados serviços menores e de pouca importância que ninguém queria, agora todos querem ocupar os “nossos lugares” porque se encontram em risco de perder os seus,,,, e os que lá estiveram até agora vão para onde e são o que?????????????
Sim porque eu sou qualificada para a área, concorri a um concurso como todos os “outros professores” (em que tive de entregar todos os documentos comprovativos das minhas habilitações, assim como ser sujeita a uma entrevista) e agora corro o risco de perder “o meu lugar” para um professor que nunca trabalhou nas AEC’s, nem quis até hoje, e ainda, provavelmente, disse “cobras e lagartos” do “lugar que ocupo” até aos dias de hoje (volto a frisar), “lugar” do qual me orgulho muito e gosto extremamente de leccionar e o qual não acho justo perder para um “colega” só porque ficou com horário zero.
E agora eu questiono, não é legítimo da minha parte ficar indignada com esta situação?!?
Abril 23, 2013 at 10:00 pm
#54,
“Todos”?
Mas quais “todos”?
Porque não aproveitou para responder às questões que coloquei?
São incómodas?
Abril 23, 2013 at 10:01 pm
… Posso falar do meu exemplo: Eu trabalho pela Câmara Municipal de Guimarães, que todos os anos abre concurso para as vagas disponibilizadas pelas escolas! São os agrupamentos que fazem os horários e os “oferecem” à câmara para que esta os coloque a concurso (horários sempre de rasca! este ano existiam horários de 4h!)
Não digo que neste concurso não existam “cunhas”, porque acredito que as há! Mas as coisas são feitas as claras e todos temos acesso as listas de professores que concorreram e aos que ficam com vagas! Caso alguém se aperceba de “erros” também tem tempo para reclamar/denunciar!!!…
Abril 23, 2013 at 10:02 pm
Agora no sítio certo, a respeito do post sobre a escola a tempo inteiro:
Este é porventura o melhor artigo que já li em toda a blogosfera. (NOVEMBRO 18, 2007)
Hoje diria a mesma coisa com mais convicção ainda, porque nele não escutei um lamento de um professor, mas um grito de alerta de um cidadão.
Abril 23, 2013 at 10:02 pm
Claro que é legítimo ficar indignada.
Poderia era argumentar em relação ao post, que é meu, sendo que eu não quero dar AEC nenhumas.
Poderia argumentar em relação ao que é um projecto correcto de actividades extra-curriculares integrado no projecto educativo e o que é, em casos que é difícil negar, uma contratação pelo preço mais baixo para ser possível reter verbas.
Preferia ser professora do quadro a dar AEC ou ser precária como é?
Ou não percebeu sequer qual é a minha posição?
Abril 23, 2013 at 10:05 pm
#56,
Óptimo, dentro de um modelo de que discordo.
Prefiro que as AEC não sejam encaradas como remendos, sem desprimor para quem concorre.
Provavelmente, concorda mais com o que eu defendo do que pensa. Porque não está sequer a ligar esta minha posição com aquela que tenho sobre os concursos.
Mas paciência, estou habituado a que apenas cheguem aqui a pensar no seu caso particular.
Que não é bem aquilo que me ocupa.
#57,
Bons tempos.
Abril 23, 2013 at 10:05 pm
#31
Ora lá está o que eu dizia noutro comentário (#50)
Abril 23, 2013 at 10:07 pm
… grelhada, realmente depois existem “professores” assim, que denegrirem a imagem de todos os professores das AEC que fazem bem e muito bem o seu trabalho!!!
Obrigada Ana Sofia Santos por me ajudar e concordar com as minhas ideias!!! e só é pena não haverem mais professores a demonstrar o seu descontentamento, perante esta situação!
Abril 23, 2013 at 10:11 pm
… Paulo Guinote, claro que preferia estar “ocupada” a ser professora titular de uma turma, como já tive a sorte por um ano, mas tenho noção que neste momento não há lugar para nós (professores com pouco tempo de serviço), por isso, neste momento, penso que mais vale estar a dar AEC do que não estar a fazer nada! (apesar de estar cada vez mais desanimada para isto)
Abril 23, 2013 at 10:14 pm
#34
Exacto, Maria Silva!
Tantos professores de primeiro ciclo, que passavam a ter uma parte das aulas ao fim da tarde, passavam os minutos iniciais a repôr a disciplina perdida nas AECs orientadas por vezes por monitores sem qualquer aptidão para lidar com crianças.
E um belo dia, ao passar (na rua) por uma escola em hora de AECs, ouço uma turma de crianças literalmente aos berros, a repetir ritmadamente uma frase que o/a “professor/a”(?) de AEC de Inglês lhes ordenara. Algo do estilo: ” WE ARE DUM! WE ARE DUM!”
(novíssima pedagogia?!)
Abril 23, 2013 at 10:18 pm
#35
Clap ! Clap! (aplausos)
Há “catedrais” em torno das AECs(vs “capelinhas” nas escolas) 😀 😀
Abril 23, 2013 at 10:19 pm
Confesso que aguardo as respostas #29 e #30.
Porque o problema que se esta a gerar neste momento é a generalização dos casos.
Abril 23, 2013 at 10:27 pm
#39
Uma coisa é esse ensino de inglês ser “lúdico”. Outra coisa é poder vir a ser ensinado por qualquer um, só porque é sobrinho do avô do tio e arranhar as letras em inglês no karaoke.
Uma coisa é ser “lúdico”, outra é correr o risco de ensinar asneiras que depois será preciso “desensinar”.
(é um pouco quando obrigavam os professores do primeiro ciclo a dar noções de ciências para as quais não estavam muito preparados, não obedecendo ao método científico e com noções já ultrapassadas e postas em causa pela Ciência moderna. Lembro bem o trabalhão que as professoras de 2º ciclo de Ciências tinham para desfazer mitos como aqueles sobre a inspiração e a expiração pelas flores de dia e à noite …
Culpa? Talvez de quem vai decretando o aumento os programas dos Ciclos, querendo enfiar o “Rossio na Betesga” ou querendo professores polivalentes por exemplo…
Para as AECs, então, foi o vale-tudo.
Abril 23, 2013 at 10:39 pm
Aproveito para Subscrever inteiramente tudo aquilo que o Câo Danado e a Ana Machado disseram anteriormente. Agora para o Sr. Paulo Guinote e, respondendo à sua questão #29, a percentagem é muito maior do que pensa relativamente aos professores terem outra ocupação para além das Atividades de Enriquecimento Curricular (sim, por incrível que possa parecer este é o verdadeiro nome das tais “AEC’S” designadas por si como actividades extra lectivas).
Abril 23, 2013 at 10:44 pm
#61
Ana Machado: eu só apresentei esse exemplo (bem real) para ilustrar que as AECs começaram atamancadas, sem grande supervisão nem objectivos, sendo muita selecção feita na base ou do compadrio, ou na da precarização da mão-de- obra dos seus professores (para, tantas vezes, fornecer negócio às “empresas” fornecedoras desses serviços e intermediárias).
Se critico é mais este caso de abuso do trabalho precário! Gostaria que as AECs, a continuar nestes moldes de horário (pesadamente desnecessários a meu ver, mas isso é outra história), deveriam ser organizados com sentido pedagógico e de dignidade, tantos para alunos como para os seus docentes. OU a Ana Machado defende que caminhemos assim, submissos, para uma sociedade de novos chineses em semi-escravatura? Se é professora de foemaçºão, até deveria querer que as AECs fossem leccionadas apenas por professores com formação para tal, para lidar com crianças!
Não tarda, colocam os professores contratados precários a fazer os trabalhos de limpeza das escolas, pagos à hora e se aqui se defender que esse trabalho seja feito por auxiliares de Acção educativa (agora “operacionais”…)… e a Ana Machado desta a dizer que estamos a querer roubar o seu trabalho e não sei que mais!
Há que defender um projecto bem estruturado e assim DIGNIFICADOR dos formadores/ professores das AECs, entendeu? 😦
Ai benzazoszeus, ou benzódeus!
Abril 23, 2013 at 10:45 pm
“professora de formação”
Abril 23, 2013 at 10:46 pm
“desata a dizer”
Abril 23, 2013 at 10:46 pm
Estou convencido de que, apesar dos enormes obstáculos existentes, há uma obrigação crucial que recai sobre todos nós enquanto cidadãos: de com uma determinação intelectual inflexível, inabalável e feroz definir a verdade autêntica das nossas vidas e das nossas sociedades. É de facto uma obrigação imperativa.
Se essa determinação não se incorporar na nossa visão política, não tenhamos esperança de restaurar aquilo que já quase se perdeu para nós — a dignidade do homem.
Harold Pinter
Abril 23, 2013 at 10:50 pm
Abril 23, 2013 at 10:53 pm
(peço desculpa, mas o comentário 68 foi quase todo escrito com a visão do que escrevia na caixa de comentários tapada pelo WordPress…)
Abril 23, 2013 at 10:54 pm
#71
nem mais… 😦
Abril 23, 2013 at 11:00 pm
Boa noite a todos,
é com muita tristeza que leio aqui aquilo que vejo retratado na nossa sociedade- o umbilicalismo total e paradigmático de quem se esquece dos outros e não pensa no Devir.
Atirar com as culpas de insucessos e indisciplinas a uns ou a outros sem pensar que enquanto adultos e pais e/ou educadores todos temos falhado, sem pôr o dedo na verdadeira ferida… somos hoje uma sociedade desregrada, indisciplinada, mal-educada que solta impropérios e actua de forma vergonhosa que não quer ver…
Quanto ao assunto em questão:
Vejamos, existe alguma possibilidade de a título gratuito termos as nossas crianças “asseguradas” noutro espaço que não a escola depois das 15:30 até os pais voltarem do trabalho?
Não me parece mas agradeço que me elucidem.(serão votadas ao desprezo e ao abandono como éramos há 40 anos atrás mas sem a nossa “maturidade”)…
Existe ou alguma vez existiu um esforço dos professores QE ou contratados, a nível nacional, de ” moralizarem ” as ditas AEC’s? conheço algumas pequenas tentativas mas todas elas fortuitas e inglórias perdoem-me as que posso desconhecer, mas creio que aqui ninguém fala com um conhecimento total da realidade…
Na realidade, havendo os recursos noutros níveis educacionais e com a devida formação não vejo porque não fazê-lo… mas irão fazê-lo com formação??? com toda a certeza… que não. E as crianças irão ter melhores atividades??? Não me parece… Irão ter outro espaço que não o escolar, que não devia ser “poluído” com regras e atitudes diferentes – mais livres? Claro que não!!!
Irão os colegas de 2º/3º e secundário adaptar-se a estas faixas etárias??? devagarinho claro, contristados, com a sensação de que “andaram de cavalo para burro” porque foi assim que o ditaram desde 2005 altura em que esta dita desdita começou.
Sou licenciada em 3º ciclo e secundário, trabalhei alguns anos nestes ciclos, mas por razões familiares, em 2001 abstive-me de concorrer e perdi o comboio… Em 2005 entrei para as AECS conciliava a família com aquilo que adoro fazer aprender ensinando e ensinar a aprender. Descobri no 1º dia, que o 1º ciclo era diferente da primária e de que maneira. Fiz várias formações (ministeriais inclusive) quase todas pagas por mim, uma Pós- Graduação e recntemente há 2 anos uma profissionalização no 2º ciclo.
Houve necessidade de toda esta formação? Sim, não academicamente, mas pedagogicamente… Ainda hoje me arrepio com a minha lecionação do 4º ano, aposto que não diferiu muito da do 5º ano. Mas conheço muitos que como eu não só têm habilitações como fizeram formação apropriando- se às necessidades do ciclo.
Venha o que vier não antevejo grande futuro nem grande reformulação e subsequente melhoria das AECs.
Perdoem-me o alongar do desabafo mas sigo este e outros blogs relacionados com a educação (há muito) e desta vez não consegui manter-me calada.
Deixemo-nos de “guerrinhas” e lutemos se não por nós, pelos nossos filhos e pela educação que lhes providenciamos que está pela rua da amargura.
Abril 24, 2013 at 12:06 am
Obrigada Sofia Tereso por transtimir tão bem aquilo que também sinto e a minha atual situação!
Abril 24, 2013 at 12:24 am
Não pretendi em momento algum passar um atestado de imbecilidade a ninguém…já no que diz respeito ao atestado de ignorância, acho que ele é mais que pertinente. O Paulo Guinote apela constantemente para que as suas questões sejam respondidas, mas no que diz respeito à questão que coloquei ainda não a vi a ser respondida.
Uma percentagem considerável (desconheço qual, e os colegas com os quais lido afirmam o inverso) dos colegas do 2º ciclo que afirmam que os resultados ao nível do Inglês são piores do que no período anterior ao da introdução das AECs. Estes colegas não fazem a mínima ideia do trabalho que é desenvolvido no 1ºciclo nem quais são as orientações programáticas do Inglês no 1ºciclo (facto por mim já constatado). Existem bons e maus profissionais em todas as áreas, e o ensino não foge à regra. Da mesma forma que já aqui foi referido que existem professores titulares de turma que têm que estabelecer regras e acalmar os alunos após as aulas das AECs, o inverso também ocorre. Pelo meu trabalho e minha competência profissional posso eu responder, pela dos outros não.
Abril 24, 2013 at 1:02 am
Boa sorte a todos! espero conseguir rir com esta situação toda se realmente for pra frente, poder passar nas escolas por onde passei e ver os meus colegas “do horário zero” a fazer o nosso trabalho,os nosso gastos e nosso investimento….depois falamos! continuem a discutir o sexo dos anjos, eu sou qualificada e tenho orgulho em dar aulas nas AEC´S!!!!
Abril 24, 2013 at 1:11 pm
A escola fábrica em todo o seu esplendor.!!
Maio 18, 2013 at 9:44 am
Não concordo com nada que foi escrito! Essa pessoa só pensa nela. Então agora que se pense que os professores que estão nos agrupamentos com horário Zero não fazem nada e querem ir dar umas aulinhas de AEC para descansar ou os que estão na mobilidade. Esses professores não conhecem a realidade de ensino das Escolas do 1º ciclo. Estão habituados a mandar no outros ciclos.
Eu sendo professora de Inglês(também do 3º ciclo e secundário) da AECs, tenho investido o meu dinheiro em formação, em formações da APPI, International House, British Council, Mestrados em Ensino Precoce, e etc.., que as senhoras, colegas dizem elas, dos agrupamentos nem aparecem para ter formação da APPI, nem as vejo nas formações( até as formadoras questionam o seu aparecimento, pois estão sempre a criticar o trabalho dos outros, invejadas pelo nosso bom trabalho com as crianças. Tenho investido muito do meu tempo a preparar aulas para os pequeninos, para que o Inglês continue no 1º Ciclo e seja dado por professores com formação especifica, e com contratações pelas autarquias. Pois visto que no meu caso e de muitas outras colegas é a nossa única fonte de rendimento.
O sr. Crato e o governo atual pensa que os professores das AECS não tem formação, são medíocres,pois eu sou professora licenciada e profissionalizada e preciso de trabalhar.
Maio 18, 2013 at 9:53 am
outra coisa trabalhar por 5 horas nas AEC é um bico para muitos mas para alguns é NÃO SE FAZ FAVOR! Pensem nisso!
Junho 3, 2013 at 5:54 pm
Primeira aspecto que gostaria de salientar: toda a gente critica o número de horas que os alunos passam na escola.No entanto, relembro que a frequência das Aec é opcional. Segundo, não me parece que pagar ATL ou centro de estudos viesse resolver alguma coisa ou se seria a melhor opção,para nós pais, com tantas despesas a que temos fazer frente. Eu como mãe tenho a a agradecer a oferta desta actividades, tanto pelo facto de possibilitarem que a minha filha tenha onde estar de forma gratuita e ainda tenha ao seu dispor uma variedade de actividades lúdicas que ela tanto gosta. Na escola da minha filha as actividades são asseguradas todas elas por professores da respectiva área, que desempenham com o maior orgulho as suas funções. A maioria destes professores já está na escola há alguns anos, promovendo a continuidade e o maior estreitamento com aquele universo escolar. Acho de uma ingratidão que agora, passados estes anos todos, queiram passar esta mesma responsabilidade para outros professores que até hoje só viram com maus olhos estes profissionais, que criticavam todo o sistema escolar através deles e que não os viam como colegas, mas sim como uns falhados… A minha filha adora as Aec e os professores que se dedicam a eles de uma forma que certamente, nenhum professor com horário zero o fará. Aguardem e vejam…
Agosto 13, 2013 at 12:15 am
De tudo o que li, só me apetece dizer algumas frases: “Que triste classe”, “Que triste país”, “Que triste sociedade”.
Não vou discutir aqui se concordo ou discordo com as AEC’s? Isso é o menos importante.
O que me interessa é esta falta de ética, profissionalismo, humildade, responsabilidade, coerência, entre colegas de profissão.
São estes os educadores dos nossos filhos, dos nossos jovens…que vêm para aqui escrever todos estes disparates. Quer sejam titulares de turma, quer sejam das AEC’s. Tenham vergonha.
Esse é o grande problema da nossa educação, quando o aluno não tem sucesso a culpa é do aluno, da família, de tudo, menos do professor.
Então porque têm medo de ser avaliados?
Porque têm medo de trabalhar mais 5 horas por semana?
Porque é que um professor não entra na escola às 09:00 e saí às 18:00 horas, como um funcionário de uma empresa qualquer (tem horas não letivas)?
Etc.
Sou professor, mas não sou cúmplice do estado da Educação atual, bem como, do estado do nosso Portugal.
Para terminar e refletirem, até parece que os resultados dos exames nacionais (matemática, física, português, química…etc) do 12.º ano são culpa dos professores das AEC’s?
Quanto à corrupção que falam ela existe tanto nas Autarquias como nos Agrupamentos.
O grande problema deste país é a: CORRUPÇÃO.
Sou Professor Licenciado em Educação Física, Pós-graduado em Gestão do Desporto e outras formações complementares.
Agosto 25, 2013 at 12:52 pm
A qualidade do ensino que temos hoje e Portugal deve-se, e muito, à formação enquanto pessoa da esmagadora maioria dos professores.
Estes profissionais são um caso raro da nossa sociedade. Verdadeiros egoístas, que só olham para o próprio umbigo. Basta contabilizar a quantidade de sindicatos que existem nesta classe e a quantidade de escalões, designações e afins que foram criadas e que só servem para dividir a classe e para elevar o ego de alguns profissionais, que ao invés de se preocuparem em cumprir os programas lectivos e ensinar matéria aos alunos, preferem andar preocupados com as habituais intrigas e reivindicações da treta, que regra geral apenas servem o seu próprio umbigo. Basta assistir a uma reunião de professores para perceber isso. Temas como o horário de trabalho (entrar às 9 sair às 12, entrar às 14 sair às 15:30),é coisa sagrada. Já para não falar no período de férias que os professores do quadro têm… Sim, se o Ministério da Educação se dignasse a visitar as escolas, sem aviso prévio, durante a férias escolares eu gostava de ver quantos professores seriam encontrados nos seus postos de trabalho!
Em relação às AEC’s… Bem eu ainda sou do tempo em que os professores do quadro nem queriam ouvir falar em dar este tipo de aulas… os “novatos” que o fizessem…
Professor de quadro não pode andar a correr de escola em escola, não pode andar a inventar materiais que são inexistentes para meter os meninos a trabalhar, não pode andar a fazer substituições… são coisas que não se enquadravam no estatuto de um professor do quadro!!! Enfim era uma questão de estatuto!!!!
Agora que o “partir pedra”a está concluído, que as AECs ganharam estatuto e se revestem de extrema importância para a formação dos nossos jovens, fruto do trabalho/sacrifício desses “novatos”, e ao verem a sua vida a andar para trás com a redução de turmas, o professores do quadro mudam o discurso e começam a utilizar estrangeirismos como o “outsourcing” um alvo a abater… enfim, o objectivo passa agora por dar um pontapé no rabo dos “novatos” e tomar posse das AEC’s. É sem duvida uma atitude digna e que se enquadra no tipo de perfil que vos falei no inicio.
Setembro 10, 2013 at 5:57 pm
É triste algumas pessoas falrem daquilo que não sabem.. Primeiro leiam as orientaçoes pedagógicasdas Atividades de Enriquecimento curricular, depois consultem a tabela atribuida aos professores de AEC e por fim leiam o último parágrafo do post do Miguel. é pena que “a educação do meu umbigo” esteja virada apenas para o seu umbigo? Será que nãosomos todos professores?!