Caríssimos:
Este foi o mail que enviei à minha antiga orientadora de estágio agora excelsa deputada pelo PS. É uma das deputadas, que apesar de professora, apoia esta avaliação.
Rosalina:
Parabéns! Já vi que alguns anos no Parlamento te fizeram esquecer o que era ser professora. É triste ver que outros “valores mais altos se levantam” (se é que ainda reconheces a citação, pois esses ares poluídos de S. Bento perturbam os espíritos). É pena que os anos que aí passaste te permitam a reforma sem teres que voltar a dar aulas! Seria bom reencontrar-te na escola a ser sujeita a esta avaliação que tanto defendes. Eu continuo a mesma! “Homem de um só parecer, de uma só fé, muitas coisas pode ser mas homem da corte não é.” (esta vou-te dizer de quem é pois podes não chegar lá sozinha: Sá de Miranda).Ana Maria Bonifácio
(Escola Secundária de Barcelos)
Janeiro 11, 2009 at 8:52 pm
Essa coisa de ser homem de um só parecer, de uma só fé… Que coisa perigosa! Parece tirada do diário de Salazar!
Ficamos é sem perceber qual a avaliação em que deveremos ter fé.
Janeiro 11, 2009 at 9:41 pm
🙂
Janeiro 11, 2009 at 10:18 pm
O idiota #1 seria uma péssima referência para os seus alunos, acaso os tivesse.
Cata-vento!
Janeiro 11, 2009 at 10:45 pm
De novo agradeço à minha colega Ana Bonifácio, mulher com o coração na boca e com eles no sítio!
E, de novo, orgulho-me de mais um exemplo saído da minha escola 😉
Janeiro 11, 2009 at 11:10 pm
Deus do céu! Tão bem dito que até dói!…
Parabéns pela coragem e frontalidade!
Janeiro 11, 2009 at 11:10 pm
A indignação é necessária, mesmo imprescindível. É preciso fazer crescer a indignação para com estes oportunistas, incompetentes, arrogantes, mesquinhos, traidores, … e mailessas coisas todas que estais a pensar!
Janeiro 11, 2009 at 11:11 pm
A Secundária de Barcelos é um espectáculo!
Janeiro 11, 2009 at 11:24 pm
Orgulho-me de ter sido professora na Secundária de Barcelos. Escola fantástica, com colegas fantásticos!
Janeiro 11, 2009 at 11:53 pm
Congratulo-me com a coragem da minha colega Ana! Parabéns!!!
Janeiro 12, 2009 at 1:03 am
Vinte escolas suspenderam avaliação em dois dias
PEDRO VILELA MARQUES
Só em dois dias, 20 escolas de todo o País aprovaram a suspensão da avaliação do desempenho. As moções foram decididas entre terça e quarta-feira , logo a seguir à publicação do decreto de simplificação da avaliação, que impõe prazos para a calendarização do processo.
Segundo os representantes dos professores, esta segunda vaga de suspensões vai engrossar nos próximos dias, o que mostra que os docentes não desarmam face às ameaças do Governo de abertura de processos disciplinares.
Para o secretário-geral do Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (Sindep), as duas dezenas de escolas de todo o País que decretaram a suspensão do processo, ao arrepio daquilo que são os prazos legais do Governo, são já muito significativas. “Estamos a falar de moções aprovadas em apenas dois dias, e que ainda assim representam só o começo da resistência, que vai tomar ainda maiores dimensões”, garante ao DN Carlos Chagas.
“Os professores sentem que têm o direito à indignação através dos meios legais”, diz João Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação, que reconhece que a ameaça de processos disciplinares gerou “algum medo nas escolas, embora não existam razões para isso” (ver caixa).
Já José Grilo Santos, presidente do Agrupamento de Escola de Sequeira, na Guarda, o primeiro nesta fase a decretar a suspensão da avaliação, reconhece que os conselhos executivos pouco têm a fazer se os professores não quiserem aplicar o actual modelo. Mas “no caso das escolas do nosso agrupamento, todos os professores aprovaram a suspensão, mostrando uma enorme firmeza”.
Apesar de já considerarem este números relevantes, os sindicatos esperam que a lista das escolas a pedir a suspensão aumente de forma significativa a partir de terça feira, dia de reflexão nas escolas. “Essa será uma data decisiva, porque os professores vão poder reunir nas escolas e votar novas moções”, frisa o secretário-geral do Sindep. “Até final do mês, altura em que acaba o prazo para entregar os objectivos individuais, ainda temos tempo para informar os professores e organizar a luta”, considera Carlos Chagas.
Já Mário Machaqueiro, da Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino, defende que “a dispersão geográfica das escolas que aprovaram a suspensão – lista que inclui a Infanta Dona Maria, em Coimbra, o Agrupamento de Sequeira, na Guarda, a Secundária D. Sancho, em Famalicão ou o Agrupamento de Escolas de Santo Onofre, nas Caldas da Rainha – é muito importante”. Para o professor revela “que o movimento está em crescendo, depois da primeira vaga de suspensões, anterior à simplificação do modelo”.
Ilídio Trindade, do Movimento Mobilização e Unidade dos Professores, confirma que o dia 13 será decisivo na luta contra a avaliação, mas defende que a partir de agora é preciso começar também a fazer a contabilização professor a professor, e não apenas das escolas que aprovam a suspensão: “É que, mesmo se tivéssemos o caso de todas as escolas apresentarem os objectivos individuais, haveria ainda assim muitos professores que não o fariam e continuavam a resistir. Poderiam até ser a maioria. E é preciso fazer essa contabilidade”. Este número seria recolhido em conjunto com os sindicatos e através de informações dadas directamente por aqueles que se recusem a ser avaliados.
http://www.dn.sapo.pt/2009/01/10/sociedade/vinte_escolas_suspenderam_avaliacao_.html
Janeiro 12, 2009 at 10:19 am
A deputada Rosalina representa bem a corte socratina: uns medíocres a quem não repugna destinar aos outros aquilo de que trataram de se livrar a eles próprios.
Vão-se safando porque ainda há muitos que votam neles.
Ou, como dizia Maquiavel, quem engana encontra sempre quem se deixe enganar.
Janeiro 12, 2009 at 10:19 am
Haja alguém teimoso até ao fim…
Janeiro 12, 2009 at 1:31 pm
Com isto só me apetece emigrar, mas as 58 velas já apagadas não me deixam.
Janeiro 12, 2009 at 1:49 pm
Não é corte socretina que se deve dizer…o mais apropriado, penso eu: é “Só Cretinos”!
Os meus parabéns a quem não teme falar, como é o caso da colega Ana Maria.
Janeiro 12, 2009 at 7:57 pm
Ana Maria Bonifácio:
Parabéns! Mas daqueles a sério!
Janeiro 12, 2009 at 8:09 pm
Parabéns à colega.
Todos – TODOS – DEVERIAM MANIFESTAR A SUA INDIGNAÇÃO!
E, infelizmente, neste país o que não falta são motivos para a indignação!
Duvido que a colega receba alguma resposta…afinal, como já alguém mencionou anteriormente, a srª deputada não deve ter intenção de voltar a pôr os pézinhos numa sala de aula… e logo no parlamento, onde (para além das faltas por trabalho político…, não têm horários e até assinam e vão embora…)se assume que os deputados possam faltar nas sextas-feiras para estar com as suas famílias, por trabalho político… Vai lá, vai…
Janeiro 13, 2009 at 1:33 pm
Caro José nº1:
Espero bem que não seja professor, pois é lamentável não ter compreendido a citação. Como referi é de Sá de Miranda. Passo a explicar: É um escritor do século dezasseis, responsável, com António Ferreira, pela introdução do Classicismo em Portugal e por isso influenciados da obra camoniana. Só por isto o seu nome deveria ser reconhecido por quem tivesse um mínimo de cultura. A citação em causa é de uma das suas epístolas (nome “erudito” para as “normais” cartas de correio), onde justifica o facto de se ter retirado para a sua quinta, longe da corte, por não conseguir aguentar a hipocrisia e o “lambe- -botismo” necessário para se viver nesse ambiente. O que ele quer dizer com “Homem de um só parecer, de uma só fé” é que um Homem integro, honrado, leal, incapaz de renegar valores como Honra, Justiça, Verdade, incapaz de pensar uma coisa e ter de dizer ou fazer outra para agradar e ter o seu lugar garantido junto ao poder, pode ser tudo mas definitivamente não pode ser um “Homem da Corte”, pois para isso teria de abdicar desses valores. Como vê nada está mais distante da cartilha salazarista e só por ignorância ou má-fé se poderia dar essa interpretação.