Em matéria de Educação foi um tempo de continuidade. Ao mandato de falsa e negociada pacificação das escolas de Isabel Alçada seguiram-se os meses de adaptação de Nuno Crato ao lugar, com meias medidas, a maior parte delas na sequência do passado mais ou menos recente.
No estatuto de carreira, no modelo de avaliação, na reorganização da rede escolar, nos concursos, mesmo na reforma curricular procuraram-se soluções não muito agressivas mas que pouco se distinguiriam de um qualquer governo cujo projecto para a Educação fosse conter custos. Apenas a revogação do documento sobre as Competências do Ensino Básico e uma investida sobre as Novas Oportunidades, tudo já em final de ano são medidas com uma marca mais específica e coerente com o discurso anterior de Nuno Crato.
Mas ficam muitas dúvidas sobre o futuro e a perturbação é incontornável num sector fustigado por um conflito permanente desde 2005. Não há reformas de sucesso na Educação sem a colaboração de todos os actores em presença. Enquanto tivermos um CNE a atribuir sempre o ónus do insucesso aos professores e quase nunca às famílias e alunos, enquanto tivermos grupos de opinião ligados ao Governo a fustigar os professores ao mais pequeno pretexto e enquanto o MEC se limitar a declarações de circunstância, sem uma clara solidarização pública, as escolas e os professores são têm forma de recuperar a confiança arrasada ao longo de anos na tutela. Quanto muito tentam agarrar-se a fios de esperança que quase todos sabemos serem ilusórios.
Apesar disso resta uma capacidade estranha de trabalho e resistência numa classe profissional que os meninos de gabinete e task -force ou think-tank insistem em apresentam como acomodada e conservadora.
Ficam aqui apenas dois exemplos, entre muitos possíveis, acumulados ao longo do ano.
Num caso é um relatório de autoavaliação que ousa ir além do figurino e no outro o caso de uma escola que insiste em apresentar resultados muito acima da média na poreparação dos seus alunos.
Anexo: Ficha de auto-avaliação 1-2-3 ciclos
Dezembro 31, 2011 at 1:08 pm
claro q o exemplo em casa pode ser determinante.Pais broncos geram filhos broncos. Os profs n podem fazer milagres de transformar broncos em pessoas. Mas por vezes conseguem…
Dezembro 31, 2011 at 1:10 pm
claro q quando se vive numa boa casa c pais “normais” a coisa pode ir de vento em popa…
Dezembro 31, 2011 at 1:12 pm
numa casa suja e desorganizada e c pais aberrantes deve ser “um pouco” complicado…
Dezembro 31, 2011 at 1:16 pm
aulas de apoio para todos mais teatro e artes tudo num ambiente de disciplina e respeito VOILA n se trata de milagre mas de trabalho da escola e dos profs como diz o encenador na reportagem
Dezembro 31, 2011 at 1:21 pm
o outro a foi para paris oferecer jantaradas n necessitaria de olhar para os finlandeses; um outro lundo sem nada de nada q ver c o mundo tuga; bastaria ter visto esta reportagem.
Dezembro 31, 2011 at 1:23 pm
Obrigado Paulo por todas as análises feitas ao longo do ano e pela criação de um espaço em que podemos confrontar as nossas ideias.
A nível de Educação despeço-me com sabor amargo-doce.Amargo pela falta de dignidade com que os professores foram tratados e pela continuidade de uma avaliação cujo único objectivo é retirar poder económico.A nível de concursos os colegas contratados ficaram sujeitos á arbitrariedade de critérios de total precariedade sendo dado um poder sem limites aos Diretores. Quanto ao doce é que eu gosto de ensinar.
Bom Ano 2012
Dezembro 31, 2011 at 1:23 pm
#1 a 5,
Já tentou escrever sem ser à bronco dos tm’s?
Dezembro 31, 2011 at 1:24 pm
A escola TIPO taylorista modelo chouriço..
Dezembro 31, 2011 at 1:27 pm
Abraço PAULO E BOM ANO ..PARA TI…DANÇA COM OS TEUS NO FINAL DO DIA…
Dezembro 31, 2011 at 1:28 pm
PORQUE este ano e o próximo vai ser um ano de…fui..
Dezembro 31, 2011 at 1:29 pm
esse outro q se pisgou para paris e entrou por cunha em CiencePo tem a enorme sorte de portugal n estar em Africa; ainda que devesse; e n viver uma primavera árabe; ainda que devesse; porque senão a França teria de o repatriar; e fa-lo-ia claro; vive la France; para se fazerem os devidos e justos e necessários ajustes de contas.
Dezembro 31, 2011 at 1:35 pm
mas a culpa é de quem permite; e possivelmente admira; os corruptos e os “engenheiros” e de quem os cria no chico-espertismo desde os bancos da Escola Primària (primeiro ciclo dizem…)
Dezembro 31, 2011 at 2:14 pm
A Escola Alves Martins sabe (e faz bem) autopromover-se.
Se se fizer a média dos alunos que entraram em medicina por turma, é capaz de não ser muito diferente da maioria das outras escolas.
Dezembro 31, 2011 at 2:19 pm
Vivi a infância e parte da adolescência na região do autor do RAA acima referido.
(Já agora, o meu RAA tinha 4 páginas, sem anexos…)
Dezembro 31, 2011 at 2:20 pm
Subscrevo.
Acrescento apenas duas breves notas.
– Creio que o principal problema nesta área reside no facto de o governo, tal como os anteriores, não ver a educação numa perspectiva estratégica, de desenvolvimento sustentado – nem falo da dimensão “humanista”, para não ser acusado de quixotismo… -, mas como um fardo a que não se pode fugir, mas que se pode ir aligeirando.
– Está instalada a ideia, na classe dirigente e em grande parta da opinião pública e publicada, de que as “reformas”, em particular no caso da educação, têm de ser realizadas apesar dos professores, ou mesmo contra eles. Em vez de se estudarem as situações, dialogando com quem está no terreno, vai-se pelo caminho perigosamente mais fácil de escutar “as comissões”, os “conselhos”, que mais não fazem do que glosar a consabida cartilha idológica eduquesa – para não incomodar o establishment da 5 de Outubro… -, e, depois, prescrevem-se “medidas” (enfunadas de “reformas”) que se vão apenas somar às outras tantas inanidades que se conhecem.
Dezembro 31, 2011 at 2:30 pm
Os conflitos e as políticas no sector da Educação deixaram marcas que, em minha opinião, são indeléveis. Não acredito, já, em mudanças para melhor no futuro próximo…
Dezembro 31, 2011 at 3:45 pm
Relatório corajoso de um excelente professor, na certa.
De Nuno Crato fica a mágoa por ter legitimado aquele modelo depois de tanto o ter criticado.
E embora se perceba a gralha, deixo 2 correções ao, igualmente excelente, texto de PG:
“as escolas e os professores são têm forma de recuperar” (não)
“Quanto muito tentam” (Quando)
Dezembro 31, 2011 at 5:26 pm
É um orgulho pertencer a esta coorporação!…
Dezembro 31, 2011 at 7:16 pm
Desejo que tenha um excelente 2012, o menos “troikado possível”…
Janeiro 1, 2012 at 9:05 am
Um banho de realidade com uma turma problemática faria muito bem aos senhores(as) da CNE, em particular a drª Bettencourt…