… e, se possível, ter o  mínimo de riscos para os “lutadores”. Porque a guerra é a guerra, mas aleijar-se custa. É o que me suscita esta reacção do Advogado do Diabo no Proflusos a uma proposta que fiz ontem de passagem.

É a mesma lógica dos “lutadores” que aceitam ser tudo e mais alguma coisa, porque “é o que está na lei” e “podem existir consequência”.

Com “lutadores” destes, o Otelo tinha entregue um requerimento em papel selado de 35 linhas para planear o 25 de Abril e o Salgueiro Maia tinha feito outro para vir de chaimite até Lisboa.

É por estas e por outras, que hoje não fiz greve por obediência fundamental ás minhas tripas e ossos que, eu nunca o deveria ignorar, me dizem sempre o que não devo forçar-me a fazer. Quando não lhes obedeço é que fico mal comigo mesmo.

De que adianta ir para “lutas”, quando ao lado temos quem se atira para a primeira cova, ao risco de um tirinho que faça dói-dói?

Mas aposto uma coisa: o tão legalista Advogado do Diabo quase certamente achará que é inútil contestar a constitucionalidade dos cortes salariais. Nesse caso, argumentará ao inverso de hoje, mas isso é a marca d’água de muita gente.

Até hoje tomei decisões incómodas e desalinhadas com o formalismo do aparato legislativo do ME (caso dos OI, desde o 1º momento e da própria FAA), mas nunca me passou pela cabeça bater em retirada se me ameaçassem com algum procedimento disciplinar. Aliás, transmiti isso a quem de direito, em devido tempo. Quem anda à chuva molha-se. Eu sei disso. Outros sabem disso, mas preferem as pantufas secas e o refúgio atrás de siglas que desresponsabilizam os indivíduos em virtude de decisões do colectivo.

Ao contrário do que diz o Advogado do Diabo, quem não é responsabilizável é toda aquela série de gente quem nem sabemos quem são, mas decidem o que se convoca ou não. Eu, em nome individual, sou responsabilizável. Até que invente um colectivo.