10 mitos sobre a avaliação de desempenho docente

Para prosseguir o esforço de esclarecimento e contrariar algumas ideias erradas relativas ao processo de avaliação de desempenho docente, o Ministério da Educação refuta 10 das noções erradas mais frequentes que surgem quando se discute este tema.

Regista-se com humor q.b. que para o Ministério da Educação o seu modelo de avaliação já entrou no domínio da mitologia que, como sabemos, é do reino da pura fantasia.

Mas, hélas, os mitos estão na cabeça daqueles que discutem o modelo e, pobre descerebrados, têm ideias erradas no lugar onde deveriam ter o cérebro.

E são dados 10 exemplos de mitos, notando-se que os mitos são mais interessantes quando se agrupam em números redondos.

Eu irei certamente analisar estes mitos com mais tempo e boa disposição, mas gostaria de fazer já as seguintes anotações.

  • Ao desmontar os mitos 1 e 2 acaba por dizer-se que os avaliados não têm quase nenhuma participação no processo. Não sei bem se essa é a melhor ideia para ser transmitida, que os avaliados são praticamente passivos em todo o processo e que ficam nas mãos dos avaliadores. É verdade, mas não sei se o ME gosta que se saiba e logo pela seu próprio verbo.
  • Os mitos 3 a 5, aqueles que apontam par um excesso de trabalho nas escolas por causa de uma avaliação sem grande vantagem para o seu funcionamento, são explicados como se, afinal, o decreto-regulamentar 2/2008 fosse também ele um mito, assim como o despacho 16872/2008 e os seus 15-quinze-15 anexos. Diz-se ainda que há muitas escolas e milhares de professores envolvidos em «actividades associadas à concretização da avaliação», coisa que nunca ninguém negou. Anota-se a ausência de quantificação específica, contrariamente aos 61% de adesão à greve.
  • No caso do mito 6 ficamos a saber que os professores não se avaliam uns aos outros, mas sim que os professores são avaliados por professores «mais experientes, investidos de um estatuto específico». O pessoal lê e ri-se muito. Em especial do «investimento estatutário».
  • Na desmontagem do mito 7 ficamos a saber, de novo, que afinal o ME sempre considera antiguidade um posto e que confirma que aqueles que afirmou terem progredido sem mérito até ao tipo da carreira, sempre são os melhores, na sua opinião, o que é um bocadito caricato como argumento.
  • Na desmontagem dos mitos 8 a 10 ficamos a saber que, afinal, ninguém está impedido de progredir, que há quotas para todos – obscurecendo-se que o sistema com a simplificação actual beneficia de forma díspare os grupos mais pequenos de docentes, como, por exemplo, a Comissão de Avaliação do Pedagógico – e que ninguém é prejudicado, sendo todos nós rematados estúpidos, que recusamos um modelo que só nos beneficia.