Ministério da Educação reduz exames nacionais para alunos dos ensinos profissional e artístico
E logo para o acesso ao superior…
Março 3, 2015
Ministério da Educação reduz exames nacionais para alunos dos ensinos profissional e artístico
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Outubro 18, 2010
Muito pensei eu no título a dar a este post. Mas desde a manhã que fazê-lo é um imperativo categórico da minha consciência. Porque há sempre horizontes novos que se abrem perante nós ao constatarmos toda a riqueza de conhecimentos que transmitimos e competências que desenvolvemos ao longo de uma aula.
Eu sei que a turma é de PCA, mas o aluno em causa nem está sinalizado com problemas transcendentais. E até é bem comportando e está sozinho numa mesa. Eu sei que é um 5º ano e que só tiveram quatro anos de aulas (salvo uma ou outra repetência) para aprender a copiar coisas de um quadro, sendo essas coisas o sumário e umas linhas de apontamentos sobre a acentuação e a classificação das palavras de acordo com a sílaba tónica.
Como se percebe, coisas paredes-meias com a caça ao gato de Schrödinger em matéria de complexidade conceptual e prática.
E não vale a pena dizer que o profe não deu atenção ao aluno, porque o sacana do profe até andou sempre por ali a cirandar na esperança… E o raisparta do profe até tentou várias estratégias, a começar pela sensibilização para a necessidade do aluno perceber que se começa a escrever pela frente e não pelo (re)verso da folha. Se possível sobre as linhas traçadas no papel. Já agora, seguindo a ordem do que estava no quadro (não-interactivo, deve ter sido por isso!), da esquerda para a direita e de cima para baixo, a menos que invoque genealogia sino-nipónica ou convicção e confissão muçulmana, que eu respeito isso tudo e até muito mais.
Eu garanto que o energúmeno selectivo, conservador e tradicionalista do profe tentou todos os ângulos de abordagem para que este jovem de 10 (ou 11?) anos conseguisse registar qualquer coisa para seu próprio benefício no que deveria ser um caderno, antes de lhe ser distribuída uma ficha de trabalho para exercitar a motricidade fina ao sublinhar as sílabas tónicas de umas quantas palavras e a coordenação óculo-manual ao preencher com as ditas palavras um quadro já repartido em rectângulos para arrumar as agudas, graves e esdrúxulas.
Tudo coisa de exigência ao nível do salto encarpado com dupla pirueta atrás em direcção à pissina.
Mas a verdade, a ridente verdade, é que ao descair da aula para o toque, feita a ronda dos cadernos diários – esse anacronismo da escola dita napoleónica e não lúdica – o balanço era este, não sabendo eu o que destacar com maior fluorescência, se a grafia a lembrar o aramaico transversal, se a estética avant-garde do vazio contestatário em conflito com a disciplina autoritária do magister chato (je, of course!).
Enfim… é a vida, sendo que a vida nos próximos dias vai ser a do exercício da cópia e caligrafia, uma meta de aprendizagem que eu decidi definir para o primeiro período, na falta de conseguir algo mais.
Agosto 8, 2010
… graças ao Livresco, que continua no mastro da gávea…
Este tem o interesse de ser de José Manuel Canavarro, ex-SEE do PSD, mas aparentemente indisponível por estes tempos:
Agosto 7, 2010
Haverá alguém que não queira uma escola sem “chumbos”? Julgo que não. Era bom que se estendesse até ao final da universidade, dirão muitos. Puro delírio, mas coisa óptima, se o sucesso por decreto resolvesse o problema. Não resolve, como sabemos, serve apenas fins políticos, ainda que os argumentos da ministra, como lhe compete, sejam sempre pedagógicos, insistindo que apenas pretende abrir um debate público sobre o assunto. Não vem mal ao mundo debater seja o que for. Mas, de algum modo, propor isto, é já admitir a falência de uma escola equitativa, integradora, com base no princípio da igualdade de oportunidades. É admitir que não se tem capacidade de resolver as questões do insucesso e do abandono escolares, actuando nas causas, como deve ser feito.
Um sistema sem retenções, uma vez legislado, é um sistema em que ninguém fica retido, saiba muito, pouco ou nada. Mas o engraçado é que nos querem fazer crer que, adoptada esta medida, todos vão saber muito, por passo de mágica, talvez. E, então, por que é que não sabem muito, agora, o que é que impede os alunos de saber mais, é o haver retenções?
É claro que a discussão não é esta, como a ministra muito bem sabe. As suas afirmações são interessantíssimas, para não dizer outra coisa: “No ministério, todas as medidas que tomamos é para melhorar a educação”? Então, pois, para que seria, não é com certeza para melhorar a meteorologia; “Nalguns casos, a retenção não serve para nada”, diz, supõe-se, então, que noutros casos servirá, ou não? Para ser coerente, deveria dizer que a retenção não serve em nenhum caso; “O que queremos é que os alunos aprendam mais, não é o facilitismo, ao contrário, é a qualidade e a exigência”, repete uma e outra vez. Ora, aqui está um ponto de acordo.
Uma vez identificado o campo, por que não se questiona o essencial? Por não se questionam as medidas, as acções e os compromissos que têm de ser pensados e postos em prática, para acabar com o abandono e o insucesso escolares? Por que não se questionam os problemas e as dificuldades dos apoios educativos? Por que não se questionam os problemas e as dificuldades dos percursos alternativos, do ensino especial, etc.? Por que não se questiona o valor de tantos relatórios e de tantas burocracias? Por que não se questiona a cooperação e a complementaridade das diferentes intervenções, tantas vezes, justapostas ou de costas voltadas? …
Estamos perante um sistema que apresenta fragilidades várias, a questão da qualidade é real, não se pode negar que, há muito, se ensina para a média e a média baixa – uma quase inevitabilidade, dado o número de alunos por turma e a sua heterogeneidade. Mesmo, compreendendo a justiça da diversificação de ofertas curriculares e de novas oportunidades de formação, não parece aceitável que haja jovens com o 9º ano incapazes de compreender o que lêem ou de escrever duas frases articuladas; ou jovens com o 12º ano do ensino profissional que, confrontados com a falta de saídas profissionais, concorram à universidade, entrem, mas levem anos a fio a marcar passo, porque as suas bases que têm estão a anos luz do que deveria ser, com o consequente insucesso e o quase certo abandono. Isto tem custos pessoais, familiares e sociais importantes.
Claro que se pode sempre argumentar que a ministra fala do ensino não superior, mas pode-se separar uma coisa da outra? Ou que a educação, mesmo nestes casos, é sempre um ganho, mas, então, não é a educação um meio para a realização pessoal e a integração social dos jovens? É com certeza. Defraudar estas expectativas não pode ser visto como uma coisa legítima ou de somenos importância, porque não o é.
Maria Rosa Afonso, professora
Agosto 7, 2010
Não é que seja contra o rendimento mínimo, o que acho é que, realmente, andamos a preparar as novas gerações para esse tipo de lógica. O que também pode não estar errado, atendendo a que no horizonte político ecassam os vislumbres de outra vias para sobreviverem:
De Inês Teorónio Pereira no I:
Aproveitamento mínimo garantido
O RENDIMENTO mínimo chegou à escola. Agora querem que os nossos meninos tenham um rendimento mínimo de desempenho escolar: não chumbarem. No mínimo passam e no máximo também.
Se uma das grandes questões doutrinais dos dias de hoje é “trabalhar para quê se vamos ali abaixo à Segurança Social e metemos os papéis para o rendimento mínimo?”, a segunda questão doutrinal do século xxi português será “estudar para quê se chegamos ali à escola e passamos sempre?”.
Eu percebo a lógica: na dúvida premeiam-se os cábulas e os calões. Dá muito menos trabalho a toda a gente, não se exclui nem se chateia ninguém e é fixe, pá. Mas agora expliquem- -me como se eu tivesse seis anos: como é que se explica uma coisa destas a uma criança de seis, oito, dez, 12, 14 anos?
Agosto 5, 2010
Roberto Carneiro sobre o assunto do momento, com um discurso redondinho como a Lua Cheia:
Não há condições para acabar com os chumbos, diz Roberto Carneiro
Antigo ministro da Educação defende uma reorganização do sistema educativo, de modo a colocar o aluno no centro da escola.
O que lhe falta, como a 99% dos que assim falam, é medidas concretas para fazer de cada aluno um aluno de sucesso, como ele diz. Medidas concretas, enumere um par delas, por favor…
Agosto 3, 2010
Por entre as declarações confusas e atabalhoadas de Isabel Alçada durante o fim de semana acerca da proposta do fim das retenções no Ensino Básico e de controlar os danos que causou a sua entrevista ao Expresso, foi possível perceber que a ministra considera que já existem entre nós medidas de apoio destinadas a “ajudar os que têm um ritmo diferenciado” de aprendizagem.
Embora as formulações tenham variado de ocasião para ocasião, acho que será pacífico identificar que a ministra se referiu, pelo menos, às seguintes: aulas de apoio, estudo acompanhado e pedagogias diferenciadas na sala de aula. Estranhamente, ignorou os planos de recuperação e acompanhamento.
Não sendo todas elas medidas erradas na sua concepção, a sua aplicação prática está longe de ser satisfatória ou de corresponder ao que é necessário para combater, de forma séria, os défices de aprendizagem dos alunos ou a sua menor apetência pelo envolvimento nas tarefas escolares.
Vamos lá por partes:
Ahhh… já agora… perguntem aos iluminados dos projectos de sucesso da pedagogia diferenciada quais são os critérios de ingresso nas suas escolas… se entra qualquer um… ou se neste momento não há um apertado processo de selecção e controle das admissões… por causa do excesso de procura e tal mas que…. na prática… funciona como útil mecanismo para só entrarem aqueles alunos cujas famílias e contextos garantem que, mesmo com problemas e dificuldades, o sucesso tem uma rectaguarda onde se basear… Não nos gozem, por favor!
Agosto 1, 2010
Há de duas espécies e origens, que se poderiam considerar antagónicas, mas que confluem num mesmo objectivo. Aliás, já era previsível que assim acontecesse e só foi estranho como não aconteceu mais cedo, talvez se devendo isso apenas ao facto de a tradição apresentar as facções como opostas.
Isabel Alçada, com aquele seu ar aéreo e etéreo, que tudo junta numa frase como se fosse natural, parece estar a conseguir fazer essa combinação que outros achariam improvável, mas que coloca em algumas dificuldades quem antes defendeu parecido só que com argumentos ligeiramente diferentes.
Vejamos os argumentos dos dois sectores que defendem o fim das retenções no Ensino Básico ou, por extensão, em toda a escolaridade obrigatória.
O sector fofinho-eduquês:
O sector duro-economês:
Temos pois, e resumindo, de um lado a ideologia do direito ao sucesso como fórmula mágica do politicamente correcto para a Educação, enquanto do outro temos o pragmatismo da teórica redução dos custos com o sistema através da eliminação das repetências.
É essa a jogada actual do Governo, com uma desastrada Isabel Alçada como porta-voz pública e muito pouco convincente. Porque sabe que o Bloco, e também o PCP e os largos sectores eduqueses dos sindicatos, são sensíveis aos primeiros argumentos e o PSD aos segundos. Mesmo se, por questões de estratégia, surgem a contestar a ideia, argumentando que não faltam condições para implementar o fim das repetências. Analisem bem as declarações de alguns críticos de esquerda desta proposta e verão que há portas e janelas entreabertas. Do lado da direita, em especial do PSD, aproveita-se o desastre comunicacional de Isabel Alçada, mas não sei se alguém bateria muito o pé se a ideia fosse avançando. Relembremos que foi o PSD que lançou estas mesmas ideias há cerca de 20 anos atrás… quando perceberam que a reforma de Roberto Carneiro era demasiado ambiciosa e havia que poupar nos meios…
Gaveta aberta de textos e memórias a pretexto da Educação que vamos tendo. Este blogue discorda ortograficamente. Contacto: guinote@gmail.com
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