Uma espécie de Carta Aberta
A situação que aqui vou reproduzir (recebi-a por e-mail e confirmei por telefone) é verdadeira e passou-se com uma mãe – minha amiga há muitos anos – que sente que a Inclusão é uma treta… na boca e na prática de muita gente importante!
A mim, pessoalmente, chocou-me muito saber que isto sucedeu!
Não conhecesse eu esta mãe há tanto tempo (e o filho dela desde que nasceu…) e eu diria que é tudo mentira! Mas conheço a história em pormenor… e como acredito piamente que é verdadeira, não posso deixar de a denunciar!
Obviamente, a responsabilidade do conteúdo é de quem assina… mas eu estou profundamente solidário… e – acrescento – indignado!
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A situação descrita não é fantasia, passou-se comigo na sexta-feira (12.09.2008).
Desloquei-me ao Pavilhão de Portugal (Coimbra) para obter informações sobre as aulas de Expressão Musical aí ministradas pelo Maestro Virgílio Caseiro, para poder inscrever o meu filho.Do atendimento efectuado com uma senhora (Directora?), resultou a informação de que não saberia se o senhor Professor aceitaria.
Eu retorqui: “O Doutor Virgílio não aceita deficientes?” e saí…
Passado 4 a 5 minutos recebo uma chamada telefónica do Sr. Professor Virgílio Caseiro, Maestro conceituado e respeitado que se disponibilizou a telefonar-me prontamente!!!
Fiquei surpreendida! Contudo, nos primeiros segundos percebi a intenção: descartar-se o mais rapidamente possível de um “problema… e bastou ouvir esta frase: “aconselho a não inscrever o seu filho!”
Obrigada, senhor Professor, pela frontalidade. Marketing dissuasor… funciona!
O senhor Professor tem um currículo notável com 10 anos de experiência de trabalho com deficientes mentais. (Ver site Orquestra Clássica do Centro).
No decurso do telefonema fez uma dissertação sobre Trissomia 21 como se estivesse num Congresso como orador e como se eu fosse o público nessa plateia.Eu também sei muita teoria sobre Trissomia 21, mas como mãe quero o melhor para o meu filho. Pensava eu que poderia encontrar uma boa resposta nas suas aulas.
Enganei-me!Não sou da área, mas sei o que são Pedagogias Musicais.
Fiz dois cursos com o Pedagogo Belga JOS WUYTACK, que também cita no seu Currículo.
Que fantástico ouvi-lo dizer: “O menino seria um problema para o grupo de 24, prejudicaria o desenvolvimento da aprendizagem, considerando que não acompanharia o grupo”. Maravilhoso ouvir que “também seria prejudicial para o menino integrar um grupo de crianças “normais” porque elas seriam muito cruéis com a diferença”.Não estava a acreditar no que ouvia!… Um discurso incongruente, definido nas primeiras palavras.
É duro demais para uma mãe que ao longo de 9 anos tem integrado o seu filho na sociedade como um igual!Afinal, pergunto eu: quem faz a diferença, quem exclui? São as crianças ou são os adultos e os profissionais que educam para a exclusão?
Não quero “caridade” como falou, nunca pedi caridade. Quero apenas igualdade de oportunidade. Mas apercebi-me a tempo que nas suas aulas não existe.
Obrigada por me ter poupado a uma noite ao relento para conseguir vaga para as suas aulas.
Obrigada por me acordar para o preconceito! Estamos no Séc. XXI e ainda funcionamos com o preconceito, porque o senhor não me conhece nem conhece o meu filho, mas sabe que é Trissomico e isso basta-lhe para fazer uma dissertação… e exclusão.
O preconceito é uma arma forte, poderosa!
Coimbra, cidade do conhecimento… nunca pensei!
Lamento que os meus impostos contribuam para o desenvolvimento de projectos com princípios elitistas de desrespeito e intolerância!!!
Bem-haja às instituições desta cidade e a todos os profissionais e colaboradores que têm uma visão mais alargada e contribuem para a Integração.
Bem-haja ao Colégio Santa Maria, ao Clube Náutico de Coimbra, ao ABC dos Tempos Livres, ao Hospital Pediátrico de Coimbra, à Catequese da Paróquia de São José, à Caritas Diocesana de Coimbra, ao Espaço Bolas e Rebolas, ao Agrupamento Martim de Freitas, ao Conservatório de Música de Coimbra, ao Rancho Folclórico das Salineiras de Lavos e a todas as instituições e pessoas que desde o seu nascimento o tratam como um igual, sem diferença ou preconceito.
Descanse o Sr. Professor e os Encarregados de Educação: não vou inscrever o meu filho, não que me faltem as forças, mas percebi a tempo que o espaço não é para nós!…
Seguiremos em frente, a música toca, as cabeças enterram-se na areia, a batuta sobe e o público aplaude de pé. Está tudo certo, a harmonia paira no ar!!!
Natércia Mirão
Setembro 19, 2008
Setembro 19, 2008 at 2:37 pm
de pouco velerá, mas esta mãe, melhor, a criança tem toda a minha solidariedade!
se muito bem (ai como sei)das dificuldades de integração e das porta que se fecham!
pior, além da exclusão a que os portadores de deficiência estão sistematicamente expostos, ainda temos um estado que cobra impostos (por vezes com taxa máxima de IVA) à custa de instrumentos terapêuticos e afins, que mais não servem do que minorar a diferença!
quanto ao sr virgílio caseiro(se é que se pode chamar sr) não lhe chamem professor! pode ter um currículo invejável, pode ter uma licença que lhe dê o direito ao título, mas professor não é!
um professor nunca exclui!
triste país!
Setembro 19, 2008 at 3:57 pm
Os meus parabéns ao professor pela coragem de dizer a verdade à mãe!
O professor podia refugiar-se no politicamente correcto aceitando o aluno. Seria a solução mais fácil. Mas como o professor teve a coragem de assumir a sua incapacidade (óbvia) em ensinar o aluno sem prejudicar os restantes, foi imediatamente catalogado de defender a exclusão…
A minha solidariedade para com o profissional!
Setembro 19, 2008 at 4:07 pm
Únicas palavras: CHOCADA!!!!…
Ainda por cima síndrome de down seres tão tão maravilhosos.
Setembro 19, 2008 at 4:08 pm
E tão “musicais”!!!
Esse tal sinhor não pode ser posto já na rua? …
Setembro 19, 2008 at 5:51 pm
Conheço um caso parecido de exclusão num colégio católico de Braga:
“Não quero deficientes no colégio!”
http://sol.sapo.pt/blogs/elanajanela/archive/2007/11/28/N_E300_o-quero-deficientes-no-Col_E900_gio_2100_.aspx
Setembro 19, 2008 at 7:54 pm
Chocante!
Setembro 19, 2008 at 9:12 pm
Ao Joaquim:
Virgílio Caseiro poderá EXCLUIR esta criança quando não trabalhar com o dinheiro dos contribuintes… com o dinheiro que a própria mãe desconta para o Estado!
Virgílio Caseiro poderá não receber esta criança quando se tratar de a receber na sala da sua casa… e não no Pavilhão Portugal!
Virgílio Caseiro gaba-se de ter um vasto curriculum e de ter desenvolvido muitos trabalhos com deficientes. Aliás, fez uma dissertação, ao telefone, sobre Trissomia 21 como se estivesse a falar para uma ignorante… como se aquela mãe não fosse – ela própria – uma “expert” na matéria, pela teoria lida e pela prática vivida! Para que serve, então, esse profundo conhecimento que o “professor” tem, se não é para o pôr em pratica?!
Virgílio Caseiro não sabe o que perde ao recusar receber/ensinar aquela criança! Mas eu sinto-me um privilegiado por conhecer e conviver com aquele menino que é diferente – é verdade – mas que faz as mesmas coisas que os ditos “normais” fazem: umas bem e outras mal! É alguém que se ama com extrema facilidade… e de quem não se esquece o beijo e o abraço recebidos… apenas porque, porque, por exemplo, lhe demos um CD com músicas infantis!
Virgílio Caseiro, com a sua atitude, envergonhou e decepcionou todos quantos o tinham em grande apreço pelo trabalho desenvolvido ao longo de décadas!
Mas relembro o ditado: “no melhor pano cai a nódoa”!
Setembro 19, 2008 at 9:29 pm
O professor Virgílio Caseiro é uma figura de referência em Coimbra. Conheço pessoas que atingiram o auge da felicidade quando conseguiram que o senhor transmitisse a sua musical sapiência aos rebentos. “Normais”, claro…
Setembro 19, 2008 at 10:17 pm
Ao Joaquim:
Os meus péssames ao Joaquim e ao Virgilio Caseiro.
Qual é a verdade?
Ah…que são cobardes e hipocritas? Muito bem.
O Virgilio Caseiro está no fim da Carreira, já não necessita dos deficientes para fazer curriculo.
Hipocritas!
A Comunidade de Coimbra, o País e o Mundo precisam de saber a verdade.
Cobardes!
Se fosse Homem de Coragem escrevia uma nota no folheto das inscrições:” Não aceito crianças deficientes, sou incapaz!
Quem é incapaz de aceitar a diferença não é Bom educador.
A Verdade foi finamente revelada.
Virgilio quer criar uma elite, como ele diz num artigo do Diario das Beiras de 19 de Setembto de 2006, “há que separar o Trigo do Joio”.
Estou enojada…Desculpem…vou vomitar….
Hipocritas!
Setembro 19, 2008 at 10:26 pm
A última vez que abriu os braços, o Monstro apareceu como um raio perdido numa noite de temporal, surpreendendo até as pedras da calçada.
O Natal de 2002 foi dos mais felizes de sempre. A sala transpirava a mais profunda paz embrulhada em risos encadeados. Na mesa da ceia, brilhavam os cristais e as pratas destacando-se da toalha bordeux. No canto da sala, as luzes do pinheiro, intensificavam aquele ruído de fundo característico da felicidade, em que todos os gestos são precisos, seguros e dirigidos. Até os móveis ganharam alma. Pareciam iluminados por dentro, detentores de luz própria como os astros e as pessoas felizes.
Dera há pouco os primeiros passos, pelo que, a véspera de Natal rejubilou com os meus atabalhoados e curtos passeios autónomos. Nessa noite, em que nem o frio da rua penetrava os corpos, julguei irremediavelmente morto o Monstro da Clínica, do dia 25 de Abril de 2001 e comecei a fazer planos de dias tranquilos. A minha família juntou-se naquele intervalo plácido iniciando, já que se aproximava a hora da minha primeira matrícula, o desenho da minha vida escolar.
– Vais para o meu Colégio e nos intervalos, Jonas, aquilo é que vai ser reinar. Os meus amigos estão mortos por te ver lá e eu também. Juntos para sempre! Meu irmão é demais! Dizia estas coisas enquanto perscrutava os presentes silenciosamente dispostos debaixo da árvore.
No outro canto da sala, a mamã corroborava aquela conversa dizendo que o Colégio lhe dava segurança. Tinha educadoras com formação acrescida na área de Educação Especial. Fora recentemente remodelado, o corpo docente era estável e de lá eu só sairia no final da escolaridade básica obrigatória. Esses pareciam argumentos de peso. Sabia ainda que o Colégio fora, durante muitos anos, frequentado por uma aluna com trissomia 21 e que a sua integração tinha sido boa. Por isso mesmo, já tinha anunciado, junto do braço direito do Senhor Director, a intenção de lá me matricular.
Fora ao Colégio dois meses antes do período de matrículas falar de mim. Dizer que gostaria muito que eu frequentasse o Colégio e enumerou as supracitadas razões. Acrescentou ainda que eu lá permaneceria apenas três horas, no período lectivo da manhã. À hora de almoço ela ir-me-ia buscar para me entregar aos cuidados da ama.
Se queres ver Deus rir-se, conta-lhe os teus planos, é uma frase recorrente dos que, contra todas as evidências, vêem os seus sonhos rolar pela a encosta abaixo como a pedra de Sísifo.
No dia 7 de Janeiro de 2003, a mamã sentiu que todos os búfalos do mundo cavalgavam nas suas costas, desfazendo-lhe as vértebras.
Na secretaria do Colégio, a mamã entregou os documentos de renovação de matrícula do mano e os meus. O Funcionário leu e devolveu os meus documentos e o dinheiro da matrícula dizendo: – A renovação da matrícula do Daniel está feita. Esta não posso aceitar.
– Não pode? Porquê? – Perguntou a mamã aflita e incrédula.
– Ordens superiores. O seu filho tem trissomia 21.
– Não posso aceitar a matrícula.
A mamã não queria acreditar. Não podia ser!!! Não podia! Mas, era verdade.
Sem outro recurso à vista, foi marcada uma audiência com o Senhor Director do Colégio para o dia seguinte. Às nove da manhã, hora aprazada para a audiência, no gabinete do padre director do Colégio, a mamã repetiu a injúria de que fora vítima. Lamentando, muito particularmente, a forma como a recusa fora feita. Se algum constrangimento existia deveria ter sido colocado antecipadamente. Fora para isso que ela se tinha disponibilizado dois meses antes. Mas, esperar pelo período das matrículas para fazer aquela recusa pública tinha sido demais. Era incapaz de perdoar ao director dos serviços administrativos aquela humilhação.
O senhor director ouviu e, quando a mamã se calou, disse pausadamente, acompanhando com um sorriso as suas palavras.
– A senhora não tem que ficar melindrada com o senhor director dos serviços administrativos. Ele até intercedeu em favor da matrícula. Fui eu que não a aceitei. Sou director deste Colégio. Nada tenho que ver com o Ministério da Educação. Posso recusar e expulsar alunos que não reúnam condições para o frequentar. Há um Regulamento Interno que prevê esta determinação. O seu filho é deficiente e eu não quero deficientes no Colégio. É o seu filho como podia ser o filho desta senhora. Disse, olhando para a madrinha que não se conteve e perguntou.
– O Senhor director recusa a matrícula de uma criança que não conhece apenas e só porque é portador de uma deficiência? Uma deficiência que em nada perturba o quotidiano do Colégio. O Jonas já anda, não necessita de meios alternativos de comunicação, não impõe a compra de qualquer material de compensação, não exige ao Colégio obras de adaptação. Como pode recusar simplesmente porque é portador de uma deficiência? Uma deficiência da qual o senhor ignora a limitação. Como pode? Se mancasse também o cá não queria?
Impávido o padre respondeu:
– Já disse, não quero deficientes no Colégio. Já cá tivemos uma menina como o seu sobrinho que até foi fazendo umas coisitas mas, agora não os quero cá. Se tivesse uma deficiência que mal se visse. Um dedinho assim, talvez.
Disse um dedinho assim, levantando as alvas mãos e encolhendo o dedo indicador, num gesto tão repugnante quanto obsceno que obrigou a que o papá, a mamã e a madrinha se levantassem incrédulos dirigindo-se para a saída.
Já de pé, a mamã, perguntou lavada em lágrimas. – Mas, diga-me, como vou explicar ao meu filho mais velho que o irmão que ele adora, não pode vir para o Colégio que ele adora?
– Problema seu, minha senhora. Foi a resposta pronta do Senhor Padre, director de um Colégio Católico.
Antes de franquear a porta do gabinete, a mamã olhou o director e perguntou: – O senhor é padre?
– Sou, mas não misturo as coisas.
Não há dúvidas que o inferno são os outros e que, como todos sabemos, só pode ter sido inventado pelos padres. Aquele parecia ter viajado pelos séculos trazendo memórias do tempo em que a Santa Inquisição queimava, em praça pública, os portadores de deficiências sob a acusação de estarem possuídos pelo demónio.
No exterior do edifício, cada vez mais escuro, o monstro de gelo crescia e dançava. Dançava num rito paradoxal como se de um xamã louco se tratasse.
Setembro 19, 2008 at 10:27 pm
DIOGO DE NOME ..O MIÚDO ,,, DOM DE NOME O PADRE…ADVINHEM O RESTO..
Setembro 19, 2008 at 10:31 pm
Como é que é possivel esse senhor (virgilio), lembrar-se de telefonar a esta mãe para a aconselhar a não inscrever o filho?
Sem conhecer a criança?? Que horror. Horror no pleno sentido do termo.
Pois, porque como tem apoios da Câmara Municipal de Coimbra, do Ministério da Cultura, do Instituto das Artes, da Caixa Geral de Depositos,enfim…esta mãe devia exigir ao estado um descontozinho nos impostos.
Vergonhoso!!
Setembro 19, 2008 at 10:44 pm
bb,
D. Diogo Sousa.
Do pior, inflaciona as notas, se o ensino ainda fosse bom…
Setembro 19, 2008 at 11:09 pm
O que uma mãe poderá fazer se não INDIGNAR-SE?
Não existem mecanismos do estado que “ponham o dedo no nariz” deste prepotente Maestro?
Qual o direito que lhe assiste de telefonar a esta mãe apenas para a aconselhar a não inscrever?
MUITO GRAVE!!!
Setembro 20, 2008 at 12:50 am
O artigo vai ser publicado na 2.ª feira, num dos jornais que apoia/patrocina o “professor” Virgílio Caseiro: o Diário “As Beiras”!
Aproveito para informar que a mãe tem recebido muitas mensagens de solidariedade, inclusive de gente ligada à Câmara Municipal! Ela é das pessoas mais fortes e corajosas que já conheci na minha vida! Neste momento em que também eu passo um momento difícil na minha escola, a luta dela é inspiradora e dá-me alento para a(s) minha(s) própria(s) batalha(s)!
Toda a gente a quem tenho contado o que se passou e/ou a quem enviei um email, reagiu da mesma forma: com extrema indignação! Gente de bem é assim mesmo que tem de reagir!
Setembro 20, 2008 at 12:53 am
Virgilio Caseiro:
Reelembre as palavras proferidas ao Ansião News este Verão.
Parece-me que está na Hora de ir para a “Pampilhosa da Serra”, como diz!
Setembro 20, 2008 at 3:41 pm
É, para mim, verdade que ser portador de uma deficiência resulta em incapacidade, porque lhe “falta”, tem uma “lacuna” em relaçõ a qualquer coisa.
Em minha opinião, há deficiências congénitas, adquiridas e outras que tais, mas a maior deficiência é a de vontade própria!
Um dito maestro, autoproclamado professor que aconselha uma mãe a não inscrever um filho portador de deficiência nas suas aulas só é admissível porque acha que tem uma lacuna, uma imperfeição no seu trabalho.
Logo não me parece abusivo que o tal fulano se considera deficiente na sua acção, por opção!
Setembro 20, 2008 at 3:48 pm
Estou sem palavras…
Setembro 20, 2008 at 7:16 pm
Tendo em consideração o número de comentários a condenar o professor concluo que os meus caros comentadores são capazes de ensinar qualquer tipo de aluno com qualquer tipo de deficiência, em qualquer circunstância…!
Estes comentários são altamente demagógicos e demonstram bem o voluntarismo de um boa parte da “classe” docente portuguesa.
É certo que quase todos os professores em Portugal foram obrigados e têm sido obrigados a levar com as “ciências” da “educação”, chegando alguns deles a afirmar que não são professores mas sim técnicos de educação (seja lá o que isso for), mas haja decoro.
Então os caros comentadores acreditam mesmo, mas mesmo, mas mesmo, que quem não tem VERDADEIRA formação específica para o efeito é capaz de realizar este trabalho de forma eficaz?
Aqueles que acreditam em tal dislate, quando tiverem uma avaria no motor do automóvel tentem contratar um dentista em vez de um mecânico! Os dentistas sérios que tentarem contratar negarão esse trabalho alegando as mesmas coisas que o professor em questão, os menos sérios farão o orçamento e depois logo se verá…!
Enquanto, todos nós, não percebermos que o país só avançará quando as pessoas certas estiverem nos lugares certos e enquanto não nos deixarmos do “desenrascanço” e do voluntarismo, Portugal não poderá progredir, como é óbvio para um cada vez maior número de pessoas.
E peço imensa desculpa pelos insultos do meu comentário (2)…
Setembro 20, 2008 at 7:24 pm
è verdade JOAQUIM..AGORA TAMBÉM VOU SER POLITICamente incorrecro..eu por a oprofessora do ensino especiale star de baixa levo com um aluno de trissomiA 21 NA MINHA sala..o que é que ele faz…tudo e mais alguma coisa…Peergunta: e os outros? A verdade é que nós estamos a enganar meio mundo..estes miúdos após sairem da escola acreditam que terão algumas hipóteses no mercado de trabalho?
Com algumas -e dependendo da deficiência- estas pessoas estão condenadas a um definhar lento e agoniante..mas nessa altura já esrão longe da vista e do coração…quem se irá lembrar do Chico, do Zé ou da SUZANA…
Setembro 20, 2008 at 7:25 pm
INCORRECTO…ESPECIAL..algumas exceoções..
Setembro 20, 2008 at 7:41 pm
Joaquim e Big:
O VC não conhece o aluno… não conhece a mãe… mas gaba-se de ter um vasto curriculum, inclusive a trabalhar com deficientes! Assumiu-se, perante a mãe, como uma “sumidade” em Trissomia 21. É incapaz agora de lidar com ele e com os outros ditos “normais”? É incapaz de ajudar os outros ditos “normais” a aceitá-lo (diz ele que as outras crianças são cruéis). Que ceda o lugar a quem seja capaz!
O F. é uma criança adorável… e traquina como qualquer outro. Está integrado numa turma de ensino regular, na sua escola. Tem terapia da fala como centenas de outras crianças que não têm Trissomia 21. Joga futebol como qualquer outro. Dança num rancho como qualquer outro. Nada como qualquer outro. Brinca como qualquer outra criança.
MERECIA, PELO MENOS, A MESMA OPORTUNIDADE QUE OS OUTROS VÃO TER!
Quanto ao futuro… quem diz que não poderá ser a música a dar-lhe uma chance de ser feliz e singrar na vida?
Uma coisa vos garanto: nunca tive a mínima dúvida em deixar a minha filha, mais nova do que ele 5 anos, brincar com ele! NUNCA lhe fez mal… o que já não posso dizer de outras crianças ditas “normais”!
Ah, já agora: o ano passado trabalhei com 5 NEE’s na minha turma. A turma tinha 13 alunos… e apoio da Ed. Especial eram apenas 4 h 30 min por semana. E sinto que, em 20 anos de carreira, os dois últimos foram os dos mais gratificantes que tive! 😉
Setembro 20, 2008 at 7:53 pm
NÃO SE DISTRAIAM:
O TEMA é: CONSELHO DE UM PROFESSOR DE EXPRESSÃO MUSICAL, A UM ALUNO QUE NÃO CONHECE, PARA ESTE NÃO SE INSCREVER NAS SUAS AULAS. PRECONCEITO!!
Assustador perceber que existem Joaquins neste Planeta.
ACORDEM…. DEIXEM-SE DE PRECONCEITO.
O PROFESSOR NUNCA VIU A CRIANÇA…ESTA CRIANÇA (QUE POR ACASO É TRISSOMICA) participa em aulas de expressão musical desde bébe.
As VOSSAS VERDADES, “Joaquins e ” Virgilios” é que sendo vós incapazes de ensinar crianças diferentes, vou providenciar por vos reformar compulsivamente porque não há dois seres humanos iguais.
QUEM SÃO OS ANORMAIS AFINAL’!!
Já agora aproveito para vos “aconselhar”, “Joaquins e Virgilios”,tenham cuidado, porque a humanidade ainda não está imune contra a deficiência.
Quando vos tocar na pele, vão perceber os inuteis e futeis que foram durante as vossas vidas.
Pode ser que algum “dentista” vos deixe MORRER E SOFRER MUITO, num Hospital por falta de “Mecanico”!
Setembro 23, 2008 at 11:35 pm
Começo por enviar um grande abraço a esta mãe. Não só por denunciar uma atitude de alguém que se auto-proclama “pessoa importante” desta cidade mas, acima de tudo, por estar e ensinar ao seu filho o que se deve fazer quando nos sentimos injustiçados. Isto sim é educar.
Também quero chamar a atenção para o triste facto, que demonstra ainda restos de uma mediocridade do nosso povo que felizmente vai desaparecendo, de todos os anos haver filas para inscrever crianças nas aulas do Sr. Virgilio Caseiro. Como é possível!!!
Esta cidade do conhecimento mas ao mesmo tempo pseudo-intelectual, pois a ignorância reina em muitas mentes de doutores, ainda assiste a este tipo de romarias em geito de rebanho. Vai o primeiro, vão todos a seguir ainda que nada saibam de música ou dos conhecimentos técnicos do referido “maestro”.
Mas também quem dirige os dinheiros públicos e devia dirigir a cultura nesta cidade, funciona no mesmo registo esquizoide. Basta ver o vergonhoso e ultrajante “negócio” que foi a cedência do pavilhão de Portugal em Coimbra à Orquestra Clássica do Centro mais o orçamento da Câmara Municipal a esta Orquestra, mais os concertos que a mesma Câmara compra a esta Orquestra…etc.
Tudo somado é imenso dinheiro de muitos para os bolsos de meia dúzia de feiticeiros.
Está tudo no mesmo saco. Senão vejam.
O tal Senhor que sabe tudo de trissomia mas não quer um menino com trissomia nas suas aulas é também o Maestro dessa orquestra e é também o Maestro do Coro dos Antigos Orfeonistas de Coimbra (composto pela “nata” politica e intelectual da Região). Bem se vê o jogo de influências e a atribuição de pequenos grandes poderes a estes senhores.
Mas, por ironia, o mesmo senhor, que ao construir o seu exercito, decidiu assentar praça em General, que é como quem diz, em Maestro. Isto é: também diz saber muito de música mas na prática vai sempre atrás da orquestra. Perguntem-lhe pelas credencias que dão a qualquer Maestro a legitimidade para desempenhar tais funções. Dirão que ele tem sempre músicos que com ele querem tocar. É o poder do dinheiro. São pagos até pelos ensaios.
Esta história seria muito longa…
Mais uma vez um grande abraço à família deste menino.
Setembro 24, 2008 at 12:22 am
Já soube que na 2.ª feira, dia das inscrições, o “Maestro” se explicou aos pais, dizendo que era polémico – sim senhor -, mas que aquela mãe é que tinha interpretado mal! Enfim… é só rir! 🙂
Setembro 24, 2008 at 8:01 pm
Já sabia da notícia, desde ontem. Não sabia que estava aqui, no blogue do Paulo.
Desde já, a minha solidariedade para com o np e essencialmente para a Natércia e seu filho.
Esta situação é típica e não pode ser ignorada.
Errar é humano mas há erros que são demasiado graves.
Setembro 24, 2008 at 8:22 pm
Virgílio Caseiro
Uma vida dedicada ao trabalho, à cultura, à sociedade, aos outros.
Os comentadores da maioria apenas estão contra quem defende o homem, não percebendo as circunstancias da situação.
Quais os contribuintes que pagam o quê?
Quem sabe do que está a falar?
Num minuto se destrói o que levou anos a construir.
Enquanto Virgílio trabalhava com as crianças desfavorecidas do Tovim, quem é que lá estava para o admirar o seu trabalho?
Enquanto Virgílio trabalhava com crianças problemáticas da tutoria, quem o elogiou?
Quando Virgílio trabalhava com crianças deficientes, quem o apoiou na sua causa?
O Virgílio foi sincero, numa sinceridade dura e realista. O criança em causa não se enquadra no trabalho que ele desenvolve com crianças ditas “normais”.
Se a Natercia é uma mulher de causas, como aparenta ser, porque não propôs ao Virgílio o desfio de voltar a desenvolver o trabalho que anos antes havia feito?
Setembro 24, 2008 at 9:09 pm
João, esse comentário é uma treta total e completa … Deixe-se de histórias que o Virgílio sempre teve as costas quentes em Coimbra. Ou não é?
Francamente … está na hora de as pessoas se assumirem … e acredite João, há quem saiba muito mais do que eu que até fui aluna e colega do Virgílio.
Cumprimentos.
Setembro 25, 2008 at 8:04 am
[…] jornal As Beiras de 23 de Setembro de 2008, a carta divulgada há uns dias em alguns blogues com o Umbigo e o Mais do Mesmo. […]
Setembro 25, 2008 at 10:48 pm
João
No site da CMC lê-se, sobre o Pavilhão de Portugal:
“O Município coloca, assim, ao serviço do interesse público um espaço que merece ser apelidado de cosmopolita e que faz de Coimbra uma Cidade vocacionada para a cultura, a cidadania e o conhecimento.”
Ainda não entendi, para a CIDADANIA, com AULAS PRIVADAS dentro de um espaço Público?
VOU tirar isto a limpo…
A mãe desta criança luta por grandes causas, justas,participa nelas desde criança, ligada à UNICEF – Gala Internacional dos Pequenos Cantores( ligada à música), entre outas causas.
Como uma Mulher de Causas e consciente que é,no papel de mãe nunca poderia propor um desafio a um homem “dito Humanista”, quando este num telefonema se revelou completamente. Bem , segundo parece desde a recepção no Pavilhão, feita pela dita senhora que transmitiu a mensagem ao prof., a mãe tinha riscado da sua lista as aulas do dito. Agravado com o telefonema do maestro, em que ouve conselhos e tretas sobre como fazer, como incluir (mas não à custa do Maestro),explicando-se este e justificando-se que não é NAZI nem defende a raça pura,(parece uma personalidade com dissonância cognitiva).
Eu…não sei se não desligava a chamada ao dito maestro. A mãe não o fez, porque a sua educação não lho permite!
Vejam o Blog “Sinistar Ministra”- Grande revelação!
Outubro 11, 2008 at 7:24 pm
é sempre fácil julgar e criticar tudo o que não conhecemos, ou conhecemos pouco, partindo do principio que somos todos capazes de admitir que nunca conheceremos tudo na sua totalidade. Deste modo, podemos então começar por dizer que nem o maestro será perfeito, nem a mãe desta criança, e que todos terão cometido e continuam a cometer erros á velocidade do tempo comuns a todos nós. Está na moda ser anti-preconceito, só é pena que nem todos o saibam ser com sinceridade. Qualquer profissional de qualquer área sabe e coordena as suas capacidades e as capacidades dos seus projectos, e sabe o que pode e como pode fazer, e até mais importante ainda aquilo que é capaz de fazer, e os desafios que podem encarar e dar a cara pelo seu êxito e pelo seu fracasso. Se a criança não entrou nesta turma duvido que a razão tenha sido o preconceito, mas sim outras causas cuja explicação e formação dos tutores não é paga pelos impostos dos senhores contribuintes. Certamente que quem afirma que as crianças não podem ser crueis para se opor á afirmação do maestro deve conhecer muito pouco do mundo e do processo de desenvolvimento subjacentes a essas idades. Se grandes falhas se reportam ás crianças ditas “normais” no funcionamento da sua socialização, se há países em que crianças matam dez colegas durante um intervalo da escola, é importante que alarguem os horizontes para conceitos mais altos, e se indignassem com outras coisas que estão á frente dos vossos olhos em vez de presumirem e lançarem acusações a um caso, que como em todos os outros casos, muito se inventa, e pouco há de verdade.
Lancem a vossa raiva contra os vossos impostos mal investidos, lancem a vossa ira contra a manipulação mental a que estão todos os dias a ser sujeitos, lancem a vossa raiva pelas causas dos que morrem de fome longe e debaixo dos vossos olhos, que dormem ao frio nas portadas dos vossos prédios, dos que vos roubam e que mesmo assim se intitulam de o vosso governo, de todos aqueles que vos têm mantido enganados com histórias erradas, e que vos bombardeiam de entretenimento e de publicidade . Lancem a vossa raiva contra as faltas de condições de sobrevivência que têm vários tipos de portadores de doenças, contra os vossos impostos que nunca foram investidos em rampas e vias facilitadas para que um cego ou paralítico possa aceder aos sítios, lancem as vossas vozes contra uma discriminação a que assistam e mudem as mentalidades dessas pessoas. Vejam mais alto, e não critiquem um programa privado e um senhor que quer ter um projecto musical de determinada maneira e que avance a um determinado ritmo, ou não critiquem uma mãe revoltada que se mostra vitimizada porque a sociedade não se prostrou a seus pés por ter um filho deficiente. Também ela tem de tratar o seu filho como um igual e reconhecer os males piores que esse.Há milhões de pessoas a morrerem a cada segundo que passa . Revoltem-se com isso.
Outubro 13, 2008 at 12:15 am
À Bárbara:
Estas palavras são apenas um elogio à sua ESTUPIDEZ!
Não sabe do que fala!
Apenas julga e critica o que não conhece.
O Mundo está em crise…estamos à beira de um colapso…e porquê?
Porque as grandes potências não sabem que a Bárbara existe…com as suas ideias e palavras “Bárbaras” pensa-se detentora da VERDADE!
É deficiente? Ama algum deficiente?
Revoltem-se contra as Bárbaras…
Outubro 24, 2008 at 7:16 pm
“mituxa”,
insultar uma pessoa não é propriamente o caminho correcto de validar uma opinião.
“Mituxa”,
isso de fazer trocadilhos com o meu nome foi
fantástico. gostei muito. Teve piada até.
“Mituxa”,
não faço trocadilhos com o seu nome porque
me parece de todo impossível fazê-lo, apesar
de ter em mente que também poderia ter um resultado muito engraçado.
“Mituxa”, não retribuo o desejo de se revoltarem contra si porque a mituxa têm
a pior de todas as deficiências: duas palas nos olhos que a impedem de respeitar as outras pessoas e ter espírito crítico relativamente as opiniões. Mituxa: ainda dizer-lhe que amo com a máxima facilidade um deficiente e com a maior dificuldade pessoas como a “mituxa” incapazes de descodificar a verdadeira crise e a verdade por trás da mentira que lhe é oferecida todos os dias. Mituxa, que nome lindo.
Força ai