No Expresso de hoje a investigação continua sobre as relações entre serviços secretos e grupos de comunicação concorrentes, assim como sobre as consequências de tais ligações em termos jurídico-criminais.
É sempre interessante ver a capacidade de investigação e o poder da comunicação social nestes casos. Pessoalmente acho importante que se revelem estas ligações lamacentas entre aparatos do Estado, interesses privados e organizações secretas ou semi-secretas.
Também é muito interessante acompanhar o recrutamento, mais ou menos recente (em especial desde que se perfilou a queda de Sócrates como inevitável), de opinion-makers (com real impacto ou empurrados à força via canais televisivos do mesmo grupo) por parte da mesma publicação.
Abril 28, 2012 at 3:59 pm
Volto a chamar à atenção para este artigo:
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/opiniao/joao-miguel-tavares/quando-e-que-soares-vai-estudar-para-paris
Abril 28, 2012 at 4:05 pm
Estas e outras manobras semelhantes nos grandes grupos de comunicação mostram bem como têm sido os sectores da direita, de par com os grandes interesses económicos, que melhor compreenderam e interpretaram a lição de Gramsci sobre a importância de conquistar e manter a hegemonia em termos de combate político e de objectivo ideológico.
A esquerda, em particular neste campo, debateu-se com um duplo problema: a mais ortodoxa, nunca conseguiu ultrapassar completamente a visão marxiana da natureza essencialmente negativa da ideologia, a outra – desde o “socialismo democrático” à “3ª via -,deixou-se confundir e submergir pelo ideário neoliberal, de que a aposta recorrente nos “temas fracturantes” é um revelador exemplo.
Acontece que a sociedade capitalista actual é caracterizada, fundamentalmente, pela fragmentação das classes sociais e pela contingência e opacidade do social.
Esta nova configuração social contrasta, desde logo, com as consabidas premissas de Marx acerca da crescente proletarização e polarização das classes sociais (além, claro, da sua consideração da unidade e universalidade da classe operária, destinada a fundar uma sociedade socialista através da revolução).
A noção gramsciana de hegemonia propos uma nova relação entre estrutura e superestrutura, afastando o conceito de determinação da primeira sobre a segunda, e mostrando a centralidade que as superestruturas devem usufruir na análise das sociedades avançadas. Nesse contexto, a sociedade civil adquire um papel central, bem como a ideologia, que aparece como constitutiva das relações sociais.
Gramsci, deste modo, situará o terreno essencial da luta contra a classe dirigente na sociedade civil: o grupo que a controla é hegemónico e a conquista da sociedade política consagra essa hegemonia, estendendo-a ao conjunto do Estado (sociedade civil mais sociedade política).
Abril 28, 2012 at 4:06 pm
E para a entrevista de Maria Filomena Mónica ao i:
http://www.ionline.pt/portugal/filomena-monica-os-meus-colegas-achavam-normal-ir-cama-alunas
Abril 28, 2012 at 5:33 pm
Trata-se de uma pequena querela entre afilhado e padrinho. Não nos devemos imiscuir em assuntos familiares. Estou certo que o juíz também é parente.