O triunfo dos porcos ou – ironia do destino – talvez ainda só de alguns…!
Como antecipámos pelo menos desde Agosto p.p. confirma-se:
Não são mais de seiscentas as gamelas manhosamente esculpidas à distância e à medida de outros tantos repelentes focinhos, orelhudos e de olho grande, escarrapachados na miserável legislação socretino-lurdista das reconduções e no vergonhoso lambe-botas à corja reitoral.
Escarrando na cara de todos quanto não trairam o precariado docente, esgueirando-se de Ojectivos Individuais nas patas suínas, prontinhos a entregar os ditos cujos aos magníficos reitores, na mira dos ‘muita bons’ e ‘xalentes’ e, claro, na mira do lugarzito de horário completo sem 1 (um!) único dia de interrupção entre dois anos lectivos, horário não caído do “céu”, mas assim subtraído asquerosamente aos seus colegas do concurso nacional e, mais que tudo, aos processos da obrigatoriedade e universalidade concursais e em igualdade (princípio normativo dos concursos para exercício de cargo público e o último até vertido na Constituição da República Portuguesa).
Enquanto se tratou de ultrapassar, durante 5 longos anos seguidos, contratados/futuros desempregados às resmas na lista nacional usando este expediente ignóbil, estava tudo bem.
A coisa só começou a piorar para as bandas da pocilga quando chegamos à hora da verdade, com o Memorando/Pacto de Agressão a dar os seus primeiros golpes na Escola Pública. Ou seja, quando chegamos ao dia 1 de Setembro p.p. – antecâmara (ainda) benévola dos 1ºs de Setembro que virão.
Ora, neste dia 1 os orelhudos reconduzidos-de-longa-duração começaram também eles (ou a sua maioria) a feder a torresmo e a deitar apressadas contas à vidinha. E com razão…
Ironia do destino, depois de muito fogo fátuo, quatro meses depois, só cerca de 600 de um total de 4.500 destes, serão providencialmente colhidos e salvos da frigideira pelo garfo cratiano. Mas atenção, mesmo assim este MEC cobrar-lhes-á preço laboral altíssimo pelo ‘rescue’. Mas isso não importa agora, pois é assunto entre essas duas despudoradas partes. Que uma à outra se merecem, diga-se de passagem.
Assim, Reconduzidos de Longa Duração (RLD), parabéns, refocilem-se em champanhe, farelos e esterco com essas seiscentas vagazecas à vossa medida.
Mais notai, ‘amigos’, cada uma delas vale bem os trinta dinheiros de Judas.
Nós, geração de lutadores reais e não-virtuais do dia-a-dia, vamos continuar agora ainda com mais força, capinadas e alijadas que foram (finalmente!) essas narcotizantes ervas daninhas, ombro a ombro com verdadeiro precariado docente (agora 50 mil menos seiscentos) – combatendo dia e noite até à exaustão pela menina dos nossos olhos, A VINCULAÇÃO DINÂMICA PARA TODOS SEGUNDO A LEI GERAL DO TRABALHO!
E A LUTA FAZ-SE NO LOCAL PRÓPRIO, NAS ESCOLAS E NAS RUAS – COM PROCESSOS DE LUTA PROLONGADOS E EXIGENTES, PLENÁRIOS, OCUPAÇÕES, GREVES, ETC… jamais com promessas da banha da cobra e truques à Luís de Matos de 3º categoria, jamais mendigando ilusões junto de “instâncias” nacionais ou europeias, elas próprias lacaias do UE, BCE, FMI e fraülein Merkle.
Não faltarão alguns – pseudo xicos-espertos, outros néscios, levianos ou atontanados com o que acabaram de ler – ainda a tentar verrinar, com broca de loja dos 300 em centenária madeira de carvalho, sobro ou castanho: “Mas quem será este raio de Paulo Ambrósio que se auto-denomina de “lutador real e não-virtual do dia-a-dia”?
A todos esses respondo desde já:
1- o meu currículo de activismo militante diário, em prol do sectores do Desemprego e Contratação docentes, – com os respectivos balanços de actividade e processos de luta vitoriosos – que detenho desde 1999 até 2012 em suportes de papel e digital, falam por si. Senhores cesários, pedros, antónios & quejandos: desafio-vos a fazer o mesmo, desde a data em que os senhores iniciaram a docência até hoje, valeu?
2- disponibilizarei esse meu currículo a quem, pelos motivos supracitados, mo pedir – mesmo que mo solicite de modo deseducado e alarve.
IPO, 20/12/2012
Paulo Ambrósio
professor desempregado de EVT presentemente internado por doença prolongada,
sócio do SPGL/FENPROF
Toda a informação sobre o assunto aqui:
http://www.saladosprofessores.com/index.php?option=com_smf&Itemid=62&/topic,20447.new.html#new
Dezembro 21, 2012 at 10:35 am
Dezembro 21, 2012 at 10:36 am
Dezembro 21, 2012 at 11:58 am
E eu sou testemunha dessa tua luta, meu amigo. Ainda bem que tb não concordas com esta palhaçada … Eu estou completamente baralhada com este assunto, mas como as decisões deste (des)governo são aos avanços e recuos vou esperar para ver…
Dezembro 21, 2012 at 12:03 pm
parabéns pelo seu texto, que retrata bem o que se passa mas discordo da análise erm que “a luta se faz nas escolas…” fazer, fazia, se houvesse Professores… mas estes são uma espécia em instinação, que poucos querem proteger, e polvilham apenas algumas Organizações, desculpe, escolas. (atenção ao uso de minúsculas e maiúsculas…) . E quando, de vez em quando, alguns Professores dizem algo… alguém se apreça a achincalhar, que está passado da cabeça, que temos que dar graças a deus por ter emprego, que devemos agradecer ao/à Diretor/a ainda não nos ter posto um processo… vai mal o reino das Organizações, desculpe, escolas.
As melhoras, caro colega e força aí na luta contra a doença que muitas vezes é possível vencer! E estou certa que terá à sua volta Pessoas que o farão sorrir e que você tenha vontade de lhes fazer sorrir!
Dezembro 21, 2012 at 12:09 pm
ENTRE OUTROS ERROS, NO MEU TEXTO ANTERIOR: “extinção”
“apressar”… isto de escrever sem olhar para o ecrã e mandar, sem corrigir…
desculpem, mas de facto aqueles são erros, ortográficos, muito graves… deve ser do natal 🙂
Dezembro 21, 2012 at 12:23 pm
Este panfleto pode fazer sentido para o professorado-a-modos-que-suinariado, mas para um leitor exterior ao pocilgalismo militante, parece-se com qualquer coisa que roça o irracional de uma qualquer seita do fim-do-mundo.
Dezembro 21, 2012 at 12:24 pm
Sim aceito, mas desconfio da sua pureza moral e militantista, não por si, que deve ser boa pessoa, pelo menos parto desse princípio, mas porque, com Cesariny “Das coisas boas e da distribuição da riqueza na terra, todos sem excepção somos culpados.”
Depois, para mim, leitor com alguma dimensão moral (mas não muita, já sei), não é o melhor cartão de visita vangloriar-se ser da FENPROF.
Dezembro 21, 2012 at 12:26 pm
É caso para dizer que quem escreve assim não é …. MUITO BOM!!
Dezembro 21, 2012 at 12:59 pm
600 vagas- QUAL A EXPLICAÇÃO OFICIAL PARA SEREM
600 VAGAS?
A explicação do secretário de Estado Casanova de Almeida sempre foi que existiria uma vaga por cada horário completo requerido pela escola consecutivamente de 2009 até ao presente ano. 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀 😀
Na “minha” escola há pelo menos 8 vagas sempre ocupadas por contratados.
(fazem de nós parvos e nós comemos)
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/ensino/e-uma-brincadeira-de-mau-gosto-do-ministro
Dezembro 21, 2012 at 3:30 pm
Lamento a situação em que se encontra, mas não concordo MESMO NADA com a linguagem que utiliza e a generalização que faz. Há sempre boas e más pessoas em todo o lado. Fazia-lhe bem não ser tão cáustico. Tanta amargura só faz piorar a nossa e a sua saúde e a sua e a nossa paz…
Dezembro 21, 2012 at 3:33 pm
Uma vinculação extraordinária de contratados limitada a um número residual de vagas só pode servir uma estratégia de por um lado criar fogo de vista e por outro dividir para reinar entre a precariedade docente.
É justo que a FNE, que andou a cozinhar com o MEC este prato indigesto para a maioria e a assobiar para o ar desde que viu que poderia sair chamuscada, seja agora chamada a prestar contas sobre o que defende sobre a matéria e a troco de quê vendeu o apoio às políticas educativas deste governo.
Também é justo que se diga que estes malabarismos concursais são dignos herdeiros da arbitrariedade e da prepotência erigidas em norma para os concursos de professores deste os tempos socratinos.
Não é por acaso que nunca se viu os PPDs oporem-se, de forma clara, coerente e consequente, às principais medidas contra os professores tomadas pelos governos socratinos. Mesmo quando o PS só dispunha de maioria relativa e o PSD, aliando-se à esquerda, dispunha de efectiva capacidade de bloqueio de medidas mais gravosas.
Há uma política deliberada e consensual entre os partidos do centrão no sentido da precarização, da “domesticação” e da proletarização dos docentes do ensino não superior que só não vê quem não quer. E a maioria dos professores, diga-se em abono da verdade, não tem querido…
Mas ainda há quem pense que a proletarização da classe se evita não participando nas manifestações da CGTP e não aderindo a greves “da função pública”…
Dezembro 21, 2012 at 4:18 pm
Algo me escapa no raciocínio linear do António Duarte.
A CGTP só pode beneficiar e crescer à custa da “proletarização” e das “greves”.
O que pode impedir a proletarização é o desenvolvimento da economia e a resistência política, realizada no campo da cidadania e não no plano sindical.
Portanto é falacioso que a participação dos professores nas greves e nas manifs da CGTP evite a sua proletarização.
Dezembro 21, 2012 at 5:06 pm
# 11
Sempre a lenga-lenga da necessidade de acção sindical. A CGTP é exclusivamente, mas mesmo exclusivamente, a correia de transmissão do PCP. Quer lá ela saber dos trabalhadores!
Dezembro 21, 2012 at 6:44 pm
A indicação do local onde foi escrito o texto dissuade qualquer pessoa bem formada de responder à letra.
Assim sendo, desejo ao autor um Santo Natal e que Deus o ajude a recuperar rapidamente a saúde e a razão de que necessita.
Dezembro 21, 2012 at 7:05 pm
#0,
apesar de ter alguma divergência de fundo com a autora do #14- e tenho- faço minhas as palavras dela.
Espero, do fundo do coração que fique bem.
Mas não pense, nem por 1 minuto que seja, que qualquer contratado de longa duração se tenha visto algum dia, nalguma hora, nalgum instante, alvo da atenção e dos cuidados da FENPROF a não ser realmente após a vitória do PSD e de uma forma atabalhoada e muito transparente quanto aos seus mais altos valores. E se a FENPROF deixou isto andar anos e anos, que fará dos outros que são todos ao centrão.
Mas tudo de bom.
Dezembro 21, 2012 at 8:48 pm
#14 (e #15)
Porque é que uma pessoa de bem não haveria de ‘responder à letra’ ao colega, só pelo facto de ele estar no IPO?
O lugar onde se encontra diminui em alguma medida a sua qualidade de professor ou de cidadão?
Veja a data do último artigo de Jorge Ferreira no seu blogue,
http://tomarpartido.blogs.sapo.pt/1679737.html
e a data do seu falecimento na notícia seguinte.
http://www.esta-comunica.com/o-ultimo-dia-de-jorge-ferreira/
.
Estranha lusitana mania esta de diminuir o outro por se considerar na situação de “coitadinho”.
Dezembro 21, 2012 at 9:10 pm
#12
O pós-marxismo do h5n1 explicado às massas: o motor da História já não é a luta de classes, é o civismo!…
Foi com muito e ajuizado civismo que os trabalhadores foram conseguindo salários dignos, direitos laborais, limitação da jornada de trabalho, férias pagas e por aí fora. Reescreva a História ao sabor das suas ideias, se assim lhe parece bem, tal como se fazia em certos paraísos na Terra…
Dezembro 21, 2012 at 9:18 pm
Olho sempre com alguma perplexidade para certos preconceitos de colarinhos brancos versus colarinhos azuis, ou de trabalhadores intelectuais versus trabalhadores braçais.
Veio-me à lembrança uma certa fábrica de automóveis da península de Setúbal e onde, perante as ameaças de despedimentos e encerramento, os operários faziam greves e o pessoal do escritório comparecia ao trabalho. Também esses queriam mostrar civismo e responsabilidade. Pensavam, talvez, que a fábrica fechava, mas eles conservariam o posto de trabalho, como recompensa pela sua lealdade, enquanto os operários eram despedidos. A produção acabava mas os mangas de alpaca continuariam no escritório a fazer a escrita…
Dezembro 21, 2012 at 9:55 pm
Dezembro 21, 2012 at 10:43 pm
#18
há quem já nem o estatuto de “operário” de Palmela tenha no ensino.
E se Palmela se está a aguentar é porque se deixaram de fundamentalismos sindicais. Não duvide que com a FENPROF, já não haveria Palmela.
Dezembro 21, 2012 at 10:46 pm
#16- não é diminuição-pelo menos da minha parte.
É bom senso.
Dezembro 21, 2012 at 11:02 pm
A questão não é o “fundamentalismo”, sindical ou outro, embora esse problema possa também existir.
A questão é a unidade dos trabalhadores. Perceberem que estão todos no mesmo barco e que só unidos podem fazer frente à mundialização que o capital financeiro há muito operou. Isoladamente pode um ou outro ter ganhos isolados, mas a longo prazo perdemos todos.
Ah, e a fábrica a que me referia não era a Auto-Europa, era a outra, da Renault, que fechou. E despediu toda a gente, grevistas e não-grevistas…
Dezembro 21, 2012 at 11:35 pm
#22
E os “trabalhadores”, por oposição aos “capitalistas” já algumas vezes estiveram todos unidos? E, se isso já aconteceu, qual foi oresultado? Se não aconteceu como antevê o futuro se isso vier a acontecer (numa perspectiva não pós-marxista, claro)?
Dezembro 22, 2012 at 12:57 am
#23
Numa perspectiva marxista, diria que, se os trabalhadores se unissem, teriam um mundo a ganhar. Mas essa união é difícil e há esforços permanentes e deliberados por parte do poder económico e político para a dificultar e impedir.
É interessante verificar a forma como a actual globalização económica, mais do que promover a concorrência entre as empresas, coloca a verdadeira competição entre os trabalhadores das diversas partes do mundo, embaratecendo os custos do trabalho e pondo em causa dos direitos laborais, pois há sempre, noutro país qualquer, quem consiga ser mais competitivo, leia-se, que trabalhe mais por menos dinheiro e que faça menos exigências.
Pois as grandes empresas multinacionais, essas acabam sempre a dividir áreas de negócios e zonas de influência, formando cartéis ou gerindo monopólios naturais, espalhando os seus tentáculos pelo mundo de forma a garantir sempre lucros chorudos livres de impostos aos accionistas e administradores.
Em relação ao futuro, o que vejo é um desequilíbrio cada vez maior entre o capital e o trabalho, em desfavor deste último, e em prejuízo de quem vive do seu trabalho, assim como uma prevalência inaceitável do poder económico sobre o poder político, com uma clara degradação da democracia.
A grande questão é se, do lado dos trabalhadores, dos consumidores, dos cidadãos, conseguiremos reverter esta política, ou se o monstro atingiu já uma dimensão tal que nos acabará por conduzir a uma guerra mundial ou a outra grande calamidade. Sim, porque basta saber um pouco de História para perceber que as forças que estamos a libertar e que não estão a ser controladas é a isso que levam inevitavelmente…
Dezembro 22, 2012 at 1:33 pm
#17
O António Duarte ignora a essência da crítica marxista da economia política: a luta de classes deve conduzir ao fim do trabalho assalariado, que é a razão de fundo do capitalismo, e não ao reforço do proletariado!
Portanto das duas uma, ou a CGTP vive à custa da proletarização e do capitalismo, enquanto elemento ao serviço do sistema, ou luta para pôr fim ao Capital e portanto para deixar de fazer sentido a sua própria existência.
Ora dá para perceber que a CGTP apenas quer continuar a viver à custa do sistema e portanto não está minimamente interessada em acabar com o regime.
Daí a o patético da coreografia das manifs e das greves da CGTP.
A isto sim, chama-se colaboração e “civismo”, como se pode constatar nas manifs controladas pelos gorilas sindicais da CGTP-PCP.
Janeiro 20, 2013 at 5:18 pm
Paulo Ambrósio, jamais esqueceremos a tua luta até ao fim, fossem quais fossem as circunstâncias. 😦
Descansa agora.