“Peço desculpa ao povo grego porque participou na ilusão”, diz Manolis Glezos, de 92 anos, figura icónica do Syriza, resistente anti-nazi e contra a ditadura grega dos coronéis, reagindo ao acordo assinado por Yanis Varoufakis em Bruxelas com o Eurogrupo na sexta-feira passada. “Antes que seja tarde, vamos reagir”, apela o velho resistente.
Acho que muita gente está a querer que o acordo seja algo negativo de todo..veremos..na altura falei em dois anos..mas até ao fim deste ano dará para ver o que será feito..a este passos perdidos deram dois anos de folga..a este nem dois meses..calma..
Estes vão ter metas a cumprir. Se não cumprirem, o carcanhol não aparece.
O Syriza tem que estar preocupado em ver se sobrevive aos próximos 4 meses. Se conseguir aguentar-se e não precisar de mais guito (o que não acredito pois a Rússia não parece interessada em fazer maus investimentos), talvez vejamos algumas coisas engraçadas a curto prazo.
Caso contrário, ou a Grécia sai do zona euro ou o governo grego não dura até ao fim do ano.
Mauricio: acreditas mesmo que um país vá à falência na união europeia?
Até os bancos não o foram ..imagina o que iria acontecer se um país, mesmo a grecia, fosse à falência completa..»« está a ver as consequências a curto prazo para a europa se os gregos fazem bluff não sei mas sei que a união europeia faz bluff sobre isto..caso contrário faz muito tempo que a Grécia tinha saído.
Mauricio a Rússia pode não vir a ser o parceiro preferencial.. inclino-me mais para os chineses..
Claro que não. O que acho é que, findo o período da ajuda financeira, caso a Grécia necessite de mais ajuda (taxas de juro altas poderão provocar isso), ou eles fincam verdadeiramente o pé e dizem não à troika (o que poderá levar a que saiam da zona euro) ou assinam mais um memorando e, aí, não acredito que aguentem muito tempo no governo.
Se dentro de 4 meses o Syriza não conseguir aliviar a pressão internacional, a coisa vai ficar muito complicada para eles.
E sim, também acredito que neste período possam tentar negociar o colete salva-vidas com a China.
Acredito que este tenha sido o acordo possível, perante a intransigência dos parceiros europeus, por um lado, e os compromissos internos, por outro. E recordemos que destes constava tanto a reversão das desastrosas políticas de austeridade como a manutenção da Grécia no Euro.
Mas a política é isso mesmo, a arte do compromisso.
E volto a dizer, o que faltou nestas negociações não foi, tanto quanto me é dado ver, determinação do lado grego, mas sim falta de apoio às suas posições por parte de países que enfrentam problemas semelhantes.
Como Portugal, sim, que a única coisa que neste momento permite ao governo cantar de galo são as taxas de juro relativamente baixas que estamos a conseguir nos mercados. Mas isso não resolve os problemas de fundo, o défice estrutural das contas públicas e a estagnação da economia, que se mantêm intocados ao fim de quase quatro anos de vigência do actual desgoverno.
Uma nova política económica europeia continua a ser precisa e o Euro necessita de ser pensado fora do quadro do monetarismo minimalista em que foi concebido. Creio que estas questões acabarão por entrar na ordem do dia quando a recessão chegar ao norte da Europa, que é apenas uma questão de tempo. Ganharíamos tempo em enfrentá-las desde já…
Por isso perdoaram a divida aos alemães após a 2 guerra mundial..e a que não foi perdoada foi estendida no tempo a juros simbólicos..caso contrário ainda hoje a estavam a pagar…..Se não houver crescimento nem que vivam mil anos..e não pode haver crescimento neste moldes..vão fazer de Sísifo durante mais de 10 gerações..ou mais
Vergonha para Portugal só se for por ter eleito uns mentecaptos que dobram a espinha todos os dias no plano internacional e chicoteiam os próprios que os elegeram.
Pequenas conquistas..ouve o vídeo…aqui exposto…repito wait and see…caramba..estão lá vai para um.mês..formaram governo em.72 horas..levaram com vampiros sedentos de os sugarem…mas pelo menos obrigaram o outro lado a pensar e a conceder algo..por pouco que seja…ganharam quatro.meses..veremos até ao fim do ano o que fazem..
Não está em causa o que conseguirão fazer. Está em causa o que conseguiram – quase nada – e o que cederam – em praticamente tudo -, quando foram eleitos para tirar de lá a troika e acabarem com as medidas de austeridade.
Eu gostava era de saber o que estariam a dizer os defensores do Syriza neste espaço se um partido como, sei lá, o PS fosse aqui eleito com um programa parecido com o do Syriza e obtivesse com as negociações que a troika cá continuasse, a austeridade se mantivesse e ainda dissessem que conseguiram uma grande vitória nas negociações.
Queres uma aposta que conseguiram.mais do que nós?Por pouco que seja..ouvi o video…lembro—me do Hollande..esse nem um ano durou…ouvi uma coisa curiosa..quando se vai para uma negociaçao sem dizer não ou a hipotese do naoe nunca é uma negociação
Mas então isso quer dizer que se eu votar no PCP nas próximas eleições posso correr o risco de levar outra vez com a troika mas com um pouquinho menos de austeridade?
Se o Syriza conseguir controlar a fuga aos impostos e a corrupção ilegal ou legal (temos sobejos exemplos por toda a Europa) terá sempre o apoio do povo grego.
Lê-se e ouve-se a comunicação social e fica-se perplexo:
Como é que se pode falar em indignidade, vergonha e humilhação e simultaneamente torcer para que os gregos falhem em vez de, já não digo apoiar mas, pelo menos, reconhecer-lhes alguma credibilidade. Hoje, com o seu sorriso trocista e condescendente, Marcelo referiu-se a Varoufakis como um charlatão que anda a vender gato por lebre, que de economia não deve saber nada, é apenas um grande comunicador.
A Grécia está a incomodar e a amedrontar muita gente, mesmo que depois venham com a conversa da legitimidade democrática do seu governo.
Os partidos políticos estão rançosos e podres, as instituições europeias idem e tremem com tudo o que possa beliscar o “status quo”. Todos reconhecem que a Grécia e Portugal não vão conseguir pagar a dívida, mas insiste-se na austeridade como solução, apesar de não gerar riqueza, gera apenas lucros a quem empresta o dinheiro.
Quer se queira quer não, o Syriza está a provocar alguns abanões e os maiores são e serão fora da Grécia.
Parece que já não há medo do “Grexit” nem da Rússia que não vai desistir da Ucrânia.
Isto digo eu, que não percebo nada de política nem de economia, apenas interpreto o que vejo.
Há dois jogos a decorrer simultâneamente neste momento. Por um lado, as peripécias com figuras de primeiro plano; por outro a explosões das aspirações populares contra injustiças embulhadas num invólucro ideológico aparentemente inquebrável. Dependendo do gosto de cada um, assim a relevância que atribui a cada um destes planos. Dependendo do gosto de cada um, assim o lado em que considera que a política se desenrola.
O programa do Syriza na Grécia é ambicioso ao ponto de exgir, para que seja eficaz, uma vigilância e mobilização popular extraordinariamente elevada. Sem essa condição, não haverá político suficientemente habilidoso capaz de vencer as resistẽncias dos oligarcas nacionais aliados das instituições internacionais que, não só detestam o conceito de soberania, como andaram nos últimos vinte anos a procurar definhar tanto quanto possível essa mesma soberania, (não apenas na Grécia). Por isso, a questão do momento é a de saber se o Syriza conseguirá ou não contar com esse apoio interno e também se a nível internacional conseguirá congregar solidariedade suficiente.
Erro..nao confundas o.pcp ortodoxo e estagnado com por exemplo o discurso do varoufakii..por cá existem sombras de um gray inócuo…mas o cerne da questão é a europa começar a bater o.pé a esta austericidio..caso não o faça nao auguro nada de bom a curto médio prazo…mas com o soma que nos dão sei lá…um destes dias zombificamos…parecemos aqueles cãezinhos nos anos 70 e 80 que existiam na traseira dos carros..sempre com a cabeça a abanar…até te posso dizer com ois três pontos de margem de erro o resultado das proximas eleições..ps—35 psd 29 cds 5 pcp 14 be 4 marinho 4 livre 3..e pouco.mais
“Quando Pôncio Pilatos quis lavar as suas mãos, Cristo ainda não tinha sido crucificado, mas os dados já estavam lançados. A confissão de Juncker sobre os “pecados” da troika, cometidos contra a “dignidade dos povos”, na Grécia, em Portugal, e mesmo na Irlanda, talvez seja a mais inesperada confirmação de que Schäuble e os seus cúmplices no Eurogrupo já decidiram obrigar Atenas a escolher entre o ostracismo fora da zona euro ou a vergonha da rendição incondicional perante as grilhetas da austeridade.
Se a Grécia for privada da “dignidade” de ser respeitada, apesar e por causa da sua escolha eleitoral recente, o projeto da construção europeia como foi gizado por Schuman, Monnet, mas também pensado por Habermas, estará definitivamente morto. A “Europa alemã”, usando a expressão do saudoso Ulrich Beck, será breve, e os cenários que se lhe seguirão variam apenas na tonalidade sombria. Juncker, contudo, ainda envergará, para o juízo futuro da história, a consciência amargurada do “bom ladrão”. Pelo contrário, Schäuble e todos os seus discípulos do Eurogrupo, ao condenarem os gregos a novos e imensos sofrimentos, e ao desistirem das dezenas de milhares de milhões de euros dos contribuintes europeus, que Atenas fora da zona euro não poderá pagar, acabam por deixar cair a máscara.
Razão tinha o malogrado ex-presidente do Bundesbank, Karl-Otto Pöhl, quando em maio de 2010 acusou o resgate da Grécia de não ter em consideração nem o interesse do povo grego nem o da Europa, destinando-se apenas “a salvar bancos [alemães e franceses] e os gregos mais ricos” (Der Spiegel, 18-05-2010). O que parece iminente é mais do que pecado. Uma ofensa contra a humanidade, cuja reparação exigirá algo mais do que o tribunal da história.” (VSM, DN)
“Todos reconhecem que a Grécia e Portugal não vão conseguir pagar a dívida, mas insiste-se na austeridade como solução, apesar de não gerar riqueza, gera apenas lucros a quem empresta o dinheiro.”
Exacto. Mas o Syriza aceitou a austeridade… quando dizia que não aceitaria…
Já agora: eu acho que é preciso distinguir “austeridade” de “rigor excessivo”. A Malta confunde muita estas duas coisas.
A austeridade não é algo necessariamente negativo, pode é indicar que algo negativo se está a passar.
Por exemplo, se dissermos que um professor teve a necessidade de ser austero com uma turma, isso não quer dizer que o professor agiu erradamente.
E sim: um maior rigor nas contas públicas relativamente ao controlo da despesa (a austeridade nas contas públicas) é necessário quando um país necessita de ajuda financeira.
O que não podemos aceitar é um rigor excessivo, desproporcional e desacompanhado de medidas de alavancagem da economia e de sensibilidade social, como fez este desgoverno do Passos Rabbit.
#27:
Ou então no canto esquerdo do Firefox, escolher Ficheiro e de seguida “Nova Janela Privada”. É só escrever ou copiar o link para a barra de endereços.
Sim nos states imprime—se austeridade..em nenhum momento da história numa crise econômica grave crise se saiu dela com austeridade e sem o estado ter servido de catalisador…é como tentar curar um canceroso com antibiotico ou se quisermos outra imagem com doses maçiças de radiaçao quando o paciente está tao débil que mal aguenta andar quanto mais correr..
Austeridade é um substantivo que aponta para uma ideia positiva, para uma virtude. Liberdade também. Infelizmente, o valor positivo da palavra foi destruido quando ficou associado a imposições humilhantes de directórios internacionais contra a soberania dos povos.
É notável como se discute o Syriza, as suas alegadas “estratégias” e “erros” e se esquece que o governo que ele encabeça está legitimado para o seu povo, para o defender, justamente. O que está fundamentalmente em causa não é a vitória ou derrota desse partido ou dos seus líderes/governantes – mas da ideia da democracia como esteio da UE. Ideia absolutamente essencial que saiu afrontosamente derrotada deste combate desigual.
Os governantes do Syriza, esses radicais aventureiros e irresponsáveis, não tomaram o poder por um golpe revolucionário ou oportunista – mas graças a eleições livres. E ganharam amplamente porque souberam dar voz e interpretar o sentimento e o sofrimento do seu povo.
Quando Schäuble tem o topete de dizer que “Eles (os governantes gregos) vão ter muita dificuldade em explicar este acordo aos eleitores”, percebemos claramente que a democracia, se não acabou, está a agonizar por estas paragens.
Se o Syriza for “derrotado” (“não alcançaram nada do que pretendiam?, os termos do novo acordo replicam os do anterior com a troika”?…) cairá de pé: lutou contra a força da coação, contra a plutocracia*, contra os desvarios imperiais de Merkel (que está a receber da Rússia, a propósito da Ucrânia, a sua lição…), que tomaram conta da UE e tornaram o destino do Velho Continente tristemente sombrio.
A agonia dos gregos será em vão?…
(Nem vou comentar a posição do governo português – a náusea sufoca-me).
*Ler o último parágrafo do comentário de VSM, acima.
Que a concentração extrema dos meios financeiros acabaria por tornar-se perniciosa para a própria economia é um resultado que foi antecipado pela economia política há muito mais tempo do que VSM alega. É cada vez mais consensual, mesmo entre os menos suspeitos de influências dos autores da tese.
Manolis Glezos, figura icónica do Syriza, veio discutir as estratégias e os erros do seu partido.
E disse algo muito semelhante com o que o Schäuble disse…
Não podemos andar a criticar os nossos, porque aceitaram as medidas austeritárias da troika (tendo eles sido a favor do acordo com ela) se não sabemos criticar um governo que era contra a troika e que aceitou as suas condições. Isso não é correcto.
Claro está que nesta semana muitas vitórias aparecerão coladas ao acordo que a Grécia conseguiu.
Mas só quem não quer ver é que não admitirá que foi um fracasso negocial, uma falta de verticalidade em tentar parecer que tiveram uma vitória e uma falta de respeito para com os que votaram em quem prometeu acabar com a troika e as medidas de austeridade.
#37
Maurício,
Segundo o que transpira da opinião pública grega, o povo ficou aliviado com este acordo, que permite ganhar algum fôlego. O Syriza, se se realizassem hoje eleições, teria maioria absoluta.
Convirá perceber que o Syriza chegou como chegou ao governo, não pelo seu simples radicalismo demagógico (isso é a lógica dos grupúsculos protestativos, como temos cá alguns), mas porque soube entender e dar expressão a todo o sentimento e sofrimento (sim, porque a Grécia enfrenta uma situação de emergência humanitária, graças às receitas troikianas ortodoxas do anterior executivo) do seu povo. A Democracia a funcionar na sua plenitude.
Quanto à “cedência” do governo helénico à austeridade, convém atentar neste excerto do comentário acima:
«A confissão de Juncker sobre os “pecados” da troika, cometidos contra a “dignidade dos povos”, na Grécia, em Portugal, e mesmo na Irlanda, talvez seja a mais inesperada confirmação de que Schäuble e os seus cúmplices no Eurogrupo já decidiram obrigar Atenas a escolher entre o ostracismo fora da zona euro ou a vergonha da rendição incondicional perante as grilhetas da austeridade”.(VSM)
O governo grego fez o seu papel e o que lhe competia. Os outros – sobretudo os governos de Portugal e Espanha, mas acompanhados pelas “encolhas” dos restantes – fizeram o que o governo alemão quis e o seu puro egoísmo lhes ditou. As consequências serão desastrosas:
“Se a Grécia for privada da “dignidade” de ser respeitada, apesar e por causa da sua escolha eleitoral recente, o projeto da construção europeia como foi gizado por Schuman, Monnet, mas também pensado por Habermas, estará definitivamente morto» (Idem).
Finalmente, temos também que compreender que, quando se discutem estas questões e se enfatiza sobretudo o “recuo” do governo liderado pelo Syriza, está-se a aceitar e a destacar – queira-se ou não – a linha política daqueles que querem que não haja alternativas ao austeritarismo (“O Syriza falhou porque era inevitável: não há alternativa para a austeridade”).
Ouvir hoje o nicolau santos no programa contas do dia…elucidativo…sobre a tal dignidade e sobre o que os gregos ganharam..pouco mas algo….mas muito mais virá a ganhar a europa..
Curioso que .as medidas por eles aprrsentadas não constam mais cortes nos vencimentos nem.pensões..combate sim à corrupção fuga ao fisco e taxas sobre quem mais tem ..
Resumindo e concluindo, exultam com a “tragédia grega” aqueles que não querem que se encontre uma alternativa à austeridade punitiva e moralista que, está amplamente demonstrado, não é solução para os problemas do défice e da dívida.
Que se lixem a Grécia e os Gregos, verdadeiramente intolerável é que possa demonstrar-se como andámos a ser enganados pelas inevitabilidades e os “imperativos” de alguns. Que nos diziam, sigam-nos, mas afinal andavam perdidos.
As negociações semi-falhadas da Grécia com o Eurogrupo abriram ainda assim uma brecha na muralha do pensamento único que andou a ser laboriosamente construída nas últimas décadas, e há a forte possibilidade de o buraco se romper ainda mais. O que deve andar a moer a cabeça a muita gente lá pelas instituições e pelos tanques-de-pensar dominados pelo neoliberalismo.
Mas por acaso tu exultaste a tragédia portuguesa? Consideras exultar àquilo que fizeste pouco tempo depois da coligação PSD-CDS ter começado a governar o nosso país? Ficaste feliz com a desgraça do nosso povo? Enfim.
A satisfação que posso eventualmente sentir poderá ser parecida com a tua, quando constatamos que temos razão no que pensamos. Mais nada.
Eu não fico contente com a desgraça de ninguém. Pelo contrário, pois acho que os que defendem que houve uma vitória do Syriza estão apenas a tentar camuflar o que verdadeiramente pensam: que a desgraça da troika e da austeridade poderá acabar com algo que consideravam ser a solução dos problemas gregos, portugueses e do resto do mundo.
Eu Apenas tento ser realista.
Um partido que se apresenta para governar um país com uma linha de ruptura total com o que consideram ser “os males deste mundo” não pode, passadas semanas, estar a assinar programas com os que defendem os tais males.
Tem que ter alternativas. E não pode depender de quem critica.
A lucidez de Varoufakis: “Eles nunca imaginaram a possibilidade de dizer não. Quando não se consegue imaginar a possibilidade de dizer não, não se está a negociar. E quando não se está a negociar numa situação como a da crise da zona euro, acaba-se a aceitar um acordo em que no fim (…), além de mau para os fracos, é mau para os fortes.”
– Está certo quem acha que em 30 dias de governo os problemas da Grécia já deveriam estar resolvidos e quem acha o contrário está errado.
– Está certo quem acha que a responsabilidade do actual governo do Syriza pelo estado a que chegou a Grécia é a mesma dos anteriores governos e quem acha o oposto está errado.
Que posso estar enganado, pois me limitei a transpor para a situação grega a análise feita por um comentador deste blogue em 2011, de seu nome Maurício Brito, a propósito do governo português então apenas há 3 meses no poder…
Eu a única coisa que vejo é que a Grécia tem problemas económicos graves e para durar muitos anos. Como nós, aliás.
Pois foram muitos anos, também, a seguir políticas erradas.
Reverter essas políticas e reformar o sistema económico, fiscal e financeiro num sentido de maior justiça social e competitividade económica exige tempo, que foi a principal “conquista” dos Gregos em Bruxelas.
Quanto a promessas traídas, acho que ainda é cedo para falar.
Ao menos não fizeram ainda a triste figura de uns certos aldrabões que ganharam eleições a prometer não baixar salários nem aumentar impostos e foi exactamente isso que fizeram assim que se apanharam no poder.
“(O Governo Syriza)Tem que ter alternativas”.
– Tanto que as tinha que as apresentou em sede negocial. Mostrou, sobretudo, que as alternativas são políticas – é esse o seu “radicalismo” (bem diferente do radicalismo da ortodoxia austeritária, esse sim inamovível). Fez o que tinha prometido e lhe competia.
Só que não tem força – porque quem o devia apoiar e secundar lhe virou miseravelmente as costas – para as impor contra tudo e contra todos os restantes membros do Eurogrupo.
Mas a alternativa mais radical – o abandono da ZE por parte da Grécia – continua em aberto. Se os alemães e seus esbirros encostarem os gregos completamente à parede, pode acontecer. Convém, pois, atentar nesta situação, que tem contornos paradoxais e que são muitas vezes escamoteados:
Com efeito, se o acordo agora estabelecido não correr bem, ou seja, se não se chegar a um acerto de posições entre as medidas propostas pelo executivo grego e as exigidas pela Alema…, digo, pelo Eurogrupo, isso seria provavelmente melhor no curto e médio prazo para a Grécia. Uma vez que a Grécia é um país muito endividado face ao exterior, se entrasse em incumprimento, ficaria, de um momento para outro, cerca de 400 mil milhões de euros mais rica. Enfrentaria, evidentemente, muitas dificuldades no muito curto prazo devido ao impacto de tal choque na banca e sobretudo, pelo pânico que causaria nas pessoas e nos agentes económicos. Mas também é expectável que um choque dessa dimensão económica teria, algum tempo depois, reflexos favoráveis na actividade económica;
Por outro lado, os credores (nomeadamente o BCE) não querem perder dinheiro. E, não obstante os planos de contingência existentes para a hipótese “Grexit”, saindo a Grécia, abria-se a caixa de Pandora. Portugal viria muito provavelmente a seguir e, depois, quem sabe…
Que pensam os alemães, os franceses e os gregos? What concerns the Germans, just like the French as a recent opinion poll proved[15], and much more than Merkel imagines, they are certainly easy to convince of the putting in place of a solidarity system to exit Greece from the rut, aware as they are that the resolution of the Greek crisis wouldn’t only be good news for the Greeks. Global Europe Antecipation Bulletin
Eu sei que te custa ter de começar a ler da esquerda para terminar na direita ( … ) mas não digas que escrevo ou penso coisas que não escrevi nem pensei.
Este nosso desgoverno merecia o mesmo benefício da dúvida que merece o Syriza. Tu não foste capaz de o dar, pois antes mesmo dele formar governo já criticavas e crucificavas os tipos. Eu, pelo contrário, espero que este governo grego tenha sucesso: apenas digo que os primeiros sinais são péssimos. Horríveis, mesmo.
E sim, apesar de esperar que tenha sucesso, penso que dificilmente terá, o que apenas quer dizer que não acredito nas tuas fórmulas mágicas para a salvação da Grécia, de Portugal e do mundo, e não que torço para ter razão ou para que o Syriza vá para a cucuia juntamente com todos os que pensam como tu.
Eu sei que te custa constatar que a opção para a solução dos problemas do nosso país que tanto gostavas de ver – um Syriza português – está a sair um verdadeiro fracasso, pois ter que negociar com a troika medidas de austeridade foi algo que sempre criticaste aqui neste espaço.
Mas, como no caso do Pinócrates, faz o seguinte: vai tratar da azia.
Maurício, nunca dei qualquer benefício da dúvida ao actual desgoverno porque sempre achei que as suas políticas se baseavam e baseiam em princípios e pressupostos errados.
Uma coisa é governar um país favorecendo os credores internacionais e os interesses do grande capital financeiro, e aqui, reconheça-se, o governo passista teve assinalável sucesso.
Outra coisa é governar esse mesmo país dando prioridade ao interesse nacional e à vontade e às aspirações do povo que elegeu os partidos que governam.
Acho que consegues perceber a diferença e a razão pela qual o meu benefício da dúvida é selectivo: uns merecem-no, outros não.
Ainda que não venham a conseguir tudo aquilo que prometeram e almejaram, os governantes gregos merecerão, pelo menos, o respeito devido a quem se bate pelas suas ideias e os seus compromissos.
Já o caminho da subserviência, o de ser fraco com os fortes e forte com os fracos, que é a triste tradição dos governos portugueses pelo menos desde o socratismo, esse não me merece respeito algum.
O que é lamentável e de enorme incoerência é ver que há quem debite acerca do caso da Grécia como nunca o deve ter feito acerca de qualquer outro país europeu, inclusive Portugal.
E, já agora, como sabem tanto sobre o que se passa? Lêem apenas o que veiculam certos meios de comunicação? Têm fontes de informação privilegiadas?
#61
É de vomitar as tripas, buli! Não havia necessidade.
Para a Guerra Colonial também não havia alternativa. Na altura, tal como Mª Luís Albuquerque se foi vangloriar agora para Berlim, também Marcelo Caetano podia vangloriar-se de tanta “resilência” do bom povo português. Ignoro se mais tarde, quando viu no seu refúgio no Rio de Janeiro as fotografias nos jornais de pides em cuecas, manteve essa opinião.
Cá se fazem, cá se pagam…
E continua a haver quem não queira perceber que o que se passa é uma vergonha para nós, portugueses.
E também há quem não entenda que a Europa, infelizmente, esbraceja tentando, a todo o custo, sobreviver.
Mikis Teodorakis, que também é deputado pelo Syriza, está muito constrangido com os últimos desenvolvimentos da política grega.
Como replicar ao “NEIN” de Schäuble o nosso próprio NÃO?
Os bávaros apropriaram-se do controlo total do nosso sistema social, económico e político. Dominarem todas as áreas, recorreram a todos os meios, foram desenvolvendo um sistema de poder pelo bullying, subjugaram o exército, a polícia, o estado e os meios de comunicação no sentido de os formatar, deformaram os pontos mais sensíveis, moldaram o nosso pensamento, os nossos hábitos, a nossa maneira de ser, suprimir a nossa memória histórica e política, cultivaram um temor difuso e um abandono da contestação ao sistema e neutralizaram a nossa acção. Mikis Teodorakis
Fevereiro 22, 2015 at 5:29 pm
Concordo.
A ler, também:
“Eurodeputado do Syriza critica acordo com o Eurogrupo”
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=4414442
Fevereiro 22, 2015 at 5:37 pm
Fevereiro 22, 2015 at 5:38 pm
muito melhor que as 50 sombras de grey

Fevereiro 22, 2015 at 5:40 pm
“Peço desculpa ao povo grego porque participou na ilusão”, diz Manolis Glezos, de 92 anos, figura icónica do Syriza, resistente anti-nazi e contra a ditadura grega dos coronéis, reagindo ao acordo assinado por Yanis Varoufakis em Bruxelas com o Eurogrupo na sexta-feira passada. “Antes que seja tarde, vamos reagir”, apela o velho resistente.
Num artigo de opinião hoje publicado (http://kinisienergoipolites.blogspot.gr/2015/02/blog-post_574.html?m=1 ), Glezos apela aos militantes do Syriza para “em reuniões extraordinárias decidirem se aceitam a presente situação”.
É a primeira figura pública de relevo a reagir ao compromisso fechado pelo governo grego com o Eurogrupo face ao risco de uma saída do euro.
Fevereiro 22, 2015 at 5:47 pm
Acho que muita gente está a querer que o acordo seja algo negativo de todo..veremos..na altura falei em dois anos..mas até ao fim deste ano dará para ver o que será feito..a este passos perdidos deram dois anos de folga..a este nem dois meses..calma..
Fevereiro 22, 2015 at 6:02 pm
#5, buli,
Estes vão ter metas a cumprir. Se não cumprirem, o carcanhol não aparece.
O Syriza tem que estar preocupado em ver se sobrevive aos próximos 4 meses. Se conseguir aguentar-se e não precisar de mais guito (o que não acredito pois a Rússia não parece interessada em fazer maus investimentos), talvez vejamos algumas coisas engraçadas a curto prazo.
Caso contrário, ou a Grécia sai do zona euro ou o governo grego não dura até ao fim do ano.
Fevereiro 22, 2015 at 6:16 pm
Mauricio: acreditas mesmo que um país vá à falência na união europeia?
Até os bancos não o foram ..imagina o que iria acontecer se um país, mesmo a grecia, fosse à falência completa..»« está a ver as consequências a curto prazo para a europa se os gregos fazem bluff não sei mas sei que a união europeia faz bluff sobre isto..caso contrário faz muito tempo que a Grécia tinha saído.
Mauricio a Rússia pode não vir a ser o parceiro preferencial.. inclino-me mais para os chineses..
Fevereiro 22, 2015 at 6:38 pm
#7, buli,
Claro que não. O que acho é que, findo o período da ajuda financeira, caso a Grécia necessite de mais ajuda (taxas de juro altas poderão provocar isso), ou eles fincam verdadeiramente o pé e dizem não à troika (o que poderá levar a que saiam da zona euro) ou assinam mais um memorando e, aí, não acredito que aguentem muito tempo no governo.
Se dentro de 4 meses o Syriza não conseguir aliviar a pressão internacional, a coisa vai ficar muito complicada para eles.
E sim, também acredito que neste período possam tentar negociar o colete salva-vidas com a China.
Fevereiro 22, 2015 at 7:28 pm
Acredito que este tenha sido o acordo possível, perante a intransigência dos parceiros europeus, por um lado, e os compromissos internos, por outro. E recordemos que destes constava tanto a reversão das desastrosas políticas de austeridade como a manutenção da Grécia no Euro.
Mas a política é isso mesmo, a arte do compromisso.
E volto a dizer, o que faltou nestas negociações não foi, tanto quanto me é dado ver, determinação do lado grego, mas sim falta de apoio às suas posições por parte de países que enfrentam problemas semelhantes.
Como Portugal, sim, que a única coisa que neste momento permite ao governo cantar de galo são as taxas de juro relativamente baixas que estamos a conseguir nos mercados. Mas isso não resolve os problemas de fundo, o défice estrutural das contas públicas e a estagnação da economia, que se mantêm intocados ao fim de quase quatro anos de vigência do actual desgoverno.
Uma nova política económica europeia continua a ser precisa e o Euro necessita de ser pensado fora do quadro do monetarismo minimalista em que foi concebido. Creio que estas questões acabarão por entrar na ordem do dia quando a recessão chegar ao norte da Europa, que é apenas uma questão de tempo. Ganharíamos tempo em enfrentá-las desde já…
Fevereiro 22, 2015 at 7:31 pm
Não há volta a dar. O problema não é a pressão internacional .
Alguém que tem dívidas de 100 e é remunerado mensalm/ a 10 e com despesas mensais de 15 … não é preciso ser um guru em economia para prever o futuro.
Fevereiro 22, 2015 at 7:45 pm
Por isso perdoaram a divida aos alemães após a 2 guerra mundial..e a que não foi perdoada foi estendida no tempo a juros simbólicos..caso contrário ainda hoje a estavam a pagar…..Se não houver crescimento nem que vivam mil anos..e não pode haver crescimento neste moldes..vão fazer de Sísifo durante mais de 10 gerações..ou mais
Fevereiro 22, 2015 at 8:16 pm
Vergonha para Portugal só se for por ter eleito uns mentecaptos que dobram a espinha todos os dias no plano internacional e chicoteiam os próprios que os elegeram.
Fevereiro 22, 2015 at 8:49 pm
Fevereiro 22, 2015 at 9:04 pm
Não me admirava se em desespero de causa os gregos se virassem para as soluções fascizantes…
Fevereiro 22, 2015 at 9:51 pm
#5,,
Já leste o acordo? Deste com alguma “conquista”?
Fevereiro 22, 2015 at 10:00 pm
Valha-me S. Zizek, que temos cegos a conduzir cegos para o abismo!
Fevereiro 22, 2015 at 10:05 pm
Iap ! Next move: Atenas…
Fevereiro 22, 2015 at 10:19 pm
Pequenas conquistas..ouve o vídeo…aqui exposto…repito wait and see…caramba..estão lá vai para um.mês..formaram governo em.72 horas..levaram com vampiros sedentos de os sugarem…mas pelo menos obrigaram o outro lado a pensar e a conceder algo..por pouco que seja…ganharam quatro.meses..veremos até ao fim do ano o que fazem..
Fevereiro 22, 2015 at 10:41 pm
#18, buli,
Não está em causa o que conseguirão fazer. Está em causa o que conseguiram – quase nada – e o que cederam – em praticamente tudo -, quando foram eleitos para tirar de lá a troika e acabarem com as medidas de austeridade.
Eu gostava era de saber o que estariam a dizer os defensores do Syriza neste espaço se um partido como, sei lá, o PS fosse aqui eleito com um programa parecido com o do Syriza e obtivesse com as negociações que a troika cá continuasse, a austeridade se mantivesse e ainda dissessem que conseguiram uma grande vitória nas negociações.
Ai, Jasus…
Fevereiro 22, 2015 at 10:47 pm
Queres uma aposta que conseguiram.mais do que nós?Por pouco que seja..ouvi o video…lembro—me do Hollande..esse nem um ano durou…ouvi uma coisa curiosa..quando se vai para uma negociaçao sem dizer não ou a hipotese do naoe nunca é uma negociação
Fevereiro 22, 2015 at 10:51 pm
Um bom artigo..que toca em todos os pontos..
Fevereiro 22, 2015 at 10:51 pm
http://www.theguardian.com/business/2015/feb/20/eurozone-chiefs-meet-for-last-ditch-talks-to-avert-greece-cash-crunch
Fevereiro 22, 2015 at 10:58 pm
#20, buli,
Mas então isso quer dizer que se eu votar no PCP nas próximas eleições posso correr o risco de levar outra vez com a troika mas com um pouquinho menos de austeridade?
É isso?
…
Fevereiro 22, 2015 at 11:00 pm
Se o Syriza conseguir controlar a fuga aos impostos e a corrupção ilegal ou legal (temos sobejos exemplos por toda a Europa) terá sempre o apoio do povo grego.
Lê-se e ouve-se a comunicação social e fica-se perplexo:
Como é que se pode falar em indignidade, vergonha e humilhação e simultaneamente torcer para que os gregos falhem em vez de, já não digo apoiar mas, pelo menos, reconhecer-lhes alguma credibilidade. Hoje, com o seu sorriso trocista e condescendente, Marcelo referiu-se a Varoufakis como um charlatão que anda a vender gato por lebre, que de economia não deve saber nada, é apenas um grande comunicador.
A Grécia está a incomodar e a amedrontar muita gente, mesmo que depois venham com a conversa da legitimidade democrática do seu governo.
Os partidos políticos estão rançosos e podres, as instituições europeias idem e tremem com tudo o que possa beliscar o “status quo”. Todos reconhecem que a Grécia e Portugal não vão conseguir pagar a dívida, mas insiste-se na austeridade como solução, apesar de não gerar riqueza, gera apenas lucros a quem empresta o dinheiro.
Quer se queira quer não, o Syriza está a provocar alguns abanões e os maiores são e serão fora da Grécia.
Parece que já não há medo do “Grexit” nem da Rússia que não vai desistir da Ucrânia.
Isto digo eu, que não percebo nada de política nem de economia, apenas interpreto o que vejo.
Fevereiro 22, 2015 at 11:07 pm
Boa noite!
Há dois jogos a decorrer simultâneamente neste momento. Por um lado, as peripécias com figuras de primeiro plano; por outro a explosões das aspirações populares contra injustiças embulhadas num invólucro ideológico aparentemente inquebrável. Dependendo do gosto de cada um, assim a relevância que atribui a cada um destes planos. Dependendo do gosto de cada um, assim o lado em que considera que a política se desenrola.
O programa do Syriza na Grécia é ambicioso ao ponto de exgir, para que seja eficaz, uma vigilância e mobilização popular extraordinariamente elevada. Sem essa condição, não haverá político suficientemente habilidoso capaz de vencer as resistẽncias dos oligarcas nacionais aliados das instituições internacionais que, não só detestam o conceito de soberania, como andaram nos últimos vinte anos a procurar definhar tanto quanto possível essa mesma soberania, (não apenas na Grécia). Por isso, a questão do momento é a de saber se o Syriza conseguirá ou não contar com esse apoio interno e também se a nível internacional conseguirá congregar solidariedade suficiente.
Fevereiro 22, 2015 at 11:15 pm
#24
Marcelo Rebelo de Sousa é o exemplo mais acabado daquilo que denomino de politiqueiro, ou, para ser mais exacto, de anti-político.
Fevereiro 22, 2015 at 11:19 pm
TERESA DE SOUSA 22/02/2015 – 06:31
“Se as coisas correrem bem nas próximas semanas, a vitória do Syriza pode ainda ter alguma utilidade para a Europa”.
?????????????
http://www.publico.pt/mundo/noticia/bastaram-tres-semanas-1686916
Fevereiro 22, 2015 at 11:20 pm
Erro..nao confundas o.pcp ortodoxo e estagnado com por exemplo o discurso do varoufakii..por cá existem sombras de um gray inócuo…mas o cerne da questão é a europa começar a bater o.pé a esta austericidio..caso não o faça nao auguro nada de bom a curto médio prazo…mas com o soma que nos dão sei lá…um destes dias zombificamos…parecemos aqueles cãezinhos nos anos 70 e 80 que existiam na traseira dos carros..sempre com a cabeça a abanar…até te posso dizer com ois três pontos de margem de erro o resultado das proximas eleições..ps—35 psd 29 cds 5 pcp 14 be 4 marinho 4 livre 3..e pouco.mais
Fevereiro 22, 2015 at 11:25 pm
“Quando Pôncio Pilatos quis lavar as suas mãos, Cristo ainda não tinha sido crucificado, mas os dados já estavam lançados. A confissão de Juncker sobre os “pecados” da troika, cometidos contra a “dignidade dos povos”, na Grécia, em Portugal, e mesmo na Irlanda, talvez seja a mais inesperada confirmação de que Schäuble e os seus cúmplices no Eurogrupo já decidiram obrigar Atenas a escolher entre o ostracismo fora da zona euro ou a vergonha da rendição incondicional perante as grilhetas da austeridade.
Se a Grécia for privada da “dignidade” de ser respeitada, apesar e por causa da sua escolha eleitoral recente, o projeto da construção europeia como foi gizado por Schuman, Monnet, mas também pensado por Habermas, estará definitivamente morto. A “Europa alemã”, usando a expressão do saudoso Ulrich Beck, será breve, e os cenários que se lhe seguirão variam apenas na tonalidade sombria. Juncker, contudo, ainda envergará, para o juízo futuro da história, a consciência amargurada do “bom ladrão”. Pelo contrário, Schäuble e todos os seus discípulos do Eurogrupo, ao condenarem os gregos a novos e imensos sofrimentos, e ao desistirem das dezenas de milhares de milhões de euros dos contribuintes europeus, que Atenas fora da zona euro não poderá pagar, acabam por deixar cair a máscara.
Razão tinha o malogrado ex-presidente do Bundesbank, Karl-Otto Pöhl, quando em maio de 2010 acusou o resgate da Grécia de não ter em consideração nem o interesse do povo grego nem o da Europa, destinando-se apenas “a salvar bancos [alemães e franceses] e os gregos mais ricos” (Der Spiegel, 18-05-2010). O que parece iminente é mais do que pecado. Uma ofensa contra a humanidade, cuja reparação exigirá algo mais do que o tribunal da história.” (VSM, DN)
Fevereiro 22, 2015 at 11:28 pm
#24, ellece,
“Todos reconhecem que a Grécia e Portugal não vão conseguir pagar a dívida, mas insiste-se na austeridade como solução, apesar de não gerar riqueza, gera apenas lucros a quem empresta o dinheiro.”
Exacto. Mas o Syriza aceitou a austeridade… quando dizia que não aceitaria…
Já agora: eu acho que é preciso distinguir “austeridade” de “rigor excessivo”. A Malta confunde muita estas duas coisas.
A austeridade não é algo necessariamente negativo, pode é indicar que algo negativo se está a passar.
Por exemplo, se dissermos que um professor teve a necessidade de ser austero com uma turma, isso não quer dizer que o professor agiu erradamente.
E sim: um maior rigor nas contas públicas relativamente ao controlo da despesa (a austeridade nas contas públicas) é necessário quando um país necessita de ajuda financeira.
O que não podemos aceitar é um rigor excessivo, desproporcional e desacompanhado de medidas de alavancagem da economia e de sensibilidade social, como fez este desgoverno do Passos Rabbit.
Fevereiro 22, 2015 at 11:44 pm
#27
Para ultrapassar este obstáculo:
ATINGIU O SEU LIMITE DE ARTIGOS GRATUITOS.
pode usar-se este link alternativo:
http://o-povo.blogspot.pt/2015/02/bastaram-tres-semanas.html
Fevereiro 22, 2015 at 11:50 pm
#27:
Ou então no canto esquerdo do Firefox, escolher Ficheiro e de seguida “Nova Janela Privada”. É só escrever ou copiar o link para a barra de endereços.
Fevereiro 22, 2015 at 11:54 pm
Sim nos states imprime—se austeridade..em nenhum momento da história numa crise econômica grave crise se saiu dela com austeridade e sem o estado ter servido de catalisador…é como tentar curar um canceroso com antibiotico ou se quisermos outra imagem com doses maçiças de radiaçao quando o paciente está tao débil que mal aguenta andar quanto mais correr..
Fevereiro 22, 2015 at 11:56 pm
Austeridade é um substantivo que aponta para uma ideia positiva, para uma virtude. Liberdade também. Infelizmente, o valor positivo da palavra foi destruido quando ficou associado a imposições humilhantes de directórios internacionais contra a soberania dos povos.
Fevereiro 22, 2015 at 11:56 pm
É notável como se discute o Syriza, as suas alegadas “estratégias” e “erros” e se esquece que o governo que ele encabeça está legitimado para o seu povo, para o defender, justamente. O que está fundamentalmente em causa não é a vitória ou derrota desse partido ou dos seus líderes/governantes – mas da ideia da democracia como esteio da UE. Ideia absolutamente essencial que saiu afrontosamente derrotada deste combate desigual.
Os governantes do Syriza, esses radicais aventureiros e irresponsáveis, não tomaram o poder por um golpe revolucionário ou oportunista – mas graças a eleições livres. E ganharam amplamente porque souberam dar voz e interpretar o sentimento e o sofrimento do seu povo.
Quando Schäuble tem o topete de dizer que “Eles (os governantes gregos) vão ter muita dificuldade em explicar este acordo aos eleitores”, percebemos claramente que a democracia, se não acabou, está a agonizar por estas paragens.
Se o Syriza for “derrotado” (“não alcançaram nada do que pretendiam?, os termos do novo acordo replicam os do anterior com a troika”?…) cairá de pé: lutou contra a força da coação, contra a plutocracia*, contra os desvarios imperiais de Merkel (que está a receber da Rússia, a propósito da Ucrânia, a sua lição…), que tomaram conta da UE e tornaram o destino do Velho Continente tristemente sombrio.
A agonia dos gregos será em vão?…
(Nem vou comentar a posição do governo português – a náusea sufoca-me).
*Ler o último parágrafo do comentário de VSM, acima.
Fevereiro 23, 2015 at 12:11 am
Que a concentração extrema dos meios financeiros acabaria por tornar-se perniciosa para a própria economia é um resultado que foi antecipado pela economia política há muito mais tempo do que VSM alega. É cada vez mais consensual, mesmo entre os menos suspeitos de influências dos autores da tese.
Fevereiro 23, 2015 at 9:05 am
#35, Farpas,
Manolis Glezos, figura icónica do Syriza, veio discutir as estratégias e os erros do seu partido.
E disse algo muito semelhante com o que o Schäuble disse…
Não podemos andar a criticar os nossos, porque aceitaram as medidas austeritárias da troika (tendo eles sido a favor do acordo com ela) se não sabemos criticar um governo que era contra a troika e que aceitou as suas condições. Isso não é correcto.
Claro está que nesta semana muitas vitórias aparecerão coladas ao acordo que a Grécia conseguiu.
Mas só quem não quer ver é que não admitirá que foi um fracasso negocial, uma falta de verticalidade em tentar parecer que tiveram uma vitória e uma falta de respeito para com os que votaram em quem prometeu acabar com a troika e as medidas de austeridade.
Fevereiro 23, 2015 at 9:48 am
#37
Maurício,
Segundo o que transpira da opinião pública grega, o povo ficou aliviado com este acordo, que permite ganhar algum fôlego. O Syriza, se se realizassem hoje eleições, teria maioria absoluta.
Convirá perceber que o Syriza chegou como chegou ao governo, não pelo seu simples radicalismo demagógico (isso é a lógica dos grupúsculos protestativos, como temos cá alguns), mas porque soube entender e dar expressão a todo o sentimento e sofrimento (sim, porque a Grécia enfrenta uma situação de emergência humanitária, graças às receitas troikianas ortodoxas do anterior executivo) do seu povo. A Democracia a funcionar na sua plenitude.
Quanto à “cedência” do governo helénico à austeridade, convém atentar neste excerto do comentário acima:
«A confissão de Juncker sobre os “pecados” da troika, cometidos contra a “dignidade dos povos”, na Grécia, em Portugal, e mesmo na Irlanda, talvez seja a mais inesperada confirmação de que Schäuble e os seus cúmplices no Eurogrupo já decidiram obrigar Atenas a escolher entre o ostracismo fora da zona euro ou a vergonha da rendição incondicional perante as grilhetas da austeridade”.(VSM)
O governo grego fez o seu papel e o que lhe competia. Os outros – sobretudo os governos de Portugal e Espanha, mas acompanhados pelas “encolhas” dos restantes – fizeram o que o governo alemão quis e o seu puro egoísmo lhes ditou. As consequências serão desastrosas:
“Se a Grécia for privada da “dignidade” de ser respeitada, apesar e por causa da sua escolha eleitoral recente, o projeto da construção europeia como foi gizado por Schuman, Monnet, mas também pensado por Habermas, estará definitivamente morto» (Idem).
Fevereiro 23, 2015 at 9:58 am
Finalmente, temos também que compreender que, quando se discutem estas questões e se enfatiza sobretudo o “recuo” do governo liderado pelo Syriza, está-se a aceitar e a destacar – queira-se ou não – a linha política daqueles que querem que não haja alternativas ao austeritarismo (“O Syriza falhou porque era inevitável: não há alternativa para a austeridade”).
Fevereiro 23, 2015 at 10:25 am
Ouvir hoje o nicolau santos no programa contas do dia…elucidativo…sobre a tal dignidade e sobre o que os gregos ganharam..pouco mas algo….mas muito mais virá a ganhar a europa..
Curioso que .as medidas por eles aprrsentadas não constam mais cortes nos vencimentos nem.pensões..combate sim à corrupção fuga ao fisco e taxas sobre quem mais tem ..
Fevereiro 23, 2015 at 11:07 am
Fevereiro 23, 2015 at 11:29 am
fui..
https://bulimunda.wordpress.com/2015/02/23/escolher-e-proprio-do-homem-mas-vencer-nao-significa-apenas-destruir-mas-incorporar/
Fevereiro 23, 2015 at 11:38 am
Resumindo e concluindo, exultam com a “tragédia grega” aqueles que não querem que se encontre uma alternativa à austeridade punitiva e moralista que, está amplamente demonstrado, não é solução para os problemas do défice e da dívida.
Que se lixem a Grécia e os Gregos, verdadeiramente intolerável é que possa demonstrar-se como andámos a ser enganados pelas inevitabilidades e os “imperativos” de alguns. Que nos diziam, sigam-nos, mas afinal andavam perdidos.
As negociações semi-falhadas da Grécia com o Eurogrupo abriram ainda assim uma brecha na muralha do pensamento único que andou a ser laboriosamente construída nas últimas décadas, e há a forte possibilidade de o buraco se romper ainda mais. O que deve andar a moer a cabeça a muita gente lá pelas instituições e pelos tanques-de-pensar dominados pelo neoliberalismo.
Fevereiro 23, 2015 at 12:04 pm
#44,
Mas por acaso tu exultaste a tragédia portuguesa? Consideras exultar àquilo que fizeste pouco tempo depois da coligação PSD-CDS ter começado a governar o nosso país? Ficaste feliz com a desgraça do nosso povo? Enfim.
A satisfação que posso eventualmente sentir poderá ser parecida com a tua, quando constatamos que temos razão no que pensamos. Mais nada.
Eu não fico contente com a desgraça de ninguém. Pelo contrário, pois acho que os que defendem que houve uma vitória do Syriza estão apenas a tentar camuflar o que verdadeiramente pensam: que a desgraça da troika e da austeridade poderá acabar com algo que consideravam ser a solução dos problemas gregos, portugueses e do resto do mundo.
Eu Apenas tento ser realista.
Um partido que se apresenta para governar um país com uma linha de ruptura total com o que consideram ser “os males deste mundo” não pode, passadas semanas, estar a assinar programas com os que defendem os tais males.
Tem que ter alternativas. E não pode depender de quem critica.
Fevereiro 23, 2015 at 12:27 pm
A lucidez de Varoufakis: “Eles nunca imaginaram a possibilidade de dizer não. Quando não se consegue imaginar a possibilidade de dizer não, não se está a negociar. E quando não se está a negociar numa situação como a da crise da zona euro, acaba-se a aceitar um acordo em que no fim (…), além de mau para os fracos, é mau para os fortes.”
Fevereiro 23, 2015 at 12:35 pm
#44
A ver se eu entendo:
– Está certo quem acha que em 30 dias de governo os problemas da Grécia já deveriam estar resolvidos e quem acha o contrário está errado.
– Está certo quem acha que a responsabilidade do actual governo do Syriza pelo estado a que chegou a Grécia é a mesma dos anteriores governos e quem acha o oposto está errado.
Que posso estar enganado, pois me limitei a transpor para a situação grega a análise feita por um comentador deste blogue em 2011, de seu nome Maurício Brito, a propósito do governo português então apenas há 3 meses no poder…
https://educar.wordpress.com/2011/10/01/o-dia-esteve-bom/#comment-628934
Fevereiro 23, 2015 at 12:44 pm
#47,
Tu não dás uma para a caixa, homem, quando tentas encontrar contradições.
Quando é que eu disse que os problemas da Grécia já deveriam estar resolvidos?
Quando é que eu disse que o Syriza tem alguma culpa no estado em que se encontra a Grécia?
C’um catano, que a cegueira até te faz ver coisas…
Fevereiro 23, 2015 at 1:11 pm
Eu a única coisa que vejo é que a Grécia tem problemas económicos graves e para durar muitos anos. Como nós, aliás.
Pois foram muitos anos, também, a seguir políticas erradas.
Reverter essas políticas e reformar o sistema económico, fiscal e financeiro num sentido de maior justiça social e competitividade económica exige tempo, que foi a principal “conquista” dos Gregos em Bruxelas.
Quanto a promessas traídas, acho que ainda é cedo para falar.
Ao menos não fizeram ainda a triste figura de uns certos aldrabões que ganharam eleições a prometer não baixar salários nem aumentar impostos e foi exactamente isso que fizeram assim que se apanharam no poder.
Fevereiro 23, 2015 at 1:16 pm
Uns ao fim de dois anos ainda estão em estado de graça, porque coitados, a pesada herança desculpa-os das burradas todas que fazem.
Outros ao fim de um mês já deveriam ter apresentado “vitórias” e resultados.
Uns precisam de tempo para fazerem mais do mesmo.
Outros deveriam ser capazes de implementar, de um dia para o outro, uma política radicalmente diferente.
Coerência, precisa-se…
Fevereiro 23, 2015 at 1:20 pm
#44
“(O Governo Syriza)Tem que ter alternativas”.
– Tanto que as tinha que as apresentou em sede negocial. Mostrou, sobretudo, que as alternativas são políticas – é esse o seu “radicalismo” (bem diferente do radicalismo da ortodoxia austeritária, esse sim inamovível). Fez o que tinha prometido e lhe competia.
Só que não tem força – porque quem o devia apoiar e secundar lhe virou miseravelmente as costas – para as impor contra tudo e contra todos os restantes membros do Eurogrupo.
Mas a alternativa mais radical – o abandono da ZE por parte da Grécia – continua em aberto. Se os alemães e seus esbirros encostarem os gregos completamente à parede, pode acontecer. Convém, pois, atentar nesta situação, que tem contornos paradoxais e que são muitas vezes escamoteados:
Com efeito, se o acordo agora estabelecido não correr bem, ou seja, se não se chegar a um acerto de posições entre as medidas propostas pelo executivo grego e as exigidas pela Alema…, digo, pelo Eurogrupo, isso seria provavelmente melhor no curto e médio prazo para a Grécia. Uma vez que a Grécia é um país muito endividado face ao exterior, se entrasse em incumprimento, ficaria, de um momento para outro, cerca de 400 mil milhões de euros mais rica. Enfrentaria, evidentemente, muitas dificuldades no muito curto prazo devido ao impacto de tal choque na banca e sobretudo, pelo pânico que causaria nas pessoas e nos agentes económicos. Mas também é expectável que um choque dessa dimensão económica teria, algum tempo depois, reflexos favoráveis na actividade económica;
Por outro lado, os credores (nomeadamente o BCE) não querem perder dinheiro. E, não obstante os planos de contingência existentes para a hipótese “Grexit”, saindo a Grécia, abria-se a caixa de Pandora. Portugal viria muito provavelmente a seguir e, depois, quem sabe…
Fevereiro 23, 2015 at 1:43 pm
Que pensam os alemães, os franceses e os gregos?
What concerns the Germans, just like the French as a recent opinion poll proved[15], and much more than Merkel imagines, they are certainly easy to convince of the putting in place of a solidarity system to exit Greece from the rut, aware as they are that the resolution of the Greek crisis wouldn’t only be good news for the Greeks.
Global Europe Antecipation Bulletin
Fevereiro 23, 2015 at 2:34 pm
contas do dia..o acordo com a Grécia…muito interessante..
[audio src="http://rsspod.rtp.pt/…/a…/1502/3427621_175387-1502231157.mp3" /]
Fevereiro 23, 2015 at 2:35 pm
[audio src="http://rsspod.rtp.pt/podcasts/at1/1502/3427621_175387-1502231157.mp3" /]
Fevereiro 23, 2015 at 2:36 pm
acho que agora sim..
[audio src="http://rsspod.rtp.pt/podcasts/at1/1502/3427621_175387-1502231157.mp3" /]
Fevereiro 23, 2015 at 2:37 pm
http://www.rtp.pt/play/podcast/519
Fevereiro 23, 2015 at 2:54 pm
#49,
Eu sei que te custa ter de começar a ler da esquerda para terminar na direita ( … ) mas não digas que escrevo ou penso coisas que não escrevi nem pensei.
Este nosso desgoverno merecia o mesmo benefício da dúvida que merece o Syriza. Tu não foste capaz de o dar, pois antes mesmo dele formar governo já criticavas e crucificavas os tipos. Eu, pelo contrário, espero que este governo grego tenha sucesso: apenas digo que os primeiros sinais são péssimos. Horríveis, mesmo.
E sim, apesar de esperar que tenha sucesso, penso que dificilmente terá, o que apenas quer dizer que não acredito nas tuas fórmulas mágicas para a salvação da Grécia, de Portugal e do mundo, e não que torço para ter razão ou para que o Syriza vá para a cucuia juntamente com todos os que pensam como tu.
Eu sei que te custa constatar que a opção para a solução dos problemas do nosso país que tanto gostavas de ver – um Syriza português – está a sair um verdadeiro fracasso, pois ter que negociar com a troika medidas de austeridade foi algo que sempre criticaste aqui neste espaço.
Mas, como no caso do Pinócrates, faz o seguinte: vai tratar da azia.
Fevereiro 23, 2015 at 3:45 pm
Grécia versus Eurogrupo: quem anda a fazer bluf?
Why Greece Won’t Ever Be Able to Pay Off Its Debts With Austerity
Fevereiro 23, 2015 at 4:00 pm
Maurício, nunca dei qualquer benefício da dúvida ao actual desgoverno porque sempre achei que as suas políticas se baseavam e baseiam em princípios e pressupostos errados.
Uma coisa é governar um país favorecendo os credores internacionais e os interesses do grande capital financeiro, e aqui, reconheça-se, o governo passista teve assinalável sucesso.
Outra coisa é governar esse mesmo país dando prioridade ao interesse nacional e à vontade e às aspirações do povo que elegeu os partidos que governam.
Acho que consegues perceber a diferença e a razão pela qual o meu benefício da dúvida é selectivo: uns merecem-no, outros não.
Ainda que não venham a conseguir tudo aquilo que prometeram e almejaram, os governantes gregos merecerão, pelo menos, o respeito devido a quem se bate pelas suas ideias e os seus compromissos.
Já o caminho da subserviência, o de ser fraco com os fortes e forte com os fracos, que é a triste tradição dos governos portugueses pelo menos desde o socratismo, esse não me merece respeito algum.
Fevereiro 23, 2015 at 4:06 pm
O que é lamentável e de enorme incoerência é ver que há quem debite acerca do caso da Grécia como nunca o deve ter feito acerca de qualquer outro país europeu, inclusive Portugal.
E, já agora, como sabem tanto sobre o que se passa? Lêem apenas o que veiculam certos meios de comunicação? Têm fontes de informação privilegiadas?
Fevereiro 23, 2015 at 4:07 pm
se isto nºao é subserviência a fazer lembra uns cetos kappos nºao sei entºao o
Fevereiro 23, 2015 at 4:08 pm
Isto é subserviência.. a fazer lembrar o tempo de uns certos kappos ..
http://www.tvi24.iol.pt/videos/schauble-diz-que-portugal-e-o-exemplo-de-que-a-troika-funciona/54e5f3990cf2af26a22e78cc/11
Fevereiro 23, 2015 at 4:47 pm
#61
É de vomitar as tripas, buli! Não havia necessidade.
Para a Guerra Colonial também não havia alternativa. Na altura, tal como Mª Luís Albuquerque se foi vangloriar agora para Berlim, também Marcelo Caetano podia vangloriar-se de tanta “resilência” do bom povo português. Ignoro se mais tarde, quando viu no seu refúgio no Rio de Janeiro as fotografias nos jornais de pides em cuecas, manteve essa opinião.
Cá se fazem, cá se pagam…
Fevereiro 23, 2015 at 4:56 pm
E continua a haver quem não queira perceber que o que se passa é uma vergonha para nós, portugueses.
E também há quem não entenda que a Europa, infelizmente, esbraceja tentando, a todo o custo, sobreviver.
Fevereiro 23, 2015 at 5:48 pm
Nobel winner: Germany’s the problem, not Greece
http://www.cnbc.com/id/102367704
Fevereiro 23, 2015 at 5:55 pm
convém lembrar..
http://www.publico.pt/economia/noticia/passos-coelho-diz-que-governo-pode-ir-alem-das-medidas-da-troika-1497781
Fevereiro 23, 2015 at 10:34 pm
#65
Acesso sem restrições, aqui:
http://legislativas-2011.blogs.sapo.pt/96435.html
Fevereiro 23, 2015 at 11:11 pm
Mikis Teodorakis, que também é deputado pelo Syriza, está muito constrangido com os últimos desenvolvimentos da política grega.
Como replicar ao “NEIN” de Schäuble o nosso próprio NÃO?
Os bávaros apropriaram-se do controlo total do nosso sistema social, económico e político. Dominarem todas as áreas, recorreram a todos os meios, foram desenvolvendo um sistema de poder pelo bullying, subjugaram o exército, a polícia, o estado e os meios de comunicação no sentido de os formatar, deformaram os pontos mais sensíveis, moldaram o nosso pensamento, os nossos hábitos, a nossa maneira de ser, suprimir a nossa memória histórica e política, cultivaram um temor difuso e um abandono da contestação ao sistema e neutralizaram a nossa acção.
Mikis Teodorakis
(em grego, no original). Pode usar-se o google translator.
Teach me to dance