CARTA ABERTA
Morreu um de nós: um daqueles que zelava pela segurança de todos (alunos, funcionários e professores); O nosso elo mais forte, em pleno exercício das suas funções.
Para evitar que um aluno maltratasse um colega fazendo perigar a sua vida, durante a aula, mesmo perante a pronta ação do professor e de um funcionário, foi pedida a intervenção dos vigilantes da escola, para que fosse conduzido à Direção Executiva para que esta acionasse os técnicos da Escola Segura.
Desde o início do comportamento, de extrema violência, materiais foram destruídos, funcionários e docentes ameaçados de morte verbalmente e agredidos fisicamente.
O esforço dos vigilantes em controlar tais atitudes foi imenso mas não conseguiram evitar a destruição descontrolada de mesas, quadros, armários, cadeiras e os atos de ataque físico.
Já na Direção Executiva, e perante o continuado comportamento violento, o vigilante Correia manietando o aluno, manteve-se como pilar determinante na segurança física de outros elementos da comunidade educativa, que tentavam também intervir. Mais de dez pessoas tentaram, sem sucesso, conter o aluno!
Assim, perante uma violência física e emocional tão demorada e brutal o vigilante Correia colapsou.
De imediato foi assistido por professores e funcionários que lhe fizeram as manobras de reanimação (respiração boca a boca e massagem cardíaca) até à chegada do INEM, que prestou toda a assistência possível que, no entanto, se mostrou ineficaz para salvar o Sr. Correia.
Estamos profundamente abalados e consternados com o falecimento do colega em pleno exercício das suas funções, num local, por excelência, educativo, onde uma morte nesta situação é inaceitável.
Estamos de luto, estamos perante algo que não conseguimos aceitar e, por isso, não sentimos capacidade de gerir emocionalmente uma situação tão dramática; estamos na escola sem darmos aulas, incapazes de pedagogicamente abordar o assunto junto dos restantes alunos.
Todos os que se encontravam na escola ficaram em choque. Como pode isto ter acontecido numa escola? Que ambiente se vive? Que aprendizagens se fazem quando há quem possa frequentá-la enchendo-a de ameaças e de violência?
O contexto escolar do Agrupamento está pormenorizadamente descrito no Projeto Educativo. Todos os profissionais que nele trabalham estão conscientes do universo em que se movem e procuram por todos os meios ajudar a orientar crianças e jovens de um meio problemático, com fragilidades várias, com comportamentos difíceis de gerir. Temos uma equipa técnica preparada e muito ativa, no âmbito dos recursos TEIP. Lidamos com os problemas que vão surgindo e conseguimos muitos resultados positivos.
No entanto, há sempre um pequeno número de alunos, bem identificados na escola, que ultrapassam todos os limites do aceitável numa comunidade escolar, pois põem em risco os seus membros, a nível físico e psicológico, de forma sistemática: não aceitam a autoridade de ninguém, pelo que não cumprem as regras da escola, nem as mais básicas de convivência; ameaçam; aterrorizam; agridem.
Em relação a estes alunos já tudo foi feito, desde as estratégias aplicadas pelos professores e pelos diretores de turma para motivar o aluno para a aprendizagem e para a socialização, passando pelas medidas previstas no Estatuto do Aluno, completamente ineficazes para estes casos. Tiveram a intervenção do SPO, GAAF, ADEIMA, CPCJ, Tribunal de Menores. Aos diretores de turma são pedidos relatórios, pareceres, esclarecimentos de todos estes organismos. Enquanto isto acontece e durante anos, a situação destes alunos na escola mantém-se inalterada, até os jovens saírem da escolaridade obrigatória ou terminarem o ciclo de estudos. Isto é, embora várias instituições estejam envolvidas, a escola tem de manter os alunos ou transferi-los para outras escolas, deslocando o problema, não resolvido, para os outros. Estes continuam assim a ameaçar e a agredir colegas, funcionários e professores, continuam a impedir os colegas das turmas em que estão inseridos de poder ter um ensino de qualidade, minando as aulas. Têm e criam um sentimento de poder ter impunidade e de ausência de limites, que é o oposto do que lhes deveria ser ensinado.
A escola regular não pode dar a estes alunos a resposta de que eles precisam. A tutela não está a cumprir o seu papel, que inclui o de resolver a situação destes alunos e o de proteger o direito à educação e à integridade física e psicológica de todos os outros e de quem trabalha nas escolas.
Por estes motivos, dirigimo-nos à Tutela, exigindo que, com a maior urgência, se debruce sobre este problema e o resolva eficazmente, criando acompanhamento adequado às crianças e jovens com comportamentos disruptivos, que põem em riscos elementos da comunidade escolar em que se inserem. Este acompanhamento terá de implicar o afastamento destes jovens das escolas regulares e a sua integração em ambientes controlados, específicos e preparados para este tipo de perfil psicológico.
Morreu o Sr. Correia, dizemos. Já tinha problemas de saúde, dirão. Nos olhos uns dos outros lemos «Mataram o Sr. Correia».
Matosinhos e EB 2, 3 Professor Óscar Lopes, 31 de janeiro de 2013
Assinatura de docentes e não docentes
Janeiro 31, 2013 at 7:28 pm
É a escola dita democrática, igualitária e inclusiva, onde tudo é permitido!!!! Apreciada pelos valorosos homens das ciências do oculto que proliferam nas nossas escolas.
Janeiro 31, 2013 at 7:29 pm
Como em muitas escolas TEIP e outras existem tantos senhores Correia… Mais do que os senhores sentados em gabinetes imaginam…
Até quando pode a escola pública permitir isto?
Simples, não pode!
E ainda falam de metas, de contratos…Chega!
Para terminar, um voto de sincero pesar à família deste bravo Educador!
Janeiro 31, 2013 at 7:37 pm
Não sei que dizer. Li, com emoção, estes relatos da vossa escola e de muitas. Lamento a morte do sr. Correia, envio a minha solidariedade aos familiares e aos colegas.
Lamento, um abraço sentido, para todos!
Janeiro 31, 2013 at 7:37 pm
Mas de acordo com as declarações do Senhor Vereador da Educação da Câmara de Matosinhos (ex-professor, pasme-se!), o Sr. Correia não morreu por causa do que aconteceu na Escola. Pois não… a culpa deve ter sido da mãe do Sr. Correia que o pariu cardíaco!
Os meus sentidos pesâmes à Família e o meu mais absoluto desprezo para vereadores destes e afins!
Janeiro 31, 2013 at 7:38 pm
Demasiado triste, tudo isto. Esta escola inclusiva é uma forma de transferir para a escola as responsabilidades de TODA a sociedade.
Janeiro 31, 2013 at 7:38 pm
Isto só terá impacto se aparecer nas noticias em horário nobre. Partilhem!!!!
Janeiro 31, 2013 at 7:41 pm
O aluno – desculpem-me! – casa de correção com ele, raio que o parta!
Janeiro 31, 2013 at 7:41 pm
infelizmente o sr Correia não foi o 1º
infelizmente não será o último,
mas, como aconteceu antes será abafado e tudo vão prometer à escola para que fique calada….
os meus sentimentos a toda a família e à da escola também.
Janeiro 31, 2013 at 7:45 pm
daqui a um mês já ninguém se lembra disto..como tantos outros caso..o economicismo semi nazi é acima de tudo uma forma de esmagar os mais fracos…eles aguentam ai aguentam aguentam..se um sem abrigo aguenta …se os gregos aguentam…
Janeiro 31, 2013 at 7:55 pm
De lamentar. Muito triste mesmo. 😦
Janeiro 31, 2013 at 8:05 pm
Lamento a morte do Sr. Correia!
Lamento, também, ainda que por diferentes razões, a ligeireza do Sr. Vereador da Educação da Câmara de Matosinhos,a ser verdade que teve a atitude referida em #4..
(Este Sr. é médico? Não? Então, cultive o silêncio … e aprenda a respeitar a dor de todos os que sentem a perda do Sr. Correia!)
Relativamente ao comportamento do aluno, tenho a dizer que, há três anos, passei por um caso muito semelhante … e a concertação de esforços por parte dos diferentes agentes da comunidade educativa – que se uniram e diligenciaram junto do juiz do Tribunal de Família e Menores, insistindo, de forma continuada, na urgência de uma resposta adequada para a resolução do problema – deu frutos : o aluno, apesar de se encontrar na situação de frequência da escolaridade obrigatória, foi “dispensado” da mesma pelo Sr. Dr. juiz … e hoje é um jovem que se dedica à exploração de um pequeno negócio familiar.
Janeiro 31, 2013 at 8:08 pm
Vergonhosas foram as declarações de determinado sr.:
(…)De acordo com o vereador da Educação da Câmara de Matosinhos, Correia Pinto, não houve qualquer “causa/efeito” entre “os momentos de exaltação” provocados, ontem de manhã, pelo aluno do 8.º A da EB 2/3 Óscar da Lopes, e a morte do vigilante José Correia, no gabinete da Direção Executiva.
Porém, segundo explicou o autarca, a situação ficou a dever-se a alguns “excessos de comportamento” de um aluno “problemático” durante uma aula de Educação Física. “O jovem, que teve gestos excessivos com outros colaboradores da escola, acabou por ser levado ao gabinete do Executivo por dois funcionários e foi nessa altura que um dos seguranças se sentiu mal”, referiu Correia Pinto. Ainda segundo o vereador, o rapaz “institucionalizado”, em regime aberto, está referenciado na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens. Como se andava a portar bem, fora–lhe dada uma nova oportunidade na escola. Foi levado pela PSP e ouvido no Tribunal de Família e Menores de Matosinhos (…)
http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Matosinhos&Option=Interior&content_id=3025880
Vamos lá ver se o sr. vereador saber ler:
“(…)Foi por volta das 10 horas que tudo aconteceu. Edmundo, conhecido por “Maragata” e do Bairro da Biquinha, estava numa aula de Educação Física a jogar futebol e não terá gostado de estar a perder. Revoltou-se contra o professor e ter-se-á envolvido numa zaragata com um colega. Um dos seguranças da escola tentou acalmar o rapaz de 15 anos e o professor chegou a mandá-lo mais cedo para o balneário.
Edmundo, contudo, continuou com os distúrbios na zona dos vestiários, dando pontapés às portas. Acabou levado, por dois vigilantes da escola, para o gabinete da Direção Executiva. Foi aí que a tragédia se deu.
Ao tentar segurar Edmundo, um aluno problemático que já criara vários problemas na escola, José Manuel Correia, residente em S. Cosme (Gondomar), sentiu-se mal e, ao que tudo indica, teve um ataque cardíaco. “Ainda tentaram reanimá-lo, mas não foi possível fazer nada. Nem posso crer. Estamos todos em choque”, disse, ao JN, uma testemunha.(…)
http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Matosinhos&Option=Interior&content_id=3025880&page=-1
Foram apenas gestos excessivos, não foram sr. vereador…da educação?
A agressão ao elemento da Direção, foi apenas desagradável sr. vereador da educação?
“(…)Tomado por um sentimento de injustiça, o rapaz ter-se-á virado ao colega. Quando mais tentariam acalmá-lo, mais irritado ficaria. Tanto que terá desatado a agredir quem lhe fez frente. Dois vigilantes acorreram ao local para o controlar e conduzir à direcção. Na antecâmara do gabinete, terá empurrado mesa e cadeiras, atirado objectos ao chão, agredindo a subdirectora e outras pessoas que lá estavam. Os agentes agarraram-no e, nesse momento, um deles teve uma paragem cárdio-respiratória e morreu.
“A morte do segurança não pode ser imputada ao jovem”, explicou o vereador da Educação, Correia Pinto. “Era um agente aposentado da PSP, com 56 anos, com um historial cardíaco conhecido. Segundo me disseram, tinha até uma intervenção marcada. A agressão ao elemento da direcção foi desagradável e tem que dar processo.” (…)
http://www.publico.pt/portugal/jornal/vigilante-morreu-ao-tentar-travar-violencia-escolar-25984156
Janeiro 31, 2013 at 8:10 pm
#5:
A inclusão não é isto.
Janeiro 31, 2013 at 8:11 pm
Os meus pêsames à família deste senhor.
Quanto à carta aberta, sua cambada de hipócritas, bem podem limpar-lhe os vossos traseiros.
Janeiro 31, 2013 at 8:15 pm
No dia em que o sr. vere@dor da…educaç@o levar com um pau pelos c0rn0s abaixo vai defender o dito agressor e responder: “coitadinho, foi um gesto excessivo”.
E o CROMO ainda me vem falar da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens?
Falta de técnicos na comissão de menores atrasa aplicação de medidas de apoio aos pais
Publicado dia 29/01/2013
O presidente da Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco reconheceu esta terça-feira atrasos na aplicação de medidas de apoio aos pais, devido à falta de técnicos, apesar dos “esforços” feitos para suprir essa falha.
Armando Leandro assumiu, na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, que nem sempre a Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco (CNPCJR) consegue aplicar, “em tempo útil”, medidas de apoio aos pais das crianças e jovens sinalizados, apesar dos “esforços” para reforçar o número de técnicos, designadamente nas áreas da saúde e da educação.
O presidente da CNPCJR reconheceu que “é absolutamente indispensável mais técnicos para o acompanhamento processual”, ao ser confrontado pelo PCP com a escassez de meios.
“Que é necessário mais, estamos de acordo. (…) Temos de andar mais depressa nisso”, declarou, defendendo também “a articulação” das entidades públicas e privadas na “aplicação integrada de medidas”.
Na audição parlamentar, Armando Leandro assumiu “a falha” no acolhimento familiar e no apadrinhamento civil de crianças “mais pequenas”, em alternativa à sua institucionalização.
Para o juiz-conselheiro, a “interiorização” desse tipo de medidas alternativas “é uma questão cultural”.
Armando Leandro revelou-se convicto de que “não há falhas no sistema” de sinalização de menores em risco, ao ser questionado pelo CDS-PP acerca da morte de crianças sinalizadas pela CNPCJR, mas sustentou que a denúncia de casos “não está suficientemente interiorizada” na sociedade civil.
Aos deputados, o presidente da CNPCJR disse não dispor de “dados objetivos” sobre se a crise está aumentar o número de casos de crianças e jovens em risco, muito embora tenha ressalvado que, no atual contexto económico, “as mães sozinhas têm mais dificuldades” e “tem aumentado o recurso” das famílias às comissões.
http://m.jn.pt/m/newsArticle?contentId=3022858&related=no
Janeiro 31, 2013 at 8:24 pm
Enquanto houver psicólogos de gabinete nas escolas problemáticas, com jovens de comportamentos desviantes, haverá sempre Senhores Correias a sofrer na pele os abusos destes jovens, que os pais nunca souberam educar.
O Técnico tem que estar no terreno, observando, intervindo e ajudando os jovens com estes comportamentos, não é um simples auxiliar ou vigilante que consegue lidar com isto, porque por muito que se esforcem e por formações profissionais da treta que impingem, nem de longe nem de perto, conseguem. É necessário uma formação de raíz e aqui está a falha.
Janeiro 31, 2013 at 8:25 pm
Condolências!
Janeiro 31, 2013 at 8:28 pm
A Ana com 12 anos franzinos, tem na turma um “Nuno”, com o dobro da altura e largura. Estas características físicas não teriam importância, não fosse o “feitio” do Nuno. Durante todo o 1º período a Ana ficou sem o lanche. A Ana não abre a boca, nem para responder aos professores. Mas vai que no fim do período o Nuno quis o telemóvel da Ana. A Ana teve que explicar aos pais para onde tinha ido o telemóvel. Queixas e o pai do Nuno pediu a transferência do filho para outra escola ao lado. A Ana com os pais salta e ri como uma criança normal. Na escola não abre a boca.
É a escola inclusiva….
Janeiro 31, 2013 at 8:28 pm
Quanto ao Vereador da Câmara de Matosinhos, toda a gente sabe que não passa de um triste, um ignorante, que se acha o maximo, é prepotente, calculista, frio, e o que mais gosta é de aparecer em fotos com criancinhas armado em Pai Tomás…Lobo com pele de cordeiro, abaixo com este môfo!!!!
não é digno tão pouco de ser assistente operacional.
Janeiro 31, 2013 at 8:33 pm
#16:
O que é que são psicólogos de gabinete?
Agora a culpa é dos psicólogos.
Conheço poucos e bons.
Não fales do que não sabes.
Se me dizeres que faltam as equipas multidisciplinares isso é outra coisa:
faltam “verdadeiros professores tutores” com tempo no horário e apetência, assistentes sociais, animadores sociais, vigilantes, videovigilância, boa coordenação com a polícia e a CPCJ, uma Direção firme….
E acima de tudo dispenso ver€@dores que NÃO VALEM UM BALDE DE C@C@.
Janeiro 31, 2013 at 8:37 pm
#19:
Só disse m€rd@ e não uma m€rd@ qualquer: eu se fosse familiar do falecido sei o que lhe fazia.
E quanto ao “menino”: um dia come porrada no lombo a valer e acaba-se o campeão.
Janeiro 31, 2013 at 8:37 pm
#20
Exactamente!
Janeiro 31, 2013 at 8:41 pm
Eu não tenho nada contra os psicólogos… só sou contra a “onda ” que nasceu, cresceu e alagou casas, famílias, escolas, gabinetes e mais gabinetes…. claro que não falo da onda da Nazaré…. falo da onda que começou a mostrar a crista com ” Inventem-se novos pais”! Pronto, tem sido uma invenção permanente….
Janeiro 31, 2013 at 8:42 pm
Matosinhos não tem vergonha do vereador da educação que tem?
Janeiro 31, 2013 at 8:49 pm
Mais: os professores também têm a culpa.
Nós somos o exemplo e estamos acima dos alunos e pais.
Ofendi alguém? O aluno deve ser posto no seu lugar pura e simplesmente.
Temos medo do quê?
Janeiro 31, 2013 at 8:52 pm
# 16
Exigir que os psicólogos, per si, resolvam problemas de “jovens com comportamentos desviantes”, atribuindo-lhes toda a responsabilidade na resolução do problema e ignorando o papel fundamental que deveriam ter a Tutela (nomeadamente através de legislação adequada e eficaz), as direcções das escolas, os professores, os pais, a comunidade envolvente ou as CPCJ parece-me falacioso, redutor e absurdo.
O que diria se alguém atribuisse, por exemplo, ao director de turma do jovem agressor tamanha responsabilidade? Faria isso qualquer sentido? A mim parece-me que não…
Janeiro 31, 2013 at 9:13 pm
Há indivíduos que NÃO TÊM LUGAR NA ESCOLA, em qualquer escola!
O que é que custa perceber isto?
Janeiro 31, 2013 at 9:16 pm
Confesso que ainda não li todos os comentários. Vim logo “cá para baixo”. Por isso, se alguém referiu este aspecto, as minhas desculpas.
Os funcionários – disse-o aqui mais do que uma vez, faz anos… – são a 1ª linha das agressões, da violência que por aí prolifera. São os mais desprotegidos e são tantas vezes, quase sempre, esquecidos.
Sabem quanto ganha um funcionário com 20 anos de serviço? Isso, ganha uma vergonha!
Que o Céu esteja de chumbo para os agressores. Para todos os agressores.
Um abraço solidário aos familiares do Sr. Correia e aos colegas que ousaram deixar este testemunho.
Janeiro 31, 2013 at 9:28 pm
Sinceras condolências!
A minha solidariedade, a todos os senhores Correias (professores e funcionários,etc) que vão sobrevivendo,dia após dia,a todas estas anormalidades.
Janeiro 31, 2013 at 9:32 pm
Lamento o que sucedeu com o sr. Correia. Quero a ver a reação do MEC.
Janeiro 31, 2013 at 9:33 pm
Até quando morrerão pessoas nas escolas?
Isto não é motivo para um levantamento de todos os que lá trabalham?
Não se pode evitar? Falha-se em quê? Todos sabemos e todos nos calamos…
É longe, não é na nossa escola…
Janeiro 31, 2013 at 9:36 pm
Os meus pêsames à comunidade ESCOLAR e à família e amigos do Sr. Correia.
Permitam-me ainda destacar o excerto da carta:
“há sempre um pequeno número de alunos, bem identificados na escola, que ultrapassam todos os limites do aceitável numa comunidade escolar, pois põem em risco os seus membros, a nível físico e psicológico, de forma sistemática: não aceitam a autoridade de ninguém, pelo que não cumprem as regras da escola, nem as mais básicas de convivência; ameaçam; aterrorizam; agridem.”
Isto não é resolúvel pela escola! Está para além da “inclusividade” da escola! Na escola não cabe todo o universo da humanidade, cabe o que for socialmente aceitável ou “recuperável”.
Para “aquilo” hajam instituições com disciplina quasi militar!
Os custos disso são consideravelmente menores do que os ganhos!
Janeiro 31, 2013 at 9:50 pm
A Óscar Lopes é o exemplo mais evidente de que O CRIME COMPENSA.
Frequentei esta escola e sofri de bullying durante dois anos.
“Em relação a estes alunos já tudo foi feito”????? Ou seja, estão a dizer-me que é impossível educar um ser humano? Estão a dizer-me que os alunos que frequentam a “escola” não têm emenda? Que a culpa é deles e das famílias deles? Que mais nada pode ser feito? Que eu saiba, para isso há hospitais psiquiátricos ou escolas de correcção, onde SE FAZ ALGUMA COISA EM RELAÇÃO A ELES. Não, a culpa não é SÓ dos pais, não é SÓ da educação que lhes dão em casa. Não foi em casa deles que morreu um vigilante. Foi aqui, nesta escola. Acho inacreditável que houvesse a necessidade de MORRER ALGUÉM para que as pessoas começassem a pronunciar-se acerca do que sempre pensaram. A Óscar Lopes é uma escola problemática, e a culpa não é dos alunos, é de quem não tem mão neles. E a razão de não terem não se prende com o facto de terem monstros a frequentar a escola (porque, no fundo, é isso que lhes estão a chamar), mas sim com o tipo de educação que ela lhes dá.
NADA FOI FEITO EM RELAÇÃO AOS ALUNOS QUE ME FIZERAM SOFRER DURANTE DOIS ANOS. E quem me fez mal não é um monstro, é um ser humano, que tal como todos os outros, tem direito a uma educação. Esta escola não a dá. Nunca deu.
Janeiro 31, 2013 at 9:54 pm
A escola inclusiva é um projecto ideológico deliberado para destruir o potencial de contestação ao sistema capitalista.
A pretendida “horizontalização” de relações, a “centralidade do aluno” e outras investidas que mais não visam do que retirar a autoridade ao professor e a credibilidade à tradição, são as armas da indiferenciação e da desvalorização do conhecimento acumulado.
Só os “mais aptos” estão em condições de sobreviver e só os mais fortes poderão impor-se num sistema sem regras de reconhecimento e recompensa dos melhores, sem valores éticos. A Escola Inclusiva finge que protege os mais fracos, mas na verdade prepara o terreno para a predação dos mais astutos e para a valorização dos mais cínicos.
Num campo de guerra permanente e de assistência terapêutica não há espaço para a reflexão e para a inteligência. Resta a rotina, a resignação e o triunfo dos burocratas e psicopatas.
Janeiro 31, 2013 at 9:56 pm
Lamentável!
Janeiro 31, 2013 at 10:13 pm
#33
Este tipo de discurso retoma o mito do bom selvagem.
Se por um lado é verdade que a escola é a principal responsável pelo que lá se passa – entenda-se a Direcção e quem exerce o poder no espaço escola – também não se pode isentar o jovem, que exerce a violência ou que tem comportamentos disruptivos, de qualquer responsabilidade em relação aos actos que pratica.
Infelizmente existem monstros, crianças ou adultos, dominados por impulsos destrutivos e por pulsões de morte, e o Sr Freud chamou a atenção para esse facto.
Em alguns casos só uma medicação adequada, tomada regularmente, pode ajudar a minorar os comportamentos violentos, e não vale a pena clamar por “medidas”, quando não se quer reconhecer que uma perturbação mental limite pode transformar qualquer um num monstro.
Janeiro 31, 2013 at 10:34 pm
Levei para o meu blogue! 😦
Janeiro 31, 2013 at 10:46 pm
Perante mais um acontecimento em meio escolar, este agora trágico para um não docente, vamos ou não assumir, que apesar de tudo o que é dito sobre as respostas da escola a tais situações, este é lamentávelmente o resultado prático da desagregação da escola pública, como consequências dos brutais cortes e medidas de austeridade, que se refletem no agravamento deste tipo de comportamentos de alunos, e falta de capacidade de resposta dos profissionais da educação.
Assuma-se que temos andado a branquear tal estado de coisas e inflizmente agora morreu um colega meu (assistente operacional).
Janeiro 31, 2013 at 10:48 pm
Portugal no seu melhor…
Janeiro 31, 2013 at 10:51 pm
Nunca imaginei que fosse possivel existir um pelouro de “Má Educação” na Camara de Matosinhos. faço um apelo ao Presidente da dita Camara para acabar já com este pelouro e DEMITIR o respetivo Vereador, que eu como contribuinte sinto-me muito mal a pagar as remunerações elevadas desta criatura repugnante e indesejável .
Janeiro 31, 2013 at 10:54 pm
E se, em vez de ter sido o Sr. Correia, os colegas e os professores a levarem com as agressões deste energúmeno, tivesse sido o “troglodita” investido em político de chinelo a levar “na tromba”?
E se fossem os outros politicozecos dos gabinetes e dos hemiciclos a levar nos “cornetos”?
Claro que isso já seria uma coisa grave e teriam que se tomar medidas… e fazer atuar a “comissões de proteção” e demais quejandos!
Começa a antever-se um negro futuro para muitas das nossas escolas, bem à semelhança do filme “The Principal” (Um Diretor contra Todos, filme americano de 1987, com James Belushi no papel do Diretor Rick Latimer), apenas com a diferença e que aquele diretor tinha “the balls” in su sítio… o que não acontece com os acomodados e subservientes de cá…
Janeiro 31, 2013 at 10:57 pm
Os meus sentidos pêsames à família, amigos e à comunidade ESCOLAR.
Subscrevo muito do que está escrito atrás, nomeadamente do h5, do Motta, do Renato… Isto não pode continuar!!!
Janeiro 31, 2013 at 11:02 pm
“Viva a democracia” e o zurrar dos teóricos!
A decadencia é cada vez maior e a pouca vergonha também. Chafurdamos na “trampa”!
Há muita gente por aí que ainda não entendeu o monstro que ajudou a construir…
Agora queixem-se, escandalizem-se, torçam-se. Vão todos vomitar no nojo que edificaram!
As minhas condolências à família do senhor Correia.
Janeiro 31, 2013 at 11:10 pm
eu sinceramente não sei o que é que se passa com esta escola…o Sr.Correia era uma boa pessoa…a culpa não são dos alunos são de quem não lhes consegue controlar, de quem não tem mão neles. eu andei nesta escola desde os meus 9 anos, sofri de bullying desde que entrei para essa escola. avisava tudo e todos e o que é que faziam? NADA!
o ano passado sai desta escola, por um lado estou feliz por ter saido pois não tenho que levar com as pessoas que me fizeram sofrer durante este tempo todo mas por outro lado gostava de voltar, só por causa de alguns professores que sinceramente devem de ser os mais sinceros que andam lá.
mas mesmo assim, o que se passou nesta escola opá, ainda nem consigo acreditar.
é uma escola muito problemática, só arranjam problemas mas NUNCA conseguem resolver.
portugal no seu melhor…
Janeiro 31, 2013 at 11:11 pm
falta de comunicação, ou seja, deficiencia de interpretação, nunca tive o objectivo de acusar psicólogos, nunca! eles são o pilar que ninguém percebe que existe, o sistema não lhes dá o devido valor nem a importancia que realmente têm. todos os comentários a patinar o desfavor, estão completamente errados,” livresco” a entidade que me atacou, provavelmente um “miudo” cheio de garra que não sabe a minha idade,nem o meu percurso escolar, conheço, in loco, e sei o que se passa nesta e noutras escolas do concelho de Matosinhos, tudo “coisas” da treta….é preciso mudar o pensamento, o padrão de môfos e velhas glórias, para que com o novo pensar e novas vontades dos nossos jovens, se chegue a um equilibrio educacional. Respiremos fundo e vamos meter as mãos no “menos limpo” para que consigamos limpar mesmo este tipo de educação chefiada por pseudo educadores cheios de moral e bons costumes, tipo, vereador da Educação da Câmara de Matosinhos,
Janeiro 31, 2013 at 11:14 pm
As escolas deviam estar equipadas com seguranças de discutecas essa malta ia ver o que era portar-se bem
Janeiro 31, 2013 at 11:16 pm
Lamente-se e apreenda-se termos culpas desnecessárias.
Janeiro 31, 2013 at 11:28 pm
Deviam haver era mais assistentes sociais e resolver estas situações quando ainda estão no inicio. Essa tarefa cabe aos professores titulares no 1º ciclo e aos DTs dos restantes ciclos.
Fevereiro 1, 2013 at 12:12 am
Para quando assinado “Funcionários (pois, agora são “assistentes operacionias”) e não funcionários”?
Fevereiro 1, 2013 at 12:14 am
É de salientar o que foi dito em #28: os funcionários são as primeiras e principais vítimas da agressão, especialmente, física, nas escolas.
Lamento profundamente o que aconteceu. As minhas condolências à família do Sr. Correia e aos seus colegas.
Fevereiro 1, 2013 at 12:21 am
#48
“Deviam haver”. Discordo.
Fevereiro 1, 2013 at 12:31 am
é o aluno era um atlas…10 gaijos não o conseguiram conter telepaticamente?
Fevereiro 1, 2013 at 1:10 am
Condolências à família e amigos.
Este é mais um caso entre muitos outros…
Compreendo muito bem o conteúdo da carta e acrescentaria para além dos relatórios/ pareceres e múltiplas reuniões, para além das estruturas internas da escola e entidades externas mencionadas na carta… acrescentaria outras, como direcções regionais, que NADA fazem!
“… Estes continuam assim a ameaçar e a agredir colegas, funcionários e professores, continuam a impedir os colegas das turmas em que estão inseridos de poder ter um ensino de qualidade, minando as aulas. Têm e criam um sentimento de poder ter impunidade e de ausência de limites, que é o oposto do que lhes deveria ser ensinado.
A escola regular não pode dar a estes alunos a resposta de que eles precisam. A tutela não está a cumprir o seu papel, que inclui o de resolver a situação destes alunos e o de proteger o direito à educação e à integridade física e psicológica de todos os outros e de quem trabalha nas escolas…”
Absolutamente de acordo e é urgente exigir da tutela que cumpra as suas funções
Quanto aos energúmenos partidários que sentam os rabos na administração local – e não só – que sejam postos nas filas dos centros de desemprego ou que alguém lhes “enfie a cana do nariz pelos olhos dentro”
Fevereiro 1, 2013 at 1:36 am
Antes demais os mais sinceros sentimentos a todos aqueles para quem o Sr. Correia era importante.
De tudo o que li, penso que todos chegamos a uma mesma conclusão: algo tem de mudar.
Conheço muito bem a realidade de Matosinhos e das escolas e sei que, no caso desta escola em questão, o problema é bem mais estrutural do que aquilo que se pensa. Na verdade, estas crianças a que alguém chamou “monstros” são oriundas de guetos sociais criados pela sociedade. Neste momento, temos jovens que cresceram numa sub-cultura onde a escola pouco é valorizada e comportamentos, que são considerados de risco, caracterizam-se por serem a prática do dia-a-dia. Normalizam-se atos de violência.
Na verdade, a prática de todos aqueles que trabalham com estes jovens e famílias deve ser repensada, as leis alteradas e a intervenção deverá ser efetuada o mais cedo possível (não nos esqueçamos que algunas destes jovens serão pais, outros já o são, e que valores transmitirão aos seus filhos?). Para MUDAR é necessário existir alguma REVOLTA, caso contrário esta situação é esquecida e manter-se-á tudo igual (pior).
Parabéns ao pessoal docente e não docente que decidiu divulgar esta situação de forma clara.
P.S. O psicólogo ou técnico não consegue mudar o mundo sozinho…
Fevereiro 1, 2013 at 2:02 am
Uma informação que me parece que desconhecem: o vereador da educação de Matosinhos foi diretor, presidente de conselhos executivos e diretivos durante anos a fio de escola(s?) de Matosinhos! Não admira que queira “proteger” quem o substituiu! Leem todos pela mesma cartilha!
O Sr. Correia morreu EM SERVIÇO e é isto que ninguém quer ou vai querer assumir, mesmo com o rol de participações e ocorrências conhecidas praticadas por mais um energúmeno. Neste momento, a família não tem, provavelmente, condições psicológicas para tratar do caso, mas, infelizmente há prazos que têm de ser cumpridos. Aconselho a família ou quem as suas vezes fizer que acione na escola o que se chama Acidente em Serviço e não abdique dos seus direitos.
Fevereiro 1, 2013 at 6:26 am
Condolências á família e amigos.
infelizmente há casos destes por todo o país, como já se sabia e também deu para perceber pelo teor dos comentários.
As soluções? Prevenção e ação!
Fevereiro 1, 2013 at 6:27 am
à
Fevereiro 1, 2013 at 8:44 am
O meu respeito pelo luto desta comunidade escolar, que não pode deixar de ser também um luto social. Esta não é a escola democrática e inclusive por que tantos lutámos: a agir, já!
Fevereiro 1, 2013 at 11:36 am
A CNIPE (Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação ) solidariza-se com toda a Comunidade Educativa!
Fevereiro 1, 2013 at 12:10 pm
Sinto um profundo pesar pelo sucedido. As minhas sinceras condolências. Falham-me as palavras…
Fevereiro 1, 2013 at 3:27 pm
Este foi mais um caso chocante…
Sentidos pêsames à família do Sr Correia e a todos os que mais directamente estão a sofrer com o que aconteceu.
Espero que a Escola e restante hierarquia Educativa tenha a hombridade de dar todo o apoio (indemnizações etc) devido à sua família. Se era um agente de polícia reformado, certamente vira-se na necessidade de voltar a trabalhar, mesmo que numa escola problemática como esta.
Quanto ao tal vereador… uma vergonha! Com que autoridade se meteu a sentenciar sobre as causas do sucedido? Vão de novo acorrer em defesa de comportamentos delinquentes de alunos (ai, não foi directamente a causa da morte , o senhor é que tinha problemas de saúde e tal…), como fizeram no caso do professor de música de Fitares que se suicidou? Vão dar o tal apoio psicológico ao menino rebelde que partiu tudo e não se deixou dominar, porque agora até está chocado com o que aconteceu? E os alunos , funcionários e professores que nesta e noutras escolas continuam a ser vítimas de violência? E o apoio devido aos familiares deste senhor, que certamente vão ficar em maior precariedade agora?
No reino Unido já começaram a criar escolas de disciplina para-militar para estes casos de alunos sem regras e que ninguém domina. Creio que estão a dar alguns resultados. Insistir em ver em todos “bons selvagens” e integrá-los a eito nas escolas onde não se sujeitam a nada, só prejudica os outros alunos e a ninguém traz proveito.
Espero que não seja mais um caso a cair no esquecimento.
Fevereiro 1, 2013 at 6:53 pm
E inacreditavel…..condolências para a família e um abre olhos para aqueles que menosprezam a nossa profissão
https://itunes.apple.com/pt/app/jewels-link/id543033551?mt=8
Fevereiro 1, 2013 at 8:01 pm
#62
Apoiado! Essa gente ainda não percebeu o que fez e ajudou a fazer. Para além disso o meu desprezo intelectual e cívico a toda essa panóplia de teóricos e de desgraçados. .
Fevereiro 1, 2013 at 9:04 pm
#36
A minha ideia não foi defender o aluno, sempre acreditei que a educação que as pessoas têm é a que se lhes é dada em casa (daí ter colocado o “SÓ” em letras maiúsculas, queria sublinhar isso). Acho sim lamentável que esta carta aberta tenha sido encarada como justificação para abafar mais um caso de má orientação dos alunos. Toda a gente tem emenda, há instituições que se encarregam disso, e a direção da Óscar Lopes tem de entender que esta escola não é uma delas. Não se pode dizer que já TUDO foi feito em relação a eles, caso contrário estariam na cadeia, pois conheço casos monstruosos que são constantemente ABAFADOS. Isto é estar a proteger o nome da escola, e não os seus alunos, ao contrário do que deveria acontecer. E agora a questão desvia-se para os TIMINGS. Talvez se a escola tivesse intervindo mais cedo em relação a estes alunos, não teria sido preciso MORRER ALGUÉM.
Não se trata de defender os selvagens, trata-se de tentar emendá-los, sem atirar as culpas para outras pessoas.
Fevereiro 1, 2013 at 10:56 pm
Não querem colegas destes para os vossos filhos? Vão para o privado! É o que os nossos governantes dizem todos os dias. Ainda não vi a mínima vontade de mudar a situação!
Fevereiro 2, 2013 at 12:27 am
Ilustres, somos encarregados de educação de uma aluna da Escola Óscar Lopes, que recentemente foi alvo de um acontecimento com fins trágicos para um funcionário. Apuramos junto de pessoas que estiveram diretamente envolvidas, factos contrários ao que alguns órgãos de comunicação social anunciaram através das declarações de alguns elementos da autarquia e da DREN. Não sabemos os motivos das suas declarações, mas também não é essa a razão que nos leva a redigir esta carta. São dois pontos apenas, que gostaríamos de enunciar e que vos levasse à reflecção. O primeiro e como pais atentos, envolvidos e motivados com o sucesso escolar da nossa filha, estamos preocupados e alarmados com os últimos desenvolvimentos comportamentais inadequados dos alunos. Gostaríamos de salientar que os mesmos, já ocorriam no ano letivo anterior e no nosso parecer, as medidas aplicadas com sucesso, pecavam por tardias. No decorrer deste ano, fomos convidados algumas vezes pelo pessoal docente, a participar e colaborar em medidas e estratégias de combate, ao mau comportamento dos alunos na sala de aula. Constatamos, que havia uma enorme vontade e necessidade por parte do pessoal docente, em motivar alunos referenciados como desestabilizadores, para a participação na vida escolar, deforma a poderem atingir os seus objetivos e não prejudicar os outros. Verificamos que muito tem sido feito, mas é insuficiente e pouco eficaz. Sabemos também, que são processos que tem seguir trâmites legais e a parte burocrática passa por um sistema na sua maioria moroso. Mas gostaríamos de deixar um alerta. Sejam mais proactivos na resolução de problemas deste género e menos condescendentes com quem tem direito à educação, mas que nada faz para a merecer e que por sua vez impede os outros de beneficiar dela. Não são decisões fáceis, porque ninguém as quer nem gosta de tomar. Mas são decisões justas, que podem prevenir e impedir no futuro, males maiores que já foi notícia e com fim trágico para muitas famílias. Contudo, estaremos atentos aos próximos desenvolvimentos e sempre disponíveis a colaborar com todos.
O segundo e último ponto, tem como referencia a decisão da DREN comunicar à Comissão Executiva da escola que hoje seria um dia normal de trabalho. É óbvio que esta decisão não caiu bem no corpo docente e não docente. E nós estamos solidários com eles, pois não há condições de trabalhar, apôs um acontecimento desta natureza. Queremos todos fazer o luto a um funcionário que sempre desempenhou bem as suas funções em serviço e em prol do mais nobre projeto que todo cidadão tem direito. Mas para além disso havia um homem de família que fazia parte de muitas outras e da minha. Será que não há um pouco de bom censo, solidariedade e de alguma coragem? Paz eterna ao Sr. CORREIA.
Fevereiro 2, 2013 at 12:29 am
Quando soube da notícia do ocorrido na escola Óscar Lopes de Matosinhos e pelo que conheço dessa comunidade, fiquei em silêncio…. Meu cérebro conversava comigo próprio imaginando o panorama de terror e a mais uma ocorrência que a todo o custo a “escola” tentou mais uma vez resolver.
Imagino o segurança, no exercício das suas funções transportar um tresloucado para um lugar onde pudesse ficar mais calmo, onde pudesse ser novamente chamado à razão, e mais uma vez se incutissem os pensamentos mais sadios à convivência humana, mais do que por vezes cumprirem as normas escolares. Destaco “normas” pois que não são leis e mesmos os decretos caem por terra quando: … coitado do aluno, tem problemas, vive numa comunidade com problemas… o professor exaltou-se e vai ter um processo. Desta vez o único exaltado foi o aluno e a contenção do segurança, perante o cenário vivido e conseguir manter a calma e acima de tudo a segurança geral, terão levado a este fatídico desfecho.
Lembro e registo o tempo que passei nesta escola. Professores a viver a sua profissão de “educadores” a 500%, funcionários que nunca viraram a cara e comparticipavam no controlo geral, e, acima de tudo, uma direção sempre e constantemente pronta para interromper qualquer assunto e de imediato tomar conta das ocorrências diárias, digo diárias e numerosas, ou melhor, diárias, numerosas e constantes. Tive a sorte de conviver com uma comunidade sempre preocupada com a sua profissão, como muitos outros, dirão, mas muito diferentes com a preocupação constante de acima de tudo darem testemunho, darem opiniões, prestarem-se para serviços disciplinares e de apoio, com uma entrega considerada mais do que de “família”. Quantas vezes comentamos a nossa entrega e capacidade para resolver tudo pela calma, gastando e abusando do nosso tempo escolar, sentindo que algo melhor poderia um dia acontecer. E aconteceu. Houve alunos que mudaram, que melhoraram, que passaram a ser nossos grandes amigos, e que nos deram grande alegria, mais do que com o seu eventual sucesso escolar. Para o resto, fica apenas o nosso modo de sentir a profissão, onde o verdadeiro “ensino” assenta, que não é pago, contabilizado sequer, nem conta para os rankings. Perdoem-me insistir, mas guardo na memória o interesse, a luta e a busca constante de soluções para a indisciplina, o abandono, a rebeldia, a arrogância, e a pior de todas: a violência. Uns estatutos novos e os problemas reais são sempre os mesmos.
Quanto aos seguranças da escola também quero registar, do tempo que com eles convivi, o seu assumido e perfeito cumprimento das obrigações. Sem eles alguns problemas teriam sido piores, sempre atentos, e que acima de tudo comparticipavam para o bom ambiente escolar, mais do que com a catalogação de “seguranças”. Amigos dos que o mereciam, conselheiros e avisadores aos alunos algo preocupantes, prontos e presentes nas situações mais complicadas.
Sinto que a morte trouxe algum desmoronar àquilo porque sempre se quis lutar e melhorar.
Endereço o meu sentido apoio e pesar. O que poderá mais um dia vir a acontecer…?
Custódio Ferreira
Fevereiro 2, 2013 at 2:18 am
Escola= depósito da diversidade da espécie humana
Diversidade da espécie humana = alunos normais que querem aprender + alunos normais que se estão a lixar para a escola + alunos sobredotados + alunos com défices cognitivos simples e graves + alunos com paralisias cerebrais + alunos com síndromes de Down + alunos delinquentes + alunos com problemas psíquicos + alunos surdos +alunos cegos +alunos com problemas motores + outros casos…
ESCOLA = morte lenta de quem lá trabalha
A Culpa da escola ser um depósito de diversidade humana é da nossa classe, pois temos aceite tudo o que nos têm vindo a enfiar nas escolas. Que formação temos nós para trabalhar com meninos com paralisia cerebral ou síndrome de Down? Não devíamos recusar? Eu não tenho essa formação! Porque tenho que me pôr a inventar? Quem me diz que faço um bom trabalho, se nunca tive nenhuma orientação? Não seria mais simples a recusa?
Somos uns mer@as! Achamos que somos os maiores, que somos capazes de fazer tudo, é como o outro “se os sem abrigo aguentam, nós também vamos aguentar”; e agora vai ser “eles aguentam sempre tudo, agora também vão aguentar as 40h de trabalho!”
Fevereiro 2, 2013 at 7:54 am
#67,
Acha que somos ingénuos ao ponto de pensar que este caso ocorreu assim do nada, numa escola onde era tudo tão exemplar?
Vá-se catar, criatura!
Fevereiro 2, 2013 at 8:06 pm
No dia anterior numa escola do mesmo concelho uma professora teve um AVC em plena sala de aula. O Avc foi desencadeado pelo mau comportamento dos alunos.
Fevereiro 2, 2013 at 8:47 pm
Sou mãe e professora há mais de 20 anos e continuo a achar que estes comportamentos só deixarão de existir quando os castigos se expressarem em multas, pois infelizmente o português só se manifesta quando se fala em dinheiro.
Fevereiro 2, 2013 at 8:51 pm
Estou chocadíssima com o que aconteceu ao Sr. Correia!
Infelizmente aconteceu o pior, aquilo que tantas vezes temíamos que acontecesse.
Será que depois de morrer uma pessoa nos irão dar atenção? Infelizmente duvido.
Se tivesse sido um aluno a morrer, aí talvez! Queira Deus que nunca tal aconteça!
Fevereiro 2, 2013 at 8:55 pm
Não sei como é possível trabalhar-se nessas condições.
Não há mais autoridades para intervir? Isso são casos de polícia.
Fevereiro 3, 2013 at 12:00 pm
A escola inclusiva é uma treta, TODA A CRIANÇA TEM DIREITO À EDUCAÇÃO, logo está incluída por natureza, o que falta são os equipamentos e mecanismos, sociais e educacionais, necessários para dar resposta pois, inclusão não é enfiar x nº de alunos dentro da mesma sala de aula e enquanto se pensar assim, estes casos irão continuar a acontecer.
😦
Fevereiro 3, 2013 at 7:35 pm
Toda a criança tem direito à educação mas nem toda a criança pode estar numa escola! Não quando não quer e não deixa que os outros estejam e aprendam.
Fevereiro 5, 2013 at 1:06 am
Quando andava no 5º ano, a meio de uma aula de EVT, um segurança da escola – por sinal, tal como o Sr. Correia, também uma pessoa muito querida por alunos, professores e funcionários – entrou pela janela da sala de aula e fechou-se na arrecadação durante alguns minutos. Os professores e nós, alunos, perguntávamos o que se passava e ele, assustado, dizia que não queria sair porque tinha medo. O senhor, que coxeava, estava a ser perseguido por pessoas da família de um aluno. Tal aconteceu após uma briga entre esse aluno e outro – este senhor tentou separa-los e impedi-los de se agredirem ainda mais. Foi um incidente infeliz,mas não tomou as proporções do caso do Sr. Correia.
Como o caso do segurança da minha antiga escola básica,sei de muitos outros casos. Mas este tocou-me especialmente. Ainda me arrepio cada vez que leio sobre o assunto.
Numa escola onde sei que os alunos têm aceso a todo o tipo de recursos, a todo o tipo de aprendizagens e formas de aprender, onde sei que existem professores que se dedicam verdadeiramente não só para os ensinar como também para os motivar a quererem aprender, os comportamentos disruptivos permanecem e assumem dimensões fatais… Não há recursos materiais e empenho no que respeita a recursos humanos que valham quando se trata de crianças/ adolescentes que após uma situação tão grave como esta acabam, serenamente, a fazer “v de vitória” com os dedos e a dizer frases que me chocaram profundamente e que nem me atrevo a reproduzir. Tudo isto num sistema onde, os professores se vêm com faltas injustificadas por ir ao funeral de um funcionário, de um ser humano, que morre nestas condições.
Tudo parece errado…tão errado, que até eu que normalmente sou a primeira a desdobrar-me em justificações para comportamentos disruptivos, – com base naquilo que fui observando ao longo das minhas experiências de voluntário e de estágio com crianças sinalizadas como “problemáticas” – não consigo deixar de me sentir extremamente angustiada perante a morte de uma pessoa que não conheci.
É necessário e urgente uma intervenção com as crianças e adolescentes, mas também com as famílias, cuidadores (e, obviamente, com as instituições, no caso dos que estão institucionalizados), através de equipas multidisciplinares onde professores, psicólogos, educadores sociais e outros profissionais de terreno, em harmonia uns com os outros, possam agir de perto por forma a evitar tragédias como esta e, além disso, trabalhar com miúdos como este depois de situações graves ocorrerem, para que sejam conscientes da intensidade dos seus actos e que assumam as consequências disso e, idealmente, se arrependam e se tornem pessoas melhores). Mas, neste momento, é também necessário e urgente uma intervenção junto daqueles que viveram esta história infeliz. Imagino que estes alunos, funcionários e professores necessitem de uma intervenção terapêutica neste momento, pois parece-me impossível que alguém que tenha assistido a esta experiência traumática esteja bem.
E, sobretudo, não podemos deixar que esta situação seja esquecida.
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Fevereiro 7, 2013 at 9:49 am
Desta vez não deu para esconder mais um caso de violência desta escola.Tantos casos são varridos para debaixo do tapete mas desta vez como morreu um homem e a comunicação social apareceu a coisa foi diferente.Docentes desta escola,deixem de ter medo e mediatizem tudo o que se passa!!o tempo da opressão já acabou juntamente com a ditadura!!! Pessoal não docente,não tenham medo de represálias.Os meios de comunicação são muitas vezes a solução!!PENSEM NISSO.
Fevereiro 7, 2013 at 11:01 am
Tive hoje conhecimento desta notícia, quando acidentalmente li a carta de um leitor ao Público (jornal que deixei de comprar por já não ser independente e sério). Não me atrevo a espreitar a notícia no Público online, pois deve estar cheia de comentários de pessoas a condenar o vigilante «por ter ido meter-se». Se não se tivessse «metido» seria condenado por isso. Todos os dias professores, alunos e funcionários são massacrados por indivíduos marginais que Mª de Lurdes Rodrigues tanto se gabou de «ter ido buscar a casa». Os socialistas ferrenhos (tipo o que escreve o blog ‘O Azereiro’), e a a opinião pública em geral, acham que «com uma conversa», esses alunos deixavam logo de ser traficantes, marginais, violentos, mal-formados, consumidores de álcool e drogas, chantagistas, ladrões, violadores e assassinos.
Muitos alunos, funcionários e professores têm morrido por esgotamento como o Sr. Correia, outros suicidaram-se (alguns mais mediaticamente, como o aluno Leandro ou o professor de Fitares que se atiraram de pontes). Nem assim a opinião pública acorda. Nem pelos próprios filhos!
As aulas já ão são aulas. São alunos e professor(a) a aguentarem os 4 ou 5 mitras que lhes calharam na rifa/turma. Os funcionários, se chamados, naturalmente que não resolvem nada, nem se atrevem a levar o caso à Gestão, porque, tal como os professores, têm medo de ser taxados de incompetentes e conflituosos (!!!) e terem má classificação.
Quantas mais pessoas terão que morrer? Enquanto forem só alunos pobrezinhos, modestos senhores Correias ou professorzecos, ’tá tudo bem. Quando morrer alguém importante se verá. Depositava muitas esperanças neste Governo, porque o Portas jurou que fazia e acontecia, mas está tudo na mesma ou muito pouco melhor. Estou-me nas tintas para partidos políticos. Queria que houvesse era políticos com visão. Como será o futuro de Portugal com um Ensino assim, além do mais?
Fevereiro 7, 2013 at 12:43 pm
Fevereiro 7, 2013 at 12:46 pm
Fevereiro 7, 2013 at 6:53 pm
Em outros países isto pura e simplesmente não aconteceria. No Canadá, por exemplo, um aluno que, a partir dos 13 anos, não cumpra as regras e demonstre falta de educação para com os demais, é “preso”, ou seja, é encaminhado para uma casa de correção. Não há complacência com este tipo de comportamentos e ponto final! O mal é logo cortado pela raíz. Ninguém ousa ter este tipo de atitudes que, claro está, facilmente levam a situações descontroladas, dramáticas, causadoras de males irremediáveis, como vimos . Também não estou a imaginar que fosse possível isto acontecer na Alemanha, ou na Suíça, país que nem precisa de ter sistema de controlo de faltas dos alunos, pois todos estão cientes de que ir à escola é uma obrigação.
Enfim, Portugal…..país de ” brandos costumes”, como dizem os Ingleses. Realmente muito brandos… demais!
Atenção Srs. Governantes! Não descurem o vosso primordial papel no tipo de sociedade que estão a permitir que exista e se desenvolva ainda mais.
Fevereiro 8, 2013 at 12:02 am
Alunos como este, era colocá-los todos num quartel militar, que eu queria ver se eles apreendiam as regras da boa educação ou não.
Fevereiro 8, 2013 at 12:10 am
Fevereiro 11, 2013 at 12:16 am
Cada vez temos menos autoridade. Cria-se uma sociedade selvagem.
Fevereiro 11, 2013 at 12:24 am
P
9 de Fevereiro de 2013 em 11:41 (UTC 0)
Responder
Sinceramente, já não aguento os colegas com as suas expressões “se comecem a preocupar” “começar a tentar” “temos de”. Este governo escolheu os professores para pagar a crise. A classe está de rastos, completamente destruída e as pessoas falam em termos preventivos, como se o pior não estivesse já a acontecer. Tenham vergonha, abram os olhos e ganhem consciência da realidade e do que se passa. É que é ridículo estarmos a ser pisados e nem consciência demonstrarmos de tal!!! Não lutarem contra tal…Colocam sempre o discurso como se o pior ainda estivesse para vir quando já vos cortaram o salário, atafulharam-vos com trabalho com mais alunos por turma, menos reduções, extinção de áreas e disciplinas, milhares empurrados para horário zero ou desemprego, erros grosseiros em concursos e colocações…
É claro colega que o regime de mobilidade vai ser alterado, é isso ou rescisão. Como é possível ainda dizerem “temos de começar a preocupar-nos em tentar….” quando a procissão já vai no adro! Enfim!
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