Há a crise, o défice, a ameaça da ajuda externa e tudo isso. Há as poupanças a fazer, os cortes destinados a eliminar adiposidades nos gastos. Tudo bem.

Mas também há que estabelecer prioridades, escolher o que merece algum respeito e aquilo que se destina a tratar a pontapé.

A função de professor classificador entrou neste último território: é para tratar a pontapé. Sinais mais evidentes:

  • Eliminação da remuneração pela classificação dos exames.
  • Obrigatoriedade de formação em muitos casos a enormes distâncias do domicílio e do próprio local de trabalho, durante o próprio fim de semana.
  • Um acordo de formação plurianual sem quaisquer direitos ou contrapartidas para os classificadores.

Isto não é forma de tratar as pessoas e profissionais a quem é entregue uma função muito importante para a vida académica dos alunos, assim como para a própria análise do desempenho do ssitema educativo.

Sendo, para mais, um acordo plurianual, não se percebe como se quer amarrar um conjunto enorme de docentes a uma função, como se de um corpo especial se tratasse, apresentando-lhes apenas deveres

Para além disso, o prazo final do vínculo é o ano de 2013/14, ou seja, teoricamente depois do período actual de colocações, o que significa que – reforço o teoricamente, cá por coisas – os docentes até poderão nesse último ano estar em escolas e agrupamentos completamente diversos dos actuais. Pode parecer pouco relevante, mas não é bem assim.

Se o documento proposto é um acordo – o que tem subjacente que as pessoas estejam de acordo – eu cá acordaria do pasmo e não acordaria. E, caso fosse sindicalizado, pediria apoio para elaborar uma proposta de novo acordo. Não sendo, faria eu próprio a contra-proposta.

Ou é um acordo, ou…