Será que se está a falar do mesmo relatório (que está aqui)?
Citação 1:
Citação 2:
Há uma coisa que a mim parece óbvia: com base no modelo de inspecção que se fazia duvido muito da fundamentação empírica de qualquer considerando sobre a qualidade (ou não) das práticas de ensino.
Até porque a evolução verificada neste domínio tem sido bem favorável:
O problema é que isto dá para os dois lados… há pontos fortes aqui que também são pontos fracos acolá e por aí adiante… generalizar é que dá normalmente confusão.
Vejamos alguns dos dados:
Globalmente, a prestação do serviço educativo é 0 3º domínio na soma de MBom/Bom, encontrando-se na mesma posição em termos de Suf/Insuf (neste caso está no último lugar, ou seja é o domínio com menos menções de Insuf).
Eis os valores do domínio, distribuídos por factores. Eu confesso que gostava de saber como foram obtidos estes valores, com base no que as inspecções faziam nas escolas, sendo a sua actividade quase nula quanto á verificação da prática pedagógica.
O que parece é que o que se pretende, até mais do que colocar os inspectores a fazer observação de aulas é obrigar as escolas a adoptar práticas de observação de aulas fora do âmbito da ADD.
É isso que deduzo de certas observações dispersas e conversas que andarão a ser feitas em algumas escolas com os inspectores a darem a entender que ou a observação de aulas passa a ser feita de forma sistemática porque isso poderá dar vantagens num futuro próximo.
Só que isso passa mais pelo domínio da auto-regulação do que por qualquer outro… que é aquele onde a menção de Suficiente é mais elevada.
E implica que quem vai observar aulas percebe do assunto mais do que aquilo que acha bem.
Já agora, uma dúvida… como é que a classificação de um domínio, numa determinada menção qualitativa, pode ser superior ou inferior à dos dois factores que são considerados? Nem falo de médias…
Sou mesmo um burro de letras, não percebo este tipo de aritmética.
Março 14, 2015 at 10:03 pm
yap..os inspectores querem a malta a ir as aulas uns dos outros..hum..promover o trabalho colaborativo e troca de experiências estratégias e afins
Março 14, 2015 at 10:08 pm
“O que parece é que o que se pretende, até mais do que colocar os inspectores a fazer observação de aulas é obrigar as escolas a adoptar práticas de observação de aulas fora do âmbito da ADD.”
É isso mesmo, caro Paulo. A observação de aulas é o novo “Santo Graal” da Educação, a resposta para os muitos males que padecem as escolas (leia-se os professores), embrulhada no pomposo conceito de “supervisão Pedagógica”. Dizem-nos os especialistas da educação que a “supervisão não é só observação das aulas mas que esta é uma parte importante”. Provavelmente o mais importante, direi eu, que gosto de chamar as coisas pelos nomes. Já são muitas as escolas que estão a implementar a coisa, umas numa lógica mais normativa e impositiva, outras ainda a travestir o objetivo na lógica de uma prática colaborativa de docentes… mas que tem de ser feita, cumprir mínimos e outros parâmeros que tal…
Agora se isso, no futuro, dará vantagem às escolas, não sei… O que me parece, e dando um pouco de liberdade à má língua, é que há direções que fazem todos os possiveis para que as suas escolas apareçam bem na fotografia dos relatórios da avaliação externa, sobretudo no capítulo da Liderança. E se os senhores inspetores dizem para se fazer, faça-se. Mas isto sou eu a dizer, que sou má língua….Cumprimentos.
Março 14, 2015 at 10:17 pm
E a malta nas escolas anda delirante com as acções de formação em SP. Prevê-se uma nova classe de titulares chamada supervisiorado. Por mim preferia que se passasse directamente às câmaras de video.
Março 14, 2015 at 10:19 pm
No entanto, terei de esperar pela task force do Belmiro para ter uma opinião mais fundamentada.
Março 15, 2015 at 12:09 am
Mas como é? Tanta luta contra as aulas assistidas e agora vêm com pezinhos de lã, apresentar-nos a coisa como “colaborativa” etc;?!! Pura política do facto consumado, travestido (mal) de algo diferente!
Estão a ludibriar-nos, claro.
Março 15, 2015 at 12:16 am
Eu gosto é da avaliação em que as lideranças são avaliadas com excelente e os outros domínios com bom e muito bom. Excelentes lideranças de quê?
A observação de aulas não é com os inspectores?
Março 15, 2015 at 12:17 am
#5 Vamos brincar ao faz de conta.
Março 15, 2015 at 7:54 am
O pior é que o “sistema” está cheio de ex-titulares danadinhos por fazer parte do grupo de “olheiros”.
Na minha tasca até recuperaram a antiga grelha de observação de aulas e tudo (e tudo contente por ir observar pessoal de outros grupos disciplinares, em alguns casos, com mais tempo de serviço, mais habilitações académicas, não falando eu da competência…).
Bastaram umas queixas aos sindicatos para o processo implodir, vamos ver até quando.
As lurdices fizeram escola ou por outras palavras, existe gente ao nosso lado muito pior do que os pseudo ditadores do ME.
Março 15, 2015 at 10:50 am
#2,
Exacto.
O que interessa é apresentar “boas práticas” validadas pelos “especialistas” da preferência dos poderes do momento.
O que eu acho sempre “maravilhoso” é as lideranças terem classificações fantásticas, sendo sempre culpa dos outros as falhas verificadas.
Um pouco como ao nível político do MEC… eles são sempre geniais, os profes é que são umas bestas.
Março 15, 2015 at 10:55 am
A “formação” quase obrigatória das direcções em avaliação interna e a mania de algumas pessoas que fizeram uns mestrados (ou nem isso) em supervisão pedagógica que são capazes de avaliar para além das suas estreitas convicções pessoais são sintomas de um mal que vai alastrando perante o “emagrecimento” da massa crítica do corpo docente de muitos agrupamentos e escolas.
O que algumas pessoas parecem não perceber é que observar e avaliar aulas é muito diferente de impor a sua miopia pedagógica e didáctica aos outros.
Muitos deles,, aprenderam duas ou três teorias, das quais perceberam mal uma, mas acham-se em condições, após 50 horas de formação (25 não presencial em muitos casos), para avaliar os pares sem nunca terem sido sujeitos a qualquer avaliação séria de competências ou sendo uns completos zero na área científico-disciplinar de origem.
E, lamento muito, mas tenho sempre problemas com alguns caciques locais que há muito não sabem o que é ter um horário semi-completo, quanto muito um completo.
Março 15, 2015 at 4:37 pm
«O que parece é que o que se pretende, até mais do que colocar os inspectores a fazer observação de aulas é obrigar as escolas a adoptar práticas de observação de aulas fora do âmbito da ADD.»
Este aspeto da avaliação externa já faz parte dos domínios a avaliar há uns anos, mas são poucas as escolas que têm algo a dizer sobre isso por não existir a Supervisão (termo usado nos relatórios da IGEC). Vai daí, e segundo vinha ontem no JN, 100 dos 190 inspetores já estão a receber formação nesta área! Ou seja, como com a prata da casa não se implementou essa prática essa partilha ou troca de experiências (é neste sentido que eu entendo supervisão), agora vem alguém externo fazê-lo.
Honestamente, não sei o que concluir, mas, por vezes, pomo-nos a jeito e depois queixamos-nos…
Março 15, 2015 at 8:46 pm
Há escolas que já estão a fazê-lo. Basta alguns pais não gostarem das avaliações dos filhos e apresentarem queixa na direcção, mesmo que estejam a ser cumpridos os critérios de avaliação. Se os meninos não têm bons resultados, a culpa é do professor, naturalmente
Março 15, 2015 at 11:43 pm
Ah, o maravilhosos mundo da “cultura da avaliação”!
Todos têm de ser avaliados! Há pois! Então como é?! Quem não o for, não é bom profissional ou nem sequer boa pessoa…
Aulas formatadas pelos cânones pedagógicos da moda: aceleremos para a estupidificação colectiva.