1) Para se fazer filosofia há ter genuíno interesse em determinado tipo de problemas, os quais não resolúveis por métodos formais (ex. típico da matemática) nem por métodos empíricos, típicos das outras ciências: física, química, biologia, história, psicologia, etc.
2) Para tentar resolver um problema tipicamente filosófico há que testar várias teses ou teorias. Para isso há que as tentar apoiar em argumentos, fazendo ainda esclarecimentos conceptuais relevantes. E as teses ou teorias e argumentos devem ser testados. Como? Através de objecções, tentando encontrar contra-exemplos e contra-argumentos. Caso se consiga encontrar refutação para tais objecções, é racional continuar a defender a tese ou teoria de partida, ainda que esta tenha, não raro, de ser revista. Caso contrário, deve-se ter a seguinte atitude: considerar a tese ou teoria falsa ou implausível. Se assim for, há que abandoná-la ou então revê-la, tentando encontrar uma versão mais robusta, ou encontrar novos argumentos que tentem justificar a posição de partida.
3) Para se fazer o que refiro em 1) e 2) há que estar genuinamente interessado em descobrir verdades e presumir um cepticismo metódico, pois por muito boas razões que tenhamos para sustentar a tese ou teoria T, podemos estar errados. E a razão é simples: não somos omniscientes e só expondo-nos humildemente à discussão pública de ideias poderemos com maior rigor, clareza e criatividade testar essas mesmas ideias ou teses ou teorias T. Mas isso só é possível ser feito se tivermos a mente aberta a admitirmos que estamos errados quanto a T, caso nos sejam apresentadas melhores razões que refutem (mesmo que parcialmente) T ou se forem apresentadas outras teses ou teorias alternativas mais plausíveis.
4) Em síntese, para se fazer filosofia há que assumir riscos, a começar pelo risco das nossas melhores teses ou teorias estarem erradas. A descoberta de verdades é o objectivo máximo da discussão filosófica, bem como a eliminação de erros. Não há que ter medo de não ter razão, pois o melhor que alguém que faça filosofia pode aspirar é que as suas teses ou teorias sejam alvo de rigorosas tentativas de refutação. Isso tipicamente é revelador do interesse que a comunidade filosófica nutre por uma tal tese ou teoria.
5) Logo, pelo que atrás exponho é altamente improvável que José Sócrates, por aquilo que se conhece, esteja interessado em praticar uma actividade em que a sujeição sistemática à crítica pública é uma condição necessária para a praticar, o que não parece ser o caso. A menos que «se converta». Mas dada a sua reconhecida capacidade de simulacro, isso é tão plausível quanto eu me transformar num reputado microfísico do FMI… Ou seja, fingir que se vai fazer filosofia não implica que se vá mesmo fazer filosofia. Logo, a actividade por si mesma continuará intacta. Quanto a José Sócrates? Je ne le sais pas. Mais philo… c’es trés, trés improbable.
Desde que não faça aos arquivos e bibliotecas o que fez às finanças públicas, pode estudar História onde e durante o tempo que quiser.
Mas se ele é tão bom a transformar currais de vacas em maisons, por que raio há-de ir estudar Filosofia.
Por acaso pensará que a Faculdade de Filosofia tem alguma semelhança com a imagem grega de homens semi-nus…, ou uma espécie de sauna mais ou menos masculina?…
Agora se percebe por que razão este pais não sai da “capa torta”. Tanta gente inteligente a esbanjar a inteligência com alguém insignificante. Ou então porque não conseguem ver para lá dele mesmo.
1) Para se fazer filosofia há que ter genuíno interesse em determinado tipo de problemas, os quais não são resolúveis por métodos formais (ex. típico da matemática) nem por métodos empíricos, típicos das outras ciências: física, química, biologia, história, psicologia, etc.
2) Para tentar resolver um problema tipicamente filosófico há que testar várias teses ou teorias. Para isso há que as tentar apoiar em argumentos, fazendo ainda esclarecimentos conceptuais relevantes. E as teses ou teorias e argumentos devem ser testados como? Através de objecções, tentando encontrar contra-exemplos e contra-argumentos. Caso se consiga encontrar refutação para tais objecções, é racional continuar a defender a tese ou teoria de partida, ainda que esta tenha, não raro, de ser revista. Caso contrário, deve-se ter a seguinte atitude: considerar a tese ou teoria falsa ou implausível. Se assim for, há que abandoná-la ou então revê-la, tentando encontrar uma versão mais robusta, ou encontrar novos argumentos que tentem justificar a posição de partida.
3) Para satisfazer o que refiro em 1) e 2) há que estar genuinamente interessado em descobrir verdades e presumir um cepticismo metódico pois, por muito boas razões que tenhamos para sustentar a tese ou teoria T, podemos estar errados. E a razão é simples: não somos omniscientes e só expondo-nos humildemente à discussão pública de ideias poderemos com maior rigor, clareza e criatividade testar essas mesmas ideias ou teses ou teorias T. Mas isso só é possível ser feito se tivermos a mente aberta a admitirmos que estamos errados quanto a T, caso nos sejam apresentadas melhores razões que refutem (mesmo que parcialmente) T ou se forem apresentadas outras teses ou teorias alternativas e argumentos mais plausíveis.
4) Em síntese, para se fazer filosofia há que assumir riscos, a começar pelo risco das nossas melhores teses ou teorias estarem erradas, tal como dos nossos melhores argumentos apesar de válidos, poderem não ser sólidos (válidos e com premissas verdadeiras) e cogentes (sólidos e a plausibilidade das suas premissas ser maior do que a plausibilidade das respectivas conclusões). A descoberta de verdades é o objectivo máximo da discussão filosófica, bem como a eliminação de erros. Não há que ter medo de não ter razão, pois o melhor a que alguém que faça filosofia pode aspirar é que as suas teses ou teorias e argumentos sejam alvo de rigorosas tentativas de refutação. Isso tipicamente é revelador do interesse que a comunidade filosófica nutre por tais teses ou teorias e argumentos.
5) Logo, pelo que atrás exponho, é altamente improvável que José Sócrates, por aquilo que se conhece, esteja interessado em praticar uma actividade em que a sujeição sistemática à crítica pública é uma condição necessária para a praticar, o que não parece ser manifestamente o caso. A menos que «se converta». Mas dada a sua reconhecida capacidade de simulacro, isso é tão plausível quanto eu me transformar num reputado microfísico do FMI… Ou seja, em síntese mesmo, fingir que se vai fazer filosofia não implica que se vá mesmo fazer filosofia. Logo, a actividade por si mesma continuará intacta. Quanto a José Sócrates? «Je ne le sais pas. Mais philo… c’est trés, trés improbable, sauf si lá condition suivante se verifie: si me changeais en microphisicien du FMI…» 😉
Junho 11, 2011 at 11:30 pm
Engraçadinhos, o Paulo e o Calimero… Gostava de ver o que sentiriam se a coisa fosse estudar História para França 🙂
E quanto a Pinócrates, não há pardoxo nenhum: é mesmo mentiroso 🙂
Junho 11, 2011 at 11:39 pm
#1,
Se isso acontecesse, a História sofreria, mas talvez ele percebesse como se fazem os livros – pelo menos os bons – que prezam a Memória.
Junho 11, 2011 at 11:45 pm
A ele cresceu-lhe o nariz, a nós cresceu-nos a dívida, a desigualdade, o desemprego, a injustiça… a desesperança,
Junho 12, 2011 at 1:02 am
Caros Paulo e Calinero,
1) Para se fazer filosofia há ter genuíno interesse em determinado tipo de problemas, os quais não resolúveis por métodos formais (ex. típico da matemática) nem por métodos empíricos, típicos das outras ciências: física, química, biologia, história, psicologia, etc.
2) Para tentar resolver um problema tipicamente filosófico há que testar várias teses ou teorias. Para isso há que as tentar apoiar em argumentos, fazendo ainda esclarecimentos conceptuais relevantes. E as teses ou teorias e argumentos devem ser testados. Como? Através de objecções, tentando encontrar contra-exemplos e contra-argumentos. Caso se consiga encontrar refutação para tais objecções, é racional continuar a defender a tese ou teoria de partida, ainda que esta tenha, não raro, de ser revista. Caso contrário, deve-se ter a seguinte atitude: considerar a tese ou teoria falsa ou implausível. Se assim for, há que abandoná-la ou então revê-la, tentando encontrar uma versão mais robusta, ou encontrar novos argumentos que tentem justificar a posição de partida.
3) Para se fazer o que refiro em 1) e 2) há que estar genuinamente interessado em descobrir verdades e presumir um cepticismo metódico, pois por muito boas razões que tenhamos para sustentar a tese ou teoria T, podemos estar errados. E a razão é simples: não somos omniscientes e só expondo-nos humildemente à discussão pública de ideias poderemos com maior rigor, clareza e criatividade testar essas mesmas ideias ou teses ou teorias T. Mas isso só é possível ser feito se tivermos a mente aberta a admitirmos que estamos errados quanto a T, caso nos sejam apresentadas melhores razões que refutem (mesmo que parcialmente) T ou se forem apresentadas outras teses ou teorias alternativas mais plausíveis.
4) Em síntese, para se fazer filosofia há que assumir riscos, a começar pelo risco das nossas melhores teses ou teorias estarem erradas. A descoberta de verdades é o objectivo máximo da discussão filosófica, bem como a eliminação de erros. Não há que ter medo de não ter razão, pois o melhor que alguém que faça filosofia pode aspirar é que as suas teses ou teorias sejam alvo de rigorosas tentativas de refutação. Isso tipicamente é revelador do interesse que a comunidade filosófica nutre por uma tal tese ou teoria.
5) Logo, pelo que atrás exponho é altamente improvável que José Sócrates, por aquilo que se conhece, esteja interessado em praticar uma actividade em que a sujeição sistemática à crítica pública é uma condição necessária para a praticar, o que não parece ser o caso. A menos que «se converta». Mas dada a sua reconhecida capacidade de simulacro, isso é tão plausível quanto eu me transformar num reputado microfísico do FMI… Ou seja, fingir que se vai fazer filosofia não implica que se vá mesmo fazer filosofia. Logo, a actividade por si mesma continuará intacta. Quanto a José Sócrates? Je ne le sais pas. Mais philo… c’es trés, trés improbable.
Abraço não socratino!
Junho 12, 2011 at 1:04 am
#4 Digo, “c’est”. Quando aos demais erros… sejam caridosos. Ou não 🙂
Junho 12, 2011 at 4:02 pm
# 1:
Desde que não faça aos arquivos e bibliotecas o que fez às finanças públicas, pode estudar História onde e durante o tempo que quiser.
Mas se ele é tão bom a transformar currais de vacas em maisons, por que raio há-de ir estudar Filosofia.
Por acaso pensará que a Faculdade de Filosofia tem alguma semelhança com a imagem grega de homens semi-nus…, ou uma espécie de sauna mais ou menos masculina?…
Junho 12, 2011 at 6:33 pm
Vai passar a ter mais uma coisa em comum com o Sócrates original – também não vai escrever nada.
Junho 12, 2011 at 7:39 pm
Agora se percebe por que razão este pais não sai da “capa torta”. Tanta gente inteligente a esbanjar a inteligência com alguém insignificante. Ou então porque não conseguem ver para lá dele mesmo.
Junho 12, 2011 at 8:06 pm
Substitua-se #4 por este:
Caros Paulo e Calinero,
1) Para se fazer filosofia há que ter genuíno interesse em determinado tipo de problemas, os quais não são resolúveis por métodos formais (ex. típico da matemática) nem por métodos empíricos, típicos das outras ciências: física, química, biologia, história, psicologia, etc.
2) Para tentar resolver um problema tipicamente filosófico há que testar várias teses ou teorias. Para isso há que as tentar apoiar em argumentos, fazendo ainda esclarecimentos conceptuais relevantes. E as teses ou teorias e argumentos devem ser testados como? Através de objecções, tentando encontrar contra-exemplos e contra-argumentos. Caso se consiga encontrar refutação para tais objecções, é racional continuar a defender a tese ou teoria de partida, ainda que esta tenha, não raro, de ser revista. Caso contrário, deve-se ter a seguinte atitude: considerar a tese ou teoria falsa ou implausível. Se assim for, há que abandoná-la ou então revê-la, tentando encontrar uma versão mais robusta, ou encontrar novos argumentos que tentem justificar a posição de partida.
3) Para satisfazer o que refiro em 1) e 2) há que estar genuinamente interessado em descobrir verdades e presumir um cepticismo metódico pois, por muito boas razões que tenhamos para sustentar a tese ou teoria T, podemos estar errados. E a razão é simples: não somos omniscientes e só expondo-nos humildemente à discussão pública de ideias poderemos com maior rigor, clareza e criatividade testar essas mesmas ideias ou teses ou teorias T. Mas isso só é possível ser feito se tivermos a mente aberta a admitirmos que estamos errados quanto a T, caso nos sejam apresentadas melhores razões que refutem (mesmo que parcialmente) T ou se forem apresentadas outras teses ou teorias alternativas e argumentos mais plausíveis.
4) Em síntese, para se fazer filosofia há que assumir riscos, a começar pelo risco das nossas melhores teses ou teorias estarem erradas, tal como dos nossos melhores argumentos apesar de válidos, poderem não ser sólidos (válidos e com premissas verdadeiras) e cogentes (sólidos e a plausibilidade das suas premissas ser maior do que a plausibilidade das respectivas conclusões). A descoberta de verdades é o objectivo máximo da discussão filosófica, bem como a eliminação de erros. Não há que ter medo de não ter razão, pois o melhor a que alguém que faça filosofia pode aspirar é que as suas teses ou teorias e argumentos sejam alvo de rigorosas tentativas de refutação. Isso tipicamente é revelador do interesse que a comunidade filosófica nutre por tais teses ou teorias e argumentos.
5) Logo, pelo que atrás exponho, é altamente improvável que José Sócrates, por aquilo que se conhece, esteja interessado em praticar uma actividade em que a sujeição sistemática à crítica pública é uma condição necessária para a praticar, o que não parece ser manifestamente o caso. A menos que «se converta». Mas dada a sua reconhecida capacidade de simulacro, isso é tão plausível quanto eu me transformar num reputado microfísico do FMI… Ou seja, em síntese mesmo, fingir que se vai fazer filosofia não implica que se vá mesmo fazer filosofia. Logo, a actividade por si mesma continuará intacta. Quanto a José Sócrates? «Je ne le sais pas. Mais philo… c’est trés, trés improbable, sauf si lá condition suivante se verifie: si me changeais en microphisicien du FMI…» 😉
Junho 12, 2011 at 8:46 pm
# 7:
Mas há uma grande diferença entre os dois: Sócrates, o grego, era homossexual, e apreciava jovens infantes, efebos.
Como é sabido, Sócrates, o tuga, depois da Câncio arrajou 3 ou 4 pretendentes, femininas.
Junho 12, 2011 at 8:50 pm
Essa marca distintiva do Sócrates grego ser homossexual, tem que se lhe diga.
Junho 12, 2011 at 11:27 pm
#9 Leia-se
“Je ne sais pas”; caso contrário é francês socratino e, claro, não é, nunca foi e provavelmente nunca será impek. 🙂