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Eu acho injusto que se critique o líder da Confap por querer que as escolas estejam abertas, mesmo que seja 25 horas por dia, 8 dias por semana.

Muito menos que se coloque em causa a sinceridade das suas posições que, de outra maneira, poderiam ser consideradas terceiro-mundistas e completamente a despropósito em comparação com a prática dos países mais desenvolvidos do centro e norte da Europa.

Muito menos que se lhe aponte que este modelo visa tornar o Estado como guardião das crianças do povo, em detrimento das sacrossantas «famílias», Deus nos livre e guarde que façamos alguma coisa contra elas, nomeadamente as que se acoitam sob a asa protectora do seu grande farol.

Porque Albino Pinto de Almeira faz a defesa destas posições de forma que se sabe pessoalmente desinteressada.

Vejamos:

  • APA, que saibamos, afirma-se consultor, logo é mais que certo que não é proletário globalizado, sujeito a horários de trabalho deprimentes, pois se considera que terá compromissos laborais libertos de constrangimentos muito rigídos, o que lhe permitirá recolher a sua prole em devido tempo, sem necessidade de a deixar doze horas entregue a outrem.
  • APA, que saibamos, não tem crianças em idade de ser recolhidas obrigatoriamente pelos progenitores, pelo que a sua defesa de uma escola aberta de par em par à espera que os pais possam cumprir 10 horas ou mais de trabalho diários (sem contar com deslocações) é perfeitamente altruísta e apenas a pensar nos outros.
  • APA, que saibamos, já não tem educando(a)s no sistema público de ensino básico pelo que este seu denodo constante pelo aprimoramento do dito sistema lhe é ditado pelo mais nobre desejo de, aperfeiçoando a Escola, aperfeiçoar a Sociedade e o País, elevando todos a patamares de excelência só imagináveis em utopias ridentes.

Fosse eu, reles zeco, com criança em trânsito entre o pré-escolar e o 1º CEB em agrupamento já a rebentar pelas costuras de tão bem planeado e metade do casal sem saber onde ficará a trabalhar e em que termos no próximo ano lectivo, seria motivo para se pensar que estava a pensar em interesses próprios.

No caso de APA, nunca, por nunca ser, pois tudo é em defesa dos interesses de outros que não os seus, como acima se demonstrou em três tempos.

É, pois, injusto, que lhe tenham colocado uma setinha virada para baixo.

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