Os meninos podem comer o que quiserem e como quiserem, desde que seja uma posta de bacalhau, do lado mais da cabeça do gadídeo, com três batatinhas novas cozidas, uma tira de cenoura, um pouco de repolho e duas rodelinhas de ovo, se possível do tamanho M, para ser menos caro, tudo regado com um fiozinho de azeite, acondicionado de acordo com as regras da UE e ASAE, uma salsinha picada (três folhitas) e uma pimenta moída (se possível da Caiena).
Desde que respeitem estas normas, são livres de comerem o que quiserem e como quiserem, com garfo e faca, colher ou com as mãos.
uma aula de matemática que podia ser em qualquer escola portuguesa, não fosse essa “coisa esquisita” do factor humano. Mostrei este clip aos meus alunos (8º e 9º ano) e perguntei:
qual a grande diferença desta aula para as nossas? e a resposta foi: “stôr, a diferença é os alunos…”
É tão fácil perceber! Só que aqui temos um ME que identificou, desde o ínicio, os culpados e ninguém mais se preocupou com o assunto. O veredicto já estava feito.
Os jornalistas até sabem quais são as diferenças já que foram eles que as noticiaram:
1 – os professores são respeitados e valorizados, quer pelo governo, quer pela sociedade em geral, quer ainda pelos alunos e respectivas FAMÍLIAS;
2 – valorizam-se as aprendizagens, por isso, os alunos vão à escola para aprender, estudam para o fazer e, tanto eles como as suas FAMÍLIAS, são responsabilizados por isso;
3 – as condições de trabalho existem e são agradáveis para todos os que trabalham nas escolas;
4 – não existem pretensões de se transformarem escolas em armazéns de crianças/jovens, sobrecarregando-os com toda a série de invenções para ocupar os seus tempos livres, deixando de criar pessoas responsáveis, por troca com a educação de futuros autómatos;
5 – existem especialistas para os diversos problemas, não é o professor que se transforma no “homem dos 7 instrumentos” acorrendo a todos os fogos.
Mais diferenças haveria… se os jornalistas quisessem ser honestos e rever aquilo que eles próprios publicitam, não utilizando frases ocas e dados que não são justificativos, como vencimentos que, quer queiramos ou não, acaba por ser o que fica daquele artigo.
No vídeo, apesar de realçarem o factor humano centrando-o no professor, o que é mesmo de ter em conta é o “factor humano do outro lado da secretária” – os alunos “estão lá”, atentos, interessados, trabalhando sem importunar os outros ou o professor. Não se gasta 80% do tempo de aula a mandar calar, a mandar fazer, a chamar a atenção para…
“Senti-me realizado” – disse-me um colega que tinha mudado de escola, para uma numa zona não muito melhor, ao fim de alguns anos de permanência na minha.
Porquê – perguntei-lhe
“Mandei os alunos sentarem-se e calarem-se e eles sentaram-se e calaram-se. Deu para 10 minutos seguidos de aula”
Março 6, 2008 at 1:17 pm
Registe-se a “riflexão” do “sinhor jurnalista” publicado no DN « O que nos distingue da Finlândia na Educação?»
http://dn.sapo.pt/2008/03/06/sociedade/o_nos_distingue_finlandia_educacao.html
Março 6, 2008 at 1:31 pm
ana
dê aqui uma espreitadela:
http://www.teachers.tv/video/4975
uma aula de matemática que podia ser em qualquer escola portuguesa, não fosse essa “coisa esquisita” do factor humano. Mostrei este clip aos meus alunos (8º e 9º ano) e perguntei:
qual a grande diferença desta aula para as nossas? e a resposta foi: “stôr, a diferença é os alunos…”
Março 6, 2008 at 4:01 pm
anahenriques
O que será que nos distingue da finlândia?!
É tão fácil perceber! Só que aqui temos um ME que identificou, desde o ínicio, os culpados e ninguém mais se preocupou com o assunto. O veredicto já estava feito.
Os jornalistas até sabem quais são as diferenças já que foram eles que as noticiaram:
1 – os professores são respeitados e valorizados, quer pelo governo, quer pela sociedade em geral, quer ainda pelos alunos e respectivas FAMÍLIAS;
2 – valorizam-se as aprendizagens, por isso, os alunos vão à escola para aprender, estudam para o fazer e, tanto eles como as suas FAMÍLIAS, são responsabilizados por isso;
3 – as condições de trabalho existem e são agradáveis para todos os que trabalham nas escolas;
4 – não existem pretensões de se transformarem escolas em armazéns de crianças/jovens, sobrecarregando-os com toda a série de invenções para ocupar os seus tempos livres, deixando de criar pessoas responsáveis, por troca com a educação de futuros autómatos;
5 – existem especialistas para os diversos problemas, não é o professor que se transforma no “homem dos 7 instrumentos” acorrendo a todos os fogos.
Mais diferenças haveria… se os jornalistas quisessem ser honestos e rever aquilo que eles próprios publicitam, não utilizando frases ocas e dados que não são justificativos, como vencimentos que, quer queiramos ou não, acaba por ser o que fica daquele artigo.
Março 6, 2008 at 4:32 pm
No vídeo, apesar de realçarem o factor humano centrando-o no professor, o que é mesmo de ter em conta é o “factor humano do outro lado da secretária” – os alunos “estão lá”, atentos, interessados, trabalhando sem importunar os outros ou o professor. Não se gasta 80% do tempo de aula a mandar calar, a mandar fazer, a chamar a atenção para…
“Senti-me realizado” – disse-me um colega que tinha mudado de escola, para uma numa zona não muito melhor, ao fim de alguns anos de permanência na minha.
Porquê – perguntei-lhe
“Mandei os alunos sentarem-se e calarem-se e eles sentaram-se e calaram-se. Deu para 10 minutos seguidos de aula”