Faca & Alguidar


Fiz um curso, comecei a dar aulas, fiz outras coisas, voltei a dar aulas. Não fiz o Ramo de Formação educacional, criado mesmo quando eu estava a acabar o curso.

Fiz mestrado na minha área (História) enquanto professor contratado. Universidade pública, quatro aninhos.

Pelo caminho, fui fazendo investigação, colaborei em obras colectivas, escrevi muitos artigos, publiquei livros em co-autoria ou em nome próprio.

Entrei para QZP uma dúzia de anos depois de ter começado a dar aulas. Fiz um doutoramento em História da Educação por essas alturas. Universidade pública, cinco aninhos. Os últimos três com equiparação a bolseiro, desculpem lá…

Entrei para o quadro da minha escola/agrupamento mesmo quando o estava a acabar. Dou aulas a menos de 3 km do local onde vivi os meus primeiros 33 anos, por gosto e opção (nunca concorri para turista acidental, mesmo se isso me levava a colocações tardias), mas a cerca de 20 do actual domicílio.

Criei um blogue, desenvolvi uma intervenção que se tornou pública, apesar de todos os meus feitios e defeitos.

(e ainda tive tempo e oportunidade para procriar e plantar a ocasional árvore)

Quando me perguntam como gosto de ser apresentado, costumo dizer “professor do Ensino Básico”, podendo acrescentar “autor do blogue…” ou “doutorado em História da Educação”.

É tudo verdade, de nada tendo vergonha ou me embaraçando.

Mas há sempre os complexados a pairar por aí.

Se um gajo se apresenta como “simples” professor do Ensino Básico, é porque só sabe ver o seu quintal, não consegue alcançar uma perspectiva “global” ou “sistémica”, está preso a preconceitos corporativos.

Se um tipo é apresentado como “doutorado em História da Educação” é porque é peneirento, porque é teórico, porque se tenta armar e não desce ao terreno, porque isto e aquilo.

Ó complexados da treta… e se fossem chatear a vossa tataravó?

Uma pessoa é o que é e não o que outros querem que seja.

Se têm complexos de algum tipo, paguem consultas, mediquem-se… arranjem uma vida que vos satisfaça.

Deixem-se de bocas enviesadas, a armar ao pingarelho rameloso.

Não projectem os vossos fantasmas e frustrações em mim, que já me chega ser do Sporting.

ZePovinhoOraToma

(nota final… amigo Garrido, este post é em grande parte dedicado a ti, que percebes muito mais da vida do que muita desta malta que só sabe garganeirar… e nasce em boa parte da nossa conversa de sábado passado).

E depois dizem que os problemas no acesso à profissão se resolvem com uma prova escrita?

Estas pessoas fizeram uma licenciatura e um mestrado que afirmava dar acesso à docência (e não foi num ramal distante de uma universidade manhosa, pois um dos casos é na FLUP) e agora dizem-lhes que afinal levaram doninha fedorenta por arminho.

E que tal um pingo de decência e competência nestas matérias?

Depois de alunos e ex-alunos da Escola Superior de Educação (ESE) do Porto, é a vez de ex-estudantes do mestrado em Ensino do Inglês e outra língua estrangeira do ensino básico, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), expressarem revolta por não terem grupo de recrutamento adequado à sua formação, o que os obriga a ter de ir para tribunal para dar aulas. Garantem que já fizeram queixa ao Provedor de Justiça, à Assembleia da Republica (AR) e ao Ministério da Educação e Ciência (MEC). A tutela assegura que está a “estudar” o problema.

Em causa está o facto de a formação deste mestrado não encontrar correspondência na combinação de disciplinas e graus de ensino que existem nos actuais grupos de recrutamento. A FLUP já encerrou o mestrado, adaptou outros cursos à legislação actual e entrou em contacto com o MEC para expor e “sensibilizar” a tutela para o problema, de acordo com o gabinete da comunicação da reitoria da UP.

A mim apetece-me, porque ainda não lhe vislumbrei nenhum mérito desde que foi promovido, lá por 2011, a comentador de magias económicas ocultas na TVI24 e a coordenador de um livro que, efectivamente, tinha a fórmula que está a ser usada para empobrecer a larga maioria da população enquanto prosperam os relvettes e coelhones.

Presidente da AICEP admite que “sejam pedidos sacrifícios dolorosos” aos portugueses

Mas porque será que esta malta com escassa vergonha nas faces de sósia de um jovem irmão do Freitas do Amaral não dá o exemplo e prescinde das mordomias e dos cargos e do resto?

Público, 15.46:

Passos diz que a Lusoponte não arrecadou as portagens de Agosto

(…)

O primeiro-ministro afirma que o Estado vai ter de pagar à Lusoponte 4,4 milhões de euros equivalentes ao valor das portagens de Agosto da ponte 25 de Abril, porque quem arrecadou essa receita em 2011 não foi a empresa, mas sim a Estradas de Portugal.

Questionado no debate quinzenal pelo líder do BE, Francisco Louçã, sobre o motivo pelo qual a Lusoponte iria receber um valor que a empresa efectivamente cobrou no ano passado, Passos Coelho não teve resposta num primeiro momento.

Dinheiro Vivo, 17.55:

Ministério da Economia corrige Passos Coelho: a Lusoponte recebeu as portagens de Agosto a dobrar

Afinal a Lusoponte recebeu mesmo as portagens de Agosto a dobrar. De acordo com o comunicado enviado há momentos pela secretaria de Estado dos Transportes, a empresa que gere as duas pontes sobre o Tejo recebeu a compensação que estava acordada no contrato de concessão, no valor de 4,4 milhões de euros, e também o pagamento dos utilizadores durante o mês de Agosto, como foi decidido já pelo actual Governo.

Ajoelharam-se, aceitando fazer parecido aos colegas, agora esperavam gratidão? Porque Roma pode usá-los, mas nem sempre os recompensa.

Há excepções, eu sei. Até acredito que muita gente esteja a fazer o melhor que sabe, mas não o melhor que poderia.

A opção era aceitarem ser representantes do ME(C) nas escolas ou sentirem-se como os representantes das comunidades educativas junto do ME(C).

O que optou fazer a maioria? Quantos se ergueram, em tempo certo, no lugar certo,. para além de já terem três organismos representativos para interesses micro-corporativos?

E os poucos que, em certos momentos, tiveram a coragem de assumir posições claras, que solidariedade pública receberam?

Agora… aguentem-se!

Estou a ser injusto? Talvez… Mas a ANDE e a ANDAEP querem ser uma espécie de Confap, parceiros para todos os paradigmas, ou algo mais?

Ensino. Directores de escolas revoltados com avaliação

(…)

Já estávamos habituados aos protestos dos professores contra o modelo de avaliação docente, mas o certo é que os directores também estão com muita vontade de contestar a forma como a sua avaliação está a ser conduzida pelas Direcções Regionais de Educação (DRE). Directores de escolas e de agrupamentos censuram o facto de as suas notas terem sido atribuídas sem conhecerem os critérios usados para chegar à classificação final.

O descontentamento ainda não se tornou barulhento, mas o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Adalmiro Fonseca, assegura “nunca” ter tido a caixa de correio electrónico tão cheia com reclamações vindas de quase todas as regiões do país: “A única excepção é o Alentejo.”

São “largas dezenas” de cartas enviadas à associação e às DRE, redigidas por directores com vontade de desistir de tudo: “A indignação é tanta que eu próprio já impedi vários colegas de apresentarem a demissão.”

Em causa está um modelo simplificado que a tutela introduziu neste período de transição até se definir o que será implementado no próximo ciclo avaliativo. O “grande problema” – alerta o dirigente da ANDAEP – é que não houve tempo para se construir este processo que, no caso dos directores, obedece às regras da administração pública.

Talvez depois da sesta…

Polícia brasileira reuniu provas arrasadoras contra Duarte Lima

A polícia brasileira afirma-se detentora de fortes indícios do envolvimento de Duarte Lima no assassínio de Rosalina Ribeiro, com base, entre outros elementos, nas multas por excesso de velocidade do carro que o advogado e ex-deputado alugou para transportar a vítima no dia em que ela foi morta – apurou o SOL junto de fontes judiciais do Rio de Janeiro.