… mas acredito que a culpa seja minha, por não ter inside information. Eis o que está disponível na Pordata para os alunos na rede pública (aqui, aqui e aqui). Sei que os dados para o Secundário só estão até 2010, mas não devem ter diminuído com o alargamento da escolaridade obrigatória, certo?
Setembro 10, 2012
Eu Ouvi Bem… Menos 200.000 Alunos Nos Últimos 3 Anos E Continuo Baralhado…
Posted by Paulo Guinote under Números[28] Comments
Setembro 10, 2012 at 10:26 pm
Não tarda a aparecer ai o melga da “Sala de Aula” a esgrimir com mais números.
Mas nesse terreno quer e gosta de jogar ele. Sempre pode baralhar e voltar a dar para chegar aos mesmo resultados que ele à partida queria.
O caminho deve ser outro.
Tem é que se desmontar a lógica demagógica que o contabilista travestido de MEC, Nuno Crato, utiliza para construir o seu argumentário em torno do “excesso de professores no sistema educativo”.
O argumento da “demografia” (isolado e empolado) é apenas um pretexto, um elemento acessório para tentar iludir a intenção essencial do MEC.
Vejamos.
Diz o contabilista: “não temos necessidade de tantos professores no sistema – veja-se a curva demográfica descendente -, logo, temos que ir reduzindo o seu número, e assim baixaremos os custos, contribuindo para o esforço de austeridade do país”.
Porém, o que o contabilista demagogo omite é que a lógica donde ele parte é INVERSA daquela afirmação.
Essa lógica parte, sim, destas premissas: “a austeridade, cujos termos não se discutem, impõe-nos que curtemos necessariamente nas despesas, e como a maior fatia destas vem dos salários com os funcionários”, segue-se que “temos que diminuir o nº de professores a todo o transe”, concluindo: “o sistema, com mais ou menos alunos, que se adapte e aguente!”
Ou seja, não partimos das necessidades efectivas do sistema educativo, para este poder dar uma resposta cabal às necessidades dos alunos, no sentido da real melhoria das aprendizagens, mas do imperativo austeritário que pede cortes na despesa a todo o transe – e no pessoal é que ela incide mais -, INDEPENDENTEMENTE DAS EFECTIVAS NECESSIDADES DO SISTEMA.
Nessa lógica, mega-escolas, mega-turmas, qualidade do ensino degradada, ensino despersonalizado e despersonalizante, mais focos de indisciplina são apenas “efeitos colaterais”, paciência!
Com NC, o MEC ficou, de forma clara e assumida, rebaixado a uma mera direcção geral do Ministério do Orçamento, que é o governo todo.
Setembro 10, 2012 at 10:30 pm
Alguém tem estatísticas relativas a abandono escolar? E quantos professores seriam de contratar para colocar essas estatísticas ao nível de um país europeu digno desse nome?
Está o Sala de Aula? AHoy?
Setembro 10, 2012 at 10:34 pm
#1,
Sim, eu entendo a necessidade de desmontar a lógica mas sem deixar pontas soltas…
Setembro 10, 2012 at 10:36 pm
Eu queria vê-lo a ser entrevistado pelo Paulo… agora a Judite de Sousa… ainda se ao menos viesse ler o Umbigo antes…
Setembro 10, 2012 at 10:37 pm
… e como diminuem os alunos há que diminuir salários e empregos também…
Ainda bem que as vacas não voam senão ainda seriam responsáveis pela crise do preço do petróleo (crude)…
Setembro 10, 2012 at 10:38 pm
Vacas? Não… peço perdão.
Enganei-me no animal.
Referia-me a elefantes… alifantes como dizia o outro.
Setembro 10, 2012 at 10:40 pm
200000
os que não concluíram o secundário;
+ os que não se matricularam no superior;
+ abandono escolar;
+ os que acabaram os cursos e se mandaram pro estrangeiro
Setembro 10, 2012 at 10:41 pm
#3
Para esse género de gente as “pontas ficarão sempre soltas”… para o lado dos outros.
Em todo o caso, gabo-te a pachorra. 😉
Setembro 10, 2012 at 10:42 pm
Para o secundário já li, dito pelo MEC em 440 mil em 2011,mas também não tenho acesso aos dados.
Diminuíram os alunos? enfim…
Setembro 10, 2012 at 10:45 pm
Isto é tudo muito bonito, mas a verdade é que dia após dia, entrevista após entrevista, não há ninguém que o contrarie. E assim vai levando a água ao moinho.
Setembro 10, 2012 at 10:47 pm
“não partimos das necessidades efectivas do sistema educativo, para este poder dar uma resposta cabal às necessidades dos alunos”
Mas quem é que lhe disse que um sistema educativo, de qualquer país, melhor, de qualquer cultura, é feito oubdeve ser feito ou estruturado para dar uma resposta (cabal?) às necessidades dos alunos?
Setembro 10, 2012 at 10:48 pm
A espera http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/professores-manifestacao-de-professores-nuno-crato-tvi-nuno-crato-educacao-tvi24/1373686-4071.html?fb_action_ids=4635989506076&fb_action_types=og.likes&fb_source=other_multiline&action_object_map=%7B%224635989506076%22%3A442753009099413%7D&action_type_map=%7B%224635989506076%22%3A%22og.likes%22%7D&action_ref_map=%5B%5D&code=AQDI3HGJsJGWIsOxSZL8sHYX-IexApmVTkIkPRk_gk738GEW2WbgJsdAwLIaCLxEilnyxaWmWsnGa5cbo0VNljFDQj_J6n7pEPQBJ4AsmwMyAcOVmlqYZVGLLGq51JYmQWwfkTvCpZzN7MGTlfSzEH4lzJVi8dlb0WVjaouUtUqJzLOICxZUIYIexSLAT0DvtboBxvqErcg6pZhrunC2aWxB#_=_
Setembro 10, 2012 at 10:58 pm
#11
“não partimos das necessidades efectivas do sistema educativo, para este poder dar uma resposta cabal às necessidades dos alunos, no sentido da real melhoria das aprendizagens”: assim é que está completo esse excerto do texto. Que explicita melhor aquilo que deve ser entendido por “necessidades dos alunos”: a “real melhoria das aprendizagens”.
Poupe-me a “subtilezas” dessas…
Setembro 10, 2012 at 10:59 pm
A verdadeira estratégia política para a Educação
O verdadeiro investimento de um país é na sua moldura humana, em todas as suas vertentes: social moral, cultural e civilizacional. O desenvolvimento das estruturas económicas e produtivas é um reflexo desse investimento (com competentes estruturas económicas ao serviço do Homem). Provavelmente colher sem investir é mais proveitoso, exemplo praticado em alguns países.(No Luxemburgo não existem creches, escolas e principalmente universidades suficientes para as suas necessidades, recorrendo aos recursos disponíveis nos países vizinhos). Se o país não continuar a investir na formação das gerações vindouras, e não respeitar dignamente as suas estruturas, físicas e humanas, poderá a curto prazo “beneficiar” da inexistências de recursos humanos disponíveis para o funcionamento das estruturas educativas. Provavelmente se recuarmos 70 anos, verificava-se um mestre escola para um número elevadíssimo de estudantes. Recorria-se ao aluno mais capaz, para instruir os mais novos (sempre ficava mais barato). Será esse o nosso destino? O Reino Unido já tem dificuldade em produzir a moldura humana para o regular funcionamento das suas estruturas educativas e importa o “produto” em concursos internacionais. Se a nossa massa cinzenta se “exportar” toda para o estrangeiro o país sem moldura humana, não subsiste. Solução: “importar” moldura humana. Questão: O que será mais conveniente, “exportar” os mais capazes e “importar” o que os outros países rejeitam, ou aproveitar tudo “aquilo” que se detém no desenvolvimento do bem comum? Deixo a resposta para quem quiser continuar com a desertificação cultural, social e civilizacional (o outro dizia que era um deserto…) . 2012-09-10 22:45 in TVI24
Setembro 10, 2012 at 11:21 pm
“no sentido da real melhoria das aprendizagens”: assim é que está completo esse excerto do texto. Que explicita melhor aquilo que deve ser entendido por “necessidades dos alunos”: a “real melhoria das aprendizagens”.”
Peço desculpa, mas parece-me que assim é necessário também explicitar outras quetões fundamentais: quais são essas aprendizagens, quem é que estabelece as METAS dessas aprendizagens e, não menos importante, como é que se avalia o esforço dos professores para que os alunos pudessm ter atingido essas metas.
Setembro 10, 2012 at 11:33 pm
#15
Hum… Você, afinal, o que pretendia é que eu apresentasse aqui todo um programa para uma política de ensino. Nem mais nem menos.
Agradeço a sua atenção e deferência! 😆
Setembro 10, 2012 at 11:41 pm
#16
Está enganado. Apenas gostaria que não falasse (e não me fizesse perder tempo) como se fosse capaz de conceptualizar “todo um programa para uma política de ensino”.
Setembro 10, 2012 at 11:54 pm
#17
Você sabe lá do que eu sou capaz!
Ok, não percamos mais tempo, que o seu deve ser bem precioso…
😆
Setembro 11, 2012 at 12:02 am
Informação parcelar, para confundir, em vez de elucidar.
Vamos aos números do GEPE:
Ano 2008/09 – 1610760 alunos
Ano 2009/10 – 1581049 alunos
Ano 2010/11 – 1528197 alunos
Uma redução que se aproxima dos 83000 alunos, sendo certo que no ano lectivo 2011/12 ainda se assistiu a uma maior redução do número de alunos, dada a quase desactivação do programa “Novas Oportunidades”.
Conclusão: a redução do número de alunos é óbvia, bem sei que à custa do apagão das “Novas Oportunidades”. Direi que Nuno Crato omitiu propositadamente esta parte. Fica-lhe mal, enquanto Ministro…
Mas, também ficou mal ao Guinote ter tentado demonstrar o contrário: que nos últimos cinco anos até se verificou um ligeiro aumento do número de alunos. Não se verificou e, nos próximos anos, a tendência será para que o número de alunos continue a baixar…
Fico-me por aqui para que o Guinote não se exalte mais de tanto ser contrariado. Mal habituado, não???
Setembro 11, 2012 at 12:09 am
Afinal a populacaoo portuguesae ce composta apenas por cem mil pessoas ,o resto acabou de se suicidar em prol do pais.
Setembro 11, 2012 at 12:33 am
Que tal suspender o uso de preservativo, a pílula e o aborto gartuito e a pedido durante uns tempos?
Setembro 11, 2012 at 12:47 am
#21 Não é necessário, os jovens estão em rota de migração. Vão contribuir para o aumento (?) de natalidade noutros mundos.
Setembro 11, 2012 at 1:29 am
Aos números da PORDATA convém subtrair os números dos adultos em RVCC, (e não em todo o programa NO), uma vez que se trata de uma variante que não implica aulas nem professores.
Atente-se que em 2009/2010 havia cerca de 118 mil inscritos em RVCC.
E devem ser subtraídos porque se tratou de um “fogacho socrático”.
PS: Boa malha do “sala de aula”, hem?
Setembro 11, 2012 at 1:47 am
Também não vejo uma redução de 200 mil em 3 anos mas vejo uma redução de quase 150 mil entre 2007 e 2010 se não contarmos com os dados da coluna Recorrente e Outras que se referre (na sua quase totalidade) a alunos do Programa Novas Oportunidades com fim anunciado. Mas palpita-me que a IGEC deve ter dados mais próximos da realidade que estes da Pordata.
Setembro 11, 2012 at 2:40 am
#19, 23, e outros
Com uma facilidade tão grande em lidar com números, os Srs. podem-me informar quantos minutos/horas demoram em média a preparar uma aula das V. disciplinas?
E quanto tempo demoram em média a corrir um teste?
Setembro 11, 2012 at 10:15 am
#25
Penso que não percebeu a questão.
Tudo se resume a isto: quer queira, quer não queira, o Guinote tem um papel importante na formação da opinião pública docente (é lido por milhares de professores, vai a programas de televisão, aparece nos jornais e, portanto, tem que ter cuidado naquilo que escreve, não devendo induzir em erro os seus leitores).
Depois de ler um dos posts do Guinote paraceu-me que ele tinha incorrido num erro sobre o número de alunos, o que poderia induzir em erro milhares de professores.
Na minha boa-fé, tentei demonstrar ao Guinote que ele poderia ertar errado sobre a questão da diminuição do número de alunos nos últimos erros e dei-me ao trabalho de o tentar esclarecer.
Ontem voltei a fazer o mesmo apenas com os números do GEPE entre 2008/09 e 2010/11 para o alertar que, de facto, o Ministro até pode ter razão e que a redução de alunos poderá estar muito próxima dos 200000 alunos.
O Guinote não gostou desde o início do debate-polémica e a mim, sinceramente, parece que amuou.
Fiquei desiludido com o Guinote, pois considerava-o maior adepto do contraditório. Mas, afinal…
Quanto à sua questão: vou-lhe ser muito frontal. Depende da disciplina e das turmas. Para o regular poderão ser 5 minutos (básico) ou 20 minutos (secundário), enquanto que para o profiissional poderá chegar a 1 hora. A correcção de um teste é, em média, de 15 minutos/aluno. Nâo fugi à sua questão, pois não…
Setembro 11, 2012 at 12:31 pm
Para além das séries temporais, há que ver as projecções. E as projecções da OCDE parecem contrariar Nuno Crato e respectivo séquito …
Click to access EAG2012%20-%20Country%20note%20-%20Portugal.pdf
Setembro 12, 2012 at 12:23 am
O Guinote esqueceu-se ou não quis referir este dado do Público:
“Relativamente ao número de alunos no sistema educativo entre os 5 e os 19 anos, o relatório estima que haja uma redução entre 2010 e 2015, uma tendência que o ministério afirma já ter apontado em relação aos últimos anos”.
http://www.publico.pt/Educação/dados-da-ocde-serao-tidos-em-conta-na-definicao-da-politica-educativa-diz-ministerio_1562625