Colega
Envio uma carta aberta que enviei hoje à Senhora Ministra da Educação e Comunicação Social. Pode divulgá-la se assim o entender.
Um abraço
Graça Pimentel
Carta Aberta à Ministra da Educação
Excelentíssima Senhora Ministra da Educação
Ao fim de três décadas e meia de docência, as políticas educativas do Governo do meu país levaram-me a pedir a aposentação antecipada e com penalização. Fugi da escola pública de hoje. A escola do facilitismo, da mediocridade, da desautorização dos professores, da desumanização, da irresponsabilidade, das estatísticas, da entrega dos deveres aos professores e dos direitos aos alunos,… Não foi para esta escola que dei tantos anos da minha vida. Nem foi assim que pensei terminar uma longa carreira de que gostei muito.
De Amarante a Matosinhos passando por Lisboa, Figueira da Foz, Porto, Espinho, Bragança, Marco de Canavezes, Vila Real, Barcelinhos, Penafiel, Famalicão e S. Pedro da Cova, ajudei a formar milhares de jovens. Foram muitos quilómetros percorridos quando não havia uma única auto-estrada. Mais do que uma vez tive que me sujeitar a ver as minhas três filhas pequeninas apenas aos fins-de-semana para ir, para longe, ensinar os filhos dos outros. Sem nada que me ajudasse a suportar as despesas. Tudo isto fiz com muito sacrifício mas muito gosto. Durante anos e anos amei o que fiz.
Para minha actualização frequentei mais de 50 acções de formação/seminários quer na área de informática, quer na minha área específica.
Fui Directora de Instalações, Representante de Disciplina, Delegada de Grupo, Directora de Turma, Vice-presidente do Conselho Executivo, Presidente do Conselho Administrativo, Representante de Área Disciplinar, Coordenadora de Departamento, Responsável pela Sala de Estudo, Presidente da Assembleia de Escola.
Leccionei todos os níveis de ensino desde o 5º ao 12º ano.
Orgulho-me do trabalho que sempre desenvolvi apesar do desânimo aumentar ano após ano. Nunca aspirei aos prémios que o Ministério atribui anualmente. Os meus prémios são as mensagens que recebo dos meus ex-alunos.
“Boa tarde professora,
Não sei se ainda tem esta conta de email activa, mas espero que sim. Eu sou o seu antigo aluno Eduardo …, fui seu aluno de química no ano lectivo de 2004/2005, não sei se ainda se lembra de mim. Eu estou a acabar o meu curso na faculdade, estou já no ultimo ano e sou finalista, como tal, temos a tradição de assinar as fitas e eu gostava que a professora me assinasse a fita, uma vez que a considero a melhor professora que tive ate hoje, pois sempre acreditou em mim e fez todos os possíveis para me ensinar, não só a matéria correspondente a sua disciplina, mas também a ser um homem decente. Para alem de excelente professora, foi também uma grande amiga, que e algo que muitos professores não são e por isso gostava que me desse a honra de me assinar a fita. A minha queima das fitas é já esta semana e tenho de ter as fitas no dia 27, por isso peço resposta a este email o mais rápido possível, caso a professora não possa assinar-me as fitas antes dessa data, não há problema, assina depois pois o que conta para mim é que a fita seja assinada, independentemente da data. Gostava também de lhe pedir um favor…
Peço desculpa pelo incómodo e espero atentamente uma resposta.
Beijos e abraços, do seu antigo aluno e amigo,
Eduardo …”
Ou como esta recebida há dias quando chegou a minha aposentação.
“Soube ontem ao último tempo que a professora tinha recebido a carta da reforma. Vou ser sincero, fiquei muito triste por perder uma das melhores professoras de sempre.
Paciente, simpática, honesta, humilde…. são muitas das características que a professora tem.
A escola perdeu uma das melhores professoras ao serviço.
Pessoalmente n estou triste por perder uma professora mas sim estou triste por ter perdido uma grande amiga que me ajudou sempre.
Toda a turma ficou um bocado triste (embora querendo disfarçar através de sorrisos e risos), pois tem a consciência que vai ser difícil substituir uma professora como a s’tora.
Diz-se que ninguém é insubstituível, mas a professora é das poucas pessoas que não podem substituídas por nada deste mundo.
Aqui está á minha despedida muito humilde, não é que desejaria dar á professora pois o que lhe queria dar está para além dos meus alcances.
Só deixo votos de felicidade e desejos que um dia nos voltemos a encontrar.
Muitos beijos e abraços:
Bruno …”
Pelos Eduardos, pelos Brunos e por todos os alunos que já me passaram pelas mãos, e que me atribuíram “medalhas” aguentei enquanto pude. Agora, acabou.
Numa quinta-feira de Novembro fui chamada para uma substituição. Não havia plano de aula. A professora em causa tinha acabado de receber a sua aposentação antecipada e com penalização. Uma professora que já estava na escola quando para lá fui e eu estive lá 20 anos. Dirigi-me à sala de aula. Estavam os (talvez) 28 alunos de uma turma do 7º ano que não conhecia. Muitos choravam e diziam “A Professora M. era nossa amiga. Ensinava bem e ajudava-nos muito”.
Estes alunos só conheciam esta professora desde meados de Setembro.
Em contraste com isto, a professora estava num sino. Irradiava felicidade e até as lágrimas lhe vieram aos olhos de tanta alegria. Finalmente estava livre do inferno que se vive hoje nas escolas.
Analisando esta situação, só se pode concluir que algo está errado. Uma pessoa que dedicou uma vida ao ensino, uma professora de quem os alunos gostam ao ponto de chorar a sua saída, abandona a profissão de uma vida sem tristeza e com penalização na sua reforma. A debandada é geral e os que estão a sair são os mais experientes.
Vi e ouvi, com tristeza e uma revolta imensa, as posições inqualificáveis de membros do Governo perante a manifestação de 85% dos docentes do meu país. Não consigo aceitar que me apelidem de chantagista com uma leviandade sem nome. Não sou sindicalizada nem filiada em nenhum partido. Sempre pensei pela minha cabeça, disse o que penso, escrevi o que disse e assumi o que escrevo. Durante anos escrevi uma crónica mensal num semanário e insurgi-me contra a avaliação em vigor na altura. Realmente tinha que ser substituída. Mas por uma melhor, o que não é o caso. A mobilização que se conseguiu em Março a em Novembro não foi conseguida pelos sindicatos. Eles não têm capacidade para tal. A internet e o telemóvel são hoje os melhores meios de mobilização. A Senhora Ministra consegui, pela primeira vez, unir os professores e pô-los em contacto permanente uns com os outros.
O dia a dia de um professor é inimaginável por quem não o vive, como é o caso da Senhora Ministra. Pede-se aos professores que sejam, para além de transmissores de conhecimentos, mães, pais, psicólogos, assistentes sociais, amigos, …
“Os professores têm, cada vez mais, à sua frente um conjunto de órfãos de pais vivos.” – uma verdade que li aqui há tempos.
Mas pede-se mais. Pede-se aos professores que apliquem um ensino individualizado a turmas com 28 alunos num número de aulas que não chega para leccionar os conteúdos programáticos estupidamente extensos. Pede-se o impossível. “Dar aulas, de facto, é tão simples como falar trinta e cinco línguas ao mesmo tempo ou cantar sozinho uma partitura para trinta e cinco vozes”. (Bernard Houot)
Para esta super-escola eram precisos super-homens e super-mulheres e isso só existe na banda desenhada.
“Nós somos como somos, com altos e baixos. Com momentos de entusiasmo e momentos de quebra. Com rasgos de génio e sombras travessias do deserto. E ninguém poderá nunca tornar-nos perfeitos. Se nos pedem para sermos perfeitos é, pois, abusivamente porque o sistema que se encontra acima de nós não o é.” (Bernard Houot)
Que posso eu exigir de um aluno que vive com uma mãe com problemas mentais que lhe diz que o odeia e que o quer matar? E de uma jovem que chega às aulas da tarde sem ter comido absolutamente nada? E de uma jovem que vive, a meias com a mãe, com outro homem que não o pai? E de uma criança que dorme na sala e só pode descansar quando os pais resolvem deitar-se? E da jovem que fica a trabalhar no café dos pais até às tantas da madrugada? E poderia ficar aqui um tempo infindo a pôr a nu as situações com que os professores se debatem. Esta é a escola real. Uma escola cheia de problemas cuja resolução compete ao Estado mas com os quais os professores vivem diariamente. Estes jovens não podem ter o rendimento desejável mas, pressionar o professor a passá-los, não lhes resolve os seus problemas. Como não lhes resolve os seus problemas um computador oferecido pelo Governo. Ou o TGV. Ou um novo aeroporto na capital. Mas quem pode manda e define as prioridades que entende. Não são as minhas e não as entendo.
Para juntar a tudo isto, a Senhora Ministra elaborou um modelo de avaliação perfeitamente inaceitável. Diz a Senhora Ministra que os professores devem confiar nos seus colegas mais competentes (refere-se aos professores titulares) mas quem lhes atribuiu essa competência foi a Senhora Ministra ao pôr em prática o mais escandaloso dos concursos – o primeiro concurso para professor titular. “Há coisa mais injusta do que uma avaliação que não premeia o mérito?” – perguntou um dia destes a Senhora Ministra. Claro que não. Mas, pergunto eu, há maior injustiça do que o primeiro concurso para professor titular? E foi com base neste concurso, eivado de injustiças e arbitrariedades, que foi construído este modelo de avaliação. Sobre alicerces podres. Por mais voltas que lhe dêem, será sempre um modelo de avaliação em que a competência estará ausente.
Para o acesso ao cargo de professor titular não era preciso ser competente em nada. Bastava ter tido muitos cargos entre 1999 e 2006. Por que razão foram escolhidos estes anos e não todo o percurso dos docentes? Só a Senhora Ministra sabe. No meu caso, professora do topo de carreira, a Senhora Ministra deitou-me, pura e simplesmente, ao lixo mais de 25 anos da minha carreira. Consegui, apesar disso, ser provida como professora titular. Por acaso, como todos, e não por mérito, como gostaria. É a isto que a Senhora Ministra chama justiça? É a isto que a Senhora Ministra chama competência? Este concurso criou nas escolas situações inaceitáveis.
Um professor com 100 pontos, numa Área Disciplinar, ascende a professor titular e, na mesma escola, outro professor com 140 pontos, numa outra Área Disciplinar, não o consegue.
Um professor do 10º escalão que tenha exercido todos os cargos possíveis numa escola antes de 1999 mas que entre 1999 e 2006 foi apenas professor, por melhor que tenha sido, não ascende a professor titular.
Um professor do oitavo escalão que, por exemplo, por não ter horário na sua Área Disciplinar, integrou um cargo no Conselho Executivo mesmo que o tenho exercido sem competência, foi provido como professor titular.
Neste momento, este último professor pode ser avaliador do anterior.
Um professor que foi orientador de estágio pode vir a ser avaliado pelo seu avaliando de estágio, desde que o segundo tenha conseguido ascender a professor titular e o primeiro não.
Mas o descalabro a que a educação chegou não se limita a estes problemas.
A Lei 3/2008 de 18 de Janeiro é uma perfeita aberração. Trata da mesma maneira um aluno que falta por doença e outro que falta porque lhe apetece. No Despacho do domingo, dia 16 de Novembro de 2008, a Senhora Ministra, mais uma vez remete as culpas para os professores quando diz “que a adaptação dos regulamentos internos das escolas ao disposto no Estatuto do Aluno nem sempre respeitou o espírito da Lei, permitindo dúvidas nos alunos e nos pais acerca das consequências das faltas justificadas designadamente por doença ou outros motivos similares.” A lei é clara pelo que não é aceitável estar no despacho “Tendo em vista clarificar os termos de aplicação do disposto no Estatuto do Aluno…”. Sejamos honestos, o Despacho altera a Lei, se é que juridicamente isso é possível.
O Programa Novas Oportunidades é outro embuste. Por aquilo que vejo, e pelas pressões das DREs para aprovar todos os alunos dos Cursos de Educação e Formação, dos Cursos Profissionais e Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, estão a qualificar-se milhares de analfabetos. Será isto que o país precisa, Senhora Ministra?
Segundo a Senhora Ministra, a implementação das aulas de substituição, que tanta polémica gerou, hoje faz-se confortavelmente. Engano, Senhora Ministra. Os professores que conheço, e são muitos, fazem-no porque a tal são obrigados mas fazem-no sem o mínimo de conforto e com o máximo descontentamento dos alunos.
O ambiente que se vive nas escolas é de uma tensão imensa. O desalento e a desmotivação são gerais e o clima de medo está instalado. E ainda vai piorar quando aparecer a figura do director prevista na lei.
O que se fez da escola pública? Como se pode ter toda uma classe profissional desmotivada? Eu saio sem conseguir perdoar a este Governo o ter-me roubado o prazer que eu tinha em exercer a profissão que escolhi. Nestes últimos anos foi muito penoso ir trabalhar. Muito penoso, mesmo.
Maria da Graça Pimentel
9 de Dezembro de 2008
Dezembro 10, 2008 at 6:08 pm
É longa, como longo é o rosário (valha-me a metáfora religiosa) dos últimos tempos neste Reino da Educação.
Graça, enviá-la apenas à Ministra é um desperdício de talento e bom-senso.
Envie para o P.R. (outro desperdício, mas com o simbolismo que tem…), ao Provedor, aos analistas e comentadores da praça (encontrará os seus mails pelos jornais e na net).
No que a mim me toca… o agradecimento pela lucidez e frontalidade.
Dezembro 10, 2008 at 6:18 pm
Na sequência da sugestão feita pela colega Fátima Inácio Gomes, esta carta deve ser dada a conhecer a instâncias mais altas e mais importantes que uma suposta ministra da educação.
Quanto ao conteúdo da carta, DIZ TUDO!
Dezembro 10, 2008 at 6:27 pm
Faço minhas as palavras da Fátima Gomes.
Parabéns, colega, desejo-lhe as maiores felicidades!
Dezembro 10, 2008 at 6:32 pm
Esta carta está, de facto, excelente. Resumo de uma vida de professora. Concordo que deveria ser mais divulgada.
Acrescento que, na minha escola, há pessoas que se aposentaram exactamente pelas mesmas razões e que deixaram os alunos a chorar…
Será que isto não interessa a ninguém???
Dezembro 10, 2008 at 6:40 pm
Querida colega,
Obrigada pelo seu testemunho e pela sua coragem – dá-me força para aguentar os nove anos que me faltam. E já agora, mande também ao Mário Soares e ao Jorge Sampaio. E ao António José Seguro que preside à Comissão de Educação do Parlamento.
Muitos beijinhos e felicidades
Dezembro 10, 2008 at 6:44 pm
Esta carta tem que ser amplamente divulgada. Os Portugueses precisam de saber disto!
Dezembro 10, 2008 at 6:47 pm
Colega, como eu compreendo … e mais palavras não digo… porque sinto o mesmo… vou divulgar com os meios ao meu alcance…
Dezembro 10, 2008 at 6:50 pm
O rosário dos últimos tempos neste Reino da Educação só tem mistérios dolorosos!
Esta carta mostra os espinhos, mas mais do que isso revela o macio e o perfume das pétalas.
Dezembro 10, 2008 at 7:21 pm
Bem…não sou nada dada às lágrimas,mas que fiquei com “vidrinhos”,fiquei…
Esta carta tem de ser divulgada nos principais jornais!Vou fazer o que posso!
Obrigada,colega! Longo e muito bom, o tempo de aposentação!
Dezembro 10, 2008 at 7:33 pm
Querida colega, se passar por este blogue gostaria que soubesse que me fez chorar ao ler a sua carta.
Não perca tempo com estes senhores, eles não merecem. Lembre-se de todos os alunos que passaram por si e a quem ensinou por e com amor.
Cristina
p.s. a sua carta merece ser divulgada.
Dezembro 10, 2008 at 7:41 pm
Aqui está uma magnífica síntese do que tem sido a vida dos que acreditaram que ser professor era mudar bocadinhos do mundo.
Estou consigo. De malas feitas. Trinta e cinco anos de carreira,professora por gosto e por opção.Aposentação antecipada,mas como na cantiga,«agora vou-me embora,vou-me embora e parto sem dor».Felicidades!
Dezembro 10, 2008 at 8:00 pm
De tirar a respiração!
Desejo-lhe as maiores felicidades.
Dezembro 10, 2008 at 8:46 pm
É pena que a destinatária da carta, sendo cega, não a venha a entender. Provavelmente não perceberá por que razão alguém tem estas opiniões, porque discordam dela e das suas políticas. A alguém doutorado em sociologia do trabalho como a Sra Ministra esperava-se um melhor entendimento da realidade social e do trabalho. Mas, como diz o trio maravilha, nem todos podem ser bons ou excelentes – eles, são prova acabada disso.
Dezembro 10, 2008 at 8:47 pm
Maria da Graça: um grande abraço. Esta sua carta vale por mil entrevistas do caquético Soares. Felicidades!
Dezembro 10, 2008 at 8:48 pm
Ups! Uma vírgula sem vergonha caíu entre o sujeito e o predicado 😦
Dezembro 10, 2008 at 9:03 pm
Para juntar a tudo isto, a Senhora Ministra elaborou um modelo de avaliação perfeitamente inaceitável. Diz a Senhora Ministra que os professores devem confiar nos seus colegas mais competentes (refere-se aos professores titulares) mas quem lhes atribuiu essa competência foi a Senhora Ministra ao pôr em prática o mais escandaloso dos concursos – o primeiro concurso para professor titular. “Há coisa mais injusta do que uma avaliação que não premeia o mérito?” – perguntou um dia destes a Senhora Ministra. Claro que não. Mas, pergunto eu, há maior injustiça do que o primeiro concurso para professor titular? E foi com base neste concurso, eivado de injustiças e arbitrariedades, que foi construído este modelo de avaliação. Sobre alicerces podres. Por mais voltas que lhe dêem, será sempre um modelo de avaliação em que a competência estará ausente.
Para o acesso ao cargo de professor titular não era preciso ser competente em nada. Bastava ter tido muitos cargos entre 1999 e 2006. Por que razão foram escolhidos estes anos e não todo o percurso dos docentes? Só a Senhora Ministra sabe. No meu caso, professora do topo de carreira, a Senhora Ministra deitou-me, pura e simplesmente, ao lixo mais de 25 anos da minha carreira. Consegui, apesar disso, ser provida como professora titular. Por acaso, como todos, e não por mérito, como gostaria. É a isto que a Senhora Ministra chama justiça? É a isto que a Senhora Ministra chama competência? Este concurso criou nas escolas situações inaceitáveis.
Aí está a “pedra no sapato” da avaliação de desempenho.
Dezembro 10, 2008 at 9:16 pm
Esta carta, tão humana, vai ser completamente desperdiçada numa ministra que apenas se comove com crianças que, a troco de Magalhães, manifestam a intenção de votar PS.
Não entende, nem entenderá nunca, os laços afectivos criados entre professores e alunos.
A debandada de alguns dos melhores professores para esta ME= Euros poupados.
Toma lá Magalhães e dá cá o voto.
Este fime de terror,com estes sentimentos de quem tem pedra a substituir o coração, é que ela acha comovente.
Arrepiante, mas é a ME que Portugal tem.
À Graça Pimentel, desejo as maiores felicidades!
Dezembro 10, 2008 at 9:29 pm
Por todas as Graças como esta, uma “pedrada” na ministra que consegue algo espantoso: não chegam os adjectivos negativos existentes para a qualificar.
Parabéns colega e a sua carta vai ser divulgada no meu blogue do leitor do JN (indignadamasnaocalada)
Dezembro 10, 2008 at 9:39 pm
Já está Graça! Pode consultar o link
http://jn.sapo.pt/blogs/indignadamasnaocalada/archive/2008/12/10/a-ministra-233-soci-243-loga-n-227-o-parece-roa-se-de-inveja.aspx stá Graça! Pode consultar o link
Dezembro 10, 2008 at 10:03 pm
Desta extraordinária carta, destaco o depoimento dos alunos em abono da Sua Professora. Ninguém melhor que os alunos para reconhecer a competência e, principalmente, o humanismo de quem se dedica à docência como uma espécie de sacerdócio que exige de um professor que não seja um simples proletário do ensino sempre preocupado apenas com questões laborais e/ou políticas.
Bem-haja pela lição que nos deu a todos numa época conturbada como a actual em que o demérito toma lugar ao mérito e a ele não quer ceder terreno.
Como bem diz, estar contra facilitismo da antiga avaliação não significa, de forma alguma, validar a actual. E, muito menos, castigar os excepcionais professores, que os há, obrigando-os a marcar passo no acesso a novos escalões como se fosse justo carregarem às costas os medíocres que devem ser responsabilizados pelo estado caótico a que chegou o ensino dos nossos dias.
Igualar desiguais é a pior das injustiças. Mas bem pior é fazer ascender medíocres a professores titulares através de um concurso em que o exercício de funções administrativas se sobrepuseram a qualidades docentes.
Julgo que uma carta como esta terá muito mais impacto do que declarações de guerra sindicais ou teimosias da tutela. Ou deveria ter pelo menos. Hoje que tanto se fala na defesa do ensino oficial que parece estar a perder terreno relativamente ao privado há que fazer o diagnóstico da situação e procurar na diferença existente entre ambos a terapêutica que o conduza ao prestígio que sempre teve. Tão simples como isto!
Dezembro 10, 2008 at 10:07 pm
Para todos os que disseram que esta carta devia ser divulgada, devo dizer que a mandei para os órgãos de comunicação social. O que vão fazer dela, desconheço. Quanto aos analistas, é pura perda de tempo. Os Miguéis Sousas Tavares deste país consideram-se peritos em todos os assuntos e falam sem o menor conhecimento de causa mas com a convicção dos ignorantes. Nem se dão ao cuidado de ler as leis de que falam. Para eles qualquer palavra é pura perda de tempo.
“Os portugueses precisam de saber disto” – os que querem saber já sabem. Dos outros, já desisti. Estão formatados, enquistados.
Não foi por “estes senhores” nem pela “ministra” que escrevi este pequeno resumo de uma vida. Foi para ficar de bem comigo mesma e para mostrar aos professores, que têm que ficar, a minha solidariedade. E lembrar-lhes que, para além do inferno, existe “o macio e o perfume das pétalas”. A educação precisa de todos. Também dos que “fugiram”.
A todos agradeço as palavras bonitas e a todos desejo muita força, para aguentar esta política, e muito tacto, para deixar os alunos de fora desta luta.
Um abraço amigo
Graça Pimentel
Dezembro 10, 2008 at 10:16 pm
Paulo
O que li, li com os olhos cheios de lágrimas. Um dia conto-lhe um caso parecido que aconteceu comigo já la vão uns 20 anos!
Este tipo de testemunho precisa de passar para os jornais nacionais, será possível agora que tem um relacionamento vip com o Público?
Dezembro 10, 2008 at 10:53 pm
Fui visitar o blog da Graça Pimentel. Vale a pena passear por lá!
Pergunto-me quem poderá substituir uma pessoa assim..
Que sorte tiveram os seus alunos…
Daqui a 10 anos ainda haverá professoras com tanta qualidade?
Estou triste…
Dezembro 10, 2008 at 10:53 pm
Graça,
Já foi ler o JN online?
Logo que foi publicado recebeu muitas visitas
Dezembro 10, 2008 at 10:55 pm
Qual é o blogue da GRaça Pimentel?
Dezembro 10, 2008 at 10:58 pm
Colega Graça,
Obrigada pelo seu depoimento, nós entendemos todo o desencanto com o actual estado das coisas. O verdadeiro reconhecimento por parte dos alunos é o que prevalece quando se transpõe em definitivo o portão da escola.
Há dias, a minha filha chegou a casa bastante sensibilizada com a despedida de uma das professoras da sua turma de 11º ano. A última aula desta professora foi de apresentação de trabalhos, e que trabalhos, tendo a docente agradecido aos alunos os momentos tão importantes vividos e, ao mesmo tempo, pedindo-lhes desculpa por não se conseguir manter por mais tempo na escola. Disse-lhes ainda que esperava, ao longo de quase todo o 1º período, não ter deixado transparecer algum desânimo e tentou manter-se forte após lhe terem lido um texto colectivo. Esta docente pediu reforma antecipada e referiu que iria escrever um livro de memórias, espero que a intenção se venha a concretizar.
Sempre ouvi à minha filha que se tratava de uma professora muito competente – o que confirmo pelo nível de exigência dos testes e dos trabalhos que observei – e motivadora para a investigação e autonomia dos alunos.
O desânimo é já não ser isso o que parece importar aos governantes. Somos meros números, independentemente da motivação ou do desempenho efectivo de cada um, sendo as grelhas absurdas um simulacro de avaliação.
Sei que os pais destes Eduardos e destes Brunos também disso têm plena consciência, sabendo que há professores a permanecer na memória pelos melhores motivos.Espero que quando muitos dos profissionais dedicados baterem com a porta educadamente, como lhes é próprio, já não seja tarde. A avaliação destes seus alunos e de tantos feita quer através de simples mensagens, de trabalhos de mérito oferecidos aos professores no final do ano ou ainda de percursos escolares de que se acaba por vir a ter conhecimento constituem, sem dúvida, a verdadeira avaliação do desempenho.
Tenho orgulho em muitos dos meus colegas e a Graça que não tenho o privilégio de conhecer, será sem dúvida uma delas.
Dezembro 10, 2008 at 11:02 pm
Fátima, clica no nome da GRAÇA
Dezembro 10, 2008 at 11:36 pm
Graça, para mim o MST nem analista é, comentador, só do Umbigo.
A minha carta, a primeira, em tempos, recebeu resposta pública do Pacheco Pereira e pessoal do António Barreto.
Além disso, começamos nós a “formatar” cabeças! 😉
Um dia a história falará deste movimento de professores… talvez estejamos a abrir um novo capítulo no conceito da cidadania activa.
Dezembro 11, 2008 at 12:02 am
Fátima Freitas
Já fui ao JN online. Obrigada pela divulgação.
Maria A.
Receio que a maioria dos Pais apenas esteja interessada em que alguém lhs tome conta dos filhos e os passe e que tudo o que tenha a ver com exigência, saber, disciplina, educação… lhes passe ao lado.
Há uns quatro ou cinco anos vieram milhares de pais espanhois para as ruas de Madrid manifestar-se contra a politica educativa. Não queriam que os filhos passassem com três disciplinas atrasadas: duas já era mais do que suficiente. Mesmo ao lado, separado por uma linha invisível que é a fronteira, a mentalidade é a oposta.
Mudar mentalidades não é fácil. Nada fácil mesmo.
Obrigada a todos
Graça Pimentel
Dezembro 11, 2008 at 12:09 am
Desculpe estar a comentar, eu não sou professora, sou uma mera aluna.
senti necessidade de escrever depois de ler a sua carta. A verdade é que comecei a chorar quando a li, porque acho que pelas suas palavras transmitiu todo o seu amor pelo ensino, toda a sua vontade de ensinar os outros a “saberem mais” mas também – não menos importante – todo o seu gosto por ensinar os seus alunos a serem melhores pessoas, a saberem enfrentar problemas com que nos havemos de deparar ao longo da vida.
Frequento o 12º ano – não era preciso conversar com os meus amigos sobre isto – acho que o caos está à frente do nariz de todos. Gostei, especialmente, de perceber (e admirar) toda a sua dedicação pelo ensino e por todas as tarefas paralelas ao mesmo. Gostei de ler os “emails” escritos pelos alunos, eu sou uma dessas alunas que gosta de dar o devido valor aos professores, também já escrevi cartas a professores, e uma coisa que me deixa totalmente preenchida é saber que, um dia, eles se podem lembrar com tanto carinho de mim. Para além de ser uma mera aluna e expectadora da situação, tenho dois pais professores, que ainda terão muitos anos pela frente para leccionarem. E, sinceramente, assusta-me um bocado pensar nas coisas que estão a passar e terão que passar no futuro. Mas, mesmo assim, são duas pessoas cujo coração transborda ensino e dedicação aos alunos. E não são só os meus pais, é a grande maioria dos professores. Ser professor nao é tarefa fácil, e se alguem enveredou por esse caminho, naturalmente,foi por gosto. é claro que em cada profissão “há de tudo um pouco” mas generalizar a situação é , na minha opinião, totalmente irracional. alias, porque ja’ tive professores maravilhosos, e tenho ainda. Alguns fui “perdendo” pelo caminho, mesmo sem perder porque, com certeza absoluta, me vou lembrar deles sempre. Entre esses professores estão alguns que foram para mim como “segundos pais”. Certamente pessoas tão dedicadas como a professora.
E, como disse o seu ex-aluno: “Aqui está á minha despedida muito humilde, não é que desejaria dar à professora pois o que lhe queria dar está para além dos meus alcances.”
é mesmo assim.
Os professores são construtores da sociadade, tentam salvar o que resta em cada um de nós, e nada do que possamos dizer “paga” isso.
tenho professores que são autênticos amigos na prespectiva de que sei que posso contar com eles para qualquer coisa, há professores que marcam.
Não preciso de falar em nomes, se algum dos meus professores ler isto percebe que estou a falar dele.
Custou-me há uns dias, regressar à escola onde completei o ensino básico, aquilo era um autêntico caos, miudos a correr de um lado para o outro, gritos e mais gritos, empurrões e palavrões. sinceramente, fiquei aterrorizada.
e, ao encontrar uma professora que foi minha directora de turma dois anos (no 5º e 6º), numa conversazinha pequenina, ali, de minutos, percebi nas suas palavras e ainda mais no seu olhar todo o terror que sentia. é uma professora que, como tantas outras, deu a vida pelo ensino. Tratava os alunos como filhos, e intercedia por nós face a qualquer adversidade. Tratava-nos com o maior carinho, e apoiava-nos em tudo. nós, nunca a largávamos, pensávamos que ela ia estar ali sempre para nós. Foi essa uma das separações que mais nos custou, mas ela disse que ia estar sempre ali para nós, e está. mas, tive também outros professores dos quais me custou muito separar, muitos deles, por me ensinarem constantemente a ser uma pessoa melhor, porque me ensinaram tudo o que sei hoje, porque me deram acesso a uma das coisas mais belas (juntamente com os meus pais) – à minha cultura. Porque se hoje tenho orgulho no que sou, devo-lhes muito a eles. E, muito dos professores com quem falo hoje, alias, todos, encontram-se com uma vontade enorme como sempre tiveram, porque, e agora era preciso que a Sra Ministra aprendesse isto: E O ENSINO E O GOSTO PELO ENSINO QUE OS MOTIVA! Mas, ao mesmo tempo, era como se visse uma certa desmotivação, desilusão.
Os professores são pessoas, relacionam-se com os alunos, os professores passam de professores a amigos, e de amigos a familia para muito dos alunos com problemas familiares. Será que nao merecem ser reconhecidos por isso?
Queria pedir mais uma vez desculpa por este comentário, mas, apenas o deixei para tentar mostrar o quanto os professores são importante.
Quero então agradecer a todos os professores que passaram pela minha vida e contribuiram cada um para aquilo que sou hoje. Um Obrigada muito sincero a todos eles e de um modo muito especial, aqueles a quem escrevi cartas a dizer o quanto os admiro, ou àqueles que apesar de serem extremamente profissionais e das melhores pessoas que conheço, não escrevi cartas por motivos maiores.
Obrigada a todos.
Dezembro 11, 2008 at 12:23 am
pedia se era possivel a professora Graça ler o comentário que enviei.
Obrigada.
Dezembro 11, 2008 at 2:36 am
Cara colega Graça,
Já tinha perguntado por si lá na escola, pois dei pela sua falta sem que, contudo, me tivesse apercebido que já tivesse ido embora (embora eu soubesse que estava para breve). Não vou dizer que gostava de me ter despedido de si, pois espero sinceramente que nos vá visitar. Convivi com a Graça durante alguns minutos (nos intervalos), horas (nas reuniões) ao longo de poucos meses, mas foi o tempo suficiente para perceber que se trata de uma excelente professora. Nós, que por lá ficamos, também perdemos com a sua partida, a da M. e a de tantos outros colegas mais velhos, mais experientes e reconhecidamente competentes, colegas que nos ajudam a crescer.
É unânime: a mensagem da sua carta é comovente…é realista!
Se Deus me der saúde, ainda me faltam de 20 e tal anos para me aposentar, mas acredite: estou cansada!
Graça, desejo-lhe saúde por muito e bons anos e que seja feliz.
Filomena (ESPL-FQ)
Dezembro 11, 2008 at 10:25 am
Mafalda, agradeço-te muito a homenagem que fazes aos teus professores.
Acredita, nesta fase que vivemos, em que um ministério da educação conseguiu descredibilizar-nos completamente perante a opinião pública, vale-nos o reconhecimento e amor dos nossos alunos!
Obrigada!
Dezembro 11, 2008 at 10:49 am
Mafalda
A maturidade com que fala mostra que teve gente bem formada à sua volta: pais, parentes, professores.
Agradeço as suas palavras, desejo-lhe as maiores felicidades e, quando chegar a sua queima das fitas lembre-se dos professores que a ajudaram a chegar lá.
Claro que há bons e meus profissionais em todas as profissões.
Em 1999, o Núcleo de Biblioteca de que eu fazia parte, promoveu uma actividade intitulada “Finalistas do milénio”. Todos os finalistas escreveram numa folha A4 a sua vivência na escola. Os trabalhos foram excelentes e com eles fizemos um livro. O original ficou na Biblioteca mas eu comprei um exemplar. Uma das alunas escreveu “tive professores que nunca esquecerei e outros que, de certa forma, serão inesquecíveis”
Filomena
Convivemos muito pouco tempo. Tu a entrar e eu a sair. Nem deu tempo para conseguires tratar-me pot “tu”… (sorriso)
Não me despedi. Todos têm o meu contacto e eu continuo ao dispor de todos. Mas neste momento essa casa tem carga negativa… Estou num fim-se-semana eterno como escreveu a M.
Obrigada pelas tuas palavras e força, muita força.
Até sempre
Graça Pimentel
Dezembro 11, 2008 at 2:17 pm
obrigada amiga pelo seu testemunho. Sou educadora, trabalhei 35anos e meio e estou à espera da aposentação que pedi em Novembro, por jà não conseguir aguentar esta farsa toda.
Continua a existir a mentalidade de que o jardim de infância e as escolas são o local ideal para GUARDAR meninos das 9h às 17h e 30m, enquanto os pais vão para os cafés ou para o forum almada passar o dia uma vez que usufruem de rendimento de reinserção social.
Dezembro 11, 2008 at 2:24 pm
E não se pode enviar o comentário da Mafalda para o trio maravilha?
Pensando bem iriam pensar que o texto foi influenciado pelos pais professores ou que se trata de uma aluna com más influências. Enfim, cada vez mais acho que esta gentalha da 5 de Outubro nem o desprezo merece.
Dezembro 11, 2008 at 3:12 pm
Mafalda,
o teu comentário é a coisa mais doce e mais gratificante que já foi alguma vez aqui postado.
Ninguém me levará a mal se, em nome de todos os professores, to agradecer e guardar no coração.
Dezembro 11, 2008 at 5:50 pm
comovido pelas emoções que o conteúdo da carta aberta provocou em mim .. à Mafalda a minha admiração pela sensibilidade, demonstrada .. a msg da Mafalda é a cereja em cima do bolo .. Bem Hajam!
cidadão que não lecciona, mas indignado com o terror incapacitante q atinge o ensino e outras áreas da função pública
Dezembro 11, 2008 at 6:58 pm
COMO ESTOIRAR COM A AVALIAÇÃO
As boas ideias são para circular, e eu já fiz a minha parte.
As boas ideias são para publicar em todos os lugares possíveis, e aqui se dá um contributo para isso.
Que volta podemos dar relativamente aos colegas que foram obrigados, logo no início do ano, a apresentar os objectivos individuais?
Como estoirar com a avaliação burocrática sem cometer ilegalidades?
1. Há cerca de 140 mil professores. Com excepção dos membros dos PCEs, que ou não são avaliados ou sê-lo-ão pelas DREs, todos os outros dispõem da liberdade e da responsabilidade de recusarem ser avaliados.
2. Essa recusa aplica-se aos não titulares e aos titulares, aos que o são de facto e aos que o são em comissão de serviço.
2. Aplica-se também aos coordenadores de departamento.
3. De acordo com o decreto-lei 15/2007 e o decreto regulamentar 2/2008, um professor que recuse ser avaliado não pode progredir na carreira nesse ano.
4. Não existe mais nenhuma penalização prevista. Como a esmagadora maioria dos docentes não progride este ano na carreira, a penalização é residual.
5. Está nas mãos de todos os professores – porque todos têm o estatuto de avaliados -, recusarem ser avaliados.
6. Não é necessário que os avaliadores recusem avaliar os colegas. Se o fizerem podem estar a incorrer numa violação dos direitos profissionais, visto que faz parte dos conteúdos funcionais dos professores titulares a avaliação dos colegas.
7. Quando o ME e algumas DREs – em especial aquela do Norte -, ameaçam com processos disciplinares estão a referir-se apenas aos avaliadores que recusam avaliar os colegas.
8. Como provei atrás, para estoirar com o modelo burocrático não é necessário que os avaliadores violem conteúdos funcionais.
9. Basta que os avaliadores, à semelhança dos não titulares, recusem ser avaliados.
10. E desta forma simples, o modelo estoira. O ME sabe disse. A ministra também. Por isso é que ela está acabada. O Pedreira também sabe. Todos sabem. E nós também sabemos. É um segredo de Polichinelo.
In Profblog.
http://www.mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/2008/12/como-estoirar-com-avaliao.html
Passe a Palavra! Divulgue a todos os seus contactos!
Dezembro 11, 2008 at 11:05 pm
Obrigada à Graça pelo seu testemunho comovente…tudo de bom. À Mafalda,como o António disse “o teu texto é a cereja em cima do bolo”.
Como professora, que ama o ensino e os seus alunos, digo NÃO DESISTO, LUTO POR AQUILO QUE GOSTO.
Como mãe, preocupada com o futuro dos seus filhos, digo JAMAIS DESISTIREI. LUTAREI ATÉ AO FIM.
A ESPERANÇA NÃO PODE MORRER!
Dezembro 12, 2008 at 7:56 pm
Depois de ler a Carta Aberta e os comentários a essa mesma carta dando força à autora, ocorrem-me algumas perguntas: Todos os professores mais cedo ou mais tarde terão que ser avaliados, por colegas mais velhos ou mais novos, por titulares ou não titulares… de que temos medo? Em que critérios nos baseamos para atestar que o colega mais velho, só porque tem mais anos de ensino, é mais competente? Tenho 22 anos de escola e acreditem , não é assim que as coisas funcionam…
Os critérios do concurso a professor titular não foram estabelecidos pelas escolas ou pelos professores, mas pela tutela… ter ou não ter pontos, eis a questão!
Parece-me pouco ético julgar quem quer que seja. Ético será apreciar o trabalho que as pessoas desenvolvem no dia a dia. Não sou a favor desta avaliação, mas penso que está na hora de todos os professores darem provas do trabalho que desenvolvem efectivamente. A idade não pode ser um posto, a “experiência” não pode ser um dado adquirido.
Lamento que, por vezes, se recorra a estratégias pouco ortodoxas para atacar o trabalho de colegas que, pelo que percebi, convivem na mesma escola. Lamento, igualmente que este processo de avaliação seja o mote para revelar o mau carácter de quem se instalou na carreira e que se aproveitou de forma pouco correcta de algumas oportunidades que lhe sugiram.
O mal estar entre os professores provém muitas vezes do facto de cada um se achar melhor que o outro.
Vamos concentrar-nos no que é importante: a dignidade da nossa carreira, a aceitação da qualidade do nosso trabalho pela opinião pública e assim sim, teremos o nosso sucesso profissional e o nosso bem estar, connosco e com os outros: os alunos, os professores e os pais.
Dezembro 14, 2008 at 10:03 pm
Colegas e alunos:
Sou uma professora aposentada há cerca de 2 meses. Deixei o ensino após 36 anos, dedicadoS aos meus alunos e muitos foram!!!
É com muita tristeza que o fiz pois sempre os olhei como “meus filhos”. Tive situações em que procurei resolver problemas, como simples professora ou como Directora de Turma! Como Directora de Turma, tentei, junto dos pais, ajudá-los em situações bem difíceis!
Sei que muitos deles se lembrarão de conhecimentos que lhes foram transmitidos e que lhes permitiram “ser o que são hoje”.
A muitos, agradeço o que com eles aprendi!Sempre lhes fiz sentir essa troca!
Também, sou mãe e para os professores que a minha filha encontrou e encontrará, a minha eterna gratidão!Foram eles que lhe ensinaram!!!
Eu mesma agradeço à minha professora primária!!! Se sei ler e escrever !!!…
Colegas, lamento profundamente quem teve e terá que se aposentar antecipadamente!
COMO É TRISTE TOMAR UMA DECISÃO DESTAS!
CONTINUEM A LUTAR POR AQUILO QUE É MAIS DO QUE JUSTO!
UM ABRAÇO A TODOS OS COLEGAS E ALUNOS …
Fátima Neves
Dezembro 15, 2008 at 8:25 am
É lamentável que a arqueologia de uma vida na e pela educação se perca…se destrua. Quem não compreende a história humana…jamais compreenderá a sua. E a escola é marca da sua história e das suas gentes que dedicaram a sua vida ao ensino. Quando se fala em dedicação queremos dizer plenitude, dádiva e sacrífico como constatamos neste fantástico testemunho. É lamentável que nãos se perceba a genealogia de uma escola e o que se pode aprender com quem sabe …dar-se deste modo! Felicidades.
Dezembro 23, 2008 at 11:17 am
A arte de ensinar e tramsmitir é das coisas que mais dignificam qualquer ser. Parabêns conseguiste o maior marco na história e por muitos anos e maus rumos que se tomem a tua marca indelével sobreviverá sempre.
Que continues o que iniciaste, como se costuma dizer as árvores morrem de pé.
Felicidades
Dezembro 23, 2008 at 1:08 pm
Obrigada colega Graça!
Espero que agora, com mais tempo, escreva muitos textos aqui para o umbigo.
Já está nos meus favoritos.
Beijinhos
Janeiro 20, 2009 at 4:06 pm
turminha da graça venha aqui em cambe fazer um show!
vc sabiam que eu assisto voces quase todo dia !
obrigada!
um beijo para a tia aline e pra turminha da graça
1b 1b 1b 1b
tchal
Novembro 26, 2009 at 11:07 am
MEU MEDICO MIM DEU UM RELATORIO INCAPACIDADE PARA MINHA PROFISSAO , POSSO ENTRA COM PEDIDO DE UMA REFORMA ANTECIPADA? DESDE JA AGRADEÇO
Novembro 26, 2009 at 11:08 am
UMA CAPACIDADE EM QUAL SENTIDO ELA E VALIDA PARA UMA REFORMA ANTECIPADA