No Expresso (p. 27) assinalam-se as percentagens absurdas de erros em exercícios básicos nas provas de aferição de Matemática e Língua Portuguesa, com destaque para o caso de 69% de alunos que não conseguiram ordenar alfabeticamente, sem erros, nove palavras.
Poderá parecer realmente absurdo.
Mas não é.
Poderíamos dizer que é o fracasso da Escola e da Educação.
Mas não é bem isso.
Pelo contrário, é um sinal de Triunfo.
Do triunfo generalizado da doutrina relativista do Errar é Humano, levada ao seu extremo.
Acham que, como professores de LP, não ensinamos (reensino, pois já deveria vir sabido) os alunos a ordenar alfabeticamente as palavras e a usar um dicionário?
Ensinamos.
Só que a coisa é encarada com displicência e considerada pouco relevante por muitos alunos que acham que se não for desta maneira, é parecido e é quase o mesmo, ou seja, o mesmo.
Mas não é.
Se as provas de aferição contivessem questões muito básicas, mas em que um erro simples implicasse um zero na sua classificação, os níveis de insucesso seriam galopantes.
O que vale é que na maior parte da provas se podem cometer erros sem grandes consequências.
E essa é a ideologia dominante de muitos teóricos do ensino entre nós.
Querem uma abordagem holística que privilegie o conjunto, e o seu eventual sentido, por sobre o conhecimento rigoroso das partes.
E, por qualquer razão curiosa, quiçá por verem que o culto do erro desculpável campeia na sociedade, a miudagem exerce o seu direito ao erro com escassa parcimónia e muita generosidade.
Se eu der uma lista de 5-6 palavras começadas pelas mesmas duas ou três letras (gelo, gelado, gelataria, geladeira, etc), o retorno em número de respostas totalmente certas é sempre muito abaixo do razoável?
Porquê?
Tanto, faz, setôr, qual é o problema? Não é a mesma coisa?
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