Vamos lá então à parte da entrevista da Ministra da Educação ao Correio da Manhã que mais irritação provocou em muitos docentes, ou seja, aquela em que MLR disserta sobre o insucesso escolar, os níveis de repetência e o facilitismo.
– Uma das críticas que se faz é ao facilitismo instalado na escola pública. Não há exigência, não há trabalho. Que a escola devia chumbar quem não sabe e não trabalha? Concorda com isto?
– Sabe que há muitas contradições nesse discurso. E no nosso sistema há muitas contradições. Porque, em minha opinião, a repetência ou o chumbo é o elemento mais facilitista do sistema educativo.
– Mais facilista? Como?
– É a coisa mais fácil. O aluno está com dificuldades, fica ali num cantinho da sala e no final do ano repete. Isso é o que há de mais facilitista no nosso sistema. E são muitos e pratica-se com demasiada frequência.
– Com muita frequência?
– Sim. Eu tenho um estudo do PISA ( Programme for International Student Assessment) com coisas muito interessantes. Este estudo procura comparar os resultados dos países do Sul que têm todos estes fenómenos da repetência e como a repetência não ajuda a melhorar os resultados escolares.
– Não ficam a saber mais?
– Não. O princípio é este: não sabes ficas mais um ano para repetires toda a matéria que deste para ficares a saber. E o que acontece é que a segunda parte desta premissa não se verifica. Ele chumba, fica para repetir, repete mas não aprende. Pelo contrário. Desaprende.
– Fica pior?
– Fica pior. E por isso é que eu digo que é facilitista porque é a maneira de deixar os alunos entregues a si mesmo. É uma contradição do nosso sistema. Que é considerar que a exigência se mede pelo número dos que repetem. Nós temos inúmeros alunos a repetir muito mais do que a média de todos os países da Europa ou mesmo da OCDE. Somos o País em que há mais repetências.
– Mais chumbos?
– Somos o País em que há mais chumbos. E por aí o nosso sistema não seria facilitista, seria exigente, mas na realidade é facilitista porque essa repetência não serve para aumentar o rigor e a exigência de trabalho com esses alunos. Ficam numa espécie de limbo que depois prejudicam muitíssimo os nossos resultados como se pode ver no estudo do PISA.
– Prejudicam como?
– Se considerarmos na amostra os alunos que não repetem, os alunos que estão no ciclo adequado à sua idade têm valores iguais à média dos países da OCDE. Até produzimos mais excelência. Isto é, os nossos alunos do 7 º ano muito bons são melhores do que os muito bons dos outros países. Mas depois temos o peso dos que chumbam, dos que ficam retidos, que puxam os nossos resultados médios para baixo.
– Mas não defende que esses alunos deviam passar todos para melhorar as médias, pois não?
– Não, claro que não. O que significa é que a repetência devia constituir um espaço de trabalho efectivo para que eles recuperassem. O problema é que esses alunos nunca recuperam.
– Ficam para trás?
– Vão repetindo, ficam para trás e pesam nos resultados globais muito negativamente porque a repetência, de facto, na minha opinião, é facilitista porque não é um meio de os obrigar a estudar a mais e a aprender.
Esta simplista e redutora de interpretar o insucesso escolar no nosso país é especialmente confrangedora, porque revela, por um lado, enorme desconhecimento dos antecedentes e percurso histórico da escolarização em Portugal e no Sul da Europa comparativamente com paragens mais setentrionais, e por outro, uma assinalável pobreza teórica e interpretativa das características desse insucesso, isto para não falar dos enormes preconceitos que esta leitura do fenómeno contém.
Não me vou deter nas passagens especialmente caricaturais do discurso ministerial, como aquela de se colocar o aluno ao «cantinho da sala» ou de o «chumbo» do aluno ser a solução fácil. Como escrevi no post anterior o ridículo das afirmações chega como desmentido. E quem anda no terreno sabe como tudo isso não é verdade ou então resulta de uma generalização abusiva a partir de casos particulares, estudados por sociólogos convidados pelo ME para fazer estudos em meia dúzia de escolas escolhidas a dedo. Não é por acaso que quem chegou a essas conclusões, em case-studies recentes, partilha da mesma concepção simplista da ME em matéria de sociologia do insucesso.
Concentremo-nos apenas em três pontos fundamentais que me parecem revelar até que ponto esta visão «curta» das origens e características do insucesso escolar é extremamente prejudicial para a efectiva erradicação do insucesso real, mesmo se pode servir para forçar a erradicação do insucesso estatístico.
- Antes de mais, MLR parece desconhecer que a escolarização de Portugal é um processo muito mais tardio e lento que o da generalidade dos países europeus, salvo raríssimas excepções, mesmo no contexto da Europa mediterrânica. A escola de massas atingida no Noroeste Europeu há um século ou mesmo mais, em especial nos países de matriz protestante, foi atingida entre nós há poucas décadas. Ao nível do Ensino Secundário é mesmo ainda um fenómeno em consolidação. MLR parece desconhecer que não podemos comparar algo em crescimento com algo que já foi objecto de maturação. A História, mesmo a da Educação, não se acelera a bel-prazer e essa é uma das lições que a análise dos indicadores educacionais portugueses desde finais do século XIX permite a qualquer pessoa que os olhe sem ser com lentes enviesadas.
- Por outro lado, a caracterização do insucesso escolar nos moldes ultrapassados de alguma Sociologia da Educação parada entre os anos 50 e 70 não ajuda nada a resolver o problema. Nesta leitura que entre nós ainda tem muitos adeptos, em especial na esquerda intelectualmente paralisada, o insucesso é o resultado dos mecanismos de exclusão da Escola enquanto aparelho do Estado capitalista interessado em reproduzir as desigualdades sociais. Sei que é uma postura agradável a alguns sectores, mas há muito que esta perspectiva deu o que tinha a dar. Mesmo nos quadrantes mais à Esquerda, desde as teorias emancipatórias de Paulo Freire às da pedagogia crítica anglo-saxónica, a Escola também foi encarada como um instrumentos facilitador da mobilidade social, em especial no sentido ascensional. São conhecidos os fenómenos de sucesso escolar das minorias étnicas e culturais em países como os EUA ou mesmo a Inglaterra. Mas entre nós continuamos apegados à sociologice do coitadinho que tão maus resultados deu nos anos 90. O insucesso é culpa dos professores e não de uma ausência de referenciais éticos que promovam positivamente valores como o trabalho e o esforço. Pelo contrário, optou-se pela via da irresponsabilização e desculpabilização do insucesso. Os resultados estão à vista, mas parece que insistem na cegueira.
- Por fim os preconceitos que distorcem fatalmente o olhar de MLR. São principalmente dois: o primeiro é contra os professores que considera optarem pela via fácil do «chumbo» dos alunos. Tivesse MLR de justificar a repetência ou bi-repetência de dois ou três alunos por turma, tendo 6, 7 ou 8 turmas e saberia que essa não é a solução fácil. Fácil é passar todos e chutar a bola para o campo adversário. O segundo preconceito é contra os próprios alunos: MLR parece pertencer àquela escola de pensamento que associa o insucesso escolar à vulnerabilidade social e económica. É uma associação tentadora e que até explica parte do insucesso. Mas não explica tudo e acaba por reduzir bastante as metodologias colocadas em campo para o combater. O insucesso não é um determinismo sócio-económico. Em muitos casos é o resultado de uma ausência de valores e oportunidades da sociedade que provoca em muitos alunos uma indiferença pelo seu percurso escolar. Não chegam uns quantos cartazes com o Figo ou o Cristiano Ronaldo a apelar a não sei o quê. É necessário mais. É indispensável que os jovens percebam que o sucesso não se conquista por fax ou em habilidades técnicas. Ou na base das negociatas de gabinete. Ou em artimanhas judiciais, nas quais nem se negam as tropelias, mas sim os meios de prova. Muitos jovens não encontram referenciais próximos «de sucesso» real resultante do sucesso escolar. E os professores, que podiam funcionar como modelos próximos, são dia a dia enxovalhados por políticos de terceira apanha, com problemas em assumir o seu próprio passado.
Mas querem combater o insucesso escolar, mesmo com base nessas «teorias dos coitadinhos»?
Então assumam que grande parte desse insucesso resulta do insucesso dos governantes nacionais nos últimos 30 e mais anos.
Se o insucesso atinge principalmente os mais pobres e desfavorecidos, então políticas de sucesso na área da economia conseguiriam arrancar Portugal à sua situação de perpétua semi-periferia o número desses pobrea e desfavorecidos diminuiria de forma radical (idealmente deixaríamos de ter uma proporção enorme de gente abaixo ou no limiar da pobreza e com níveis assutadores de endividamento) e com isso também o insucesso escolar.
Certo?
É que para serem coerentes com essa Sociologia da Educação Caridosa dos Pobrezinhos então devem admitir que a razão do insucesso radica – por exemplo – nos 150.000 empregos não criados.
Certo?
Ou estou a ver mal a teoria?
Abril 22, 2008 at 11:11 pm
Paulo: na mouche!
Esta gente insiste em culpar os professores pelo abandono e insucesso escolares, quando as causa principais estão fora da escola, nas precárias condições de vida de muitos portugueses. Quem trabalha em escolas apercebe-se da pobreza que vai por esse país. E essas condições miseráveis (depois dos milhões da c europeia mal gastos) são da responsabilidade dos sucessivos governos do centrâo.
Abril 22, 2008 at 11:19 pm
I
As principais vítimas do insucesso não são os repetentes, mas sim os bons alunos que apanham com repetentes nas suas turmas!!!!
Os níveis de reprovação serão sempre altos enquanto se insistir na escola unificada até aos 15 anos – 9.º ano.
Só vejo uma saída: Turmas/Escolas de nível, opções vocacionais desde o 7.º ano, nalguns casos antes.
II
Sobre isto a Maria Lisboa disse tudo neste post no “professores sem quadro”:
“Propostas do BE … mais um penso para uma ferida que do que precisa é de cirurgia?
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Não me parece que qualquer destas propostas:
vá contribuir muito para a diminuição do insucesso ou do abandono escolares. Não traz propostas novas, não acrescenta nada, contém, apenas, remendos legislativos e explicitações de muitos articulados já existentes.
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O problema principal do nosso sistema de ensino radica na sua concepção de base e no seu currículo.
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Fala-se repetidamente de escola democrática e considera-se, apenas, como conceito de escola democrática, o esta, ser igual e obrigatória para todos.
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O conceito de escola democrática deveria conter, em si, o conceito da escolha de um futuro. Esta escola, que temos, não é democrática porque não o contém.
O ser igual para todos torna-a, de imediato, anti-democrática. O tipo de ensino que se oferece é o ensino vocacionado para quem quer ser “doutor”. Está todo construído nessa base. Por isso o insucesso, por isso o abandono, por isso o desinteresse. Muitos alunos, e isto não tem nada a ver com classes sociais, não querem ser ”doutores” e por isso não vêem qualquer mais valia no que deve(ria)m apre(e)nder na escola.
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Inventam-se Currículos Alternativos (CA), inventam-se CEF, inventam-se outras formas de colmatar o insucesso e os resultados continuam a ficar muito, muito aquém das expectativas.
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E o que há de errado com os CA e os CEF, é serem uma tentativa de cura para uma doença que o sistema criou, e não uma profilaxia para que essa doença não tivesse chegado a existir.
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O que há de errado com os CA e os CEF, resulta de uma política de ensino completamente errada, completamente obtusa, completamente cega.
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O que há de errado com esta política de educação é pensar que todos querem/têm que ser doutores, acabando por afastar muita gente da escola.
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E este é o enorme erro que produz a necessidade de CEF.
A massificação do ensino, deveria prever diversas vias de acesso ao conhecimento, criando saídas profissionais variadas, mas sem cortar caminhos. O maior erro deste país foi querer que todos aprendessem tudo da mesma forma, copiando essa forma do antigo liceu, cuja via era unicamente a universidade.
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Quando fecharam os cursos técnicos e comerciais fartei-me de dizer que estávamos a cometer um enorme erro social e que haveríamos de pagá-lo a muito curto prazo. Chamaram-me imensos nomes, desde elitista a segregacionista. Quanto a mim, elitismo e segregacionismo foi o de quem não soube ler a sociedade.
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Correndo o risco de me continuarem a chamar elitista, continuo a insistir que nem todos os alunos querem ser doutores e como expliquei na altura, e continuo a acreditar agora, isso não tem nada a ver com classes sociais, mas com apetências.
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Há muitos alunos, nomeadamente os da minha escola, para quem este tipo de ensino não lhes diz nada. Não lhe vêem sentido, não vêem que lhes sirva para o futuro. Não lhes interessa.
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No entanto, aqui há uns 3/4 anos, um colega, abriu um atelier de electricidade, promovido pela Câmara com uns dinheiros do PRODEP. Esse cursozito teve que rejeitar alunos porque não tinha capacidade para tanta inscrição.
E no ano seguinte, devido às mudanças de horários dos alunos, para que estes tivessem a possibilidade de continuar a frequentar o curso, o colega teve que se disponibilizar para dar aulas ao sábado.
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O interesse neste atelier, motivou, paralelamente, a subida de notas de muitos alunos, mais especificamente em física e matemática.
Os alunos perceberam uma relação entre a prática e a teoria, perceberam que o conhecimento teórico tinha uma aplicação, e gostaram e perceberam também que o que estudavam servia para alguma coisa objectiva, nomeadamente, se quisessem vir a ser profissionais de electricidade!
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E perceberam, também, que se quisessem continuar a frequentar o curso, tinham que se portar bem (e não só ali, em toda a escola) porque havia mais gente interessada e aquele direito implicava deveres.
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O que está errado com os CA e os CEF é que estes vêm tentar resolver problemas de gente que já se desinteressou por completo pelos estudos, que já criou um conjunto de atitudes de rejeição ao ensino, que já enquistou um conjunto de maus comportamentos e que, ainda por cima, é reunida toda numa mesma turma, dentro do mesmo espaço que aprendeu a abominar.
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Creio que a única forma é criar vias de aprendizagem/formação diferenciadas. Vias estas que não impeçam os alunos que descubram que afinal gostam de estudar e aprender de poderem seguir o caminho da universidade se o quiserem. Vias que não se fechem em si próprias, mas que permitam caminhos de formação alternativos, desde o início, para que não tenhamos que andar a colocar pensos em feridas que, em muitos casos, já são incuráveis.
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Só assim é que entendo a escola democrática. Só assim vejo um caminho para a diminuição do insucesso e do abandono escolares.
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Sobre a constituição de turmas só quero lembrar que existem escolas (e se calhar não são tão poucas como isso) para quem aquele diploma não tem qualquer razão de ser. A minha escola, por ex, não tem um único filho de doutor ou socialmente equiparado, na minha escola, os repetentes estão equitativamente distribuídos pelas turmas (variam entre os 6 e os 10)… e mais não vale a pena acrescentar. Não são estes os remédios necessários.
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Equipas de apoio, tutorias, projectos de acompanhamento escola/família, possibilidade de acompanhamento psicológico, animadores e assistentes sociais… temos de tudo um pouco.
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Vontade de trabalhar e interesse pela escola/aula (porque da escola gostam todos) praticamente não existe. Para este problema, alertei tanto as deputadas que reuniram connosco, como os elementos da DREL e parcerias institucionais presentes, tentando fazer-lhes ver que, socialmente, estávamos a estragar aquela população. Não existem bairros sociais mais bem equipados e com melhores apoios do que aqueles que “fornecem” os alunos para aquela escola. Habituaram-nos a que praticamente tudo o que precisam lhes “cai do céu”. Tudo lhes é dado ou cedido a preços módicos, sem que lhes seja exigido nada em troca, o que faz com que todos se sintam no direito de, mas não no dever de…
Quando dizemos a um aluno “tem cuidado, não estragues o material”, a resposta é invariavelmente “porquê, depois não vem mais?” ou “deixe lá, eles depois mandam mais”.
Quando lhes dizemos que têm que estudar e trabalhar, a grande maioria acha que não precisa de o fazer porque vai viver do rendimento mínimo e que, portanto, não tem que se preocupar, porque nem precisa de trabalhar agora, nem quando for grande. Estas “pequenas grandes visões” do futuro espelham o que eles vivem, sentem e ouvem: não há problema, alguém nos sustentará… temos esse direito!
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E os que até estudam alguma coisita e conseguem fazer o 9º ano? A maioria destes não tem posses (?), interesse (?), vontade (?) de continuar. E para que serve o 9º ano? Que emprego, que estatuto lhes dá? Vão para o balcão do MacDonalds ou para uma qualquer outra loja do estilo, onde encontram outros que não tinham completado o 9º ano. Que incentivo têm os colegas, vizinhos, amigos, para fazerem, sequer, o 9º ano?
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Como o que queremos que aprendam, não lhes mostra nenhum futuro, não vale mesmo a pena pensarem em fazê-lo. É preciso conquistá-los com coisas que lhes interessem! E todas as nossas actividades práticas estão cheias de gente…”
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http://professorsemquadro.blogspot.com/2008/04/propostas-do-be-mais-um-penso-para-uma.html
Abril 22, 2008 at 11:20 pm
Ai a fulana está a falar de si própria quando era professora do 1º ciclo!!!!!Meu Deus! Naquela época remota aconteciam estes aspectos (pouco) agradéveis, de facto. Mas TUDO mudou e ainda bem. (eu não acredito…)
Reparem nas respostas “lé-lé”,
“- Uma das críticas que se faz é ao facilitismo instalado na escola pública. Não há exigência, não há trabalho. Que a escola devia chumbar quem não sabe e não trabalha? Concorda com isto?
– Sabe que há muitas contradições nesse discurso. E no nosso sistema há muitas contradições. Porque, em minha opinião, a repetência ou o chumbo é o elemento mais facilitista do sistema educativo.
– Mais facilista? Como?
– É a coisa mais fácil. O aluno está com dificuldades, fica ali num cantinho da sala e no final do ano repete. Isso é o que há de mais facilitista no nosso sistema. E são muitos e pratica-se com demasiada frequência.”
Abril 22, 2008 at 11:23 pm
ver no blogue de quem já foi ministro do M.E.
http://quartarepublica.blogspot.com/
“A repetência e a recuperância!…
Hoje estou particularmente obtuso, para não me classificar de outra maneira menos favorável.
Vejamos:
A Ministra da Educação diz que “chumbar os alunos é a maneira mais fácil de resolver o problema…”.
E eu pergunto: para quê, então, complicar ?
Mas a Ministra continua a falar: “…O que significa é que a repetência devia constituir um espaço de trabalho efectivo para que eles recuperassem. O problema é que esses alunos nunca recuperam”.
E eu pergunto, mais uma vez, e ainda mais obtuso: então, para evitar a repetência, dá-se aos alunos a passagência, como forma de recuperância?”
Vamos nós PROFESSORES perceber estas cabeças! Enquanto ministros defendem o eduquês, depois …
Abril 22, 2008 at 11:23 pm
“MLR parece desconhecer que a escolarização de Portugal é um processo muito mais tardio e lento que o da generalidade dos países europeus”. Pode parecer desconhecer a realidade embora, atendendo à sua formação, certamente não a desconhecerá e é aí que reside o argumento falacioso com o qual se pretende fazer passar a ideia da ineficácia de grande número de docentes.
Não será certamente com tanta reforma que se conseguirá um ensino de qualidade. Nas realidades de EB 2,3 que conheço, um exemplo ilustrativo é o estrondoso insucesso no 7º ano,facilmente datável e associado àquela espantosa ideia conhecida por “gestão flexível do currículo”: a criação das áreas curriculares não disciplinares levou à existência, no 7º ano, de conselhos de turma com quase tantos docentes quantos os alunos (especialmente quando temos turmas de alunos com PEI). A diversidade de conteúdos e o número elevado de docentes por turma causaram, sem dúvida, uma dispersão tal que os resultados se encontram à vista (e que não venha MLR com a ideia lamechas de meninos ao canto da sala). Vejam os números do insucesso nas vossas escolas e reparem se não é no 7ºano de escolaridade que os resultados são mais preocupantes.
Abril 22, 2008 at 11:25 pm
…Isto é, os nossos alunos do 7 º ano muito bons são melhores do que os muito bons dos outros países…
Afinal a Finlândia leva algum aluno às provas PISA no 7º ano? Claro que não.
Se não estou em erro os alunos que Portugal leva do 7º ano é que arrasam os números. Porquê? Por terem já mais que uma repetência. Seles têm 15 anos e estão no 7º ano. é porque algo vai mal no reino de Portugal.
Portugal apresentou 5019 alunos com idades entre os 15anos e 3 meses e 16 anos e 2 meses, frequentando entre o 7º e 11º anos.
As marcas obtidas pelos alunos do 7º são escandalosamente baixas em relação aos melhores e os nossos alunos de 11º ano têm médias superiores à média dos melhores países.
As observações da ministra que são tão simplistas e tão ignorantes que envergonham qualquer ardina.
Click to access relatoriopisa2006versao1.pdf
Abril 22, 2008 at 11:26 pm
Agora surge no papel de xoxióloga e lá vêm os “estrudios” (neste caso da pizza!).
Reparem nas respostas “lé-lé”,
“Com muita frequência?
– Sim. Eu tenho um estudo do PISA ( Programme for International Student Assessment) com coisas muito interessantes. Este estudo procura comparar os resultados dos países do Sul que têm todos estes fenómenos da repetência e como a repetência não ajuda a melhorar os resultados escolares.”
Abril 22, 2008 at 11:27 pm
Tenho três alunos repetentes na minha sala: TODOS estão a recuperar!
O discurso da Ministra é muito triste e miserável, para além de mentiroso…
Abril 22, 2008 at 11:31 pm
Ora é isto mesmo que agora está a começar a acontecer no 1º ciclo.
Um aluno de 5/6 anos, entra para a escola e começa logo por conhecer 4 professores e não sei quantas áreas curriculares, mais não sei quantas áreas não curriculares e já agora as Actividades de Enriquecimento/empobrecimento Curriculares, que são o último grito da moda.
E assim se começa cada vez pior.
Abril 22, 2008 at 11:34 pm
o último grito de socorro dos miúdos, diria eu…
Abril 22, 2008 at 11:35 pm
O relatório PISA merece ser lido e tiradas ilações sobre as políticas educativas. Haja coragem para assumir que ou se dão indicações claras que não se reprova na escolaridade obrigatória e assumem-se as responsabilidades políticas ou não se ande a torpedear, achincalhar permanentemente os professores portuguese que são incompetentes e que os alunos não sabem nada por causa de nós. Certamente os professores finlandeses, japoneses, Hong KOng(ianos?) malaios, coreanos têm ou podem ter outra prepapração que nós não temos. Quem é o responsável?
Abril 22, 2008 at 11:35 pm
Qualquer professor de um outro sistema educativo europeu, que questione se nosso sistema educativo ha varias vias e lhe digam que há só uma, que só ha professores com turmas e que elas são todas heterogeneas, que não ha qualquer apoio á escola (de assitencia social, psicologia,…) e que não ha nenhum professor sem turma de apoio, julga que está perante declarações de um “ser marciano”.
Reparem nas respostas “lé-lé”,
“Mais chumbos?
– Somos o País em que há mais chumbos. E por aí o nosso sistema não seria facilitista, seria exigente, mas na realidade é facilitista porque essa repetência não serve para aumentar o rigor e a exigência de trabalho com esses alunos. Ficam numa espécie de limbo que depois prejudicam muitíssimo os nossos resultados como se pode ver no estudo do PISA.”
Abril 22, 2008 at 11:35 pm
… além disso a senhora ministra desconhece o peso de certas especificidades locais no insucesso. O que vou dizer não se baseia em nenhum estudo, é uma convicção minha resultado de conhecimento de vários casos próximos. Há uma dúzia de anos quando no “meu sítio” se verificava uma grande actividade na construção vários alunos deixaram de fazer o 9º ano ( ou mais) com a motivação do dinheiro que, não sendo fácil, estava mesmo ali à mão em quantia razoável que permitia concretizar o sonho imediato. Ele era a mota, uns copos à noite , uma roupa, umas sapatilhas,etc. Naturalmente este chamariz ataca mais os pobres , que encontram assim o meio de ser e ter tanto ou mais que os seus parceiros de escola cujas famílias têm outros meios… outro factor de alguma importância, era o volume de “emprego” sazonal que os fogos florestais ( no meu sítio) proporcionavam a gente nova , em idade escolar. O dinheiro ganho no verão, que era muito e desproporcionado para a idade (muitas vezes mais do que ganhavam os seus pais) permitia-lhes criar uma falsa independência, e conquistar alguma tolerância dos progenitores face ao insucesso…os pais toleram porque acham que o seu filho até já ganha para os seus gastos … estas situações nunca serão alvo de estudo nenhum, nem sei o que se passa por esse país fora…pode até o peso não ser tão significativo quanto julgo ser , mas que a o fenómeno existe, existe pelo menos por “aqui”…
Abril 22, 2008 at 11:36 pm
Além das condições externas, nunca esquecer a descoordenação dos programas, da exclusiva responsabilidade do Ministério. Apenas sobre isto era possível fazer-se um blog, pelo menos, tão movimentado como o Umbigo. Acresce a impreparação de alguns autores na matéria sobre a qual dissertam em manuais escolares; um órgão regulador poderia por ordem neste caos. Acresce o número excessivo de horas nas salas de aula e a longa duração de aulas sobre a mesma matéria (mudar de actividade também é descansar). Há também uma correlação directa entre o estado de manutenção das instalações escolares e a atitude geral dos alunos, cuja percepção do vantagem em aproveitar as oportunidades da escola está ainda em formação.
Quanto ao sentido de responsabilidade dos políticos, começarei a acreditar quando vir alguém tomar posse sem começar a desancar naquele que acabou de sair. Até lá…
Abril 22, 2008 at 11:39 pm
Isto disse-me tudo…Basta!!!!!!
Reparem nas respostas “lé-lé”,
“- Ficam para trás?
– Vão repetindo, ficam para trás e pesam nos resultados globais muito negativamente porque a repetência, de facto, na minha opinião, é facilitista porque não é um meio de os obrigar a estudar a mais e a aprender.”
Abril 22, 2008 at 11:39 pm
MRL precisa de ler a documentação que o pessoal do seu próprio ministério produz. Se ela leu naquele estudo o que diz ter lido, é um texto fake.
Abril 22, 2008 at 11:39 pm
Caro Paulo Guinote
Essa carola não pára. É fantástico. És quase tão produtivo como a Ministra, embora com uma grande diferença: tu a fazer judiciosas análises e interpretações; ela a dizer e a fazer disparates.
Eu não perderia tanto tempo, que ela não merece.
Basta dizer que ela é completamente imbecil.
Ou então descobriu que passando um aluno administrativamente ele passa a saber as matérias automaticamente. Ela descobriu o que mais ninguém tinha descoberto.
Este monumento à imbecilidade deve achar que os professores reprovam os alunos por gosto, por perversidade, por castigo. Deve tomar os outros pelo modo perverso e maldoso como actua. Essa senhora deve ter sofrido algum trauma contra os professores, talvez no colégio de freiras onde estudou. Esta criatura é doentia.
Será assim tão difícil perceber que a reprovação de um aluno é uma decisão pedagógica tomada no interesse efectivo do aluno.
Qualquer pai, mesmo que não tenha ido à escola, percebe isso. A ministra não!
É difícil descer mais baixo, mais ainda estamos longe de bater no fundo…
Abril 22, 2008 at 11:44 pm
Maria A.,
O insucesso escolar no 3.º ciclo aumentou com o currículo “Benaventista”
A reforma chegou ao 7.º ano em 02/03, nesse ano os chumbos passaram para 24%, ver aqui a evolução dos niveis de reprovação:
http://www.gepe.min-edu.pt/np3/114.html
NP,
E essa evolução não teria sido possivel antes de ficarem para trás?
Professora,
as AEC(não há avaliação) não servem para nada, tempos livres…
Dentro de 1-2 anos já não existirão. Será, e bem, adoptado o modelo da CAF/Animação Socioeducativa.
Abril 22, 2008 at 11:48 pm
Professora(continuação)
Só o pai Albino é que não vê a estupidez das AECs, tal como estão.
Abril 22, 2008 at 11:48 pm
Tendo no horizonte medidas que podem melhorar o desmepenho dos alunos portugueses no PISA 2009, bastaria que não houvesse repetências. Toda a gente a passar. Parece mais ou menos consensual que a repetência não traz mais saber. Por outro lado, a repetição faz com que o aluno não contacte com novos conhecimentos.
Se isto não avança com a repetência, talvez fosse altura de o Governo assumir sem repetência| Só não faz com medo de repercussões politico-sociais. Acho que para nós, o terreno ficava mais arejado.
Não estou muito certo que a reprovação tem em conta o intersse efectivo do aluno. O professor é que pensa que sim. Se é real, tebho muitas dúvidas.
Abril 22, 2008 at 11:50 pm
Paulo,
Excelente análise.
A MLR e os amigos cheiram-me a “mofo”. Afinal somos (mesmo) a nata da intelectualidade portuguesa.
Que as (pequenas) vaidades sabem bem á (nossa) identidade individual. Apetece-me rir que nem uma perdida…
Obrigada Paulo.
Abril 22, 2008 at 11:52 pm
DA,
até o Pai vê!!! Eu sei que vê…
Tem a certeza de que esse aspecto (AEC´s) vai melhorar? Onde posso encontrar informação?
Abril 22, 2008 at 11:52 pm
DA
Se não há avaliação, não servem para nada?!
Servem, servem…
Sevem para atirar marcadores e materiais para o ar, para fazerem Activ. Física na mesma sala onde têm aulas e onde tudo pode acontecer!
Será que às 11h da manhã, vão servir para aprender?
Abril 22, 2008 at 11:55 pm
A mim o que mais me revolta é terem posto em AEC´s a ed. física e a música. É que por essa razão muitos miúdos acabam mesmo por permanecer na escola, sem qq necessidade.
Abril 22, 2008 at 11:56 pm
Nota-se, pela entrevista, que MLR já reparou que os seus PLANOS DE RECUPERAÇÃO não resolvem nada, não servem para nada, não responsabilizam ninguém, não são mais do que mais burocracia para a fogueira.
MLR que encomende um estudo junto dos alunos cuja atitude/posição sb as aulas/o estudo se resume ao “eu quero lá saber!”. Depois, conversamos.
MLR ainda está na fase da descoberta de que a reprovação (a reprovência?) não OBRIGA os alunos a estudar mais. Aguarda-se a passagem para a fase seguinte: o que será que poderá OBRIGAR os alunos a estudar mais?
Plus un effort, MLR, et vous serez là…
Abril 22, 2008 at 11:59 pm
Pois, na minha escola em vez da música, resolveram incluir o Ambiente e Cidadania para os meninos do 1º e 2º ano.
Está-se mesmo a ver…
Abril 23, 2008 at 12:01 am
“NP,
E essa evolução não teria sido possivel antes de ficarem para trás?”
Não! E talvez sim, se…
Ou seja: eles estavam integrados numa turma de 20 alunos, muito agitados e conflituosos… e a minha colega “desunhou-se” para que todos avançassem. Dos 20, vários tinham dificuldades… que mais ou menos foram vencendo. Aqueles 3 não conseguiram…
Este ano estão comigo… e como tenho vários alunos com dificuldades de aprendizagem, a turma (ainda) beneficia de ser reduzida (tenho 13). Conclusão? Apesar das minhas limitações (já te expliquei que também sou coordenador, o que me rouba imenso tempo), consegui ir fazendo um trabalhado mais individualizado com eles, os pais também começaram a dar-lhes um maior apoio… e tudo isso tem resultado numa boa recuperação!
No ano anterior, eles poderiam ter avançado mais se… se houvesse outro tipo de apoios, que não temos/tivemos; se a turma não fosse tão “grande”… e se não se perdesse tanto tempo com “coisas” que apenas são “show off”… etc, etc, etc.
Abril 23, 2008 at 12:02 am
quero ser um “zeco”,
“Tem a certeza de que esse aspecto (AEC´s) vai melhorar? Onde posso encontrar informação?”
Acho que vão acabar, não tenho informação, apenas constato que este modelo de AEC é mau para as crianças, como é pouco consistente e baseado num despacho de MLR,
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e como na Educação está sempre tudo a mudar, quando esta Ministra cair o que vier a seguir mudará o dito despacho.
O melhor para as crianças seria um modelo tipo CAF dos JIs ou ATL.
Abril 23, 2008 at 12:04 am
Esta extraordinária peça jornalística, para quem ainda tivesse dúvidas, é a prova absoluta da incapacidade desta ministra de gerir os destinos deste minitério. Não conhece a realidade da Escola actual, não percebe nada de nada, tem, de facto, um profundo desprezo pelos professores.
Não há hoje,como não haverá nunca, nenhuma possibilidade de entendimento com esta ministra. Ela não entende as necessidades das escolas e não nos respeita, logo… a luta continua.
Abril 23, 2008 at 12:05 am
Professora (9),
Um dos (mais) graves problemas do Ensino radica na entrada dos alunos com 5 anos no 1º ano do 1º ciclo. Entram todos “condicionais” de vagas. Só que nos “condicionais” subentende-se que, psicólogos credenciados pelos serviços do M.E. ou de M.S., aleguem tecnicamente que estas crianças possuem uma maturidade muito superior á média das crianças portuguesas. Na prática entram todos, sem nenhuma avaliação psicológica consistente.
Um papagaio tb fala…mas não conceptualiza.
Como trabalho nestas áreas (diariaente) tenho por “vício” procurar de imediato a data de entrada na escola, para começar a perceber as dificuldades actuais dos alunos. E para ajudar os professores, pais e alunos.
É dos GRANDES e GRAVES erros. Outro é quando os alunos começam logo a ter dificuldades (muitas) e evidentes no Ensino. Não ha professores para apoio individual. Nada feito. Retiraram os que havia em apoio educativo. (mas atençao gastam o dinheiro da mesma forma em tricot!).
E claro nem é bom falar na total ausência de um mero assistente social de ligação com a escola; de um psicologo que passe e tranquilize um professor e o apoie com um (doido) de um pai. Nada. Nada. Nada.
(etc)
Abril 23, 2008 at 12:09 am
Professora,
são os CEs que escolhem as Actividades, se não gostarem do “serviço” que lhes é proposto, não assinem os protocolos. As AEC foram concebidas para o pós-aulas.
Quero ser um professorzeco,
Em Paranhos, no Porto, a Junta de Freguesia continua a promover EF no horário curricular. O agrupamento dos meus Filhos, Eugénio de Andrade, este ano, recusou esse apoio.
Abril 23, 2008 at 12:12 am
Quando um educador de infancia ou um professor de 1º ciclo (estão muito proximos, ate pelas idades) desconfia de maus tratos de uma criança, de abusos de toda a especie, a coisa VAI SOBRAR PARA ELE. Se nada diz compactua. Não pode. Se tenta proteger a criança está feito. Não tem parança. Sugiro sempre a linha de Apoio á criança Do I.A.C. Se alguém tenta as vias da escola, segurança social, comissão de protecção de menores, tem o calvário pela frente e muitas vezes tem á perna os “proprios abusadores”!
Enfim. Triste país. Tão ingrato.
Abril 23, 2008 at 12:12 am
Em 20 anos de carreira, encontrei uma assistente social a trabalhar num Agrupamento, há 2/3 anos. E havia um psicólogo… que mal tinha tempo para se coçar.
Curiosamente, apesar da sua experiência e de ser a sua escola há tantos anos… no final do ano… tinha uma depressão… 😦
Abril 23, 2008 at 12:12 am
Uma das suas mais contundentes, informadas e, pois, bem fundamentadas críticas à pobreza política, pedagógica e científico-educacional de quem, ocupando o lugar de ME, deveria ter outro tipo de conhecimento de matéria tão fulcralmente séria, como o insucesso escolar.
Parabéns sr. prof. Paulo Guinote!!
Abril 23, 2008 at 12:17 am
“As AEC foram concebidas para o pós-aulas.
No meu Agrupamento… não!
O ano passado, num dia da semana (3.ª feira), antes de eu iniciar a actividade lectiva, os meus alunos tinham 3 AEC’s.
Nos órgãos próprios, fartei-me de barafustar. O mesmo fiz quando ajudei a fazer os horários para este ano.
O que aconteceu? Deram-me ouvidos?
Este ano em vez de 1 dia… tenho 2… em que inicio às 11 h, depois dos alunos terem várias AEC’s.
O mesmo se passa com quase todas as turmas do Agrupamento! 😦
Abril 23, 2008 at 12:17 am
Todos sabemos o número de alunos que diariamente nos chegam COMPLETAMENTE DESCUIDADOS pelos pais. Na dormida, na atenção (falta), na higiene, na alimentação, sem o mínimo do mínimo dos materiais de trabalho. Quantas simples consultas médicas são marcadas pelos professores? Quantas idas a médicos?
Quantas voltas professores dão para que os (seus) alunos tenham do melhor!?
Quantos telefonemas? Quantas horas de conversa para tentar perceber um aluno!?
Abril 23, 2008 at 12:17 am
Comentário 28
O despacho que correcto é este:
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Abril 23, 2008 at 12:20 am
NP, na escola dos meus filhos esse modelo de AEC nunca seria adoptado, os pais não deixariam!
Abril 23, 2008 at 12:22 am
Ver bem o ponto 23 do despacho referido pelo DA. À conta disso… é que muitas turmas têm o panorama que descrevi…
Abril 23, 2008 at 12:24 am
Percebo, DA.
Aqui… a Câmara faz o que quer… e nos CE’s locais havia pessoas que defendiam a flexibilização. E os pais… ou melhor, a Assembleia de Pais também… 😦
Abril 23, 2008 at 12:25 am
Hoje transitar um aluno do 1.ºCEB é facílimo. Rete-lo implica um acréscimo de trabalho burocrático para o professor que só por amor à profissão e ao aluno realiza.
Muitos colegas não estão a reter ninguém. Estão certas!
Abril 23, 2008 at 12:26 am
É claro que, à conta disto tudo, ando completamente arrasado, pois acumulo vários cargos que acabam por remeter todas as reuniões para horas tardias. Sofre a esposa e sofre a filhota, que chega a estar no Jardim de Infância (privado) 10 ou 11 horas! 😦
Abril 23, 2008 at 12:28 am
MLR é completamente e totalmente incompetente para o cargo que desempenha.
Tanto do ponto de vista tecnico (educacional e de organização do trabalho) como de personalidade.
É o mais grave erro de escolha política. Mais do que o próprio fulano (sinistro) da Saúde.
As razões porque continua em funções radicam nos enormes e poderosíssimos interesses e lobby que representa, designadamente os instalados no Ensino Superior.
Tratando-se o Ensino de uma questão de Estado aponto o dedo acusador ao Presidente da República.
Afinal o P.R. “governa” para todos os portugueses que diz representar ou para “corporações de interesses”?
Abril 23, 2008 at 12:39 am
Paulo, sou apenas mais uma a dar-lhe os PARABÉNS por uma análise tão acutilante e fiel à realidade social e escolar do nosso país. Esta é, sem dúvida, uma excelente contribuição para esclarecer mentes opacas que logo abanaram a cabeça afirmativamente ao que MLR disse na (infeliz) entrevista.
Abril 23, 2008 at 12:44 am
Ana Henriques
Será que pode dar uma espreitadela no mais recente post de música, ler a minha questão e dar-me uma ajudita? Obrigada.
Abril 23, 2008 at 12:46 am
A forma que este governo encontrou para acabar com o insucesso foi criar uma burocracia selvagem na escola que (quase) impossibilita que se reprove um aluno (planos de recuperação-em papel; planos de acompanhamento; avaliações dos planos; planos e planos e planos; papéis e papéis). Era melhor reprovar? Pensando bem… Talvez seja mais fácil passá-lo!
Por outro lado surgiram os CEFs, Piefs e cursos profissionais de onde a palavra reprovação foi praticamente banida. O aluno não passou neste teste, daqui por 15 dias fá-lo outra vez e depois outra vez até passar!
Creio que o ME está no bom caminho para acabar com o insucesso: os professores já perceberam!
Abril 23, 2008 at 12:57 am
Os profs ainda não perceberam que o ME querem que todos os alunos passem?
Claro que os professores querem o mesmo. Mas há uma grande diferença: os profs querem que os alunos passem atingindo as competências necessárias para progredirem; o Me não!
Abril 23, 2008 at 1:35 am
Está na hora de demonstrarmos a nossa força, a força da nossa razão.
Proponho fazermos greve durante todo o mês de Junho.
A ministra demitia-se a pedido dos pais!
Abril 23, 2008 at 1:38 am
Coitadas das crianças! Muito boas aão elas para os pais que têm e para os governantes que as usam como arma de arremesso contra os professores!
Abril 23, 2008 at 1:51 am
As tolices da ministra vão sempre encalhar nas razões estatísticas porque ela apenas trabalha para a estatística e para melhorar as aparências destas.
Não sendo Professor e admitindo, à partida, alguma desactualização de informação, proponho um exercício:
Vamos partir do princípio (hipotético) de que os Professores não prestam e não há selecção no ingresso, como o ME vai propalando.
Muitos Professores no activo, para além da licenciatura, tiveram de fazer o curso de “Pedagógicas”, que ao nível actual do ensino superior equivaleria hoje pelo menos a um mestrado e, posteriormente, tiveram de fazer um estágio de profissionalização, com classificação final e diploma do mesmo.
Não me parece que não houvesse formação específica nem provas de qualificação profissional para ingressar na profissão.
Hoje, mal ou bem não discuto, não será exigido tanto.
Mas de quem é a culpa? Dos Professores ou do ME? O mesmo ME que quer institucionalizar exames de ingresso para os Professores ao mesmo tempo que o governo quer acabar com as provas de acesso a outras profissões, após se ter verificado que o PM nunca se poderá intitular engenheiro se não se submeter a um exame à Ordem?
Não é só falta de senso, mas também de honestidade e de moral.
Abril 23, 2008 at 2:11 am
Conheço o despacho, bem como a flexibilização de horários que lhe sucedeu. Depois do “caldo entornado”, até concordo com a flexibilização…
Mas o que eu não vejo é reflexão crítica, pergunta-se apenas se as AEC´s funcionam… vão funcionando, se as crianças gostam…vão gostando.
Enfim, não vejo um espírito de mudança.
Conheço bem uma EB1 em q é a Junta de Freguesia que é entidade promotora, por consenso e provas dadas. Faz um trabalho superior à média, com coordenador de AEC´s na escola em permanência, por exemplo, com reuniões regulares com os pais e com as professoras.
Mas o que está errado é o modelo!
Por melhores que sejam as actividades, são sempre 8 ou 9 horas na escola, a maior parte delas em sala de aula. E o “apoio ao estudo”? dois tempos semanais para mais do mesmo, a turma toda, a professora…
Gostava de acreditar que é para alterar mas não consigo.
Há uma falsa ideia de bondade de intenções nesta “escola a tempo inteiro”.
Abril 23, 2008 at 2:35 am
quero ser um professorzeco,
“Mas o que está errado é o modelo!”
“Por melhores que sejam as actividades, são sempre 8 ou 9 horas na escola, a maior parte delas em sala de aula.”
Concordo com o que escreves.
Aquele despacho e o modelo de “escola a tempo inteiro” que preconiza, escolariza os tempos livres das crianças e impõe um modelo único para todo o país. Vai ter de ser alterado, e será! Diversidade precisa-se.
Os miúdos precisam de liberdade:
http://vitaminaatl.blogs.sapo.pt/
“Há uma falsa ideia de bondade de intenções nesta “escola a tempo inteiro”.”
Desta ou de outra, a verdade é que as Escolas Públicas precisam de ter “prolongamentos de horário”, abertas, apenas, das 9 às 15:30 estão condenadas a esvaziar.
Abril 23, 2008 at 8:49 am
Bolas, os meus comentários continuam a não ser exibidos!
Alguém me explica porquê? Terá sido pelo que disse sobre o texto da “altamente qualificada” jornalista titular Câncio?
Abril 23, 2008 at 9:15 am
Por que os meus comentários não aparecem?
… pero que las hay, las hay!
Abril 23, 2008 at 1:01 pm
Esvaziar? Sim, fora dos grandes centros, talvez…
Aqui no Porto, as EB1 que funcionam bem, estão a transbordar!
Os Pais gostam da Escola Pública e se confiam na estrutura, não hesitam.
É cada vez mais caro ter os filhos no privado, não é assim tão simples…
E no entanto, é relativamente simples pôr uma EB1 a funcionar bem.
Quanto aos prolongamentos de horário, concordo que devem existir, mas eles já existiam em muitas escolas, muito antes disto! Há mais de 10 anos. Alguns professores resistiram demais e agora tiveram que aceitar. Foi pena…
Assim como nos Jardins de Infância, onde é tão simples prolongar o horário até às 18:30, mas esbarro sempre com uma ou outra educadora de infância que não concorda e diz que “isso é no privado”. Aqui não!
Abril 23, 2008 at 4:21 pm
“Aqui no Porto, as EB1 que funcionam bem, estão a transbordar!
Os Pais gostam da Escola Pública e se confiam na estrutura, não hesitam.”`
Devias ter passado por aqui, quando na sequência de um Prós e Contras sobre a violência nas escolas, um senhor de nome Carlos Abreu Amorim disse que a classe média do Porto estava a por os filhos no Privado. Estive eu aqui sozinho a mostrar que não era assim.
Eu sei que as escolas públicas do 1.º ciclo do Porto estão relativamente bem, particularmente aquelas que servem a classe média/média-alta(Boavista-Foz), as que servem essencialmente população dos Bairros Sociais nem por isso. E grande parte EB1 do Porto foram alvo de intervenção recente. Tenho 2 filhos numa EB1 em Paranhos. Mas muitos do que recorrem à escola pública têm o suporte do ATL privado.
“É cada vez mais caro ter os filhos no privado, não é assim tão simples…”
Eles só aumentam os preços, se a procura o justificar, é a lei do mercado…
“E no entanto, é relativamente simples pôr uma EB1 a funcionar bem.”
Se houver AP activa e bom Coordenador.
“Esvaziar? Sim, fora dos grandes centros, talvez…”
Lá para baixo, Lisboa, Cascais,… a Escola Pública tem grandes dificuldades de captação de alunos, citações da carta educativa de Cascais:
“O peso do sector público no 1.º Ciclo manteve-se estável ao longo deste período, abrangendo 53%(SÓÓÓÓÓÓÓÓÓ) da população escolar em 2000/2001.”
“No que concerne aos ATL’s, no ano lectivo de 2000/2001 eram 2.464 as crianças
a frequentar os 50 equipamentos44 existentes no concelho.(…)Sabendo-se que estas
valências de Actividades de tempos Livres abrangem, quase exclusivamente, as
crianças que frequentam o 1.º Ciclo do Ensino Básico Público, é possível estimar
que no ano lectivo de 2000/2001, a taxa de cobertura deverá ter rondado os
50%. No ensino privado a maioria dos estabelecimentos organizam os tempos
livres dos seus alunos através da dinamização de actividades extracurriculares.”
Abril 23, 2008 at 5:52 pm
hilariante!
Setembro 15, 2008 at 10:08 am
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