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Este caso é formalmente o primeiro em que o ME toma de assalto uma escola, a coberto de uma legalidade duvidosa (afinal as leis do estado Novo, enquanto leis, também eram todas legais).

Não me parece que vá ser caso único.

Mas vai ser, certamente, um momento simbólico de todo este processo.

Repescando alguém sem qualquer experiência de gestao escolar, trazido de fora e sem qualquer ligação À Escola, o Director-Regional de Educação de Lisboa deu o primeiro passo num processo de tomada anti-democrática do poder nas Escolas onde nem todos os seus desejos são ordens imediatas.

A norte também se desenham situações similares.

Mas neste momento foi o Agrupamento de Santo Onofre, nas Caldas Rainha, o escolhido para servir de exemplo aos desobedientes.

Mas isto pode funcionar para os dois lados: pode intimidar, mas também pode acicatar.

É verdade que tudo isto acontece em período de interrupção lectiva e com um a capacidade de mobilização dos docentes, a nível local mas não só, mais reduzida.

Mas, de qualquer modo, este é o primeiro sinal do ME quanto ao uso da força bruta para dominar focos de incómodo. E perante isto impõe-se resistir.

E aconteceu no exacto momento em que MLR se foi auto-elogiar ao Parlamento.

Faz lembrar outro tipo de  episódios.

Não é de hoje que acho que a aceitação tácita da abertura a tomadas de poder deste tipo nas Escolas começou com a aceitação da constituição dos Conselhos Gerais Transitórios.

Neste momento, atacar um, duas, dez escolas ainda é possível ou viável.

Atacar 100 ou 200 teria sido impossível.

Resta saber o que pensam fazer todos aqueles que afirmam estar contra este modelo de gestão, mas estão a aceitá-lo tacitamente. Até com as melhores razões. Mas de boas intenções…