Caro colega,
Eu sou a professora ana clara ramos; trabalho numa escola em Setúbal, onde me aconteceu um acidente de trabalho/agressão involuntária. Levei com uma porta que um aluno desencaixou, ocorrência que me impeliu a escrever um texto que foi publicado no seu blogue. Muito agradeço a divulgação do mesmo que gerou uma onda de solidariedade incrível e que muito me impressionou. Contudo, e após ter prosseguido com todas as diligências que estavam ao meu alcance, tudo ficou como antes de ter levado com a porta. Ninguém viu; ninguém sabe quem foi e, neste momento, estou profundamente revoltada e sentindo um amargurado sentimento de injustiça face à impunidade que prevalece. Mais uma vez, vencem os prevaricadores e ainda se ficam a rir dos lesados. Uma vez que, agora, já não sei “a que porta hei-de ir bater”, pensei se me poderia ajudar, nem que fosse a publicar este e-mail no seu blogue. Gostaria que se fizesse justiça, mas como não consigo de forma nenhuma, pelo menos continuo a escrever para divulgar o meu caso. É o que me resta: a palavra.
Obrigada pela atenção dispensada,
com os melhores cumprimentos,
Ana Clara Ramos
Abril 12, 2013
Abril 12, 2013 at 9:27 am
Incrível.
Ninguém viu?
Ou alguém impediu que se soubesse a verdade?
O aluno é protegido de quem?
A sua escola tem Director/a?
Abril 12, 2013 at 9:37 am
A insustentável leveza da cultura da avestruz!
Abril 12, 2013 at 9:59 am
Trata-se mais uma vez de uma consequência do “abrir as portas da escola” ao mundo, salvaguardada a ironia.
O aluno, sendo mais fraco, merece ser protegido dos seus putativos carrascos, e portanto não pode nem deve ser acusado de se revoltar contra os tiranos que o oprimem.
Acredito que o Tribunal Constitucional concordaria em que o princípio da proporcionalidade deve proteger o aluno contra as forças da reacção, proporcionando-lhe a imunidade escolar e a absoluta presunção da inocência.
Abril 12, 2013 at 10:05 am
A propósito, fiquei estarrecido com um artigo no Público de hoje, onde um senhor, que ignoro quem seja, critica os exames do 4º ano, colocando os alunos na condição de deficientes mentais e seres totalmente indefesos e desprotegidos que não aguentam largar as saias (ou calças) da professora.
Uma verdadeira imbecilidade.
Abril 12, 2013 at 11:11 am
A colega tem de apresentar queixa na PSP ou GNR.
As autoridades farão o seu trabalho: ouvi-la a si, membros da direção da escola, possíveis testemunhas, professores, alunos, funcionários e recolherão provas.
De maneira nenhuma, pense, sequer, em ficar parada!
Arranje um advogado. Peça apoio a um sindicato ou outra instituição, APAV, por exemplo, ou outra.
O Ministério Público tem indicações claras para não deixar situações de violência escolar cair no esquecimento, desde o tempo do Dr. Pinto Monteiro.
A justiça fará o seu trabalho melhor do que nas escolas…
A justiça tem o seu tempo, mas não deixe de insistir.
Os seus colegas professores, da escola, devem refletir sobre o que um dia lhes pode vir a acontecer, se fingirem que nada se passou ou que não viram nada.
Abril 12, 2013 at 11:12 am
Pode ser que um dia aconteça algo semelhante a quem não viu.
Peça indemnização pelos danos sofridos no seu local de trabalho, em serviço. A isso deve ter direito.
Abril 12, 2013 at 11:17 am
Na escola, levante sempre a cabeça e nunca se cale perante as afirmações ocas, as omissões, os actos de cobardia, a maledicência da maltinha sem carácter, que os há por todo o lado.
Defenda os seus direitos!
Abril 12, 2013 at 11:40 am
Cara colega,
Não conheço a escola onde leciona nem o meio sócio-económico onde está inserida a dita escola mas, pela sua história, não tenho nenhuma dúvida que a Direção não está a cumprir com as suas funções nesta situação…não estará a “varrer para debaixo do tapete” o problema?
Abril 12, 2013 at 12:16 pm
Completamente de acordo com #5, #7, #6 e #8!
Não cruzes os braços, colega! Um abraço.
Abril 12, 2013 at 3:12 pm
Colega, acredite, tratam-se de “comportamentos directivos” habituais… Se me permite, diria que o que se lê em #5, #6 e #7 são dados a ter em conta e indicações a seguir.
Força, coragem, determinação. Ensine-os, dê-lhes uma lição, sem rancor e sem ódio, ensine-os a serem gente (alunos e colegas!) que bem necessitados estão.
Abril 12, 2013 at 4:38 pm
Julgo (se bem me lembro) que a colega apresentou queixa na PSP,no dia do incidente.
E penso que foi ao hospital,ser assistida.
Há esses registos.
Recolha todos os dados e apresente nova queixa.
Abril 12, 2013 at 10:41 pm
#5
Subscrevo.
(e o Magalhães recorda bem: foi aqui mesncionada a queixa), mas não deixe o assunto cair no esquecimento. Se calhar seria um caso para notícia de jornal ou TV.
#7
Subscrevo!
Não desista, colega! Coragem!
Abril 12, 2013 at 11:09 pm
Mais uma queixosa que fica a falar sozinha!…
Não desista!
Não foi a primeira a quem isto aconteceu, nem será a última!
Eu conheço o assunto na primeira pessoa!
Tem a minha solidariedade!
Abril 13, 2013 at 12:20 am
Espero que tenha (sido) acionado o acidente em serviço.
Aqui ficam as leis que o estabelecem:
DL_ 38523-1951-11-23-acidente em serviço e
Decreto-Lei n.o 100/99, de 31 de Março:
Faltas por acidente em serviço ou doença profissional
Artigo 50º
Regime
1 — As faltas por acidente em serviço ou doença profissional
regem-se pelo disposto no Decreto-Lei
n.o 38 523, de 23 de Novembro de 1951, com as alterações
constantes dos números seguintes.
2 — O prazo previsto no § único do artigo 20.o do
diploma referido no número anterior é alargado para
três anos.
3 — As faltas por acidente em serviço ou doença profissional
não implicam desconto na antiguidade nem
determinam, em caso algum, a perda do vencimento
de exercício e do subsídio de refeição.
Abril 13, 2013 at 2:30 am
Eu concordo com o #5 : Queixa na PSP, se essa queixa já foi feita, é voltar lá e pedir explicações, perguntar quando é que fazem averiguações, chatear, se for este o caso (de já haver uma queixa e nada ter sido feito) é pedir o livro de reclamações e indentificar os agentes que tomaram conta da ocorrência.
Exigir junto da Direção que se encontre o culpado. (é capaz de ser difícil)
Último Recurso: recorrer a um advogado (mais dispendioso, mas a colega talvez ganhe o sentido de justiça e não sinta mais a revolta da impunidade e da chacota de levar com uma porta e sentir todos a rirem e ninguém ver nada!
Abril 13, 2013 at 11:10 am
Colega, não desista. Accione todos os meios que aqui foram indicados.
Não desista!
Use o livro de reclamações da PSP e em último caso da própria escola.