Será que os alunos de turmas PCA de 6º ano são já obrigados, para efeitos de exames de LP e Mat, a saber se querem ou não seguir no 10º ano pelas vias alternativas à científico-humanística, abdicando assim, a priori, do acesso ao Ensino Superior?
Não seria mais adequado colocar essa condição apenas aos do 9º ano?
Não será que o ponto 43.2 do republicado 1/2005 está mal pensado?
Fevereiro 15, 2012 at 5:02 pm
Acho que não. Quando os pré-requisitos são poucos, a motivação inexistente e os interesses divergentes dos escolares, o encaminhamento deve ser muito precoce, no sentido de evitar contágios. É uma dor de cabeça ter alunos que soletram no 8º ano e estão a 7 meses de ter que ler Gil Vicente, Camões e Eça. Foi para isto que foram criados os “rankings” – para nos tornarmos profissionais a sério e de nos deixarmos de “pieguices”.
Fevereiro 15, 2012 at 5:07 pm
#0 ai agora és piegas!!!
PSD PSD PSD
Fevereiro 15, 2012 at 5:29 pm
Não li o artigo em questão, mas vou responder um tanto de cor. Essa decisão cada vez mais precoce é mais uma vez uma imitação do modelo britânico (julgo que thatcheriano) que gerou muitas críticas por terras de Sua Majestade…
Fevereiro 15, 2012 at 5:30 pm
No fundo, “cortar as pernas” aos meninos cada vez mais cedo. A não ser aos que já são precocemente robotizados para cumprir os sonhos dos papás.
Fevereiro 15, 2012 at 5:32 pm
Pode-se dirigir uma instituição, partindo do princípio que ela não é capaz de desempenhar a sua função? Consagrando em lei o seu próprio falhanço? Consolidando a sua inutilidade?
Triste elite esclarecida, esta. Ainda pretendem resolver os problemas da Grécia…
Fevereiro 15, 2012 at 5:54 pm
#4 E esses não têm por acaso também direito a uma escola pública decente? Esta é uma matéria em que até me revejo nas posições de PPC. Há que lutar para recuperar a imagem da velha escola e do velho professor.
Fevereiro 15, 2012 at 6:12 pm
1º imbecilizam-se.
2º exigem-se-lhes responsabilidade.
Fevereiro 15, 2012 at 6:47 pm
As turmas de PCA surgiram para dar resposta a situações muito particulares (por exemplo, alunos com retenção repetida ou dificuldades de integração).
Sabemos que são turmas constituídas por um número reduzido de alunos e esse facto implica gastos muito mais elevados que aqueles que se têm com as ditas turmas normais.
Também sabemos que os gastos com as turmas de PCA são suportados pelo dinheiro do estado, contrariamente aos que se têm com as turmas de CEF que são pagos com dinheiros da Europa (razão pela qual, nos últimos anos, temos vindo a assistir à não aprovação dessas turmas por parte das DREs)
Os alunos que frequentam turmas de PCA têm sempre a hipótese de transitar para turmas de percurso normal, mas tal facto não se tem verificado, na maioria dos casos, por razões várias que não importa, para já, aqui esclarecer.
No último ano, assisti,com grande descontentamento, à não aprovação de turmas de PCA de 6º ano – os alunos tinham frequentado uma turma de PCA no 5º ano, mas no 6º foram obrigados a frequentar uma turma de currículo normal.
Em suma: a tendência, em meu entender, é reduzir o funcionamento destas turmas, facto que terá de levar a uma grande reflexão por parte de todos os que tomam decisões neste processo.
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Tentando, agora, responder à questão concreta do post:
– sim, porque há alunos que não conseguem reduzir as suas enormes dificuldades, apesar de todo o trabalho que é feito dentro e fora da sala de aula;
– sim, porque há alunos que frequentam o espaço físico a que chamamos “Escola”, mas recusam a própria ideia de Escola: não querem aprender; não querem ser ajudados; não se empenham minimamente; não revelam nenhum progresso relativamente aos conhecimentos, às capacidades e às atitudes, independentemente da elasticidade do currículo;
– Não, porque há alunos que, de um ano para o outro, crescem interiormente, começam a aplicar-se e conseguem reduzir /eliminar muitas dificuldades;
– não, porque há alunos cujo principal problema reside em dificuldades de integração – ultrapassado esse problema, esses alunos conseguem resultados iguais ou superiores aos das turmas com currículo normal.
Fevereiro 15, 2012 at 7:25 pm
#2,
Que mal me permite, o Xerloque é um imbecil.
pelo menos é o que transmite a partir das suas intervenções saudosistas de Sócrates y amigos.
Fevereiro 15, 2012 at 7:28 pm
#8,
Não percebi exactamente a que questões correspondem os “sim” e “não”.
O que acho é que no 6º ano todos deveriam fazer os exames, com as provas de aferição era assim mesmo e nem sempre tinham as mesmas horas das ditas disciplinas que as turmas “regulares”.
E a medida do (in)sucesso também poderia ajudar como elemento de avaliação do progresso das aprendizagens, mesmo se com métodos “alternativos”…
Fevereiro 15, 2012 at 8:49 pm
#10,
só respondi à 1ª pergunta: “Será que os alunos de turmas PCA de 6º ano são já obrigados, para efeitos de exames de LP e Mat, a saber se querem ou não seguir no 10º ano pelas vias alternativas à científico-humanística, abdicando assim, a priori, do acesso ao Ensino Superior?”
A minha resposta foi SIM/Não, de acordo com as situações que apresentei, ou seja, a resposta foi “NIM”.
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Relativamente ao “Sim” :
Dei esta resposta porque considero que (e desculpe-me a franqueza!) o querer dos alunos por si só não basta: de nada vale o aluno dizer que quer seguir para o ensino superior se a sua realidade escolar/o seu grau de insucesso até ao 5º ano mostrarem que essa sua vontade não passa, afinal, de um desejo… que muitos alunos vão alimentando, ano após ano, sem nada fazerem para que esse desejo se concretize/materialize …
( a minha experiência com turmas de PCA permite-me afirmar que há casos de alunos que, mesmo com um currículo alternativo, não conseguem um sucesso escolar mínimo. Deixar arrastar essas situações muito particulares parece-me até um pouco irresponsável por parte do sistema, na medida em que poderá contribuir para que esses alunos alimentem falsas ilusões, distorcendo a sua realidade concreta.
A Escola terá, a meu ver, de encontrar um percurso escolar diferente para esses alunos… que, em meu entender, deveria passar pela aprendizagem /preparação escolar para o exercício de uma profissão futura que contribuísse para a realização pessoal e profissional desses alunos).
Relativamente ao “Não” :
Todos conhecemos casos de alunos que conseguiram superar as suas dificuldades, pelo facto de terem frequentado turmas de PCA. Para estes, a existência destas turmas foi uma resposta adequada, tendo, em muitas situações, contribuído para a melhoria dos seus resultados, da sua integração na vida escolar, da sua motivação para o prosseguimento de estudos e até para a sua valorização pessoal.
( para estes casos, deveria haver a hipótese da realização dos exames/provas de aferição, no 6º ano).
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Como resolver a questão e aperfeiçoar a lei?
Julgo que a decisão de o aluno poder ir a exame (ou não) deveria assentar num parecer técnico, elaborado pela equipa que acompanha os alunos destas turmas: os professores de Língua Portuguesa e de Matemática, juntamente com os SPO e os restantes docentes do Conselho de Turma deveriam pronunciar-se sobre cada caso e decidir em conformidade.
Fevereiro 15, 2012 at 9:17 pm
(ainda antes de ir jantar …)
Ocorreu-me, agora, o seguinte “pensamento”/ estratégia, que poderia ajudar a contornar a lei:
– os alunos que frequentam o 6º ano em turmas de PCA – e em relação aos quais o Conselho de Turma considera que têm hipóteses de obter resultados satisfatórios ou bons nos exames de 6º ano – seriam transferidos para turmas de currículo normal, durante o ano lectivo, de forma a poderem realizar as provas de exame, no final do ano.
Fevereiro 15, 2012 at 9:23 pm
SIM ESSES TÊM UM FUTURO DO CARAÇAS…DEVEM TER..SE OS DITOS NORMAIS SÃO O QUE SÃO..QUEREMOS ENGANAR QUEM?
A MISSÃO É ENTRETÊ-LOS PARA DEPOIS SEREM, DESPACHADOS PARA LUGAR NENHUM SALVO RARÍSSIMOS CASOS…