O Jorge Fiel, como todos nós, tem dias bons e dias maus. Na maior parte dos casos é afável e até simpático, calando-se para ouvir os outros. É tipo com quem se pode comer uma francesinha no Capa Negra, ali pelo Campo Alegre.
Mas quando escreve por vezes perde os travões e entra em disparate total, com um acesso de bílis digno de um MST, misturando alhos, bugalhos e outras coisas que nos podem vir à mente em rima bocagiana:
Vejamos… a propósito das nomeações do Barreto Xavier na Cultura (nomeações de tipo político) dispara isto.
O Estado português é o único setor da economia que quando está em dificuldades (a dívida pública é de 200 mil milhões de euros, 120% do PIB, o dobro do valor máximo a que nos com prometemos) continua a contratar, em vez de despedir.
É preciso ser muito idiota para acreditar que tudo pode continuar na mesma, que o Estado e os seus funcionários podem passar incólumes e a assobiar para o lado à custa do sangue dos impostos e sacrifícios das famílias e das empresas privadas. O nosso drama é quem não consegue sequer identificar o problema é absolutamente incapaz de arranjar”uma solução.
As contas estão feitas. O número mágico é quatro. Quatro como os evangelhos canónicos, os pontos cardeais, os ventos e as bestas do Apocalipse. Quatro mil milhões de euros é quanto o Estado tem de passar a gastar menos todos os anos.
Parece difícil mas não é. Quatro mil milhões são 5% do Orçamento do Estado. Centenas de milhares de famílias e empresas já fizeram ajustamentos bem superiores a 5% dos seus orçamentos e sobreviveram.
E, por favor, não tentem atirar-nos areia para os olhos. Poupem-nos à histeria mentirosa de que cortar 5% ao Orçamento implica desmantelar o Estado social. Isso é o paleio de parasitas e ladrões de impostos que prosperam com a mão metida nos nossos bolsos. Quando o parasitado (o Estado obeso) está em perigo, o parasita defende-o. Defende o seu bife.
Jorge, pá, pede o número cá de casa a quem sabes, ou mesmo o meu tm e eu mando-te a dimensão do corte que já levei nos últimos anos nos meus rendimentos… pelas últimas contas são cerca de 20% e não 5%, pá!
Queres mesmo falar de sacrifícios e sangue das famílias privadas, enquanto aos funcionários públicos (que te interessa confundir com os cortesãos do secretário de Estado), chamas parasitas, histéricos e tudo o mais? Escreve o que sabes sobre as muitas escandaleiras dos negócios privados e dos quais já tivemos hipótese de falar de viva voz, mesmo se pela rama.
Fala das falcatruas daqueles com quem muitos jornalistas e chefes de redacção, directores e directores adjuntos almoçam e bebem uns copos sem dramas de consciência. Daqueles que despedem para poder continuar a manter o seu nível de vida pessoal, que chuparam e chupam subsídios à tripa-forra para os enterrar nas garrafas e na… diversão.
Queres mesmo falar em quem anda a defender o seu bife? Ou será do tártaro? Ou picanha? Ou maminha?
Sabes quem vive com a mão nos nossos bolsos? Sabes, não sabes? Olha para… o lado? Para cima? Para a assinatura no…?
Não escrevas sobre o que os outros sacrificaram ou não. Escreve sobre o que conheces. Com maneiras, com menos adjectivação e menos estilo à manuel abrunhosa serrão. É pedir muito?
É que eu não gosto de assobiar para o lado quando me atiram gravilha para cima e me chamam parasita. Eu trabalho e dou aulas, todos os dias, a lotes de 25 como o teu e a minha.
Fiz-me entender, mesmo que isso implique que não me deixes consultar a tua bd?
Desculpa lá se quase desci a chinela ao nível da tua prosa. Mas acho que merecias…
Beijos da minha petiza para o teu João. Aquele velho gameboy ainda funciona, pá! É que eu não tenho sangue para lhe comprar um novo!
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