Não é assunto novo aqui no blogue. Devaneios sobre o quotidiano de proximidade e sobre o aparente vazio existencial de uma geração que pouco difere de outras, apesar de alegadamente mais instruída e de ter famílias mais do que remediadas.

Coisas que avisto da janela e, mesmo quando não incomodam directamente, não deixam de merecer atenção, já que mais ninguém se parece preocupar.

Eu re-explico. Perto do meu domicílio há uns pontos de encontro nocturnos (mas cada vez mais também vespertinos) de um grupo de “jovens” se por jovens considerarmos malta dos 15-16 anos a tipos com barba rija e pelo menos um já mais careca do que eu.

Juntam-se, na falta de melhor opção, nas traseiras de prédios de habitação com espaços comerciais diurnos, que os ocultam das ruas principais. Falam, agarram-se aos telélés, berram novidades sobre a sua vidinha para quem os quer ouvir, bebem, urinam a bebida, fumam, cospem o que fumam e, pelo cheio de uns dos locais, devem andar preocupados em estrumar os canteiros de que destruíram quase toda a vegetação.

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Em redor, nos próprios prédios, ninguém parece preocupar-se com o nojo em que os espaços em causa estão à vista de qualquer um. Há mesmo quem venha à varanda fumar, vê o que se passa e recolhe-se no seu remanso, ou porque acha normal ou porque receia represálias se fizer alguma intervenção.

Não é por falta de caixotes do lixo que isto se passa. É mesmo por chunguice, por porcalhice de quem não faz isto na porta das suas casas. Isto quando lá pela 1 ou 2 da manhã não decidem que é giro atirar as garrafas para a calçada e vê-las e ouvi-las partirem-se, deixando os estilhaços de vidro espalhados por uma zona pedonal. Se adianta telefonar para as forças policiais? Pois… não entremos por aí… há muito disto por aí e nem é considerado especialmente grave. Quanto muito faz-se tinóni e o pessoal dispersa por uns minutos e regressa.

Eu, limito-me a ir registando idas e vindas, para que mais tarde não neguem a autoria de algum desmando maior, caso venha a acontecer para os meuis lados.

Só que me impressiona a total apatia de quem tem lojas com porta para este esterqueiro ou quem vive ali mesmo e nada diz ou faz.

Pacheco Pereira tem razão, estes são os anos do lixo.