O fim anunciado da disciplina de História
Para raciocinar criticamente sobre um assunto é preciso começar por conhecê-lo. Pretendendo-se formar «estudantes críticos» sem lhes fornecer a necessária formação e treino, apenas se formam ignorantes fala-barato.
Nuno Crato, O “eduquês” em discurso directo, Gradiva, 2006, p. 86
O ministro da Educação Nuno Crato prepara-se, no âmbito da nebulosa reorganização curricular que se encontra em curso, para extinguir a disciplina de História do terceiro ciclo como área autónoma do saber.
Não admira que este economista e matemático de formação assuma tal responsabilidade, pois parece não convir aos políticos, economistas e gestores que moldaram e controlam o mundo neoliberal deprimido de hoje que este seja interpretado a partir de critérios metodológicos e quadros do conhecimento que só a ciência histórica pode fornecer. Decididamente, não interessa a estes diretores e manipuladores da situação que os jovens e futuros cidadãos desenvolvam uma consciência histórica que lhes permita questionar e rebater de forma argumentada o paradigma económico-social e político nacional e mundial contemporâneo.
Hoje os media estão contaminados por economistas-gestores que opinam sobre tudo e condicionam a opinião pública. Esses mesmos economistas-gestores que nunca foram capazes de antecipar a crise — ou não tiveram o interesse ou a coragem para o fazer — e são agora incapazes de nos apresentarem soluções percetíveis para a superar, mas que, à conta dessa crise, invadiram os meios de comunicação social, dominam o mundo financeiro e empresarial e determinam a ação dos políticos. Os mesmos economistas-gestores que, entretanto, resolveram obnubilar o facto de a crise dos subprimes de 2008 estoirar nos EUA (e depois, por efeito dominó, na Europa) devido às desreguladas e criminosas atividades especulativas do setor privado. E que hoje nos vêm dizer que a culpa de estarmos a descer ao inferno tem de ser somente assacada aos gastos desmedidos que os políticos fizeram no setor público – ou seja, em prol de um Estado-providência que, apesar de ter cometido (intoleráveis) erros de palmatória, é afinal acusado de ter desejado praticar o supremo crime de assegurar uma sociedade mais justa e democrática, em que todos tivessem igual acesso à educação, à saúde e à justiça.
É, no entanto, curioso registar que perante a iminência do fim das disciplinas de História e de Geografia no terceiro ciclo do ensino básico, que se prevê serem fundidas numa disciplina híbrida — a qual, pormenor de somenos importância, será doravante lecionada por professores de História sem formação de Geografia e por professores de Geografia sem formação de História —, toda a gente fique calada. Com efeito, sobre este assunto só os sindicatos dos professores denunciaram com alguma fogosidade o risco de esta medida, estritamente economicista e sem justificação pedagógica e cívica, poder contribuir, a curto ou médio prazo, para o despedimento de muitos professores de História e de Geografia contratados ou mesmo dos quadros de nomeação definitiva das escolas e, portanto, com 10 ou até mais de 15 anos de trabalho.
Onde estão os professores de História do ensino básico e secundário? E por onde andam os professores de História do ensino universitário? E onde está a Associação de Professores de História que, depois de ter apresentado uma petição/manifesto contra tal medida, parece ter-se desinteressado do assunto? E o que pensa sobre este tema a sempre tão interventiva Confederação Nacional de Associação de Pais? E os ex-presidentes da República Mário Soares e Jorge Sampaio? E, ainda que mal pergunte, que justificação pretende dar Nuno Crato para assumir a responsabilidade política desta decisão? Note-se, o mesmo que antes de estar ministro advogou, num livro que pretendeu desconstruir, argutamente, os mitos da pedagogia romântica e construtivista, ser «preciso centrar forças nos aspetos essenciais do ensino, ou seja, na formação científica de professores, no ensino das matérias básicas, na avaliação constante e na valorização do conhecimento […]» (O «Eduquês» em discurso direto, Gradiva, 2006, p. 116).
Se a disciplina de História for mesmo banida dos currículos do terceiro ciclo do ensino básico — registe-se, no exato momento do rescaldo das exuberantes comemorações do centenário da Primeira República (1910-2010) —, então sugiro ao ministro Nuno Crato que mande para as urtigas a «formação científica dos professores» e o «ensino das matérias básicas» que tanto defendeu, e opte por idênticos processos para outras disciplinas. Nomeadamente, que trate de fundir a disciplina de Matemática com a disciplina de Ciências Físico-químicas e a disciplina de Português com a disciplina de Inglês. Desta forma, o Ministério da Educação poderá cumprir os seus crípticos desígnios de contribuir para a formação de alunos «ignorantes fala-barato», instruir cidadãos castrados, despedir professores e, evidentemente, poupar dinheiro. A escola pública e o país agradecem.
Luís Filipe Torgal
Outubro 31, 2011 at 2:43 pm
Não li o livro do Nuno Crato mas os excertos a que tive acesso deixaram-me com a impressão de que ele não estava dentro do assunto e se limitava a atirar umas bocas.
O fim da História e da Geografia (ou a sua redução a algo absolutamente absurdo) é uma tentação de todos os teknokratas. Não servirá de nada mandar a gentalha ler Marc Bloch (Introdução à História) ou a transcrição da mesa-redonda entre Phillipe Ariès, Michel de Certeau, Jcques Le Goff, Emmanuel Le Roy Ladurie e Paul Veyne (A Nova História) – mesmo pequeninos seriam textos de uma profundidade exasperante para tanta tacanhez.
Para os não iniciados nestas coisas deixo uma citação de Michel de Certeau nessa mesa-redonda:
(…) a ausência ou o esbatimento da História nas escolas priva os estudantes da possibilidade de simbolizar o seu lugar, de situar-se numa complexa rede de forças e de analisar as suas relações. Retira-lhes igualmente um instrumento crítico que justapõe à normalidade de um presente a diferença de outras organizações – económicas, políticas, culturais, existenciais (…).
Não sou corporativo, só não gosto das ideias que alguns tecno-mangas-de-alpaca querem impor cá no burgo. Os perigos são demasiado grandes.
Outubro 31, 2011 at 2:45 pm
Caro Luís consegues, mais uma vez brilhantemente, o sentimento que todos nós, os amantes da História, sentimos. Efetivamente mais de que uma tendência conjuntural penso que é algo que se vem estruturado há mais de uma dezena de anos. Somos do tempo em que a disciplina de História tinha 9 tempos no 3º Ciclo. Com argumentações economicistas passámos a 7/8 tempos. No sentido inverso assistimos à valorização das ciências naturais e físicas, ainda somos do tempo em que apenas existiam em dois dos 3 anos. É interessante verificar os níveis de insucesso nos exames nacionais nestas últimas disciplinas. Quantidade nunca fez qualidade. A história não se repete, dizem, mas seria interessante refletir como ao logo da História as situações de crise acabam. Muito mais interessante se retirarmos aos nossos alunos o espirito critico e os formatarmos como simples autómatos. Depois queixem-se se não souberem como pessoas como o Hitler chegou ao poder.
Outubro 31, 2011 at 2:46 pm
Crato conseguiu já um feito histórico, quase ao nível da quadratura do círculo:
ser pior que a Sinistra e mais inútil que a Leopoldina.
Ainda não esqueci o ambiente de euforia na sala dos professores no dia da sua nomeação.
Outubro 31, 2011 at 2:48 pm
#1,
Quer-me parecer, pela entrevista e não só, que o “fim da História” é capaz de estar adiado e que o bom senso vai prevalecer.
A vida não pode ser só feita de números.
Outubro 31, 2011 at 2:57 pm
Pela entrevista não depreendi isso do fim da História ou da sua redução. Mas deste ministro de quem se muito esperava, a partir de agora espera-se tudo , ams nada de bom para educação.
Outubro 31, 2011 at 2:57 pm
Paulo,
quando li a entrevista pareceu-me que essa era a ideia mas não tenho a certeza. A tentação é demasiado grande e já há os tais cursos em que o pessoal sai com formação nas duas disciplinas com poucos conhecimentos científicos e muita pedagogia.
Outubro 31, 2011 at 3:01 pm
#6.
Acredito que poderão ter a possibilidade de optar por irem dar HGP no 2º CEB ou optar por uma das áreas.
Juntar História e Geografia à francesa e à moda dos “Estudos Sociais” é o equivalente àquelas disciplinas do tipo “Ciências da Terra e da Vida” onde cabe de tudo, da Geologia à Biologia, passando pela Físico-Química.
Outubro 31, 2011 at 3:07 pm
0# Caro Paulo Guinote. Também me parece, pela leitura da entrevista, que o fim da História (e do último Homem) vai ser adiado. O Ramiro concorda com a minha leitura.
http://www.profblog.org/2011/10/ainda-entrevista-de-nuno-crato-ao.html
Outubro 31, 2011 at 3:26 pm
O fim da História… será que o Erro Crasso anda a ler professias maias ou budistas sobre o fim do mundo em 2012?!
É grave demais para ser verdade! Qual a filosofia, modelo de sociedade e de Homeme que o Erro Crasso quer construir? Sabe o que é isso? Estamos a falar de paradigmas Civilizacionais!! Acéfalos vamos ser portugueses sem passado nem futuro, à mercê de um qualquer ditadorzeco que pegue nos restos e se disponha a mandar e desmandar!
A História ainda consegue dar crédito às comemorações? Ao 25 de Abril? À implantação da República? À Restauração? Eu, enquanto professor de história, vou optar por dar uma versão triste das hipóteses que tivemos ao longo da história…como aquele triste dia 25 de Abril em que vivemos um sonho que se transformou num pesadelo! Pintarei os cravos de preto e colacarei estes na lapela! E aquela maldita Restauração?! Triste dia para nós, pois seríamos, ainda hoje, mandados pelos espanhóis e, assim, ainda teríamos alguma razão para nos queixarmos – a culpa é dos espanhóis! E a triste República? Que bom era a monarquia!
E vou ensinar os cognomes dos Presidentes e Primeiros ministros aos mneus alunos: Cavaco,o ciclóstomo; Guterres, o Lorpa; Barroso, o Poltrão; Socrátes, o Execrável; Passos, a Desilusão.
Outubro 31, 2011 at 3:42 pm
#7
Paulo. As “ciências da Terra e da Vida” são duas àreas abordadas cientificamente nos cursos de Biologia e Geologia (ensino). Evidentemente que incorpora conhecimentos de Física e Química, bem como de Matemática. A Biologia vai beber à Química e à Física, tal como a Geologia. Por exemplo, destaco a bioquímica, a cristalografia, a geoquímica, a genética…
Não me parece que a Biologia e Geologia (já se chamou Ciências da Terra e da Vida) constitua um “caixote de lixo indeferenciado”. A sê-lo, é mais do tipo ecoponto.
Outubro 31, 2011 at 3:50 pm
Contributo para a discussão:
“Que se deve entender por democratização ou republicanização do ensino? – É ter escolas onde se pregue a democracia e a república? -Não: é ter escolas onde se adquiram aqueles hábitos, aquelas maneiras de proceder, que devem caracterizar o cidadão republicano”.
A. Sérgio
Outubro 31, 2011 at 3:59 pm
O fim da história não foi ideia do Fukuiama? (desculpem a parvoice…)
Outubro 31, 2011 at 4:03 pm
#1,
Mas misturá-las com a Físico-Química, etc, etc… é como misturar História, Sociologia, Antropologia e dizer que são tudo “Ciências do Homem”.
Outubro 31, 2011 at 4:10 pm
#13
Ciências do Homem!!! Tá boa!!! 😆
Outubro 31, 2011 at 4:12 pm
Eu não percebo como é que ainda não há reacções de historiadores e afins em relação a esta matéria.
Outubro 31, 2011 at 4:13 pm
#13
Parabéns pelo “treuze”.
Não gosto nada desse tipo de misturas. Espero que impere a razoabilidade.
Outubro 31, 2011 at 4:24 pm
Essa tomada de posição a concretizar-se veio confirmar a definição de História de March Bloch:
“Afinal a História não é mais do que a história do homem.”
Nóvoa acaba de confirmá-lo.
Outubro 31, 2011 at 4:48 pm
#13
Paulo
Alguém disse, escapou-me agora o nome do autor, que a História e a Sociologia são como “dois barcos que se encontram numa noite escura”.
Outubro 31, 2011 at 5:40 pm
#2 Ponte
“No sentido inverso assistimos à valorização das ciências naturais e físicas, ainda somos do tempo em que apenas existiam em dois dos 3 anos.”
Quando se fala de um assunto (ainda por cima por escrito) é necessário não mandar bolas para o pinhal, para não cairmos no risco de nos tornarmos iguais ao nosso ME (que falava, mas ao que parece sem saber muito bem do quê!). Eu também sou do tempo em que CFQ e CN só existiam em 2 anos no 3º ciclo, mas ao contrário do que escreve a carga horária foi distribuída pelos três anos, mas o nº de horas manteve-se o mesmo!
Sei do que falo, pois sou prof de cfq do 3º ciclo e ainda lhe posso dizer que funcionava melhor quando estava tudo concentradinho em dois anos.
Cada um puxa a brasa à sua sardinha, atira as culpas para a disciplina do vizinho e é por isso que não vamos a lado nenhum!
Outubro 31, 2011 at 6:05 pm
#19 cara Bia
Não veja na minha opinião um ataque a qualquer tipo de disciplina, o seu post apenas confirma o que eu referi. Vejamos: CFQ e CN não perdeu qualquer tempo, ou melhor, teve que andar a dividir com CN. Criando escolas com cargas curriculares diferenciadas cuja distribuição raramente tem qualquer coerência. Certamente terá percebido a colega que efectivamente existe, na maioria das escolas, a divisão das turmas para fomentar as actividades supostamente práticas. Ou seja menos alunos, mesma carga horária, mais tempos para os docentes. Resultados?? Basta ver qual a disciplina que tem tido piores resultados nos exames nacionais. Efectivamente concordamos “Sei do que falo, pois sou prof de cfq do 3º ciclo e ainda lhe posso dizer que funcionava melhor quando estava tudo concentradinho em dois anos.”. Logo quantidade não é sinónimo de qualidade. Tudo para perceber que não será apenas com mais horas para a Matemática ou para a LP que os resultados serão melhores.
Não se trata de puxar a brasa para alguma sardinha isso temos nós andado a fazer nos últimos anos veja a divisão que tem que fazer com as CN. Trata-se de perceber que continuando a desvalorizar disciplinas como a História e a Geografia certamente não estamos a educar para uma sociedade mais justa, livre e informada. Apenas isso.
Outubro 31, 2011 at 6:18 pm
“Tudo para perceber que não será apenas com mais horas para a Matemática ou para a LP que os resultados serão melhores.”
As horas a mais servem para se dar os conteúdos que apareceram a mais, nos novos programas, não para melhorar os resultados.
Também aqui há uma falácia.
Outubro 31, 2011 at 6:28 pm
não consigo pensar com clareza nesta parvoeirada, estou demasiado envolvida
na semana passada mostrei um pedacinho de um filme com o Rudolfo Valentino e os miúdos do 9º não conseguiam perceber porque é que o filme não tinha diálogos…..
fiquei aterrada porque são muito mais naif’s do que eu pensava….
e são da classe média….. ao fim de 5 min a explicar que a música era geralmente uma pequena orquestra ao vivo, continuavam sem perceber porque é que não punham o som…. tipo é para nos chatear e quando mostrei o jazz de New Orleans e um funeral com música até estavam de boca aberta……
depois admiram-se por serem tão crédulos com pessoas bem vestidas que os enganam
estou um bocado desanimada…..porque queria mostrar Casablanca e a Lili Marlene!!!! é melhor nem pensar nisso ou ainda tenho uma síncope olha os miúdos a ver o adeus Lenine.matam-me!!!!!
Outubro 31, 2011 at 6:42 pm
Novos conteúdos em todos os anos? E se o Crato nao tivesse dado mais tempo nao seria implantado? Por acaso estaremos a falar do mesmo?
Outubro 31, 2011 at 6:56 pm
“O fim anunciado da disciplina de História”
Como se a história tivesse alguma disciplina… Enfim, adiante.
Queria escrever que a história acabou, finou-se a escrita.
Outubro 31, 2011 at 7:32 pm
Em tempos foi decidido cortar no ensino da ciências e “dar” um pouco mais de atenção as ciências sociais (desapareceram disciplinas como saúde, ecologia, socorrismo, entre outras do ensino básico e secundário) – foi um erro! Actualmente, corta-se nas ciências sociais e nas artes – qual o pior dos erros? Paremos de mostrar qual a área mais importante e centremos-nos no que é importante: a formação estruturada e abrangente das nossas crianças (nossos filhos!) está a ficar em causa e as suas consequências não serão imediatas. Lutemos, também, pelo futuro dos mais jovens.
Outubro 31, 2011 at 8:41 pm
Ensino matemática e não entendo que se tente eliminar a HISTÓRIA do currículo dos 2º e 3º ciclos. É por erro ou pelo contrário é o culminar das várias tentativas de limitar o desenvolvimento do pensamento dos portugueses?
“Não há machado que corte a raiz ao pensamento”, mas pensar é “perigoso”, faz mal …aos governos.
Novembro 1, 2011 at 10:00 am
Car@s colegas
Em 23 de maio de 2011, ou seja, em plena campanha eleitoral para a Assembleia da República e sem se saber quem viria a constituir o futuro Governo, foi lançada a Petição Pública Nacional “Por uma formação autónoma dos professores de Geografia e História. Por uma formação inicial de qualidade.”, de que sou o primeiro subscritor.
Com esta Petição, contesta-se vivamente a unificação da formação inicial de professores de Geografia e de História no Mestrado em Ensino da História e da Geografia. Esta Petição Pública tem promotores individiduais e institucionais: a APGeografia, a APHistória, da APGeógrafos e a AIGeografia.
O Conselho Científico do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território/IGOT da Universidade de Lisboa (onde eu próprio sou professor e coordenador de Geografia do mesmo Mestrado na Universidade de Lisboa) solidarizou-se com esta Petição.
Esta Petitção, aberta apenas aos professores de Geografia e de História. O Blogue da Petição está em http://www.peticaoautonomiahistoriageografia.blogspot.com/
A Petição está disponível online em
http://peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N14927
Conta, presentemente, com mais de 4600 subscrições, o que representa uma percentagem significativa dos professores de ambas as disciplinas.
Até 12 de Novembro, convido todos os colegas, professores de Geografia e de História a subscreverem a mesma Petição.
Cumprimentos.
Sérgio Claudino
Novembro 1, 2011 at 10:57 am
Corrijo “individuais” e “Esta Petição está aberta…”, naturalmente.
Novembro 2, 2011 at 11:13 pm
Excelente reflexão, Luís
Abraço
Novembro 3, 2011 at 1:17 am
Dos superministérios às superdisciplinas…