Isto é o equivalente à descoberta da roda oval, logo a seguir à roda quadrada…
Escolas portuguesas precisam de mais avaliação e disciplina
Em Portugal, 75% do tempo de aula é efectivamente dedicado ao ensino, o quinto valor mais baixo entre os 23 países analisados no estudo da OCDE.
Portugal é dos países onde os professores gastam mais tempo a manter a ordem na sala de aula e em tarefas administrativas e menos tempo a ensinar.
O estudo (que é mesmo da OCDE!!!) está por aqui e irá merecer a devida análise e atenção nos próximos tempos.
Junho 16, 2009 at 8:45 pm
75%, a sério? Qual é máximo da escala, 200%?
Junho 16, 2009 at 8:47 pm
…uau…a ministra sabe disto?
…e o “Bobi e o Tareco”?
Junho 16, 2009 at 8:48 pm
Pois..os alunos na aula fazem tudo: desde arrotar , peidar, levantar , escarrar, dizer carvalhadas, berrar..etc…
Junho 16, 2009 at 8:51 pm
E a culpa é dos “zecos” que não sabem impor a disciplina….
😦
Junho 16, 2009 at 9:01 pm
#3
… dar porrada uns nos outros, destruir o trabalho dos colegas, etc…
Junho 16, 2009 at 9:09 pm
Olhem o que diz o valtersouumidiotaetenhocáumalata:
“Educação: Diagnóstico da OCDE sobre avaliação de professores idêntico ao do Ministério – Valter Lemos
16 de Junho de 2009, 20:36
Lisboa, 16 Jun (Lusa) – O secretário de Estado da Educação afirmou hoje que o diagnóstico da OCDE da necessidade de um sistema de avaliação para os professores evoluírem na carreira é idêntico ao que o Ministério fez para implementar esta medida no país.
Um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado hoje pelo Ministério da Educação, considera Portugal um caso “preocupante” para as “carreiras e vidas profissionais dos professores” por falta de um sistema de avaliação de desempenho dos docentes.
A conclusão faz parte do relatório TALIS (Teaching and Learning International Survey), que fez um estudo comparativo das condições de trabalho e do ambiente de ensino e aprendizagem em escolas de 23 países, que decorreu entre Março e Maio de 2003 e Março e Maio de 2008.”
http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/9800398.html
Junho 16, 2009 at 9:33 pm
E se os do ME fossem ver em que condições é que se dão as aulas e se passam certificados em muitos cursos das universidades e politécnicos? Que depois despejam professores cá para fora…
Não lhes interssa inspecionar esses politécnicos e universidades para não chatearem os amigalhaços que lá estão? É que eu tenho ouvido cada barbaridade que se passa no ensino “superior”…
Vamos lá levantar esses padrõezinhos de exigência para todos.
Junho 16, 2009 at 9:34 pm
Já me posso gabar da sorte que tenho. Nas minhas aulas menos de 80/85% a expor matéria e a resolver exercícios significa que algum aluno é posto na rua. Este ano só foram 4 (um deles 2 vezes), não me posso queixar; pensei que era pior.
Junho 16, 2009 at 9:38 pm
Este estudo da OCDE não tem validade científica porque 1) não foi feito pela malta do ISCTE; 2) não corrobora as ideias do ME. 😆
Junho 16, 2009 at 10:05 pm
Mas no JN o que li é que realmente este estudo vai de encontro às reformas deste governo, isto é, os professores têm de ser avaliados !!! Já há muito tempo que deixei de comprar este jornal.Leios títulos no café.
Junho 16, 2009 at 10:31 pm
Estudo de professor da Universidade de Londres prova que o novo ECD e o modelo de avaliação de desempenho prejudicam o desempenho dos alunos e inflaccionam as notas
É um estudo académico realizado por um professor de Economia Aplicada da School of Business and Management da Universidade de Londres. O estudo tem o título de Individual Teacher Incentives, Student Achievement and Grade Inflaction. O autor é português: Prof. Pedro Martins. Para além de ser professor na Universidade de Londres, Pedro Martins é “fellow researcher” no Instituto Superior Técnico e no Institute of the Study of Labour, em Bona.
O estudo investigou o impacto das reformas educativas, realizadas, em Portugal, nos últimos 3 anos, no desempenho dos alunos do ensino secundário. O novo ECD, imposto pelo decreto-lei 15/2007, foi incluído no leque de reformas educativas. O estudo baseia-se na informação individual dos resultados dos exames em todas as escolas secundárias portuguesas desde o ano lectivo 2001-02 até ao último ano lectivo completo (2007-08). Utiliza informação disponibilizada pelo Júri Nacional de Exames e que tem sido utilizada para a construção de rankings (por exemplo, aqui e aqui).
Em termos específicos, compara a evolução dos resultados internos e externos (exames nacionais) nas escolas públicas do continente com as escolas privadas e também com as escolas públicas das regiões autónomas. A motivação para esta escolha está no facto de os dois últimos tipos de escolas não terem sido afectadas – pelo menos não com a mesma intensidade – pelas várias alterações introduzidas no estatuto da carreira docente e avaliação de desempenho dos professores. Nessa medida, tanto as escolas privadas como as escolas públicas das regiões autónomas podem servir como contrafactual ou grupo de controlo.
Os resultados indicam uma deterioração relativa de cerca de 5% em termos dos resultados dos alunos das escolas públicas do continente em relação tanto às escolas públicas da Madeira e Açores como às escolas privadas. A explicação dada pelo autor do estudo para este resultado prende-se com os efeitos negativos em termos da colaboração entre professores a partir do momento em que a avaliação de desempenho surgiu associada aos resultados escolares dos alunos (taxas de insucesso e de abandono). Ou seja, os professores começaram a colaborar menos uns com os outros e a partilharem menos os materiais e os conhecimentos. Por outro lado, o aumento da carga burocrática associada à avaliação também poderá ter tido custos em termos da qualidade da preparação das aulas.
Por outro lado, o estudo conclui que a variação em termos dos resultados internos destes mesmos alunos é menor, embora também negativa – cerca de 2% (em contraponto a 5% nos exames nacionais). A diferença entre os dois resultados, que sugere aumento da inflacção das notas, pode explicar-se pela ênfase colocada pelo ECD (decreto-lei 15/2007) e pelo modelo de avaliação de desempenho (decreto regulamentar 2/2008), pelo menos na sua primeira versão (antes da avaliação simplificada) – nos resultados dos alunos (taxas de insucesso e de abandono) como item a ser considerado na avaliação dos professores.
Este estudo é de enorme importância. As conclusões arrasam o novo ECD, o novo modelo de avaliação de desempenho de professores e as restantes reformas educativas introduzidas no ensino secundário. Espero que os jornais e as televisões peguem nos resultados deste estudo. Está tudo neste post, incluindo a versão completa do estudo do Prof. Pedro Martins.
Para saber mais:
O estudo “Individual Teacher Incentives, Student Achievement and Grade Inflaction” versão completa
O estudo – versão abreviada (resumo)
http://www.profblog.org/2009/03/estudo-de-professor-da-universidade-de.html
Junho 16, 2009 at 10:44 pm
Está lá uma palavra a mais, que foi banida do ECD: ENSINO. O ME baniu o verbo ENSINAR do ECD. Alguém avise a OCDE, se faz favor.
Junho 16, 2009 at 10:49 pm
«Um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado hoje pelo Ministério da Educação, considera Portugal um caso “preocupante” para as “carreiras e vidas profissionais dos professores” por falta de um sistema de avaliação de desempenho dos docentes.»
Então mas o que é que a MLR andou este tempo todo a fazer, que não criou um sistema de avaliação docente? E o que andaram os outros a fazer, pois disseram à OCDE que existia um modelo de avaliação de professores e, segundo Sócrates, não havia avaliação nenhuma?
Mas está tudo doido ou quê?
Junho 16, 2009 at 11:01 pm
O ME e a Avaliação do Desempenho Docente: Má-Fé, Brejeirice e Mentira Pública!
O ME e o Governo que o tutela insistem em veicular para a opinião pública a falsa ideia de que em Portugal, antes da “geração Sócrates”, os professores não estavam sujeitos legalmente à avaliação do seu desempenho profissional.
Com efeito, muitas têm sido as inoportunas ocasiões em que, publicamente, a ministra da educação e até mesmo o primeiro ministro, têm ardilosa e falsamente invocado, em seu benefício, aquele argumento.
Perguntemo-nos: É ou não verdade que os docentes portugueses não eram (não são) avaliados?
Resposta possível número 1: SIM, os professores em Portugal são avaliados!
Na óptica oficial da União Europeia e dos governos que em Portugal antecederam o do amnésico Governo do Engº Sócrates, no sistema educativo nacional vigorava um sistema de avaliação do desempenho docente, fazendo-se Portugal integrar no restrito grupo de países europeus em cujo sistema educativo se reconhecia oficialmente a existência e funcionamento de um efectivo sistema de avaliação dos seus professores.
Perguntar-se-á como é que isto se prova(?). É fácil, basta consultar a base de dados
oficial da UE (Eurydice) e verificar-se-á que nela se reconhece o óbvio: em Portugal, ao contrário de muitos outros países europeus, os professores eram efectivamente avaliados!
(crf:
http://www.eurydice.org/portal/page/portal/Eurydice/EuryPage?country=PT〈=PT&fragment=248
).
Eu sei que a Ministra MLR sabe disto e também sei que ela simula não o saber. Logo, das duas uma, ou ela assume publicamente a sua indecorosa mentira ou…
…ou então a ministra não é nem portuguesa nem europeia mas, quiçá, chilena.
É claro que este facto não a desculpabiliza de tanta insensatez e malfeitoria, mas num País “democrático e moderno” como o nosso(?) esta reiterada brejeirice e mentira políticas deveria conduzir natural e necessariamente à sua demissão. (Obs.: A este propósito recordo-me do episódio triste do ex-ministro do ambiente António Borrego, o qual, por publicamente,algures no interior do norte de Portugal, ter contado uma anedota de mau gosto, foi de imediato demitido por Cavaco Silva… Imaginem o que não teria já acontecido a Maria de Lurdes Rodrigues se o decoro democrático e a decência política fossem outros no Governo do Engº Sócrates);
Resposta Possível nº2: Para a União Europeia, o governo nacional diz que “sim, está instituído em Portugal um sistema de avaliação do desempenho dos docentes”; para os portugueses, o mesmo governo, diz que “não”. Conclusão: “NIM!”
Resposta e conclusão finais:
Os sindicatos dos professores devem exigir ao governo da nação que este preste institucionalmente contas da sua pública, declarada e repetida MENTIRA, porquanto, tal como a UE está oficialmente informada, existe em Portugal um real e oficial modelo de avaliação do desempenho dos docentes. (Obs: Eu sei que é politicamente correcto e vulgar mentir aos órgãos institucionais da União Europeia, coisa que o ME faz reiterada e abusivamente com as medidas por si tomadas tendentes a mascarar as estatísticas do abandono e do insucesso escolares, mas, convenhamos, que fazê-lo tão descarada e displicentemente aos portugueses e aos professores, já ultrapassa a garantia ética minimamente exigida para que possamos continuar a ser cidadãos, não tanto da Europa, mas, ainda assim, do tal Portugal “democrático e moderno”);
Fernando Cortes Leal
14 de Abril de 2008
Kosmografias
Junho 16, 2009 at 11:01 pm
Calpúrnia Says:
“Já me posso gabar da sorte que tenho. Nas minhas aulas menos de 80/85% a expor matéria e a resolver exercícios significa que algum aluno é posto na rua. Este ano só foram 4 (um deles 2 vezes), não me posso queixar; pensei que era pior.”
Que sorte, eu neste ano negro, ou púrpureo, já mandei sair mais alunos do que nos últimos 10 anos juntos, aliás anos houve, que não mandei sair ninguém! Por exemplo à 3 anos!!!!
Junho 16, 2009 at 11:10 pm
Os números do PISA. Quem é quem com melhores resultados a Matemática, Ciências e Leitura?
O Estudo Internacional que avalia as competências dos alunos até aos 15 anos, através de exames de matemática, Ciências e Leitura, vulgarmente conhecido por PISA, dá-nos a seguinte resposta
Portugal está à frente da Espanha, com resultados muito semelhantes aos de França. Os países mediterrânicos, Portugal, Espanha, França, Grécia, Turquia e Itália, têm resultados semelhantes. Encontram-se a meio da tabela ou um pouco mais para trás.
Ao contrário do que o Governo de Sócrates quis fazer crer, os alunos portugueses tiveram, em 2006, um desempenho muito razoável nos testes do PISA.
http://www.profblog.org/2009/02/os-numeros-do-pisa-quem-e-quem-com.html
Junho 17, 2009 at 12:06 am
“Table 2.3 shows that on average across TALIS countries, 85% of teachers were employed on a permanent basis.
Portugal was the only country in which less than 70% of teachers were permanently employed, followed by
Ireland, Brazil and Iceland, with less than 75%. Virtually all teachers were permanently employed in Denmark,
Korea, Malaysia and Malta. Permanent employment can be viewed as a beneft of choosing a teaching career
and could be linked to the issues discussed in chapter 5 such as the recognition they receive for their efforts and
their motivation to improve their effectiveness as teachers.”
Click to access 43023606.pdf
Página 29
Junho 17, 2009 at 4:43 am
Angélica, Angélica… Com que então «Por exemplo à 3 anos!!!!». Minha cara, desconfio que também a puseram fora da porta muitas vezes nas aulas de Português… ‘Há três anos’, para não falar da virgulazita.
Posto isto: é de facto lamentável o tempo que dedicamos a manter a ordem. Lamentável e injusto. E o pior é que a sociedade pagará por isto: alunos que não têm regras na escola não as terão cá fora, a conduzir um automóvel, etc., etc. Por razões que não importa aqui expandir pude ver durante este ano lectivo ao vivo vários exemplo de professoras extraordinárias: a força interior que é preciso ter para controlar e ensinar! Pena o que vi não ter sido filmado e passado na TV. Muita gente se revoltaria contra um sistema que protege pequenos díscolos. Alguns dos alunos deste tipo eram filhos de professoras! Outros, provenientes de famílias desagregadas e instituições de segurança social. De uma vez tive de intervir para dizer a esses alunos que não era justo o modo como se comportavam dado que impediam de aprender os colegas e as professoras de ensinar. Lá se calavam um bocado. Agora, digam-me uma coisa: mandar sair sucessivamente que resolve? Estes alunos são filhos do nosso povo. São fruto de uma educação que não tiveram em casa. Por todo o país é a mesma coisa, mas diga-se, para terminar, que os exemplos de alunos responsáveis e que nos surpreendem pelas capacidades que demonstram também abundam.