Do Diário do Minho de hoje, enviado pelo autor:
Há atitudes intoleráveis dentro de uma sala de aula
A sala de aula é a razão de ser de uma escola. Tudo converge para ela e todos os agentes educativos conhecem bem o seu papel como local privilegiado de interacção pessoal. O grupo/turma e os professores são os seus principais actores no desenrolar de todo o acto educativo, mas há sempre uma forte pressão exterior na relação interpessoal que poderá influenciar todo o processo para o bem ou para o mal. A turma, sendo a unidade organizacional mais pequena de uma escola, constitui o elemento fundamental de uma instituição escolar em que os professores e alunos desempenham papéis complementares de ensinar e de aprender. Os restantes actores sociais (pais/encarregados de educação, auxiliares de acção educativa, poder político e sociedade em geral) são um peso muito forte nesta relação bilateral que deve ser sempre interventiva, mas dialogante, nunca actuando unilateralmente, impondo princípios sem ouvir os verdadeiros intervenientes no processo.
O que fazer? Há três dimensões que devem estar sempre presentes num professor: científica, pedagógica e humanista, numa perspectiva dinâmica e integrada, tendo em conta todos os participantes no processo educativo. A sala de aula não deve ser desprestigiada com actos que a banalizam constantemente, desautorizando os professores e ridicularizando o real papel do aluno. Já é tempo de se perceber que atitudes dessas não dignificam nada a escola, nem os alunos e será um pesadelo para a vivência em sociedade. O acto educativo está a ser verdadeiramente valorizado? Não é tempo de pensarmos bem nisso e actuarmos em conformidade? Vamos deixar de fazer dos prevaricadores uns “coitadinhos”, pois passam sempre incólumes a qualquer acto de indisciplina.
Pais e sociedade em geral, ajudem a combater este flagelo que corrói, em muitos casos, silenciosamente o sistema de ensino em Portugal. Vejam o que está mal e ajudem a corrigir. Não acham que os CEF,s estão a causar grandes problemas nas escolas? A via profissional é muito importante, mas há que criar condições para que estes cursos funcionem devidamente, por exemplo, em espaços diferentes com os materiais necessários e não nas instituições que todos frequentam. A exigência, nesta área, também é fundamental, educando os alunos para a cidadania e qualificando-os, sobretudo na parte prática, para que fiquem bem habilitados para o mercado de trabalho que um dia os espera. E as aulas de substituição não terão que ser revistas? Seria muito mais útil haver ofertas nas escolas (sala de convívio, salas de estudo, ludotecas, clubes…) e cada aluno escolheria o melhor para si. Não seria melhor do que passarem esses tempos contrariados nas salas de aula? Por que razão não se criam bolsas de professores, como acontece noutros países, para haver a possibilidade de se convidar docentes da mesma área para darem continuidade à matéria naquelas faltas previsíveis? Assim havia resultados positivos, caso contrário, poderão funcionar como focos de actos de indisciplina. Tantos professores desempregados que receberiam de bom grado esta medida!
O infeliz episódio da escola do Cerco, no Porto, no dia 18 de Dezembro, em que foi apontada uma pistola de plástico à professora de Psicologia, exigindo-lhe nota positiva, é bem o protótipo de cenas verdadeiramente chocantes que acontecem, hoje, nas escolas e que não são comunicadas. As afirmações da Directora Regional de Educação do Norte, que denominou aquele acto como uma “brincadeira de mau gosto”, foram, a meu ver, muito infelizes, porque não podemos chamar brincadeira a um acto que poderia ter consequências muito mais graves. Já foi desviado um avião com uma pistola de alarme, podemos chamar a isso brincadeira de mau gosto ou um crime punível perante a lei? Quando os alunos desrespeitaram a Ministra também foi brincadeira de mau gosto? É evidente que não, porque são atitudes reprováveis e condenáveis numa sociedade livre e democrática.
Colegas, nunca tenham receio de denunciar os casos de indisciplina na sala de aula, não esperem que a Internet os divulgue, porque o caso da escola do Cerco e do Carolina Michaelis ficaram conhecidos por uma via que criminaliza ainda mais esses transgressores que andam nas escolas com objectivos desestabilizadores e que devem ser combatidos. Há certos casos de violência escolar que deviam ser denunciados ao Ministério Público. O Procurador-Geral da República tem sido um grande defensor no combate a estas situações que não podem continuar a existir. Parabéns pelo seu empenho, pois são actuações justas e que dignificam o cargo que ocupa.
* Professor da Escola Monsenhor Elísio de Araújo – Pico de Regalados – Vila Verde – Braga
Janeiro 2, 2009 at 11:46 am
E que tal, ( não quero provocar uma fúria colectiva ), irem visitar alguns privados e mandarem alguns professores estagiar por lá? Mesmo sabendo que NUNCA seriam contratados nalguns deles.
Assim como assim, ando a fazer contas. Chatices, aturar a sobranceria de algum corpo docente incompetente e simplesmente arrogante, critérios de ensino, de avaliação aberrantes, indisciplina, baixo rendimento real, ( as notas não me dizem nada quando, exemplo, uma aluna que quer ir para Artes o ano passado era fraca para o professor e este ano, noutro liceu é dada como excelente, tipo 2 para 5 ), desinteresse evidente e falta clara de preparação e formação em muitos docentes, fraquinhos, fraquinhos, a esconderem o que não ensinam com a mania de educar, dinheiro para explicadores privados, assim como assim, ando a fazer contas a ver se é desta que mando a minha para o Colégio Alemão.Vai ser complicado que no privado isto mau de finanças, mas a ver vamos. Talvez consiga. Uma chatice é depois ter de continuar a pagar a Escola Pública e a máquina adjacente. Pois é. Sem azedume, em tom de desabafo. Se calhar, como eu, andam muitos pais a fazer as mesmas contas.
Abraço Guinote.
Janeiro 2, 2009 at 12:02 pm
“E que tal, ( não quero provocar uma fúria colectiva ), irem visitar alguns privados e mandarem alguns professores estagiar por lá?”
Em mim não provoca fúria nenhuma. Todos os dias vou a um deles. A solução é, sobretudo, a disciplina, organização e a graaande participação dos EE na educação dos seus filhos. Nada mais.
A maior parte daqueles professores dos meus filhos não são melhores professores do que eu…
Janeiro 2, 2009 at 12:17 pm
Concordo inteiramente com o comentário anterior.
ME, sindicatos e professores acabaram por “enterrar” a escola pública. Verdadeiramente, a maioria das pessoas que contribuíram para esta confusão a que chegámos, nunca se importaram com ela. o seu sossego, o corporativismo (no pior sentido), o eleitoralismo e a partidarice estiveram sempre em primeiro lugar. Não deu em nada e a escola pública ficará para os pobres, que – tivemos alguns de nós esta ilusão – têm todo o direito a uma boa escola, pois numa sociedade de informação não sairão da sua pobreza com esmolinhas. Quem conhece bem as privadas boas percebe porque é que a classe média as vai preferindo: sem eduquês e conflitos, são lugares sossegados para se aprender. Cá fora as escolas (na sala de aula e fora dela) são cada vez mais lugares de luta, às vezes com seres do nosso imaginário. Agora, a pretexto de uma avaliação mal concebida ocuparam tudo, encheram jornais, tvs, blogs… Diria Freud, o retorno do recalcado.
Pobre país este, que continua a lutar contra sombras em vez de tratar do seu futuro. Como disse há dias um comentador (de esquerda, não um reaccionário)o pós 25 de Abril destruiu a escola pública (republicana, laica…) o que nem o fascismo conseguiu fazer.
Mas continuemos a lutar. Não é esse o sentido das nossas vidas? Não foi essa a doutrinação marxista? de vitória em vitória, até à derrota final…
Janeiro 2, 2009 at 12:18 pm
concordo inteiramente com os 2 comentários anteriores
Janeiro 2, 2009 at 12:19 pm
ou seja, com o 1 e 2, claro.
Janeiro 2, 2009 at 12:21 pm
Peço desculpa pelo erro. Não reli ” a maioria das pessoas que contribuiu para esta confusão a que chegámos nunca se importou com ela.”
Janeiro 2, 2009 at 12:26 pm
O cerne da questão – relativamente ao comentário 1 – não se encontra nos professores, mas no conjunto de alunos que frequentam alguns estabelecimentos (no privado é feita uma selecção elitista, no público temos a “escola de massas”)e na verdadeira autonomia que os directores de colégio possuem. Recordo uma expulsão, ainda não muito antiga, ocorrida num colégio onde um amigo lecciona: os pais do aluno foram convocados e, não tendo votado atenção ao facto, tiveram de lidar com a opção de mudança de colégio (acredito que terão tido dificuldade em consegui-lo, dado o relatório que passou a constar do processo). No público, tal medida seria impossível e o mais provável seria um crescendo de indisciplina.
Também sei de um colégio da zona, muito prestigiado quanto a resultados, que passou a ter um conjunto de professores menos experiente nos últimos anos (sendo os professores de escalão mais baixo, a despesa com o seu vencimento é bem-vinda para a “saúde financeira” do colégio).
Enquanto não houver em alguns estabelecimentos políticas eficazes de disciplina – e a legislação em vigor é também um obstáculo – haverá, em zonas ditas problemáticas, formas de retirar qualidade e rigor ao quotidiano das escolas.Esta constatação não se trata de um “lamento de braços cruzados” e não invalida que os professores não pensem de modo organizado estratégias para inovar e melhorar. No entanto, os normativos continuam a ser – e cada vez mais – um empecilho à implementação dos comportamentos desejados com vista a uma aprendizagem efectiva.
Para além do referido, enquanto os alunos não encontrarem na escola um sentido social para o estudo “para quê frequentar um CEF ou um curso regular que serão passaporte para o desemprego?”, a disciplina não será também para eles uma prioridade.
Pergunte-se aos professores que recebem, no 10º ano, alunos vindos do privado, se os mesmos se distinguem dos que fizeram o percurso escolar no público até esse ano de escolaridade, a questão não é linear, havendo “de tudo”.
Seria importante que os eleitores se apercebessesm que não depende dos professores o emprego precário e a falta de perspectivas futuras, situação que explica a tão propalada “crise” – discordo do termo – da escola embora saibamos, como sempre se tem dito que, em todos os sectores, há melhores e piores profissionais.
Janeiro 2, 2009 at 12:26 pm
#3,
A maior parte dos colegas da minha filha são filhos de professores… Isso diz tudo.
Janeiro 2, 2009 at 12:27 pm
Ainda sou do tempo em que na escola pública só passava quem sabia, ainda sou do tempo em que uma colega já reformada dava mais de 50 % de negativas a Português e os PAIS aplaudiam, porque era sinal de ser boa professora, agora sou do tempo em que dar mais de 50% de negativas tem de explicado num relatório ou deixar a justificação para as negativas, agora sou do tempo em que na sala de aulas não se respeita o professor, já fui do tempo em que os alunos respeitavam o professor e assim os E.E., hoje sou do tempo em que o E.E. entra pela sala de aulas e pede explicações pelo facto de um telemóvel desaparecido da sua ou seu educando…Sou do tempo em que os E.E. batem nos professores, fui do tempo em que os E.E. batiam nos filhos por culparem os professores…
A estatística, os resultados de Piza, e mais pizarias estão a ser cozinhadas.
Janeiro 2, 2009 at 12:31 pm
#8,
Há filhos de professores de Matemática, História, F.Q., Biologia, Português, Inglês, 1º ciclo… Um pouco de tudo.
Professores que conhecem bem a realidade das escolas públicas.
Janeiro 2, 2009 at 12:33 pm
Já trabalhei num colégio onde os alunos faziam três provas de admissão: Português, Matemática e EF.
Os que entram para este colégio não têm nada a ver com os nossos alunos da Escola Pública.
Janeiro 2, 2009 at 12:35 pm
Olinda, miúdos de 5º ano querem ter boas notas, e lutam por elas. Onde é que vês isso na escola pública? Isso já era.
Talvez na pública do nosso tempo…
Janeiro 2, 2009 at 12:36 pm
Já agora chamaria a atenção, que nas escolas privadas, e nomeadamente a Alemã. não existe as famosas disciplinas não curriculares, e o tempo de permanência na escola é menor do que na pública.
Janeiro 2, 2009 at 12:39 pm
Gata já mostraste à Gatita o post sobre a Formação de Portugal?
Janeiro 2, 2009 at 12:39 pm
#13,
Afirmativo.A minha filha não aquelas disciplinas chamadas de “oferta de escola”. Entra às 8.30h e às 16h já saiu. À 6ª feira só tem aulas de manhã, até às 13h.
Janeiro 2, 2009 at 12:40 pm
Ainda não mostrei. Vai ser mais logo.
Janeiro 2, 2009 at 12:40 pm
#16,
….resposta à Olinda.
Janeiro 2, 2009 at 12:42 pm
O 1º Fax não é burro! Por isso os filhos estão na escola Alemã!!!!!!!!!!!!!!!!
Janeiro 2, 2009 at 12:44 pm
#18,
Bruxo!! Não caem Faxes do céu todos os dias!
Há-que pensar o futuro.
Janeiro 2, 2009 at 12:44 pm
Parabéns ao colega Salvador de Sousa!
Janeiro 2, 2009 at 12:44 pm
O texto está MBom.
Janeiro 2, 2009 at 12:46 pm
#19 gata escondida
Olha que não sei. Pelo caminho que isto tá a andar deve ou deverá começar a existir faxes a cair do céu.
Bem aventurado o céu que abriu as portas aos faxes!
Janeiro 2, 2009 at 12:47 pm
Amén.
Janeiro 2, 2009 at 12:51 pm
Bom: eu leio, conheço daqui, ( blogo ), os profes que comentaram e que merecem crédito e só posso tirar uma conclusão: neste momento, para pais interessados e preocupados, a saída é o Privado. São Vocês mesmo a dizer da implosão da Escola Pública. Do embuste que nos vendem. Agora, estando de acordo no essencial com a Vossa opinião, só tenho 2 apontamentos a acrescentar:
São as Escolas e os C.E. quem afasta os pais atentos e preocupados de poderem participar. Só contam os ” valentes ” ou alguns outros que da escola pouco querem: notas, passagens e poiso diário para o filho. Muita intervenção e exigência por pais responsáveis e com formação, é evitada. Esta é a realidade que conheço.
Depois, Gata, temos outro problema. É que o Privado não vai continuar a ser só para ricos. Eu, como disse, estou a pensar mudar a minha filha, que até anda num ( teóricamente ) ” bom ” liceu. Acredita: sinto-me roubado. Eu devia ter uma escola Pública capaz. Até porque, no meu caso, financeiramente, ( não sou rico ), é-me muito muito complicado aguentar outra despesa. Resta que devo poder dispensar os explicadores ou a manter-me parado, ( sou jornalista, recentemente dispensado, pois, outras guerras ), voltar para a Alemanha e dar a hipótese de um futuro à minha filha. Eu sei que isto implodiu. Agora: que fazer e como fazer. Aí sinceramente, na maioria dos casos, entre os profes, ( e percebo muito do que se passa, dei aulas 13 anos, país de cima abaixo, miniconcursos, licenciado sem via ensino, apenas o curso de Filosofia onde nem vagas há e onde miúdos saídos das fac’s me ultrapassavam ano após ano. Onde me formei, uma privada a sério, tive de fazer, mesmo vindo da Faculdade de Letras com média de 16, prova de admissão ), não encontro um discurso que aponte soluções. Se percebem.
Abraço a todos.
Janeiro 2, 2009 at 12:55 pm
#24 Acção Directa
Já tinha dito e volto a afirmar:
Eu não vou para uma escola mas para um Asilo…
Janeiro 2, 2009 at 12:55 pm
Janeiro 2, 2009 at 12:56 pm
Raiva: só penso, repito: penso, optar pela escola alemã por motivos familiares. A minha filha é alemã, veio para cá com 8 anos, e, infelizmente, não vejo futuro para ela aqui.
Aqui não há faxes. Era bom, lá está, que Vocês tentassem ouvir e perceber os pais que ( serão poucos, acredito ) também vos tentam ouvir. Os que merecem ser ouvidos.
Na boinha, abraço.
Janeiro 2, 2009 at 1:02 pm
#27,
Agora percebi as referências ao “Spiegel”…
Não há muita gente por aí a falar alemão.
Janeiro 2, 2009 at 1:07 pm
#27 Acção Directa
O Futuro não é só da sua filha, a qual sem conhecer respeito-a e a si também, o problema é o futuro de uma geração, e um deles o meu filho que está numa escola pública e nem sequer posso equacionar a hipótese de uma escola Alemã, primeiro porque aqui não existe e segundo porque não tenho capacidades económicas, apesar de ser titular ….
Janeiro 2, 2009 at 1:11 pm
Estes exemplos acima mostram aquilo que não é possível na Escola Pública, não há selecção possível nas escolas públicas do interior, onde são únicas no concelho ou na vila.
Janeiro 2, 2009 at 1:25 pm
Gata, Raiva, Olinda:
Eu estou no Porto. No liceu da minha filha, já o disse, teoricamente ” bom “, ( nos rankings, nem alemão tem como língua. Exemplar.Não há. Só inglês, normal, e o velho francês. Isso também me preocupa. Raiva, temos um problema comum, logo devemos ter preocupações comuns. Nem imaginas as contas que ando a fazer, a ver o que pode encolher ou esticar. O drama é esse, precisamente. O futuro dela, do teu e de todos os outros. Logo do País. Já chega de ” engenheiros “. Olinda: não há opção no Porto. Aquilo que é dado como bom, não chega, não vale realmente NADA.
( Gata: eu sou luso, pai, alemão, mãe. Saxão. De Dresden. E bem arrependido estou de ter voltado. Cresci lá, voltei, fui outra vez, voltei e pelo andar da carruagem, vou de vez ). Lolololol.
Janeiro 2, 2009 at 1:31 pm
Muito bem!
Janeiro 2, 2009 at 1:56 pm
Primeiro de tudo referir que respeito todas as opiniões que aqui são transcritas.
escola pública e escola privada são duas realidades completamente distintas e tentar compará-las nas suas virtudes e defeitos não passará de um exercicio intelectual que poderá, em parte frutificar em algumas orientações positivas. Para este efeito basta ler a evolução do sitema de ensino no pós 25 Abril. A propósito que Escola Pública existia antes do 25 de Abril, no tempo do faxismo.
È evidente que caso fosse possivel a cada pai colocar, em pé de igualdade, o seu filho quer no sector publico, quer no sector privado, qual pensam que seria a opção da maioria da população? E seria só pelos professores?
É evidente que existe corporativismo nos professores, assim como noutras profissões. E num Estado democrático isso é mau? O direito à greve e a participar na Organização Escolar não é Constitucional?
Claro que muita coisa está mal na Escola, e a culpa apesar de muito estrutural, no presente momento é Muito Conjuntural.
A título de foice, muito dos professores ditos fraquinhos, e acredito que os haja,não foram formados em instituiçoes publicas e muitos deles em Instituiçoes do Ensino Superior Privado deste pais, tendo por memória os escandalos no sector privado? Tendo recebido o respectivo canudo que os habilitou para a docencia.
Para terminar, alguem sabe quantos “milhares de ditos professores fraquinhos” foram necessarios formar á pressa e mandar para as trincheiras dos celebres barracoes do pais para formar/educar os milhares de alunos que entraram no sistema pelo aumento da escolaridade obrigatoria ate ao 9ª ano?
Tenho a certeza que alguns eram e são ainda muito fraquinhos, mas tenho a certeza que a maioria terá dado o seu melhor, no que de melhor sabia fazer.
Assim como temos que assumir os erros do passado, no que diz respeito à guerra do Ultramar, e não devemos esquecer os nossos mortos e feridos, como todos os governos tem assobiado para o ar; não devemos também esquecer a memória dos que lutaram e lutam ainda no sistema de ensino actual, por muito mal que ele nos pareça.
Como conclusão, o grande erro desta equipa ministerial é não respeitar a memória dos milhares de professores que morreram pela causa do ensino e que ainda hoje lutam nas trincheiras em que as salas de aula se tornaram, sem lhes fornecer o apoio material e retirando-lhes o apoio moral para fazer face aos inimigos do ensino, a “Indisciplina” e a ” Ignorancia”.
Janeiro 2, 2009 at 5:08 pm
Sem organização e disciplina não há ensino de qualidade. Nem no público nem no privado, nem na China nem no Burkina Faso!
O grande embuste actual é este: querer-se culpar os professores por causa do insucesso. Mas já não se culpam as pegagogias, o eduquês e as tretas da ciências da educação impostas por via políticas, a legislação permissiva à indisciplina, a ausencia de estabilidade curricular (que passa a vida a por e a tirar disciplinas e componentes horárias) que por arrastamento cria instabilidade no corpo docente, as sucessivas políticas educativas que demonstram ser erradas logo à partida, o laxismo endémico que acabou por entregar as escolas ao mando de pais interesseiros e alguns com posturas da e “peixeiro” ou de “mulher a dias”.
Essa a grande realidade.
Quanto à acusação de “espírito corporativo” à classe docente…meu Deus, vindo da parte de dertos sectores da nossa sociedade até dá vontade de rir. Por exemplo tamvez não haja classe mais corporativa que a do sector da comunicação social, onde inclusive se defendem com os meis que são apanágio da sua própria função: os orgão de comunicação!
Janeiro 2, 2009 at 5:26 pm
#34 ANTI-ROUSSEAU Diz:
“Sem organização e disciplina não há ensino de qualidade. Nem no público nem no privado, nem na China nem no Burkina Faso!”
Não posso esatr mais de acordo consigo!
1 – com escolas mal geridas e desorganizadas não há educação que aguente.
2 – se não se combater a indisciplina que prolifera pelas nossas salas de aula, mesmo com professores doutorados, as hipóteses de sucesso escolar real são reduzidas.
Janeiro 2, 2009 at 5:27 pm
#35 queria dizer “estar”
Janeiro 2, 2009 at 5:46 pm
(34) ANTI-ROUSSEAU: completamente de acordo consigo.
Janeiro 2, 2009 at 5:52 pm
#33
Tem razão no que diz e eu até acrescentaria que um engenheiro daqueles fraquinhos também conseguiu chegar a 1º de um país europeu; e ainda por cima formado numa instituição de ensino superior privada, por sinal que trabalhava aos domingos.
Isso sim é que é categoria.
Janeiro 2, 2009 at 6:06 pm
#12
Olinda, miúdos de 5º ano querem ter boas notas, e lutam por elas. Onde é que vês isso na escola pública? Isso já era.
Talvez na pública do nosso tempo…
Em tantas e tantas, por exemplo, na escola-sede do agrupamento dos meus filhos, outro exemplo: http://www.agrupamentomartimdefreitas.com/v1/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=13&Itemid=15 (escola de Coimbra)
aí o preconceito…
Dentro das escolas públicas existem alunos muito diferentes, por isso sou defensor das turmas homogéneas para aumentar o rendimento dos mais ambiciosos…
Janeiro 2, 2009 at 6:08 pm
Sobre o post:
Concordo que os CEF, quando incluem alunos muito problemáticos, não devem ser leccionados nas escolas regulares. A abertura destes cursos é responsabilidade das escolas…
Janeiro 2, 2009 at 6:14 pm
São as Escolas e os C.E. quem afasta os pais atentos e preocupados de poderem participar. (… ) Muita intervenção e exigência por pais responsáveis e com formação, é evitada. Esta é a realidade que conheço.
O Spartakus tem razão.
Janeiro 2, 2009 at 6:15 pm
“O Acção Directa”
Janeiro 2, 2009 at 6:20 pm
Também concordo como que o que escreveram o anti-Rousseau (quase tudo… ) e o Pedro Castro.
Janeiro 2, 2009 at 6:32 pm
E também subcrevo o comentário 7 da Maria A.
(sou o mesmo DA dos comentários anteriores)
Janeiro 2, 2009 at 6:32 pm
subscrevo
Janeiro 2, 2009 at 6:40 pm
Incrível. Estamos todos mais ou menos de acordo. E vai por aí a MERDA, ( soory Guinote ), que sabemos.
Confrangedor. A impotência absoluta,
Abraço.
E é o Spartakus. Esqueci-me das regras de assinatura do blogue. ( O nosso ).
Janeiro 2, 2009 at 6:59 pm
E é claro que quanto ao tema do tópico ele é por de mais evidente. Uma sala de aula e uma escola não podem chegar ao ponto de de se transformarem em “brincadeiras de mau gosto”. E olhem que eu como professor até faço por ser descontraido com os meus alunos. A grande questão é o nível de descontração aplicada pelo docente mediante desterminados tipos de alunos ou circunstancias. Definir os limites e as barreiras é uma atitude que se impõe! Claro está que essas atitudes de descontração não podem descambar em barbúrdias e desrespeitos, por muito liberais que queiramos ser. Para mim a disciplina é fundamental e só eu sei, por vezes, o que isso me faz mal a saúde em determinadas situações, assim como o desbaste psicológico que provoca ao longo dos anos! E tudo isso porque vivemos numa sociedade que criou um monstro no ensino em termos disciplinares. As pessoas julgam que nessa vertente, ser professor é a mesma coisa que estara lidar com “casinhas de bonecas” ou com simulacros teóricos que sempre permitem terminar a qualquer momento.
Claro…a Dona DREN afirma que a situação passada na escola do Cerco foi uma “brincadeira de mau gosto”. Mau gosto é a sua postura enjoativa e a sua cara de Mário Lino em versão feminina. Acho que ambos estariam muito bem aplicados como actores de um filme cómico.
E é esta gente que nos governa?
Janeiro 2, 2009 at 7:56 pm
Caramba, o que é que se passa com alguns colegas meus que estão para aqui a defender posições tão estranhas?
Pois eu sempre preferi a escola pública para mim e para os meus filhos, com os seus defeitos e as suas virtudes. Estão os dois no ensino superior, foram os dois para estabelecimentos públicos, mas o mais velho quis mudar de curso e insistiu que só na privada existia exactamente o curso que ele queria. Acedi contrariada e continuo convencida que ele estava melhor na faculdade pública, sem pensar sequer na exorbitância da propina.
Janeiro 2, 2009 at 7:58 pm
Privado? Mas é claro que sim!
Se ainda tivesse filhos nessas idades é claro que essa seria a minha opção!(Nem que tivesse de ir “roubar”!) E isto não é ser hipócrita! É ser realista!Então se assim não fosse por que razão andaria também há não sei quantos anos a criticar as reformas e mais reformas a que tenho assistido?
Vejamos só este pequeno exemplo: na escola onde trabalho a carga horária da Lg. Inglesa no Ens. Básico, distribui-se da seguinte forma: 7ºAno ( 90+45m); 8ºAno ( 90+45m)e 9ºAno ( 90m)- Mas alguém acredita ( quem do ME?)que é possível desenvolver competências linguísticas com estas cargas horárias semanais? Eu conheço o trabalho da colega que lecciona o 9º Ano e conheço o seu desespero por não conseguir fazer melhor!Mas não quereria um filho meu com “TANTO” conhecimento de Inglês! O facilitismo em que EU própria embarco, é-me EXIGIDO pelo sistema educativo:para quê exigir e chumbar um aluno do Ens.Básico, se ele pode concluir o 9º ano e progredir para o 10º sempre chumbado?Eu tenho alunos no 10ºAno que a partir do 7º nunca tiveram positiva na minha disciplina!!Mas o que é isto? E até podem passar para o 11º na minha disciplina se tiverem 8!Então deixa-se o pessoal avançar, avançar …e depois?O ME deixa que as escolas criem soluções para estes alunos? No final do 1º período, propus uns quantos para Aulas de Apoio, resposta do CE- impossível, a Escola não tem horas! Pois não, mas eu passo horas “estúpidas” na sala de professores à espera de ir fazer”substituição”! E também passo horas na sala de estudo, à espera que lá apareçam ( nunca lá vão!) alunos para tirar dúvidas. E não vão porquê? Porque o meu horário teve de ser preenchido no arranque do ano lectivo sem estas situações identificadas!! Então isto não é o “FAZ-DE-CONTA”? Então os pais atentos e que sabem a “balda” que isto é, não optam pelo privado!?
Tenho pena apenas de que os pais não estejam ainda mais bem informados!
Janeiro 2, 2009 at 8:15 pm
A opinião manifestada por Salvador de Sousa teve a prerrogativa de possibilitar um conjunto de conjecturas sobre a Escola que, na minha despretensiosa percepção,em nada ajuda à construção da análise do fenómeno educativo em Portugal.Sem pretender ser fastidioso, até porque, o tempo e o espaço são na circunstância parcimoniosos, atrever-me-ia apenas a salientar o seguinte:os problemas da Escola Pública reflectem a transformação da escola de elites em escola de massas após o vinte e cinco de Abril de 1974.A actual “crise” educativa que tem favorecido a promoção de opinadores sem escrúpulos, reside exclusivamente na condição subjacente de que a massificação do ensino(conquista indelével da democracia)não trouxe consigo as necessárias mudanças qualitativas, ou seja,consagrou-se a massificação do ensino, mas ainda está por fazer o ensino da massificação!São múltiplos os factores que têm contribuido para que a sociedade portuguesa ao fim de trinta e quatro anos não tenha conseguido dar resposta cabal à procura individual e social da educação:todavia,com trinta e sete anos de ensino, incluindo alguns na gestão escolar, posso afirmar que a partidocracia que nos vem governando nas últimas décadas é a fundamental responsável pelo insucesso social da educação no país.Para os que opinam de forma mais emotiva e, por vezes,de voz esparsa,não se deixem levar pelas falsas evidências; é que a modernidade frusta o conhecimento absoluto, e a ciência não se constroi na acumulação indutiva de provas, mas fundamentalmente, na procura de processos metodológigos da dúvida permanente.Foi ao esquecer este princípio tão simples, que a ministra de educação construiu o “monstro” da avaliação docente e abastardou ainda mais o ensino.
Janeiro 2, 2009 at 10:10 pm
O conceito de “escola de massas” e de “escola inclusiva”, foram e são dois grandiosos erros! Por uma simples razão: Os homens não são iguais e nem todos têm capacidade para alcançar os mesmos fins. Sempre assim foi na história, pois isto faz parte da própria condição humana!
O que deveria ter acontecido, é dar oportunidade a todos mas fazê-la de forma racional e criando saídas compativeis com as aptidões e características de cada um e nunca por nunca baixando o nível de exigencia como aconteceu, até termos chegado ao deboche a que hoje assistimos a todos os níveis.
O que aconteceu foi a prática ideológica de se querer transformar “burros em doutores” à força de martelo e baixando a bitola, ARRANTANDO ATRÁS DE SI todos ops outros que poderiam alcançar muito melhores resultados. Mediocrizou-se a escola por causa dos tiques pseudo-democráticos e das igualdades da treta! E pior do que isso NUNCA SE TEVE A HUMILDADE DE RECONHECER O ERRO!!!!!
O resto é tudo conversa de aviário.
Janeiro 2, 2009 at 10:23 pm
“ai o preconceito…” em vez “aí…”
Janeiro 2, 2009 at 11:01 pm
1.
Armanda,
Caramba, o que é que se passa com alguns colegas meus que estão para aqui a defender posições tão estranhas?
Não tenha ilusões…
A “escola pública” é uma causa perdida, não é o seu bom funcionamento que mobiliza os professores, mas sim os salários (o gravete, o guito… 😉 ), os horários, as reformas…
Nota: os meus 3 filhos estudam em escolas públicas, numa EB1 e numa ES.
2.
FCP,
Os currículos são iguais no público e no privado… são maus nos 2 lados, muitas palha: as ACND da benavente (b minúsculo propositado).
Quanto às reprovações de pouco valem, depois de reprovarem continuam sem aprender, currículos diferentes mais cedo são uma das soluções para os alunos mais fracos.
Quanto à admissão de alunos no 10.º ano sem pré-requisitos necessários a determinadas disciplinas, aí está uma das falhas do nosso sistema educativo, nesses casos as escolas devem chamar os alunos e mostra-lhes que não conseguirão fazer aquela curso com sucesso.
Se têm 8 no 10.º ano, no 11.º terão de ter classificação positiva, caso contrário reprovam à disciplina.
Horários, a sua escola parece-me ser um exemplo de má organização. Os horários podem ser refeitos a qualquer altura.
As Salas de Estudo enquanto as turmas estão ocupadas em aulas não fazem, como é óbvio, qualquer sentido.
Quem elege e reelege esse CE?
Anti-Rousseau,
Concordo.
E ultrapassada a idade mais crítica dos alunos, onde despoleta a indisciplina e a violência, muitos poderiam regressar a vias mais gerais do ensino, desde que tivessem vontade.
Todos no mesmo currículo, uma série deles têm sucesso no “mau comportamento” e na “pequena delinquência”(que se há-de tornar grande).
Janeiro 3, 2009 at 1:40 am
Diria que a minha conversa de aviário se equivale supostamente ao discurso corrosivo de “patos para jacarés” do ANTI-ROUSSEAU.Sem querer entrar em polémicas,julgo que a escola medíocre foi aquela que, a pretexto da inclusão dos mais aptos e capazes,foi capaz de excluir do seu seio a maior parte da população portuguesa durante o período fascista!Sabia ANTI-ROUSSEAU que a propaganda do regime de antanho preconizava que« se todos souberem ler e escrever, o ensino será desvalorizado».É esta a escola que defende? Não vale a pena depreciar a massificação do ensino porque esta constitui efectivamente a realidade social da escola pública.A igualdade da treta não corresponde aos argumentos que apresenta e, mais,constitui um conceito muito pobre relativamente ao fenómeno abordado: o problema da escola de “massas” prende-se com a transformação do inicial acesso igual à educação para todos no acesso igual à “mesma” educação para todos.Compreendeu o entre comas?O erro de que me acusa é apenas uma interpretação de um fenómeno educativo multidimensional(onde no entanto não cabe o conceito de “burros”) e, por conseguinte,dispensável de evidências absolutas.Em relação à DA, a generalização que faz dos professores da escola pública revela uma leitura ao nível do senso comum e, é de uma desonestidade intelectual que me dispenso de fazer qualquer comentário.
Janeiro 3, 2009 at 2:38 am
Caro lorosae
“…julgo que a escola medíocre foi aquela que, a pretexto da inclusão dos mais aptos e capazes,foi capaz de excluir do seu seio a maior parte da população portuguesa durante o período fascista!”
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R: Acha que perante as evidências, actualmente, a escola dita inclusiva, inclui e prepara convenientemente os cidadãos “incluidos” para alguma coisa? Ainda hoje, Medina Carreira em entrevista a Mário Crespo afirmava que o sistema de ensino “produz semi-analfabetos, alguns até saidos do ensino universitário”.
Acha que o índice cultural dos alunos e jovens, actualmente, é superior e compativel com os resultados desejados pela inclusão de massas?
Não acha que essa inclusão massiva, em que se incluiu tudo no mesmo saco, não só não teve proveito nenhum, como (ainda mais grave) mediocrizou todo o sistema, prejudicando todos e estagnando quem tem capacidade para ir mais além?
Acha, tal como afirmava Medina Carreira, que existe alguma diferença pragmática, entre os “analfabetos” do tempo do salazarismo e os “semi-analfabetos de hoje?
Não acha que este sistema ideologicamente saido das ideologias pseudo-igualitárias, se enquadra bastante bem no famoso provérbio chinês: “quando um homem tem fome não lhe dês peixe mas ensina-o antes a pescar”? Não acha, por consequinte, que este sistema pseudo-igualitário tem passado a vida a “dar peixe” (muitas vezes podre) mas que na realidade nunca “ensinou ninguém a pescar”, como ainda por cima prejudicou quem sabia? E que paralelamente criou climas de indisciplina por causa das manias da “democracia” mal aplicada?
Como já tenho afirmado várias vezes, todo este sistema de ensino actual, do qual estas políticas ministriais deste governo, não só hipocritamente o mantêm como o acentuam em mediocridade da qual o conhecimento e aprendizagem de nada valem, resultam de permissas ideológicas resultantes da mentalidade dominante na sociedade portuguesa. Basta analizar quem está no poder, de onde vieram, qual a sua geração (60) e o que pensam.
Para terminar, não se aflija com as etiquetas nem com o meu discurso corrosivo.
Quando afirmo que este sistema quis e quer teimosamente transformar “burros em doutores”, não passa de uma analogia, mas de uma analogia verdadeira!
Nunca tive medo das palavras.
Cordialmente
Janeiro 3, 2009 at 2:50 am
Caro lorosae
Quando diz: “…Sabia ANTI-ROUSSEAU que a propaganda do regime de antanho preconizava que« se todos souberem ler e escrever, o ensino será desvalorizado».É esta a escola que defende? Não vale a pena depreciar a massificação do ensino porque esta constitui efectivamente a realidade social da escola pública…”
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Vai-me desculpar mas já faltaria a velha dicotomia do antigamente.
No meu comentário 50 afirmo:
“…O que deveria ter acontecido, é dar oportunidade a todos mas fazê-la de forma racional e criando saídas compativeis com as aptidões e características de cada um e nunca por nunca baixando o nível de exigencia como aconteceu, até termos chegado ao deboche a que hoje assistimos a todos os níveis…”
Acho que já tinha sido bem explícito e responde ao que afirma. Como sempre as interpretações resvalam sempre para o “ideologicamente correcto”, onde tudo se confunde e as etiquetas e slogans logo surgem. É pena.
Cordialmente
Janeiro 3, 2009 at 3:46 pm
Caro ANTI-ROUSSEAU
Afinal, depois das formulações que faz em relação à minha intervenção não me parece que as interpretações sejam assim tão divergentes.Continuo no entanto a defender que aquilo a que chama ” a velha dicotomia do antigamente” não se prende com qualquer intenção em comparar sistemas desenvolvidos em contextos sociais muito diferentes.O que afirmei foi a existência de uma realidade social que ostracisou da escola parte significativa da população portuguesa,mantendo-a assim,na ignorância e no obscurantismo.Parece-me evidente que as transformações políticas, sociais e económicas após o 25 de Abril de 1974 não deixariam de equacionar esta problemática, abrindo a escola a todos as classes sociais.Não referi na minha intervenção que a massificação do ensino corresponderia ao sucesso escolar e educativo dos alunos que presentemente frequentam a escola pública: aliás,quando coloquei entre comas a “mesma” educação para todos,pretendi salientar que a uniformidade ideológica da escola de massas é um obstáculo à diferenciação que a sua intervenção deixa subentender.As interrogações que coloca são por isso pertinentes e, objecto das minhas preocupações enquanto professor.Só não sei é como se dá oportunidades para todos de forma racional!Para terminar, também ouvi com prazer Medina Carreira e subscrevo muitas das suas inquietações, apesar da invocação da velha dicotomia entre os “analfabetos” do antigamente e os “semi-analfabetos” do presente.
Saudações