Não é a questão da sugestão, por si só, é a percepção de não existir mesmo qualquer esperança na melhoria da situação.
E de não serem lapsos de linguagem, mas mesmo os sinais de uma (falta de) estratégia para o país.
Transportando a lógica para a escola e uma sala de aula, isto equivale ao ao director ou professor dizer aos alunos que não conseguem ter boas notas, para irem para escolas menos rigorosas ou turmas mais fracas porque, mantendo-se onde estão, não têm qualquer hipótese:
Brasil, Alemanha, França e Suécia são alguns dos países que procuram trabalhadores portugueses diz Octávio Oliveira, presidente do IEFP.
(…)
O primeiro-ministro referiu que os docentes devem emigrar. Haverá países disponíveis para os receber?
O nosso sistema universitário tem gerado, nos últimos anos, um número apreciável de diplomados com saídas para a profissão docente. Hoje temos um contexto demográfico em que o número de jovens nas nossas escolas é cada vez menor. É evidente que uma fatia significativa de inscritos nos ficheiros dos centros de emprego tiveram uma actividade ligada à docência. Hoje há um conjunto de países como Angola e Moçambique que podem apresentar oportunidades para essas pessoas. São oportunidades que cá estão esgotadas e que podem ser aproveitadas. Fundamentalmente, a atitude deve ser de inovação de todos nós. Por parte dos serviços públicos de emprego em encontrar novas soluções que facilitem o ingresso no mercado de emprego. Também da parte das pessoas que estão desempregadas haver uma perspectiva inovadora do confronto dos seus requisitos, um diagnóstico de pontos fortes e fracos e o estabelecimento de uma estratégia de inovação na qual o serviço de emprego pode e deve ajudar.
Houve um aumento de 27% do desemprego entre os diplomados. Países como Angola e Brasil devem ser uma hipótese?
Penso que são países a considerar. Mas também é necessária uma atitude activa e não uma atitude passiva à espera que a solução apareça. Tem que ser o próprio a ter uma atitude activa e a encontrar a solução, não é só inscrever-se no centro de emprego, isso é pouco…
Acha que Angola, Moçambique e Brasil são hipóteses a considerar?
Admito que o mercado angolano em matérias de educação possa ter hipóteses.
E o giro é que depois, se as pessoas seguirem a recomendação, ainda se gabam de ter conseguido baixar os números do desemprego…
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