É impressionante o que se está a passar com o ensino da Informática no nosso ensino básico e secundário.
É impressionante ver que um estudo elaborado já há alguns meses atrás por “alguém iluminado” não tenha a devida resposta por parte de uma associação de professores de informática.
É impressionante sentir que o investimento nas novas tecnologias continua a ser feito no material (onde interesses económicos perduram) enquanto a FORMAÇÂO perde terreno.
É impressionante pensar-se que o ser-se “autodidacta” basta para as competências tecnológicas do dia a dia.
Visão “Pedagógica”:
Pensar que os alunos adquirem capacidades científicas com 90 minutos de Área de Projecto nos 7º e 8º anos, por semana, é estar completamente fora da realidade. Os alunos vão deixar de ter qualquer tipo de competência a um nível tecnológico estruturado. O software livre vai ainda ter um maior “tombo”.
As competências em TIC’s resumir-se-ão a pouco mais do que “processamento de texto básico (MS Word)”, “apresentações (MS Powerpoint)”, “navegar na Web”, “MSN” e jogos de computador (como dizia o outro).
Visão “Corporativa”:
- Como é possível deixar entrar centenas de professores no grupo 550 para agora ficarem super-excedentários?
- Como é possível existirem centenas de alunos nas universidades nos cursos de “Ensino da Informática” ?
- Como é possível desprezar uma mais valia existente em todas as escolas?
- Como é possível que escolas com 7 professores de Informática apenas ficam com horários só para 1 ou 2 no máximo.
A informática fica assim resumida aos cursos profissionais, essa aberração.
Escapam as escolas com Tecnológico de Informática (como a minha).
Espero que com esta reflexão active “qualquer coisa” que está inactiva.
PQND – há 15 anos
Abril 27, 2008 at 4:48 pm
Se não fossem os professores de Informática as redes informáticas internas de muitas escolas nunca existiriam. Conheci professores de informática que para além de cumprirem a componente lectiva e não lectiva, passaram por vezes fins de semana a montar cabos de fibra óptica entre os diversos pavilhões, ligar routers, etc, etc.
Se muitos deles forem embora quem irá fazer a manutenção da rede informática da maior parte das Escolas? A MLR e seus “muchachos”!
Abril 27, 2008 at 5:28 pm
Eu sou professor de Geografia e tenho habilitação para dar TIC. A grande luta é que os alunos deixem de utilizar a NET nas aulas a solução é desligar o cabo de rede do servidor e não Internet na sala de tic. Não querem fazer nada dizem que sabem tudo. então tenho que lhe provar que não sabem nada, peço para fazerem uma coisa básica um índice automático no Word não sabem etc. não querem fazer usar o frontpage para fazerem as paginas web. As aulas eram boas se eu dizer que podem andar a vontade na NET.
Abril 27, 2008 at 5:32 pm
“Como é possível deixar entrar centenas de professores no grupo 550 para agora ficarem super-excedentários?”
Não deviam ter deixado entrar tanta gente…
Mas há muitos horários para este grupo, com os cefs, profissionais, efas…
Abril 27, 2008 at 6:20 pm
Concordo com a DA, há muita vida para o código de informática. Tenho 2 colegas de inf com horário completo nos cursos EFA, 2 com horário completo nos CEFS, 1 no básico e 2 no ensino profissional, todos completos. Como na maioria são directores de curso ou dt´s, tenho um técnico externo que os apoia na questão das redes e afins.
Tal como DA sou de Geografia e considero que é um problema nacional a questão de os cursos de ensino continuarem a licenciar em áreas que actualmente não têm colocação. Tem de haver coragem para isso e não ceder aos lobbies das Univ. Quando entrei na FLUP eram 70 vagas, logo a seguir passou acho que para 90…juntando com os cursos de Coimbra e LX, “acabou-se” com o código 420. Dos que saem já quase nenhum arranja colocação, e logicamente não vivem de explicações ou de formação.
Abril 27, 2008 at 9:40 pm
E os que dão TIC porque até se desenrascam bem e não há mais ninguém disponível ?
Sou professora de Inglês e tenho Área de Projecto do 8º ano porque sei umas coisitas de informática. Essas coisitas também servem para ser coordenadora do PAEB e do ENEB. Giro, não é? Fiquei com trabalho a dobrar…
Abril 27, 2008 at 9:54 pm
Eu sou licenciado em Matemática. Devido a tudo o que se passa neste grupo (cheio mas com os licenciados na área no desemprego), apostei em verdadeiras novas oportunidades e licenciei-me em Informática (realizei novamente o estágio). Custa-me muito ver que o grupo de Informática está a encher tal como o de Matemática há uns anos. Com pessoas que por acaso até tiveram umas cadeiritas de informática e depois são os génios da Informática. É um grupo que rapidamente irá encher e depois os que de facto têm competências ficam de fora.
Mas para além disso, alguém sabe qual a razão de acabarem as TIC no 10º? Eu sei! No meu ano de estagio convidei o professor João Freitas a fazer uma pequena palestra na escola (excelente palestra, motivante para professores e alunos). E um dos pontos abordados foi esse! O problema é que uma disciplina criada para aumentar competências dos alunos era leccionada por quem não tem competência para tal e passava-se um período a falar sobre software, hardware,… e trabalhar com o computador e fazer a tal complementaridade pedagógica nada! Este é um exemplo.
Para além disso, dou aulas em duas escolas (sou contratado pois não tive a sorte de alguns e acabei o curso o ano passado) e em ambas sou o que tenho mais habilitações para o ensino de disciplinas de informática, já para não falar de reais conhecimentos sobre o que se lecciona que isso…
Informática não é messenger nem hi5 e TIC também não é a antiga Introdução à Informática!
Por agora paro, mas depois devo voltar pois espero pelos outros comentários.
Abril 27, 2008 at 10:48 pm
É realmente preocupante o que se está a passar com o ensino da Informática. Não só das TIC. As TIC são apenas uma pequena parte do problema.
Deixando de lado as questões relativas ao recrutamento, cursos de ensino da informática (em universidades públicas e privadas), mais ou menos horários, vamos ao que toca realmente os problemas desta área.
Considero estas questões importantes e merecedoras de discussão, mas não penso que sejam prioritárias neste momento.
1. Deixou de haver uma oferta de qualidade no que respeita ao ensino da Informática, ou da “computer science” no nível secundário. O curso tecnológico cumpria esse objectivo. Está praticamente extinto. Os profissionais e os CEFs de tipo 5 não cumprem nem de longe nem de perto esse objectivo.
2. Os professores de informática, mesmo que tenham, e devem ter, conhecimentos de gestão de redes e sistemas, de manutenção de hardware e software, de desenvolvimento de software, não foram “contratados” com essa função. Podem (e penso que devem) dar o seu contributo, mas há que separar funções e não entrar nas “promiscuidades profissionais” a que assistimos.
3. Sobre a associação de professores de informática (ANPRI), da qual sou sócio, manifestei há bem pouco tempo, perante esta, algumas das minhas preocupações. Fiquei ainda mais preocupado com a aparente apatia em relação ao ensino da informática da parte da associação.
4. A formação dos professores de informática é bastante distinta. É um grupo que merece um tipo particular de atenção e, uma avaliação bastante específica. A necessidade de actualização e formação contínua é urgente e, ainda mais, necessária que na generalidade dos grupos disciplinares.
5. O ensino das TIC não é o mesmo que o ensino da Informática. Ensinar TIC requer alguns conhecimentos técnico-científicos, mas é bastante mais exigente ao nível da relação pedagógica (estamos normalmente a falar do básico). Por outro lado, o ensino da Informática, sem descurar a formação pedagógica, requer conhecimentos técnico-científicos sólidos e profundos. Reforço, mais uma vez, esta ideia: não compreendo como é que num mundo cada vez mais tecnológico (com forte componente das TIC) se investe apenas em cursos que priveligiam a óptica do consumidor/utilizador em vez do produtor/programador.
Abril 27, 2008 at 10:49 pm
Eu sou suspeito, pois tenho dado TIC a turmas de PCA do 2º Ciclo.
Confesso qu utilizo mais a disciplina como «plataforma giratória» ao serviço do trabalho de outras disciplinas.
Abril 28, 2008 at 12:12 am
Desabafo de uma professora de Informática
Sou professora de Informática e estou tão desiludida com as políticas aplicadas ao nosso ensino.
Quando comecei a leccionar, ainda não existia o grupo de Informática – 39, agora denominado por 550, fui contratada pela escola para leccionar as disciplinas de Técnicas e linguagens de programação do Curso Tecnológico de Informática.
Apesar de ter recebido várias ofertas de emprego decidi ficar pelo ensino, pois gostei da experiência do meu primeiro ano de serviço como docente, assim fiz a minha profissionalização em serviço ficando posteriormente professora do quadro da escola onde ainda lecciono.
Dediquei-me de “corpo e alma” ao ensino, sempre fiz tudo pelos meus alunos e pela escola e agora estou tão triste com aquilo que observo.
Adorava leccionar as disciplinas do curso tecnológico de informática. Entrei em vários concursos como:
-Olimpíadas de informática
-Concurso da PT – escolas
-Internet Awards
-etc
Nestes concursos ficámos sempre bem classificados, o que era motivo de orgulho. Hoje tenho saudades deste tecnológico que está em vias de extinção, e está a ser substituído por cursos profissionais. Os cursos profissionais não se comparam minimamente ao curso tecnológico de informática.
No dia 24 de Maio fiquei de rastos com a comunicação que se encontra no portal do governo que diz o seguinte:
“ A disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) é transferida do ensino secundário para os 7.º e 8.º anos do ensino básico, considerando-se ser a esse nível que deve ser adquirida a formação essencial nesta área, apostando-se na transversalidade da utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação no nível secundário de educação.”
Bem, acabaram com o tecnológico e agora tiram a disciplina TIC do 10º Ano… eu não acredito nisto…pensei.
Concordo que deva existir uma disciplina de informática desde de cedo, logo no básico, para a realização de pequenos trabalhos, construção de um jornal… enfim pequenas coisas.
Ser eliminada do 10º ano, acho desastroso, é um retrocesso. Aqui os alunos apreendem competências essenciais para o futuro, que muitos aplicaram já este ano na disciplina área de projecto do 12º ano.
Espero que não transfiram também os conteúdos programáticos para o 7º e 8º anos, pois aí sim iria ser mesmo um desastre, principalmente a unidade de Access.
Actualmente fala-se tanto em choque tecnológico, em banda larga e depois acontece isto. No próximo ano lectivo verifica-se que existem alunos que nunca vão ter contacto com esta disciplina, pois quem termina o 8º Ano e transita para o 9º, já não tem a disciplina.
Além destas questões preocupa outras, como:
– O que vai ser dos professores que leccionam só em escolas Secundárias?
– Existe lugar para todos os professores de informática que vão sair das escolas secundárias?
– As escolas básicas estão todas equipadas para a leccionação das TIC?
– Vai continuar com turmas de 28 alunos ou mais, dentro de uma sala de aula prática?
Enfim, muitas outras questões ainda podem ser colocadas e estas sem resposta. Estamos a chegar ao fim e ainda não sabemos de nada.
-Será que vou ter que concorrer no dia 6 de Agosto? Não sei….
-Será que vou ter horário só com os cursos profissionais? Não sei…
O grupo de informática merecia mais consideração por parte do ministério. Este grupo sempre fez de tudo: técnicos de hardwares, web designers, administradores de rede, administradores de software de gestão de alunos, responsáveis do ENES, plataformas de e-learning, etc.
As escolas devido a estes cargos (não considerados relevantes para o concurso de professor titular) pouparam sempre muito dinheiro – eram poucas as escolas que contratavam pessoas externas para executarem tais tarefas.
O que é necessário é teoria, muita teoria… as disciplinas práticas…o saber fazer… vamos acabar com elas (teorias do Ministério da Educação ao longo dos anos).
Lentamente acabaram com os trabalhos oficinais, onde eu aprendi tanta coisa… costurar, trabalhar com barro, madeira, etc. Fiz trabalhos tão bonitos e recordo com agrado esta disciplina. O mesmo vai acontecer com a informática, lentamente… eliminá-la.
Pois é, os informáticos não fazem nada, põem os “putos ali a jogar”, este é o lema de alguns colegas. Que nós não fazemos nada e acham que basta carregar numa tecla e já está. Este tipo de mentalidade deixa-me doida, enfim “santa ignorância”.
Considero-me uma boa profissional, e sinto-me interiormente despedaçada com esta situação.
Este país, infelizmente, não valoriza os bons funcionários que tem. Termino este desabafo com uma lágrima no canto do olho.
Abril 28, 2008 at 1:18 am
Paula,
“Hoje tenho saudades deste tecnológico que está em vias de extinção, e está a ser substituído por cursos profissionais. Os cursos profissionais não se comparam minimamente ao curso tecnológico de informática.”
O problema do tecnológico de informática, tal como a generalidade dos tecnológicos, era o elevado insucesso escolar e a baixa empregabilidade. E os profissionais são mais baratos, são co-financiados pelos fundos comunitários.
“- O que vai ser dos professores que leccionam só em escolas Secundárias?
– Existe lugar para todos os professores de informática que vão sair das escolas secundárias?”
Terão de concorrer a Destacamento por ausência de componente lectiva, tal como estes colegas:
Click to access ListaColocados_grupo550.pdf
As escolas que têm profissionais/cef precisam de muitos professores de informática, se consultar as listas de contratação vê que há muitos lugares.
Da minha Escola este ano tiveram de sair dois, e dos outros 2 que ficaram, uma colega, engenheira de formação, ficou a leccionar Matemática.
“e sinto-me interiormente despedaçada com esta situação.(..) Termino este desabafo com uma lágrima no canto do olho.”
Não vale a pena, anime-se, a Educação em Portugal sempre foi assim, tudo sempre a mudar, a Paula é que só agora o sentiu.
Abril 28, 2008 at 9:39 am
Só algumas questões em aberto:
* Como é possível professores do quadro de Informática não saberem tirar um vírus de uma pen-drive?
* Como é possível professores do quadro de Informática não saberem fazer nem corrigir exames sobre Access?
* Como é possível professores do quadro de Informática não terem a mínima noção do que é o ensino e do que são práticas pedagógicas?
Estes são casos que EXISTEM nas nossas escolas e que ME ENVERGONHAM como professor de Informática (contratado)!! O problema de deixar de existir TIC no 10º ano ou dos cursos tecnológicos desaparecerem e serem substituídos pelos profissionais acho que eram temáticas para outro tipo de debate (embora já tenha deixado a minha opinião anteriormente).
Deixando de lado todo o tipo de sentimentos que tenho pelo facto do grupo de Informática ser composto na sua grande maioria por professores com qualidade muito dúbia e tudo o que daí possa advir, e voltando ao principal deste tópico:
Ensinar com as TIC só fará sentido se mudarmos, paralelamente, os padrões concertados do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Se não se fizer essa mudança estaremos apenas a dar um toque de “verniz de modernidade”, sem tocar no fundamental (Moran, s.d.). Como refere Ponte (2000), embora as TIC sirvam de base a uma disciplina escolar, esta não poderá ser tratada como “mais uma” disciplina no meio de tantas outras, pois desta forma tratam-se estas tecnologias como mais um assunto a estudar da maneira habitual, ao invés de provocar qualquer alteração de fundo no currículo ou na vida da escola.
Segundo Jonassen (2000, p. 305) para implementar com sucesso as TIC (assim como as ferramentas cognitivas) na aprendizagem, pressupõe-se que toda a comunidade educativa “respeite e encoraje o pensamento crítico e a construção pessoal do conhecimento como objectivos significativos”. Deste modo, os alunos passarão os seus tempos na escola “envolvidos de forma activa e consciente no pensamento e na aprendizagem (articulando o que sabem e reflectindo sobre a sua relevância pessoal e social)”, aprendendo também a “regular os seus próprios hábitos de aprendizagem” (Jonassen, 2000, p. 305).
Paulo Guinote, se lecciona a disciplina (independentemente de eu concordar com isso ou não) e dessa forma está a fazê-lo muito melhor do que alguns colegas meus de Informática. Mais uma vez digo, é inadmissível que quem leccione TIC passe um terço do ano a falar sobre teoria (que é importante, mas que se pode ser codensada e leccionada de uma forma mais objectiva, concreta, simples e rápida) e só utilize os computadores no 2º período.
Concluindo, as TIC influenciam a aprendizagem, mas não substituem o professor, dando-lhe um papel cada vez mais preponderante no processo ensino-aprendizagem.
Abril 28, 2008 at 3:25 pm
Pouco mais há acrescentar, mas não se esqueçam que para se leccionar aulas práticas, as que eu tanto defendo, dado que é a praticar que se aprende e não a decorar, não há equipamento!!!
Há 2 anos tive que me deslocar à escola no meu orario livre para poder dar um teste de word a uma turma de 9º ano, dão que eram 26 alunos e a sala só tinha 8 computadores a funcionar!
Quanto aos CEFs, é tudo para inglês ver, no inicio do ano dizem-nos logo: estes alunos ão para passar. Dá-se o mesmo teste umas 3x, só se muda a ordem das questões, e os resultados são cada vez mais catastróficos.
Já agora uma questão: com esta alteração toda, afinal o que poderá ser a prova de ingresso para as TIC?
É algo que me intriga, dado que serei obrigada a faze-la depois de estar 4 anos no ensino.
Abril 28, 2008 at 7:54 pm
Ainda não percebi bem o problema…!
Se o ministério não quer ter VERDADEIROS informáticos nas escolas, não há problema nenhum…!
Se consultarem os diversos portais de emprego, verão que qualquer VERDADEIRO informático encontra trabalho muito facilmente.
Quanto àqueles que leccionam disciplinas desta área apesar de não terem formação para tal, paciência…! De qualquer forma nunca as deveriam ter leccionado.
É por estas e por outras que acho imensa piada quando alguns professores criticam aqueles que não sendo professores opinam sobre a sua profissão 🙂
Onde já se viu, docentes de História, Geografia e até Francês a leccionar TIC!!!! Isto é fantástico…!
Depois ainda criticam a sinistra em querer que os professores do 2º ciclo leccionem tudo e um par de botas… quem é que abriu o precedente? Foi o ministério? Pois é…
Sim, sou professor de informática. Sou licenciado em engenharia informática e sou mestre em engenharia informática, e agora adivinhem acham quem é o Coordenador TIC da minha escola? Eu? Erraram, claro que não. O Coordenador TIC é um licenciado em Matemática que não sabe o que é o Active Directory, nunca ouviu falar em php e muito menos sabe o que quer dizer PL/SQL ou TSQL…
Mais, eu lecciono Matemática e ele lecciona TIC ao 9º ano…!
Meus caros, Portugal é isto. E não me venham dizer que a culpa é do governo, de Júpiter ou dos anéis de Saturno. O problema é que em Portugal habitam demasiados “chicos espertos” e onde a cultura do mérito não existe.
Se não tivesse encontrado outras coisas para fazer, posso garantir que já estava com uma “bela” depressão. O que vale é que as empresas privadas perceberam a mais valia que eu poderia representar para elas e posso continuar em contacto directo com as tecnologias informáticas. Escusado será dizer que depois de eu explicar a essas empresas que sendo professor do quadro da escola não leccionava informática, mais uma vez os professores foram duramente criticados…!
E com…. RAZÃO!!!
Abril 28, 2008 at 8:39 pm
Caro joaquim,
Não aprecio o tom do texto, mas está implícita uma crítica que considero válida em muitos aspectos.
Há um grande fosso entre o que é a informática nas nossas escolas e o que seria desejável (já não digo o que seria ideal).
Há também esse fosso nos professores. Conheço professores de informática excelentes, que poderiam fazer qualquer coisa na área, em qualquer parte, e conheço aqueles que, como diz, não sabem o que é o Active Directory. Alguns não sabem coisas muito mais elementares… Por aqui me fico, por agora, pois não penso que seja o momento para criar mais divisões e fugir ao problema central (Este será, contudo, um sério problema a resolver num futuro que, espero, não seja muito longínquo).
Pelo que depreendo do seu texto, corrija-me se estiver errado, mantém 2 actividades em paralelo. É uma situação legítima, no entanto, eu, podendo fazer o mesmo, não o faço. Decidi ser professor, e até (eventualmente) mudar de opinião e de rumo profissional, quero dar o meu contributo enquanto profissional e enquanto cidadão. Por isso, dentro das minhas limitações, procuro mudar o “estado das coisas”. Não basta constatar, criticar, e ficar a olhar. É preciso contribuir para a mudança.
É esse o apelo que lhe deixo também.
Abril 28, 2008 at 9:05 pm
Caro João,
Percebo o não ter gostado do tom, mas estou furioso com o que se passa nas escolas portuguesas.
Quanto às actividades em paralelo, se assim não fosse já estava internado num hospital com uma bela depressão! Já imaginou um profissional de informática ficar resignado a leccionar matemática? Daqui a dois ou três anos estaria completamente obsoleto no que à informática diz respeito.
Quando ao criticar, apenas verifico a realidade e continuo de boca aberta a tentar perceber como o ensino público pode ter chegado a este ponto.
Como posso contribuir para a mudança? Como posso mudar a cultura do “chico espertismo” à portuguesa, sem levar com dezenas de processos em cima? Por outro lado não me quero tornar no D. Quixote nas suas lutas contras os moinhos de vento! Ninguém conseguirá alterar nada no sistema de “ensino” português! Essa é que é a verdade (na minha opinião, claro) 🙂
Abril 28, 2008 at 9:53 pm
Joaquim,
Compreendo a parte da “bela depressão”. A sério que compreendo. Lecciono no grupo de informática (actual 550 – antigo 39) há 6 anos e tenho assistido a coisas surreais. Deixo, no entanto, um reparo: a realidade é substancialmente diferente de escola para escola.
Sobre a forma como gere a sua vida profissional, quero esclarecer uma coisa: não tenho nada a ver com isso e não pretendo interferir. Apenas queria deixar a minha posição (penso que não fui claro), de que sendo os problemas do ensino tão complexos, quem quiser dar o seu (infinitésimo) contributo (e pela leitura da situação e preocupação revelada parece poder dá-lo) fá-lo-á melhor a tempo inteiro.
Eu também não sou, nem me quero tornar num D. Quixote (Os moinhos de vento cairam em desuso). 😉
Penso, no entanto, que não nos podemos resignar. As grandes mudanças são difíceis, têm custos, mas são possíveis. A história prova-o.
Alguns princípios que sigo:
– As grandes mudanças fazem-se de pequenas coisas. Posso começar com o meu exemplo.
– As mudanças importantes podem não ser, e normalmente não são, visíveis no imediato.
– Mudar implica esperança no futuro.
– Posso aceitar aquilo com que não concordo, mas tenho de ser convencido primeiro.
Para terminar, deixo um pensamento:
«Para que o mal vença, basta que o bem nada faça.»
(não me recordo do autor)
Abril 28, 2008 at 11:56 pm
Bom debate de ideias.
Ambos têm razão, mas … joaquim também acaba por ser “chico esperto” por ter entrado num grupo onde supostamente deveriam estar matemáticos! Fora isso estou muito de acordo consigo! Aliás, o que diz é uma realidade e eu pelas escolas por onde passei e pelas que conheço o que diz é verdade (tenho pena caro João).
Este é um exemplo claro de como tudo está feito sem pés e cabeça!
“Se consultarem os diversos portais de emprego, verão que qualquer VERDADEIRO informático encontra trabalho muito facilmente.”
Esta é uma realidade, mas joaquim, o problema reside mesmo aí. Eu por acaso estudei e sempre lutei pelo ensino, mas conheço muito boa gente que sempre fugiu, dizia raios e coriscos do Ensino e embora sejam uns analfabetos funcionais e inúteis com um diploma (que mentecaptos passaram) tiveram um oportunidade de entrar no bem-bom do ensino numa área em que poucos percebem e estes que nada fazem e percebem são uns heróis!
Para terminar. Posso perceber umas coisas de primeiros socorros e doenças, mas não sou médico; posso fazer uns riscos e rabiscos mas não sou arquitecto; posso saber um pouco de física e elaborar plantas mas não sou engenheiro!
Para bom entendedor…
Abril 29, 2008 at 12:10 am
“Eu por acaso estudei e sempre lutei pelo ensino, mas conheço muito boa gente que sempre fugiu, dizia raios e coriscos do Ensino e embora sejam uns analfabetos funcionais e inúteis com um diploma (que mentecaptos passaram) tiveram um oportunidade de entrar no bem-bom do ensino numa área em que poucos percebem e estes que nada fazem e percebem são uns heróis!”
João Leal, por isso é que eu sou favorável à prova de ingresso na profissão. Se for para a frente, o meu irmão, que é prof. de Ed.Física, também terá de a fazer.
Abril 29, 2008 at 12:13 am
Caro João Leal:
Não entrei no grupo de Matemática, mas sim no de Informática (550)..! Eu nem sabia que tinha habilitações para leccionar Matemática…
Lecciono Matemática, porque o tal licenciado em Matemática é o Coordenador TIC e imagine como seria para o CE explicar aos inspectores que o Coordenador TIC não leccionava qualquer disciplina dessa área científica!
Desta forma, colocaram o protegido do CE como Coordenador TIC (porque tem uma redução da componente lectiva muito interessante), atribuíram-lhe as disciplinas dessa área científica e para o mais habilitado sobrou… Matemática!
Pode imaginar como me senti. Para ter uma ideia, até fui verificar se realmente tinha habilitações para leccionar Matemática. Enfim, Portugal no seu melhor…
Eu que queria e poderia alterar de forma radical toda a estrutura organizativa da escola através das ferramentas informáticas fui remetido para o silêncio absoluto. Cada vez me convenço mais que nós, portugueses, não queremos chegar a adultos. Queremos continuar como adolescentes. Esta história entre tantas outras que tantos conhecemos demonstra bem a massa de que somos feitos. Não, não nos podemos queixar de sermos o país mais pobre da zona euro 😦
Abril 29, 2008 at 12:59 am
Eu sou contra a prova de avaliação para entrar na docência. Primeiro e antes de tudo, porque não será uma prova de entrada mas sim de barramento… DA não te deixes iludir! O pessoal que precisava da dita prova é aquele que nunca a irá fazer. Se a desconfiança nos cursos superiores é tanta, então que vão directamente às Universidades! Não alterem as leis do jogo quando este está com um campo cada vez mais virado para um único lado!
joaquim, como eu te percebo…. enfim é o estado da nação! Eu tenho as mesmas ideias que tu a nível do uso das NTI no ensino. Como se pode comprovar na minha página pessoal (numa fase de crescimento materno) – http://www.joaoleal.net! Mas, como tu referes, é impossível na maioria das escolas devido ao (mau)poder instalado!
Abril 29, 2008 at 1:16 am
João Leal,
é isso…
“O pessoal que precisava da dita prova é aquele que nunca a irá fazer.”
Este ano tb já não se faz…
Mas acabarei por apanhá-la…
É barramento, sim!
Abril 29, 2008 at 1:55 am
Concordo com a prova de ingresso, é uma forma de distinguir o trigo do joio, já defendia tal prova quando estagiei, dada a diversidade de formações iniciais dos candidatos a professores.
A escola pública tem direito a ser servida pelos melhores.
Abril 29, 2008 at 1:58 am
DA,
já vi os vídeos e concordo, são demais…
Mas com a prova de ingresso…..NÃO!
A menos que….. todos os caros colegas se oferecessem para a fazer também, mostrando assim a sua excelência e mérito e solidariedade, claro!
Abril 29, 2008 at 2:04 am
Quero ser um professorzeco,
então como impedir o acesso à profissão dos mal preparados?
é que ter um curso superior não quer dizer nada…
Os professores com melhor formação inicial só têm a ganhar com ela, já que esta eliminará os formados nas universidades “independentes”.
Já agora qual o modelo de recrutamento de professores que acha mais justo, nota de curso+tempo de serviço(o que vigora actualmente), prova, avaliação curricular,…?
Abril 29, 2008 at 2:05 am
Não tenho medo a exames.
Abril 29, 2008 at 2:06 am
Não tenho medo DE exames.
Abril 29, 2008 at 2:19 am
DA,
a questão é realmente complexa. A nota de curso devia ser fidedigna. Mas não é, eu sei.
A prova de acesso poderia ajustar realidades. Poderia…
Mas, por princípio, TEM que se fazer pressão nas instituições do Ensino Superior.
Mais,
que prova é esta? Quantas são? Porquê 14?
Eu também gostava que os alunos que dão erros ortográficos não se licenciassem. Eu gostava que se ensinasse história e geografia de Portugal aos professores de 1º ciclo. Gostava que eles soubessem fazer contas de dividir com 2 dígitos no divisor.
A prova de ingresso fará justiça? Talvez.
E os miúdos que pagaram as propinas por um ensino de qualidade? Cai sobre eles a responsabilidade? Quem os forma afinal?
A prova?
Abril 29, 2008 at 2:28 am
“Mas, por princípio, TEM que se fazer pressão nas instituições do Ensino Superior.”
Mas não se faz, nem nunca se fará.
“Eu também gostava que os alunos que dão erros ortográficos não se licenciassem. Eu gostava que se ensinasse história e geografia de Portugal aos professores de 1º ciclo. Gostava que eles soubessem fazer contas de dividir com 2 dígitos no divisor.”
Os seus argumentos põem em evidência a necessidade da prova. Os que têm boa formação inicial só têm a ganhar com ela.
Mas esteja tranquila(o) que com este ME a prova não irá para frente. Dá trabalho.
“Mais,
que prova é esta? Quantas são? Porquê 14?”
Só sei o que está no decreto, gostava de saber mais, o meu irmão terá de a fazer, tem 27 anos e menos de 4 de serviço.
Abril 29, 2008 at 2:28 am
Medo, nenhum…
até levo vantagem, à partida…
a idade, a experiência no ensino, formação académica anterior…
À partida.
Mas contesto por uma questão de princípio!
E porque estou farta que mudem as regras do jogo a meio. FARTA!!
Abril 29, 2008 at 2:31 am
Com a prova de ingresso, sobes logo na lista, ficas à porta de casa, não tens de ir para Lisboa dar aulas, nos Grupos do Básico(110, 210,220, 230), lá para baixo há falta de professores.
Abril 29, 2008 at 2:35 am
Vais ver como as “independentes” começam a fazer cursos de Verão chamados “prova de ingresso em 30 dias”. Pagos, claro.
Boa noite! n´importe qui…
Abril 29, 2008 at 2:38 am
Boa noite.
Abril 29, 2008 at 11:24 am
É bom sentir que ainda existem pessoas que acreditam na justiça de tal prova!
Meus caros, esta vai servir apenas para mostrar que os professores não prestam pois iremos ter notas péssimas. Será uma forma de dizer que não há desemprego de professores pois as cotas que estabelecerem serão limadas na dita entrevista. Mais, já alguém pensou no que poderá sair na dita prova?
AS tais Universidades ditas “independentes” são aquelas que serviram para que alguém nos governasse. Se nunca se trabalhou ou teve mérito para atingir alguma coisa, também não se dá valor a quem realmente o tem!
E não poderemos comparar públicas com privadas pois… existe de tudo. O fundamental é mesmo este: avaliar as Universidades! Mas estas também começam a ter níveis de sucesso para atingir devido aos apoios!
Tudo não passa de pura estatística governamental e à boa maneira portuguesa! Arranja-se uma forma de tapar buracos de qualquer forma, mesmo que eles acabem por sempre por voltar a abrir!
Somos cada vez mais um país próximo do Brasil! Começou no futebol, já começamos a ter a violência preocupante, os salários dos trabalhadores têm diferenças abismais (patrões e empregados), não existe classe média, a saúde e educação pública simplesmente sobrevivem sem qualidade (pois esta existe apenas nos privados)….
Ou o pessoal julga que quem tem poder económico e ao aperceber-se do que se passa e começa a passar na escola pública hesita em colocar os filhos num bom colégio privado, de qualidade, garantindo assim um futuro de qualidade, competências e educação aos seus filhos que ficam verdadeiramente preparados!
Eu quero acreditar que ainda é possível inverter esta situação, mas…
Abril 29, 2008 at 5:46 pm
Realmente , um tópico interessante como este pode ser desvirtualizado com discussões mesquinhas, do tipo … “eu é que sou bom…eu é que sei… (só paleio)”.
O que interessa é alertar o público em geral, profs incluidos que a formação em informática neste momento está a desaparecer nas escolas.
Não é um powerpointZito ou um documento em Word que faz a diferença! (area de projecto 7º e 8º ano). Isso só seria compreensivel se continuasse um reforço da disciplina no 9 e 10 anos.
Mais… o curso tecnologico de informatica que “levava” a maior parte dos meus alunos para “eng. Informatica” no ensino superior ACABOU.
Os profissionais sao uma treta, nao preparam ninguém para o ensino superior.
As empresas da região continuam com as mesmas vagas e os mesmos problemas para absorver alunos destes cursos (caso nao queiram ir para o superior). Não é a mudança para profissional que vai mudar isso. Os tecnologicos tb ja tinham estagio incluido. As matérias no tecnologico são leccionadas de uma maneira diferente dos profissionais. Os alunos ficavam preparados para a prova nacional de matematica B, agora chapeu.
A disciplina geral de aplicacoes informaticas B tb vai desaparecer no 11 ano so fica a do 12 que ninguem vai escolher por razoes obvias. Por isto tudo já podem ver que o que interessa é pseudo-campahas de ofertas de portáteis… o resto é paisagem.
Nem sequer aprendem com os novos paises da CE, daqui a uns anitos vamos ser comidos devido à sua formação ser muito superior à nossa.
Para acabar só quero dizer que no “meu tempo” só existia engenharia informatica (nao havia informatica via ensino, por isso é a minha formacao base, depois fiz profissionalizacao em servico e tirei um mestrado em tic no ensino. Não me considero melhor nem pior que ninguem , a minha dedicação à escola é total e ajudo sempre que precisa (caso possa).
Uma última nota, daqui a 15 anos espero que “esses grandes profs de informatica” dos posts anteriores nao sejam tb enxovalhados pelos seus colegas que “sabem tudo”.
Obrigado a toodos pela paciência.
pqnd há 15 anos
Abril 29, 2008 at 6:31 pm
Joaquim, nas escolas há muita coisa que corre mal mas em 90% das situações as coisas são resolvidas da melhor maneira, porque somos constituídos (nesta empresa)por capital humano.
Resolvemos os problemas com aquilo que temos à mão e por vezes isso falha.
Gosto de te dizer que estaremos sempre rodeados de pessoas que não estão preparadas para a função que desempenham mas que se esforçam por aprender mais e que serão cada vez mais “apertadas” para que isso aconteça, tenho visto isso acontecer ao longo de 20 anos.
Abril 29, 2008 at 7:01 pm
Muito vos agradeço caros colegas João Leal e Olinda pelas vossas palavras. Estou a atravessar um péssimo momento como devem imaginar e as vossas palavras foram deveras importantes.
Espero que com o meu trabalho de apoio aos meus colegas na resolução dos seus problemas informáticos faça perceber a quem de direito, que cada macaco deve ocupar o seu galho de forma a que a instituição, como um todo, possa saltar para um patamar superior. Pelo menos os muitos colegas que, felizmente, tenho ajudado interrogam-se como pode esta situação estar a acontecer.
E, dou a minha palavra de honra que estava convencido que ensinava matemática o licenciado em matemática, informática o licenciado em informática, inglês o licenciado em inglês e por aí fora! Mas, parece que em Portugal não é bem assim… e depois queixam-se dos resultados!
Abril 29, 2008 at 7:13 pm
“O que a ferrugem faz ao ferro, a inveja faz ao homem.”
Provérbio latino
Abril 29, 2008 at 7:27 pm
luis cunha nunca me considerei o melhor professor!
Considero sim que cada um deve ocupar o lugar para o qual se preparou.
Olinda, muito ainda falta para que “pessoas que não estão preparadas” possam ser “apertadas”. Dou um exemplo, a avaliação que querem propor faz tudo isso, mas ao contrário!
Joaquim, começa a tornar-se óbvio o porquê de muita desgraça no ensino. Pode não ser o único ponto mau ou o causador de todas as desgraças, mas por aqui podemos prever que alguma coisa vai correr mal!
luis cunha, está enganado quando diz que “Nem sequer aprendem com os novos países da CE, daqui a uns anitos vamos ser comidos devido à sua formação ser muito superior à nossa.”, isto porque já fomos ultrapassados à muito e se tiver um pouco de curiosidade vai ver que nesses países isto que os tais professores de informática falaram não acontece. Ou considera normal que o engenheiro seja o pedreiro e o patrão seja aquele que tem a 4ª classe mal feita?
Muitas vezes algumas respostas mostram exactamente a realidade!
Para bom entendedor…
Abril 29, 2008 at 8:57 pm
Para quem começa a disparar para todos os lados, inclusivé para a anuência a uma prova que mede tudo menos o mérito, só pode levar com provérbios.
Atenção … cada macaco no seu galho, mas uma árvore não faz a floresta.
ps- eu nem faço essa porcaria chamada “prova de acesso”, se a fizesse só desenhava “piretes”
pdnd há 15 anos
Janeiro 3, 2010 at 1:23 pm
Sobre a prova de ingresso quero deixar o seguinte comentário: não penso que haverá assim tanta gente a realizar essa prova. Actualmente só quer ir para professor quem é maluco, principalmente para professor dos cursos cef´s e profissionais uma vez que esses professores deixaram de ter os direitos sociais que qualquer trabalhador. Isto é, se um professor estiver duas semanas de baixa é lhe descontado uma parte do vencimento mas depois tem que repor as aulas sem ter direito a que lhe foi descontado; se um professor estiver 5 dias de licença por nascimento do filho é lhe descontado o subsídio de refeição mas depois tem que repor as aulas mas o subsídio de refeição descontado não lhe é reposto.
Janeiro 3, 2010 at 2:08 pm
Joaquim tens razão em alguns aspectos! Mas eu como professor de Matemática e licenciado em Matemática não fico nada satisfeito por saber que estás a leccionar esta disciplina.
Junho 14, 2010 at 2:55 pm
Sou licenciada em Engenharia Informática e dou aulas de TIC há dois anos. Tenho habilitação própria para a docência e queria profissionalizar-me. Ando à procura desse mestrado há uns meses pois queria dar Matemática também… Esclareceram-me que tenho que tirar dois mestrados para o poder fazer… É normal?