Até o Expresso, em editorial, se queixa da coisa.
Logo o Expresso que tão bons serviços tem prestado à causa educativa em Portugal, com os seus articulistas eméritos sempre em defesa da sua amada Ministra reformista e regeneradora da Qualidade do Ensino em Portugal.
Só que, como gente discreta, gostariam que as artimanhas fossem feitas com um pouco mais de discrição e sem que os fios não ficassem à vista de todos.
Porque assim é difícil fazer acreditar que tudo se passou de forma normal.
E nem sequer há como culpar os professores, pois não são eles que fazem as provas de aferição, que elaboram os critérios de classificação ou que depois os vão alterando de modo a ficarem cada vez mais generosos.
As classificações negativas em Matemática diminuíram para menos de metade de um ano para o outro.Em Língua Portuguesa aproximamo-nos rapidamente dos 100% de sucesso.
Tudo estaria no melhor dos mundos se não soubessemos que é tudo uma enorme mistificação. Que muitos já sabiam desde o início, mas cuja voz foi ignorada, os «pessimistas de serviço», os «que progrediram sem mérito», os «absentistas», etc, etc. Que jornais como o Expresso fizeram os possíveis por desacreditar, a começar pelo seu actual director. E pelo seu opinador superstar.
Mistificação essa que foi sendo preparada ao longo de três anos e de que era necessário apresentar «resultados» o mais depressa possível.
Que tudo isto estava a ser feito apenas para o retrato estatístico oficial sabiam e denunciaram aqueles que querem verdadeiramente que o sistema de ensino público seja de qualidade.
Quem disse o contrário, os amesquinhou e tentou silenciar agora, no mínimo, deveria reconhecer o seu erro. E não apenas juntar-se, de forma disfarçada e pouco convencida, ao coro de protestos quando isso já é cómodo e popular.
Não é que sejam mal-vindos e mais vale tarde do que nunca, mas pelo menos gostaríamos de saber se há arrependimento e se ele é sincero ou apenas instrumental.
Junho 21, 2008 at 10:33 am
Paulo: não merecem qualquer perdão ou comtemplação…por mim deixei de comprar o expresso há muito.
São declaradamente inimigos dos professores e daqui não se pode sair.
Junho 21, 2008 at 10:35 am
Eu compro há 25 anos e continuarei, em especial agora, porque nunca se devem ignorar os pontos de vista «do outro lado».
Junho 21, 2008 at 10:59 am
Eu compro o Expresso, mas arrependo-me todas as semanas. É a minha costela masoquista. A verdade, porém, é que Fernando Madrinha e Henrique Monteiro fizeram, com as suas opiniões, muito mal à escola pública e aos alunos portuguesas.
Depois, há outra coisa que esta gente deveria ter vergonha: não saber ler. Porque quando começaram as medidas ministeriais que os encantaram, já tudo isto estava lá inscrito. Era só saber ler. Mas tão importantes luminárias foram incapazes de o fazer, hélas.
Não venham agora dizer que uma coisa não tem a ver com outra. A política é coerente e contínua. As medidas foram encadeadas com lógica. O mal não está agora, o mal começou logo no início.
Junho 21, 2008 at 11:01 am
Parece-me ingenuidade pensar que simplesmente os colunistas do Expresso agora descobriram a luz e passaram a amar a verdade.
É uma questão política. Eles já antes quando “açoitavam” os professores semanalmente e imolavam no altar da Ministra sabiam que a verdade era substancialmente diferente, que o mundo não era feito de professores madraços e que o ensino não estava dominado por hordas de sindicalistas. Eles já sabiam, apenas era conveniente falar assim para apoio do regime.
Esta mudança de discurso é apenas indício de que as “altas esferas” deixaram de apoiar a ministra.
Junho 21, 2008 at 11:03 am
Paulo,
Ver este link para o DN de hoje, sobre os emigrantes de leste. Talvez valesse a pena enviá-lo para o Expresso:
http://dn.sapo.pt/2008/06/21/centrais/chumbar_e_ve_rgonha_leste.html
Junho 21, 2008 at 11:04 am
Esse “jornal” não tem para mim qualquer credibilidade, os seus articulistas são na generalidade populistas, sofistas e demagógicos. Esse “jornal” é giro para se aprender aquilo que não deve ser um jornal.
Quem por lá trabalha passa a vida a reforçar a ideia que os portugueses têm que trabalhar mais e tal e coisa e depois quando lemos os seus artigos verificamos que não estudam, não ouvem, não são isentos, tomam a parte pelo todo; enfim… Faz o que deu digo, não faças o que eu faço.
Outro aspecto curioso nesse “jornal” é verificar a ascendência da maioria dos “jornalistas”. Aquilo parece uma coutada do bloco central dos interesses instalado na “sociedade” portuguesa, enfim 😦
Junho 21, 2008 at 11:09 am
Imigrantes dizem que o seu ensino é exigente e com muitos TPC
Uma folha de papel a circular pelas carteiras é algo que nos habituámos a ver nas escolas portuguesas. Não é o hábito das crianças oriundas de países da Europa do Leste. A folha deixa de circular no preciso momento em que o professor inicia a aula. É uma questão de atitude, de cultura, de educação, da importância que se atribui ao ensino? É seguramente diferente e para melhor, dizem os professores portugueses. Os alunos também não se queixam dos nossos educadores, mas pedem uma maior exigência na sala de aula. Um pedido que passa a reivindicação junto dos pais desses mesmos alunos.
Matemática do 3.º ano, mas com o programa de uma escola que fica numa ponta da Europa, no Leste da Europa. Crianças dos oito aos dez anos seguem a matéria em ucraniano como se estivessem no país de origem. É sábado e este é o sexto dia de aulas de alunos que frequentam durante a semana a escola portuguesa. E, assim, prosseguem os estudos nos dois sistemas de ensino. É uma conquista da comunidade ucraniana em Portugal e que está bem expressa no nome da escola Milagre do Mundo. Interrompemos a aula, fazemos perguntas, os alunos atropelam-se para responder. Deixamos duas folhas de papel para escreverem o nome, a idade, há quantos anos aqui estão e o que querem ser quando crescerem. Meia hora depois, as folhas continuam intactas. Faz sentido, quando começamos a perceber estas comunidades. Na aula, é impensável fazer outra coisa que não seja ouvir a professora.
“Ainda não escrevi o meu nome, a professora começou logo a aula”, sussurra Daryd Yarova, ucraniana, nove anos, há oito em Portugal.
Um papel a circular pela sala é algo que nos habituámos a ver nas salas de aula e em todos os graus de ensino portugueses. Os imigrantes dizem-nos que não é assim nas escolas da Europa do Leste. “A aula é para aprender. A professora não precisa de levantar a voz. Na escola portuguesa, a professora tem que ralhar para os alunos fazerem as coisas”, diz em tom de crítica Bohdan Fedoryshyn, nove anos, há quatro em Portugal. Quer ser futebolistas e engenheiro.
É uma questão de atitude, de cultura, da importância que se atribui à educação. Bem diferentes do comportamento dos nossos alunos. “São realmente diferentes, muito trabalhadores e disciplinados. E sentem vergonha quando têm maus resultados, até porque vão logo para a via profissional. E são os próprios a dizer que os alunos portugueses têm uma atitude de desrespeito para com os professores”, explica Isabel Policarpo, professora de Português na Escola 2, 3 de Delfim Santos, em Lisboa. As crianças do Leste estão entre os seus melhores alunos.
Meninos como a Daryd, o Bohdan, a Júlia, o Solomiyo, a Maria, o Mykhoylo, o Aleksandr, a Anastasya, a Marina, a Tetyana e o Dimytro, e que conhecem o sistema de ensino português e ucraniano. Sentem que o ensino “lá [Ucrânia]” é mais difícil, sobretudo nos primeiros níveis. “Lá”, não têm mais horas de aulas, mas têm mais trabalhos para casa. Tantos que o tempo de estudo em casa chega a ser superior ao da escola. E tanto elogiam os professores nacionais como os portugueses, com uma ressalva para estes últimos: “Deviam ser mais exigentes!”
Já os professores portugueses não lhes poupam elogios. “O facilitismo mete-lhes confusão, não gostam. Enquanto que para nós é um pouco ao contrário, o nosso ensino está cada vez mais nivelado por baixo”, diz Renato Costa, formado em Biologia e professor de Saúde e Socorrismo na Escola Secundária Anselmo de Andrade, em Almada.
Ana Parra dá aulas na Escola Secundária da Amora a alunos que não têm o português como língua materna. Elogia os ucranianos, os moldavos e os russos, que diz terem “capacidades de trabalho invejáveis”. E que até as ilustrações dos livros escolares lhes fazem confusão por serem um factor de distracção. É esta capacidade de trabalho que os faz ultrapassar as dificuldade para com a aprendizagem da língua portuguesa.
“Já é português”
Uma forma de estar que não encontra eco entre os portugueses. Pelo menos, na maioria. A tal ponto que os imigrantes do Leste quando vêem os filhos a resvalar para o desleixo, logo afirmam: “Já é português!” É a conclusão do estudo “Entre o Rural e o Urbano: Estratégias de Integração de Famílias de Imigrantes da Europa do Leste”, das sociólogas Alexandra Castro, Ana S. Marques, Joana Afonso e Maria José L. Antunes. E sublinham: “No caso de muitos imigrantes, e isto é absolutamente novo no contexto da imigração em Portugal como insuficiente face às expectativas que nela se depositam.”
Irina Deuysyuk, 14 anos, Nastia Isasenko, 14, e e Ulyana Varyvoda, 15, dizem o mesmo mas por outras palavras: “Quando viemos, as notas eram baixas por causa da língua. Depois, levantaram e, agora baixaram. Já aprendemos com os vícios dos portugueses. Quem fica mais tempo apanha os vícios e, se regressar à Ucrânia, vai sentir muita diferença.” Os vícios que dizem ter aprendido são “estudar pouco ou nada; ir à escola sobretudo para encontrar os colegas; falar na aula”.
Expansivas e com ar de estarem sempre prontas para a brincadeira, têm dificuldades em dizer se gostariam de regressar definitivamente ao seu país. Andam no 8.º e 9.º ano na escola portuguesa e no 9.º na escola ucraniana. Os cursos que pretendem seguir dividem-se entre o jornalismo, marketing ou publicidade e designer ou estilista.
A escola ” Milagre do Mundo” funciona na Escola 2,3 Pedro Santarém, em Lisboa e segue o programa curricular da Escola Universal de Kiev. Tem uma turma por cada um dos 11 anos exigidos para completar o ensino secundário na Ucrânia (vai passar para 12). É a escola ucraniana em Portugal que tem mais alunos, 130. Vêm de várias concelhos da Grande Lisboa. Todos os sábados, entre as 9.00 e as 17.00.
“Não queremos que a nossa descendência esqueça a língua materna. Estão integrados na escola portuguesa, mas é importante que aprendam a sua cultura”, explica Vitaliy Miaailiz, presidente da Associação de Ucranianos de Portugal. A associação é responsável pela maioria das 14 escolas ucranianas no País e que têm o apoio da Embaixada da Ucrânia: três em Lisboa e uma em cada destas cidades: Aveiro, Braga, Gondomar, Paredes, Águeda, Leiria, Faro, Portimão, e, em breve, nas Caldas da Rainha.
Igor Korinnyv, o director da escola, já deixou de se indignar com “a falta de exigência” das escolas portuguesas. “Os alunos, tanto os portugueses como os nossos, andam muito livres. Aqui, os professores não os apertam tanto para melhorar a situação”, diz, exemplificando: “Na Ucrânia, se um aluno se atrasa, a administração escolar chama de imediato os pais. Se provoca algum desacato, chamam logo os pais, se não querem estudar, chamam os pais. E os alunos têm medo!”
Medo e vergonha. Medo das represálias em casa. Vergonha, por não cumprirem as metas, estudar e passar de ano. “Mesmo para se trabalhar numa loja é preciso um diploma. Sem diploma, ninguém fala consigo”, diz Igor. É professor de Educação Física e chegou a Portugal há sete anos. Trabalhou como serralheiro na construção civil, ofício para o qual tirou um diploma na Ucrânia.
“É para estudar, é para estudar”
“Estranho. Estranho o comportamento dos meus colegas. Pensam que é tudo brincadeira, mas não. Quando é para se divertir, é para se divertir. Quando é para estudar, é para estudar”, atira a Georgina Trincu, 11 anos, romena, há três anos em Portugal e a frequentar o 4.º ano na escola portuguesa e na romena. Está na Escola Romena da Associação Fratia (fraternidade) que funciona aos sábados na Escola Secundária de Bocage, em Setúbal. Tem 60 alunos entre os 5 e os 15 anos, da Roménia, Moldávia e Ucrânia.
“Na Roménia, uma colega minha olhou para o relógio e só por isso a professora mandou-a para a rua e disse-lhe: ‘Se já estás farta da aula, vais embora!”, conta. E continua: “Temos mais regras na Roménia, até na ginástica.” Em Portugal só fazem as coisas “quando o professor ralha”.
Daniela Madesco, a amiga, expressa o que a surpreende: “Há rapazes e raparigas da minha sala que chumbaram e os pais dizem que não querem saber, que repetem o ano. Na Roménia não é assim… Há um moldavo que era bom aluno, mas foi atrás dos outros que não estudam e, agora, só tem negativas.” A Daniela tem dez anos, veio para Portugal há menos de um e frequenta o 4.º ano, tanto na escola portuguesa como romena. Conta outro episódio. “A professora faltou na sexta-feira, mas nós fomos à mesma. Um colega meu faltou. Quando vinha para casa vi que me tinha esquecido das chaves na sala dos professores e voltei à escola. E vi aquele rapaz que tinha faltado com a mochila e só pensei: disse aos pais que veio para a escola e não apareceu!'”
Com a resposta sempre na ponta da língua, a Daniela fala num português irrepreensível e com pronúncia setubalense. “Não sabia falar português no início e sentia-me inferiorizada. Agora, já falo muito bem. Fui a uma visita e estudo e uma professora só percebeu que eu não era portuguesa quando chamou pelo nome.” É que antes de vir para Portugal, os pais comparam um dicionário de romeno/português. “Com as palavras como se escrevem e como se lêem.”
Quando Bogdan Litkovets chegou a Portugal tinha 5 anos. Na Ucrânia, onde nasceu, nessa idade os meninos já sabem ler. E ele sabia, ucraniano. Por isso a mãe, que era professora de música lá, ensinou-lhe a ler português em casa antes de ele entrar na 1.ª classe num colégio em São Pedro do Estoril, onde a família morava.
“Foi fácil”, conta Alla Litkovetz, que se desdobra entre vários trabalhos como mulher a dias, dá aulas de piano e ainda ensina na escola ucraniana de Cascais. Mas teve mau resultado: a professora do filho mandou chamar Alla à escola e passou-lhe um raspanete. Bogdan era o único a saber ler e isso perturbava os colegas. “Uma história surreal”.
Foi por histórias como esta, e porque consideravam o ensino português muito brando, apesar do (excelente) percurso escolar de Bogdan, que Alla e o ex-marido resolveram mandar o filho para viver com a avó em Lutsk, cidade ucraniana perto da fronteira com a Polónia e ali fazer o 6.º ano. A mãe acha que valeu a pena a opção. “Queria que ele soubesse o que é a escola , a disciplina, fazer trabalho sério.” Isto apesar das fortes pressões dos professores ucranianos que, depois de saberem que a família era emigrante, queria que lhes “pagassem” notas melhores para Bogdan.
E Bogdan, gostou? O miúdo, agora com 12 anos e de volta a Benfica, em Lisboa, onde moram, diz sempre que “sim”, de forma evasiva. Mas a sua opinião real sobre as diferenças do ensino, lá e cá, está numa carta que escreveu à mãe e que ela ainda guarda.
Estou sempre a comparar a Ucrânia com Portugal. Em Portugal não há farda como aqui. A farda é bonita, mas eu gosto mais de vestir livremente. Aqui as pizzas são mais pequenas e bebe-se chá, não há coca-cola e há mais variedades de massas e de iogurtes. Em Portugal tinha uma hora para comer, aqui são 10 minutos. E tenho de comer, fazer limpeza na classe, abrir as janelas, limpar os papéis do chão, trazer giz novo.
Gosto mais da escola em Portugal porque é mais fácil. Aqui, em meio ano gastei dois cadernos, em Portugal era meio por ano. Temos de nos levantar cada vez que o professor nos faz uma pergunta. E eles dão-me notas piores do que em Portugal. Eu não percebo. E aí as crianças ajudam-se umas às outras, aqui são avarentos e não ajudam. Agora eu também sou assim. |
Os gémeos Rostyslav e Kostyantyn Romaschuk têm 17 anos e são naturais da Ucrânia. Chegaram ao País com 11 anos, acabando por fixar residência em Sines. A mãe é enfermeira (levou dois anos para concluir o processo de equivalências) e o pai é mecânico. São alunos do 1.º ano de Medicina na Faculdade de Ciências Médicas, em Lisboa, curso onde entraram com uma média obtida no país de origem, 18,9 valores. Também estudaram em Portugal, mas não conseguiam melhor classificação do que 16 (média). Os gémeos sempre estudaram nos dois sistemas de ensino: o português e o ucraniano. “O 7.º ano foi difícil na escola portuguesa, mas as notas melhoraram quando começámos a saber a língua”, conta o Rostyslav.
No final de cada ano lectivo, faziam os exames na Ucrânia, até que decidiram frequentar lá o último ano do secundário, onde este nível de ensino tem apenas 11 anos (vai passar a 12), razão pela qual os Romaschuk têm menos idade que a generalidade dos colegas da faculdade. Depois, só tiveram que pedir a equivalência das habilitações. “O ucraniano é a nossa língua materna e era mais fácil estudar na Ucrânia”, explicam. Provocação: Não haverá também uma diferença de atitude nas escolas ucranianas, que faz com que os alunos obtenham melhores classificações? “Não acho que exista uma diferença de atitude. O problema é a vontade de estudar”, resume Rostyslav. Quase a concluir o 1.º ano de Medicina (estão em exames), limita-se a dizer que “os estudos estão a correr mais ou menos”.
É que persiste a dificuldade linguística. “Não conseguimos perceber bem as terminologias. Estudamos a matéria, mas é difícil. Para os nossos colegas portugueses é mais fácil!”|
Junho 21, 2008 at 11:10 am
Caro JCM:
Esse trabalho do Diário de Notícias está quase perfeito, descreve a realidade tal como ela é.
O que mais me impressionou foi verificar que os pais dos alunos imigrantes dos países de leste têm medo que os seus filhos adquiram os péssimos hábitos da maioria dos “alunos” portugueses.
Junho 21, 2008 at 11:23 am
Eu tenho uma aluna de leste, não da Ucrânia, que já me disse o mesmo. É uma das minhas melhores alunos.
Junho 21, 2008 at 11:31 am
Não devemos generalizar. Conheço alunos de Leste que são brilhantes e outros que são perfeitas nódoas e passam o tempo a “CHUMBAR”, tal como os portugueses.
Junho 21, 2008 at 12:18 pm
Oh, se está dar nas vistas! A gargalhada geral já não é só das pessoas directamente ligadas ao ensino. É uma estrondosa gargalhada nacional! (Só não abarca os palhaços responsáveis.)
Tivesse MLR ido “trabalhar” as estatísticas das finanças e estaríamos agora a receber a notícia de já não haver déficit nacional.
Junho 21, 2008 at 1:20 pm
Acabei de dar uma vista de olhos na prova. Fiquei (mais) que espantada. Trabalho com alguns alunos com deficiência mental de grau moderado. E asseguro-vos. Vou pedir a colegas, para não existir influencia minha e existirem testemunhas, para no próximo ano lectivo, aplicarem este exame a estes meus alunos (currículos alternativos, alínea i) do ex- Dec. Lei nºa 319/91). Garanto-vos, que com quase nenhuma ajuda, estes meus alunos são capazes de responder correctamente a alguns exercícios da prova!!!!
Vou gravar e tudo. Em cassete vídeo.
Teresa
http://www.blogger.com/comment.g?blogID=6833721330526767717&postID=7375842661326881426
Junho 21, 2008 at 2:48 pm
Também este ano tive um aluno Moldavo.
Chegou à escola no 8ºano. No 2º Período já era um dos melhores alunos da turma.
Este ano no 10º ano, começou a faltar às aulas no final do 3º Período.Porquê? Os colegas da turma responderam que ele estava a baixar as notas e a “ir na onda”. Os pais tinham-lhe dito que se não estudasse e não tivesse melhores notas, voltava para a Moldávia.
No início do ano era óptimo aluno.Curioso, participativo, culto. Colegas meus diziam, com ar algo reprovador(!!) que estava sempre de braço no ar para responder e que tinha a “mania que sabia tudo”. É que nos tempos livres passava algum tempo a ver documentários sobre ciência e a ler. E sabia “as últimas”….
Não sei o que lhe vai acontecer.
Mas deve ter, infelizmente, seguido o lema “Se não consegues vencê-los, junta-te a eles”. E juntou-se.
Junho 21, 2008 at 3:02 pm
Atenção que as provas do 4.º ano tem graus de dificuldade semelhantes às do ano passado.
O mesmo não se poderá dizer daas provas do 6.º e da Matemática do 9.º.
Junho 21, 2008 at 3:15 pm
Será que a esperada debandada de alunos para cursos profissionais vai abrandar com os resultados dos exames do 9º ano?
Ainda há pouco, uma aluna do 9º ano com 4 ou 5 negativas nos dois primeiros períodos, me disse que tinha passado no 3ºP com tudo positivo. Estava a pensar em inscrever-se num curso profissional. Mas os exames do 9º correram tão bem, foram tão fáceis, que…..
Junho 21, 2008 at 3:17 pm
…talvez em vez de ir para um curso profissional em LX sobre animais (aqui não entendi bem), talvez vá pensar em Ciências e Tecnologias para seguir Veterinária.
Junho 21, 2008 at 3:18 pm
Não se preocupe isto vai ser uma mongolândia coberta de mongos..vamos ser a chacota da europa quando vierem os PISA em 2010..
Junho 21, 2008 at 3:25 pm
“Será que a esperada debandada de alunos para cursos profissionais vai abrandar com os resultados dos exames do 9º ano?”
É provável, mas não terão muitas hipóteses nos cursos gerais, ou reprovam logo no 10.º ano ou ficam com disciplinas fulcrais em atraso.
E o nível dos alunos dos cursos gerais, que tem vindo a subir com a diversificação do Secundário, voltará a descer.
Junho 21, 2008 at 3:30 pm
Não se preocupe porque o nível do secundário vai baixar nestes próximos dois anos..ou isso ou com a resistência a estas notas vão continuar a perder alunos para as privadas e para o ensino profissional..e os horários zero vão começar a aparcer como cogumelos…
Junho 21, 2008 at 3:31 pm
Bem boa tarde vou vender mais uma aulas a mongos..
Junho 21, 2008 at 3:36 pm
Gostava de ver um gráfico com os resultados da prova de aferição de 6º ano. Alguém sabe onde está?
Junho 21, 2008 at 3:55 pm
preparem-se para novos aumentos do gasoil porque vem aí a
“… taxa «Robin dos Bosques», que pretende subir os impostos das petrolíferas para aplicar essas verbas em apoios sociais.”
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=337514
Junho 21, 2008 at 4:06 pm
É triste, mas é verdade. Os alunos dos países de leste são em regra aquilo que qualquer professor gostaria que os seus alunos fossem: interessados, educados, empenhados, trabalhadores…
Considero uma vergonha para o nosso país que estes imigrantes sintam e digam que o sistema educativo português é o que é, facilitista.
Também já conheci alguns alunos oriundos destes países. É impressionante como é que eles cheguem cá e em apenas alguns meses já sabem a nossa língua. Mas é que sabem mesmo, não são como muitos alunos que chegam ao 6º ano e continuam sem saber ler e compreender o que está escrito na sua própria língua.
A falta de empenho dos alunos, o desleixo de muitos pais, a falta de educação de ambos e a cultura do facilitismo, fazem-me imensa confusão. Acho isto vergonhoso para um país que pertence à união europeia.
A minha mãe também é professora e conta que há cerca de 15-20 anos atrás ensinava mais “matéria” em menos tempo. Nessa altura os alunos correspondiam à descrição destes jovens de leste. E era possível ensinar mais, com mais qualidade, em menos tempo. Os alunos queriam aprender, sentiam necessidade disso, e os pais tinham outra educação e preocupação.
Agora, os pais sentem-se incomodados se o professor chama o seu filho à atenção, reclamam por tudo e por nada e a única coisa que muitos querem é que alguém ature os filhos enquanto vão passear ou vão às compras. Literalmente (e como eu já ouvi da boca de algumas mães).
Não são todos os pais nem são todos os alunos, mas o que é grave é que a cada ano que passa se vê mais “disto”, e isso é grave, muito grave. Muitos destes “novos” pais revelam uma falta de tudo. Há quem ache que são a prova do que se assistiu depois do 25 de Abril. Passou-se do 8 ao 80 e agora é o que se vê… Muito boa gente confundiu liberdade com poder fazer tudo e mais alguma. Numa tentativa de corte com um tempo de opressão, passou-se a achar que tudo o que se fazia em termos educativos era mau. Essa ideia instalou-se em muitas cabeças, de tal maneira que acharam que muito do que se fazia era anti-pedagógico.
Gostaria muito de considerar o meu discurso pessimista, mas não, é realista mesmo. É o que se vê, e agora já não em uma ou duas escolas como outrora acontecia. É a massificação de uma mentalidade muito pobre, que só contribui para o analfabetismo mental, para a inexistência da tão saudável crítica sobre o que por cá se faz.
Resta-nos saber onde é que isto vai parar… Ou melhor, quando é que isto vai bater no fundo, porque por muito que muitos queiram fazer pensar o contrário, é para lá que caminhamos…
Eu não quero os alunos tenham medo dos professores, quero que tenham respeito.
Eu não quero que haja trabalho infantil, quero que as crianças sintam que nada se consegue sem trabalho.
Eu não quero que os pais dêem prendas aos professores, quero que valorizem a figura do professor junto dos seus filhos.
Eu não quero que se volte ao tempo do Salazar, mas quero que muito de que então havia volte para o nosso tempo.
Os tempos são outros, mas há valores que são intemporais.
Junho 21, 2008 at 4:45 pm
como o meu sobrinho resolveu este
3. Numa sala de cinema, a primeira fila tem 23 cadeiras.
A segunda fila tem menos 3 cadeiras do que a primeira fila.
A terceira fila tem menos 3 cadeiras do que a segunda e assim, sucessivamente, até à última fila,
que tem 8 cadeiras.
Quantas filas de cadeiras tem a sala de cinema?
Explica como chegaste à tua resposta.
_________________ (tela)
………………….. 1
……………….. 2
…………….. 3
………….. 4
……….. 5
…….. 6
|___| (porta de entrada e de saída)
com.: que sala esquisita!!!
Junho 21, 2008 at 4:53 pm
assim vê-se melhor a complexidade do problema que requer um elevadíssimo grau de abstracção:
*********************** 1
******************** 2
***************** 3
************** 4
*********** 5
******** 6
nota: sem comentários
Junho 21, 2008 at 8:12 pm
Realmente é uma vergonha. Tenho um aluno de dois e que nesta prova vai ter 4 de certeza e nem sabe o que é um sistema de equações e muitas outras coisas.
Junho 21, 2008 at 10:28 pm
‘Experimente ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio. Comprado o bilhete, dá consigo num comboio que só se diferencia dos nossos Alfa por ser menos luxuoso e dotado de menos serviços de apoio aos passageiros.
A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de vista, demorou cerca de cinco horas.
Não fora conhecer a realidade económica e social desses países, daria comigo a pensar que os nórdicos, emblemas únicos dos superavites orçamentais seriam mesmo uns tontos.
Se não os conhecesse bem perguntaria onde gastam eles os abundantes recursos resultantes da substantiva criação de riqueza.
A resposta está na excelência das suas escolas, na qualidade do seu Ensino Superior, nos seus museus e escolas de arte, nas creches e jardins-de-infância em cada esquina, nas políticas pró-activas de apoio à terceira idade.
Percebe-se bem porque não construíram estádios de futebol desnecessários, porque não constroem aeroportos em cima de pântanos, nem optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia dúzia de multinacionais.
O TGV é um transporte adaptado a países de dimensão continental, extensos, onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem/custo por passageiro, competitivo com o transporte aéreo.
É por isso, para além da já referida pressão de certos grupos que fornecem essas tecnologias, que existe TGV em França ou Espanha (com pequenas extensões a países vizinhos). É por razões de sensatez que não o encontramos na Noruega, na Suécia, na Holanda e em muitos outros países ricos.
Tirar 20 ou 30 minutos ao Lisboa-Porto à custa de um investimento de cerca de 7,5 mil milhões de euros não trará qualquer benefício à economia do País.
Para além de que, dado hoje ser um projecto praticamente não financiado pela União Europeia, ser um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de pagar.
Com 7,5 mil milhões de euros podem construir-se mil escolas Básicas e Secundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco mil obsoletas e subdimensionadas existentes (a 2,5 milhões de euros cada uma), mais mil creches inexistentes (a 1 milhão de euros cada uma), mais mil centros de dia para os nossos idosos (a 1 milhão de euros cada um).
Ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras carências, como a urgente reabilitação de toda a degradada rede viária secundária.
Cabe ao Governo reflectir.
Junho 21, 2008 at 10:39 pm
Rob(in) Sócrates
roubado no oquedernagana.blogspo
Junho 21, 2008 at 10:40 pm
daqui
http://oquedernagana.blogspot.com/2007/05/robim-dos-bosques.html
Junho 21, 2008 at 10:59 pm
o rob(in) Sócrates do Kaos é uma pérola mas… o link não funciona (pelo menos no meu pobre pc)
Junho 21, 2008 at 11:13 pm
Qualquer dia teremos a taxa Eusébio ou a taxa Fernando Pessoa, esta para os “pessimistas”.
Junho 21, 2008 at 11:16 pm
Quero ser um professorzeco,
Aqui:
Click to access np3content
Junho 22, 2008 at 1:24 am
Obrigada DA. Os AA BB cá de casa diziam-me pouco. Assim já me dizem qq coisa…
Junho 23, 2008 at 7:26 am
Quanto a comprar o Espesso, depois de carregar várias vezes 5 kg de pura publicidade, decidi que só voltaria a fazê-lo caso me pagassem a mim.
Quanto ao volte-face editorial, parece-me que MLR, após cumprido o trabalho sujo, tornou-se peça descartável (tal como Sócrates após arrumação do PSD). Fim do estado de graça com o patrão Balsemão.