A entrevista de Maria de Lurdes Rodrigues ao Expresso de hoje revela como, afinal, a ex-ministra ficou imbuída daquele providencialismo típico de quem pensa que, por sua acção, se poderia ter regenerado uma nação, não fosse o raio das pessoas não concordarem.

Repete muito do que disse durante cinco anos, ao ponto de se ter convencido dos seus erros. Em nenhum momento consegue admitor que se possa ter enganado na substância ou na forma.

Não vale a pena retirar muitas citações para as contraditar. Vou apenas usar, neste post, uma para demonstrar como MLR se sente hoje distante das teorias libertárias e igualitárias que a acompanharam até bem dentro da siua idade adulta. Provavelmente, ela achará que os professores são umas ciranças crescidas que, tal como os alunos, sentem que têm todos direito ao sucesso.

Acho que há uma enorme resistência da maioria dos professores e dos sindicatos à diferenciação e, portanto, tudo o que forem mecanismos de diferenciação vão ser sempre rejeitados. O que correu mal foi isso. A avaliação até mpode existir, desde que não distinga. Os professores preferem este sistema, que dá maior segurança a todos: são todos iguais, nenhum é melhor do que o outro nem nenhum manda em ninguém.

Isto é factualmente inexacto. Infelizmente. Se fosse completamente verdade seria um oásis de solidariedade e fraternidade numa sociedade imensamente desigual.

Se fosse acompanhado por um sentido individual de ética, este seria o melhor dos mundos (profissionais), onde todos se sentissem iguais em deveres e direitos perante a sua função.

Maria de Lurdes Rodrigues cresceu, já não acredita em utopias, mas elas assombram-na. Ainda as entrevê nos outros e, demonizando-as, tenta exorcizar as crenças que já teve e que lhe são agora incómodas.

Os professores não são como ela os idealizou. Infelizmente, repito.

Tomara…