Ora bem, tendo em atenção o quanto critiquei por aqui, quase todos os dias, o Sócrates, o socratismo, os socratinos e tudo o que representam enquanto estavam no poder deixem-me fazer agora, que o homem está na mó de baixo, o papel de advogado do diabo.
A verdade é que não me parece correcto este hábito da justiça portuguesa de prender pessoas e as pretender silenciar enquanto ao mesmo tempo selectivas fugas de informação com matéria incriminatória vão saindo para determinados órgãos de comunicação.
Pessoalmente não tenho dúvidas de que quem vende cabritos e cabras não tem, de algum lado lhe vem, e isto aplica-se claramente ao socratino que nunca teve rendimentos do seu trabalho ou outros conhecidos que permitam justificar o nível de vida que ostenta e o património de que tem usufruído. Agora uma coisa é juntar a+b e perceber que estamos perante um corrupto, outra coisa é demonstrá-lo em tribunal, tendo também presente que segundo a lei portuguesa o enriquecimento ilícito não é crime.
Por muito que nos custe a aceitar, o homem tem razão quando diz que não tem de justificar em tribunal o seu estilo de vida, e se a acusação se vai basear no transporte de malas de dinheiro dentro do espaço Schengen, onde vigora a livre circulação de capitais, parece-me coisa muito frouxa. E o segredo de justiça, se existe, deve ser cumprido por todos, com juízes e procuradores a dar o exemplo.
Porque, embora convicto de que o prisioneiro 44 não enriqueceu a trabalhar, defendo intransigentemente os direitos, liberdades e garantias de todos os cidadãos e gostaria que este processo judicial não descambasse na fantochada em que se começa a tornar e que só fornece argumentos à defesa para descredibilizar a acusação.
#8
Pois, se o homem se matasse resolvia o problema de um sistema judicial frouxo, que prende as pessoas mas depois nem sempre consegue produzir uma acusação sólida que resulte em condenação.
E quando se sentem inseguros no que andam a fazer, surge a tentação irresistível de passar informação à comunicação social para que o julgamento se vá fazendo na opinião pública.
Prolongando a prisão preventiva naquela lógica vingativa do “estes já ninguém lhos tira”…
Continuo a dizer, prenderem-nos quando já largaram o poder e já não têm quem os proteja, sabe-me a pouco.
E prenderem-se políticos que passam por ser de esquerda mantendo, à direita, a tradição de impunidade que vem dos tempos do cónego Melo e de outros santos bombistas, é algo que nem sei como hei-de qualificar…
A defesa de Sócrates é algo de parecido com a defesa do cão que mordeu e matou uma criança, embora, que eu saiba, o canino não fosse de esquerda, e levasse uma vida de cão.
Sócrates é um psicopata perigoso, tal como um cão que morde e mata uma criança
Sócrates é perigoso, tal como um cão que vive num apartamento e que não reconhece quem com ele tem de conviver.
Sócrates, tal como o cão, deve ser afastado do convívio dos seres humanos, porque não tem hábitos nem comportamentos adequados ao relacionamento saudável com os mesmos.
Sócrates é fiel ao seu dono e amigo, e não tem de dar satisfações a ninguém, porque quem ladra por último, ladra melhor.
Sócrates deveria ser açaimado e treinado para se tornar respeitador das regras e do saudável convívio entre pessoas e animais.
Sócrates só é um bom exemplo para quem não gosta dos seres humanos e prefere os assassinos, mafiosos e cães de raça perigosa, porque isso preenche um certo vazio de ressentimento indefinido contra a existência da espécie humana.
Quanto a essa de Sócrates, o mafioso, ser de esquerda, só apetece mesmo perguntar, mas que raio de esquerda é essa que alimenta e vive da corrupção absoluta da política, transformada em propaganda e extorsão, com migalhas para comprar o lumpen, à boa maneira dos traficantes latino americanos.
#12
A questão é saber se quem o prendeu tem unhas para fazer isso tudo que refere no respeito pela legalidade e pelos direitos do réu, garantindo um julgamento justo e tanto quanto possível célere, num tribunal e não nas páginas de tablóides escolhidos a dedo.
De preferência com provas insofismáveis e evidências claras, de forma a que o processo não se venha a perder no emaranhado dos recursos, das manobras dilatórias e das convenientes anulações e prescrições.
Foi até com alguma curiosidade divertida que fui acompanhando as peripécias mais conhecidas do caso Sócrates.
E havendo indícios fortes e provas incontestáveis para apresentar em tribunal contra o homem, sou o primeiro a concordar com a prisão.
Agora não me peçam que ache correcto que as acusações supostamente em investigação e em segredo de justiça vão saindo a conta-gotas para certos jornais enquanto se invocam regras processuais para impedir o homem de se defender.
Que o Sócrates até pode nem ter razão alguma nas reclamações que faz, mas obtém-na quando o sistema judicial lhe fornece pretextos para a vitimização em que ele é, todos o sabemos, perito.
Outra coisa que nunca aceitarei é que se pretenda fazer da prisão de Sócrates um símbolo do combate à corrupção, como se não houvesse corruptos na maioria que desgoverna há quase quatro anos que deveriam estar em Évora a fazer companhia ao 44.
De resto, nunca pretendi ser perito em leis, e a análise que faço é essencialmente política, como todo este processo nunca o deixou de ser e é nessa qualidade que vai sendo aqui comentado. E em política, já se sabe, o que parece, é. Cabe ao poder judicial colocar-se acima da chicana política que este processo tem alimentado e cumprir as suas funções com isenção, celeridade e eficácia.
Eu estava a brincar com a questão das botas e do cachecol.
Como ninguém tem a vida segura, não se deseja a morte de ninguém. Não sabemos quem vai primeiro…
Mas com a pena que o espera, se ele for tratado como todos os cidadãos, e com a idade que tem não sei se é melhor ir direito ao Inferno do que passar mais de uma década a purgar atrás das grades…
Os seus argumentos sobre o recluso 44 parecem-se demasiado com os da, desesperada, defesa…
Num país decente o Pai do Regime já estava constituído arguido…
E sobre as alegadas fugas de informação, incluindo o aviso à tv do Costa no dia da detenção, não é muito difícil saber de onde vêm…. precisamente de quem está a perturbar o inquérito e a tentar descredibilizar o MºPº e o juiz Carlos Alexandre.
Não se junte demasiado às teses cabalísticas do bando de corruptos que vem de Soares até ao Sousa… passando por dezenas de figurões…
Eu acho que para haver a violação de um segredo, o que é contado tem que ser verdade.
Se o Joaquim tem um segredo – é homossexual – e alguém vem para a praça dizer que ele é mais macho que o Zezé Camarinha, então não há violação de porr@ de segredo nenhum.
Resumindo:
Se Sócrates e seus defensores (e o António Duarte) dizem que há violação do segredo de justiça, então é porque o que vem a público é verdade – logo, é uma discussão estéril a inocência do fourty-four.
Ou seja, o fourty-four, pelo facto de ser quem todos sabemos que é, não deve usufruir dos direitos que a lei reconhece a qualquer situação na condição de arguido.
Não concordo, e acho que quem assim pensa devia reflectir um bocadinho e ver que eventuais atropelos à legalidade acabam por fundamentar, mais tarde, as artimanhas processuais, as anulações de prova e outros incidentes que são meio caminho andado para impedir a condenação ou para ir adiando o processo até às calendas gregas.
Se o que vem a público é verdade e estamos tão seguros de que é suficiente para condenar o homem, então não percebo porque não avançam de imediato para o julgamento em tribunal.
Desgosto desta tradição manhosa da justiça portuguesa da divulgação às pinguinhas da matéria processual, deste cozinhar em lume brando que normalmente acaba, já deveríamos saber pelos antecedentes de outros processos mediáticos, em águas de bacalhau…
– Para mim, que não sou juíz e não tenho que julgar com base na aplicação das leis, discutir a inocência de alguém que diz, por outras palavras, que houve violação do segredo de justiça porque a acusação mandou para fora informações que deixam claro que ele cometeu vários crimes, torna-se um absurdo, pois isso é assumir que o que veio para fora é efectivamente verdade.
Mas sobre o segredo de justiça e a sua constante violação, muito mais há a dizer, mas isso parece não interessar aos “defensores do fracos e oprimidos”: José Sócrates assumiu que soube em maio de 2014, através do actual director do JN – jornal controlado pelo famoso advogado Proença de Carvalho – que estava a ser investigado. Ora, essa fuga de informação, essa violação, foi cometida com o intuito de beneficiar quem? O papa Francisco? E não terá sido o facto de ter havido essa fuga que obrigou a acelerar todo este processo, pelo perigo dessa fuga jogar no lixo mais de um ano de investigações?
Acordem: a vitimização é uma das armas que o Al Drabone mais utilizou ao longo da sua vida. Ele próprio tem interesse que aconteçam estas coisas que tantos criticam: é a forma de vitimizar-se, de se dizer perseguido, de poder atacar quem diz serem os responsáveis pelas violações do segredo de justiça e de conseguir transformar algo aparentemente injusto numa arma a seu favor e fazendo disto um caso político, quando não é, apesar dos Antónios Duartes deste país já verem fantasmas de perseguições aos “de esquerda” e de impunidade aos “de direita”.
Vamos lá ser sérios: qualquer pessoa isenta consegue entender que há fortíssimós indícios da práctica de vários graves crimes. Ora, se a lei prevê a prisão preventiva para que não haja perturbação do processo, não acham mais do que óbvia a aplicação desta medida a um indivíduo como José Sócrates, que mesmo preso tenta perturbar o dito cujo de todas as formas?
Enfim, compreendo que exista quem, por não ver os seus ódios de estimação da “direita” no lugar de Sócrates, esteja com muita azia.
Porque, para alguns, Sócrates não é mais ladrão que Cavaco ou Passos. Eu discordo. Pois, para mim, Sócrates é mais ladrão que esses juntos e somados ao Guterres e ao Sampaio. Ou seja, como sempre disse e ao contrário do António Duarte, não consigo meter Sócrates no mesmo saco dos outros.
E é claro que essa azia custa a passar em quem chegou a preferir correr o risco de continuar a ter José Sócrates no governo do nosso país…
(O que Sócrates deseja para os investigadores do seu caso)
Baltasar Garzón, fue denunciado por el abogado Ignacio Peláez, defensor del empresario José Luis Ulibarri, presidente del grupo Begar y propietario de Televisión Castilla y León.63 El motivo de la querella es la orden de Garzón de grabar las conversaciones de los presos encausados por dicha trama con sus abogados, por lo que habría podido incurrir en prevaricación y vulneración de la intimidad. El 25 de febrero de 2010, la Sala de lo Penal del Tribunal Supremo de España admitió a trámite la querella.63
Estas escuchas fueron anuladas por el Tribunal Superior de Justicia de Madrid al considerar que dicha intervención vulneraba “el derecho de defensa y el derecho a no declarar contra sí mismos y a no confesarse culpables, así como el derecho a un proceso público con todas las garantías”.64 65
El magistrado del Tribunal Supremo Alberto Jorge Barreiro, en su Auto de 19/10/201066 afirma que Garzón ordenó las escuchas interpretando la ley “de forma errónea” y, sin motivación alguna, ante la “mera posibilidad” de que los letrados actuaran de “enlaces” de la trama de corrupción con el exterior y pese a no tener contra los abogados sospechas ciertas.
1. O facto de Sócrates ser um mentiroso compulsivo, um corrupto e um aldrabão que não tem escrúpulos em recorrer a meios ilícitos para alcançar os seus fins não justifica que a justiça que o pretende, e muito bem, julgar e condenar, lance mão de meios idênticos;
2. Precisamente porque o cidadão em causa é mestre na vitimização é que entendo que o trabalho da acusação será tanto mais credível e eficaz quanto menos motivos lhe forem dados para se fazer de vítima;
3. Não gosto que distorçam as minhas palavras, pelo que reafirmo o que sempre disse a este respeito: não quero que tirem o Sócrates da cadeia para lá colocarem um figurão qualquer do PSD, desejo que os corruptos que também existem, neste e noutros partidos, se juntem um dia ao recluso que já lá está, e espero que por lá continue, de preferência com uma condenação em tribunal devidamente transitada em julgado.
Já agora, e apesar de saber que prognósticos contingo só no final do jogo, uma pergunta: tendo acontecido na Grécia algo muito parecido com o que defendes que aconteça aqui, o que prevês que será o futuro da Grécia e do Syriza?
Podes responder a curto, médio e longo prazo, pois espero estar aqui ainda uns bons anos para te mandar uns petelecos amigáveis…
#32
Maurício, olho com muita esperança e moderado optimismo para o que se está a passar na Grécia desde a vitória do Syriza, e espero que algo semelhante possa suceder aqui ao lado, em Espanha, com uma eventual vitória eleitoral do Podemos.
Claro que gostaria que algo semelhante ocorresse em Portugal, o que não me parece viável a curto prazo, tal a desunião e o sectarismo que reinam na esquerda.
De resto, tenho consciência de que o novo poder grego terá pela frente muitos obstáculos e decerto não conseguirá concretizar tudo aquilo a que se propõe.
Uma nova política europeia concebida para apoiar o crescimento económico e aumentar a coesão entre estados e regiões só será possível com uma outra correlação de forças nas instituições europeias, e isso terá de passar pelo reforço das esquerdas não situacionistas. Até lá, e no curto prazo, o melhor que se pode fazer é cada país negociar e defender firmemente os seus interesses junto da UE, tal como o pretendem fazer os Gregos, em vez do servilismo que tem sido apanágio dos nossos governantes.
Eu acho que podes acrescentar que também tens esperança que a guerra e a fome acabem no mundo e que a paz e a união entre os povos prevaleça…
Mas, esperanças à parte, posso concluir que pensas que o melhor para a Grécia foi a vitória do Syriza e que estás convencido que, com mais ou menos dificuldades, eles conseguirão cumprir as suas promessas eleitorais e que, seguindo o seu plano de governo, conseguirão tirar a Grécia do estado em que se encontra… certo?
#22
mais 1600 minutos que todos os seus colegas de ECD, pois porque os professores do politécnico fazem metade do tempo e os universitários ainda menos que isso e ganhando largamente acima de nós que também temos pessoas dedicadas e com experiência cientifica e pedagógica em todos os níveis de ensino.
#34
Lá estás tu a escrever o que gostarias que eu dissesse…
Não sou tão optimista como gostarias, acho que enquanto forem um ou outro Syriza, isolados, a lutar pelo que acham melhor para o seu país, os ganhos serão sempre muito limitados.
Mas sim, não tenho problemas em dizer que acho que estão melhor com o Syriza, na Grécia, do que com qualquer um dos partidos que por lá partilharam o poder nas últimas décadas levando o país ao estado em que se encontra.
Repito, não sei quanto do seu programa político conseguirão cumprir, mas sei que nenhum país paga as suas dívidas ou se sustenta a si mesmo produzindo menos, reduzindo os cidadãos à pobreza ou vendendo ao desbarato o património a estrangeiros.
E parece-me uma proposta aceitável a que fizeram de associar o pagamento da dívida ao crescimento da economia. pois só com investimento nas actividades produtivas e consequente criação de riqueza e emprego será possível diminuir progressivamente o défice e a dívida externa.
Já o programa de empobrecimento da troika sabemos que não funciona, e nem precisamos de sair de Portugal para o constatar…
Eu gostava é que tu assumisses mais claramente as tuas opções, principalmente quando o que aconteceu na Grécia é o que defendes que aconteça aqui. E atenção: não esquecer que aquilo que o Syriza defendia era o famoso “não pagamos”, também muito corajosamente ameaçado por aqueles que gostavas de ver no governo.
Acho que entendeste perfeitamente onde pretendo chegar: que qualquer partido que acene com a bandeira do “não pagamos”, ou não tem ou irá perder a credibilidade. E daí a começar a não cumprir com programas e promessas eleitorais são dois pequenos passos. Resumindo: o que o PCP defendeu e defende é indefensável.
Mas teres dito que os gregos estão melhores com o Syriza já é, para mim, suficiente.
Fevereiro 4, 2015 at 9:33 am
O seu “estilo de vida” parece justificado e nem é mau de todo: há dois meses que vive a expensas do contribuinte…
Fevereiro 4, 2015 at 9:42 am
Tadito…
.
Fevereiro 4, 2015 at 9:46 am
Je suis Varoufakis. O Sócrates que se lixe.
Fevereiro 4, 2015 at 10:01 am
Porque devemos ser pluralistas, democratas e devemos dar o direito de resposta…
.
Fevereiro 4, 2015 at 10:04 am
Oh faz favor!!!!! Oh nos valha o primeiro de verdadeiro igual nome!!!!!
Fevereiro 4, 2015 at 10:19 am
Em nome da necessária pluralidade de opinião…
.
Fevereiro 4, 2015 at 10:55 am
Gente coisa é outra fina!
E então a que se arma(ni) em esquerda, ui!, ui!
Fevereiro 4, 2015 at 11:34 am
Tenho um problema epistemológico:
As botas são tipo da tropa ou de tacão alto e aguçado?
Quanto ao cachecol, nas prisões são proibidos para prevenir enforcamentos.
Por mim podem deixá-lo ficar com o cachecol e até emprestarem-lhe uma corda.
Fevereiro 4, 2015 at 12:55 pm
Ora bem, tendo em atenção o quanto critiquei por aqui, quase todos os dias, o Sócrates, o socratismo, os socratinos e tudo o que representam enquanto estavam no poder deixem-me fazer agora, que o homem está na mó de baixo, o papel de advogado do diabo.
A verdade é que não me parece correcto este hábito da justiça portuguesa de prender pessoas e as pretender silenciar enquanto ao mesmo tempo selectivas fugas de informação com matéria incriminatória vão saindo para determinados órgãos de comunicação.
Pessoalmente não tenho dúvidas de que quem vende cabritos e cabras não tem, de algum lado lhe vem, e isto aplica-se claramente ao socratino que nunca teve rendimentos do seu trabalho ou outros conhecidos que permitam justificar o nível de vida que ostenta e o património de que tem usufruído. Agora uma coisa é juntar a+b e perceber que estamos perante um corrupto, outra coisa é demonstrá-lo em tribunal, tendo também presente que segundo a lei portuguesa o enriquecimento ilícito não é crime.
Por muito que nos custe a aceitar, o homem tem razão quando diz que não tem de justificar em tribunal o seu estilo de vida, e se a acusação se vai basear no transporte de malas de dinheiro dentro do espaço Schengen, onde vigora a livre circulação de capitais, parece-me coisa muito frouxa. E o segredo de justiça, se existe, deve ser cumprido por todos, com juízes e procuradores a dar o exemplo.
Porque, embora convicto de que o prisioneiro 44 não enriqueceu a trabalhar, defendo intransigentemente os direitos, liberdades e garantias de todos os cidadãos e gostaria que este processo judicial não descambasse na fantochada em que se começa a tornar e que só fornece argumentos à defesa para descredibilizar a acusação.
Fevereiro 4, 2015 at 1:04 pm
#8
Pois, se o homem se matasse resolvia o problema de um sistema judicial frouxo, que prende as pessoas mas depois nem sempre consegue produzir uma acusação sólida que resulte em condenação.
E quando se sentem inseguros no que andam a fazer, surge a tentação irresistível de passar informação à comunicação social para que o julgamento se vá fazendo na opinião pública.
Prolongando a prisão preventiva naquela lógica vingativa do “estes já ninguém lhos tira”…
Continuo a dizer, prenderem-nos quando já largaram o poder e já não têm quem os proteja, sabe-me a pouco.
E prenderem-se políticos que passam por ser de esquerda mantendo, à direita, a tradição de impunidade que vem dos tempos do cónego Melo e de outros santos bombistas, é algo que nem sei como hei-de qualificar…
Fevereiro 4, 2015 at 2:34 pm
não se embalem nesse chororô
qué animal que sempre aldrabou
na mó de baixo…, inté dá p’ra rir
pois s’é ladrão sem mãos a medir!
Fevereiro 4, 2015 at 3:02 pm
A defesa de Sócrates é algo de parecido com a defesa do cão que mordeu e matou uma criança, embora, que eu saiba, o canino não fosse de esquerda, e levasse uma vida de cão.
Sócrates é um psicopata perigoso, tal como um cão que morde e mata uma criança
Sócrates é perigoso, tal como um cão que vive num apartamento e que não reconhece quem com ele tem de conviver.
Sócrates, tal como o cão, deve ser afastado do convívio dos seres humanos, porque não tem hábitos nem comportamentos adequados ao relacionamento saudável com os mesmos.
Sócrates é fiel ao seu dono e amigo, e não tem de dar satisfações a ninguém, porque quem ladra por último, ladra melhor.
Sócrates deveria ser açaimado e treinado para se tornar respeitador das regras e do saudável convívio entre pessoas e animais.
Sócrates só é um bom exemplo para quem não gosta dos seres humanos e prefere os assassinos, mafiosos e cães de raça perigosa, porque isso preenche um certo vazio de ressentimento indefinido contra a existência da espécie humana.
Fevereiro 4, 2015 at 3:10 pm
Quanto a essa de Sócrates, o mafioso, ser de esquerda, só apetece mesmo perguntar, mas que raio de esquerda é essa que alimenta e vive da corrupção absoluta da política, transformada em propaganda e extorsão, com migalhas para comprar o lumpen, à boa maneira dos traficantes latino americanos.
Fevereiro 4, 2015 at 3:21 pm
#12
A questão é saber se quem o prendeu tem unhas para fazer isso tudo que refere no respeito pela legalidade e pelos direitos do réu, garantindo um julgamento justo e tanto quanto possível célere, num tribunal e não nas páginas de tablóides escolhidos a dedo.
De preferência com provas insofismáveis e evidências claras, de forma a que o processo não se venha a perder no emaranhado dos recursos, das manobras dilatórias e das convenientes anulações e prescrições.
Fevereiro 4, 2015 at 3:23 pm
#13
Eu escrevi “passa por ser de esquerda”. E passa, para a direita que tanto tem rejubilado com a sua prisão.
Da minha parte, nunca o considerei como tal.
Fevereiro 4, 2015 at 4:01 pm
Senhor António Duarte
O senhor além de mal humorado parece uma das lavadeiras do regime…
Estude Direito Penal e Direito Processual Penal para não asneirar tanto!
Fevereiro 4, 2015 at 4:57 pm
Nada mal humorado, meu caro MR.
Foi até com alguma curiosidade divertida que fui acompanhando as peripécias mais conhecidas do caso Sócrates.
E havendo indícios fortes e provas incontestáveis para apresentar em tribunal contra o homem, sou o primeiro a concordar com a prisão.
Agora não me peçam que ache correcto que as acusações supostamente em investigação e em segredo de justiça vão saindo a conta-gotas para certos jornais enquanto se invocam regras processuais para impedir o homem de se defender.
Que o Sócrates até pode nem ter razão alguma nas reclamações que faz, mas obtém-na quando o sistema judicial lhe fornece pretextos para a vitimização em que ele é, todos o sabemos, perito.
Outra coisa que nunca aceitarei é que se pretenda fazer da prisão de Sócrates um símbolo do combate à corrupção, como se não houvesse corruptos na maioria que desgoverna há quase quatro anos que deveriam estar em Évora a fazer companhia ao 44.
De resto, nunca pretendi ser perito em leis, e a análise que faço é essencialmente política, como todo este processo nunca o deixou de ser e é nessa qualidade que vai sendo aqui comentado. E em política, já se sabe, o que parece, é. Cabe ao poder judicial colocar-se acima da chicana política que este processo tem alimentado e cumprir as suas funções com isenção, celeridade e eficácia.
Fevereiro 4, 2015 at 5:26 pm
Fevereiro 4, 2015 at 5:46 pm
# 17
Eu estava a brincar com a questão das botas e do cachecol.
Como ninguém tem a vida segura, não se deseja a morte de ninguém. Não sabemos quem vai primeiro…
Mas com a pena que o espera, se ele for tratado como todos os cidadãos, e com a idade que tem não sei se é melhor ir direito ao Inferno do que passar mais de uma década a purgar atrás das grades…
Os seus argumentos sobre o recluso 44 parecem-se demasiado com os da, desesperada, defesa…
Num país decente o Pai do Regime já estava constituído arguido…
E sobre as alegadas fugas de informação, incluindo o aviso à tv do Costa no dia da detenção, não é muito difícil saber de onde vêm…. precisamente de quem está a perturbar o inquérito e a tentar descredibilizar o MºPº e o juiz Carlos Alexandre.
Não se junte demasiado às teses cabalísticas do bando de corruptos que vem de Soares até ao Sousa… passando por dezenas de figurões…
Fevereiro 4, 2015 at 6:25 pm
Magalhães, mal empregadas botas 😀
Fevereiro 4, 2015 at 6:32 pm
Fevereiro 4, 2015 at 7:00 pm
Cada um tem o estilo de vida que lhe é permitido!

Fevereiro 4, 2015 at 7:48 pm
Se as botas são do Glorioso, acho bem!
Fevereiro 4, 2015 at 7:48 pm
(também há botas do Glorioso?)
Fevereiro 4, 2015 at 9:56 pm
Eu acho que para haver a violação de um segredo, o que é contado tem que ser verdade.
Se o Joaquim tem um segredo – é homossexual – e alguém vem para a praça dizer que ele é mais macho que o Zezé Camarinha, então não há violação de porr@ de segredo nenhum.
Resumindo:
Se Sócrates e seus defensores (e o António Duarte) dizem que há violação do segredo de justiça, então é porque o que vem a público é verdade – logo, é uma discussão estéril a inocência do fourty-four.
…
Fevereiro 4, 2015 at 10:37 pm
Ou seja, o fourty-four, pelo facto de ser quem todos sabemos que é, não deve usufruir dos direitos que a lei reconhece a qualquer situação na condição de arguido.
Não concordo, e acho que quem assim pensa devia reflectir um bocadinho e ver que eventuais atropelos à legalidade acabam por fundamentar, mais tarde, as artimanhas processuais, as anulações de prova e outros incidentes que são meio caminho andado para impedir a condenação ou para ir adiando o processo até às calendas gregas.
Se o que vem a público é verdade e estamos tão seguros de que é suficiente para condenar o homem, então não percebo porque não avançam de imediato para o julgamento em tribunal.
Desgosto desta tradição manhosa da justiça portuguesa da divulgação às pinguinhas da matéria processual, deste cozinhar em lume brando que normalmente acaba, já deveríamos saber pelos antecedentes de outros processos mediáticos, em águas de bacalhau…
Fevereiro 4, 2015 at 10:39 pm
…a qualquer cidadão na condição de arguido…
Fevereiro 4, 2015 at 11:00 pm
22
De facto, deveriam ser carreiras e estatutos diferentes!
Fevereiro 5, 2015 at 8:59 am
A ver se sou mais claro:
– Para mim, que não sou juíz e não tenho que julgar com base na aplicação das leis, discutir a inocência de alguém que diz, por outras palavras, que houve violação do segredo de justiça porque a acusação mandou para fora informações que deixam claro que ele cometeu vários crimes, torna-se um absurdo, pois isso é assumir que o que veio para fora é efectivamente verdade.
Mas sobre o segredo de justiça e a sua constante violação, muito mais há a dizer, mas isso parece não interessar aos “defensores do fracos e oprimidos”: José Sócrates assumiu que soube em maio de 2014, através do actual director do JN – jornal controlado pelo famoso advogado Proença de Carvalho – que estava a ser investigado. Ora, essa fuga de informação, essa violação, foi cometida com o intuito de beneficiar quem? O papa Francisco? E não terá sido o facto de ter havido essa fuga que obrigou a acelerar todo este processo, pelo perigo dessa fuga jogar no lixo mais de um ano de investigações?
Acordem: a vitimização é uma das armas que o Al Drabone mais utilizou ao longo da sua vida. Ele próprio tem interesse que aconteçam estas coisas que tantos criticam: é a forma de vitimizar-se, de se dizer perseguido, de poder atacar quem diz serem os responsáveis pelas violações do segredo de justiça e de conseguir transformar algo aparentemente injusto numa arma a seu favor e fazendo disto um caso político, quando não é, apesar dos Antónios Duartes deste país já verem fantasmas de perseguições aos “de esquerda” e de impunidade aos “de direita”.
Vamos lá ser sérios: qualquer pessoa isenta consegue entender que há fortíssimós indícios da práctica de vários graves crimes. Ora, se a lei prevê a prisão preventiva para que não haja perturbação do processo, não acham mais do que óbvia a aplicação desta medida a um indivíduo como José Sócrates, que mesmo preso tenta perturbar o dito cujo de todas as formas?
Enfim, compreendo que exista quem, por não ver os seus ódios de estimação da “direita” no lugar de Sócrates, esteja com muita azia.
Porque, para alguns, Sócrates não é mais ladrão que Cavaco ou Passos. Eu discordo. Pois, para mim, Sócrates é mais ladrão que esses juntos e somados ao Guterres e ao Sampaio. Ou seja, como sempre disse e ao contrário do António Duarte, não consigo meter Sócrates no mesmo saco dos outros.
E é claro que essa azia custa a passar em quem chegou a preferir correr o risco de continuar a ter José Sócrates no governo do nosso país…
…
Fevereiro 5, 2015 at 10:01 am
(O que Sócrates deseja para os investigadores do seu caso)
Baltasar Garzón, fue denunciado por el abogado Ignacio Peláez, defensor del empresario José Luis Ulibarri, presidente del grupo Begar y propietario de Televisión Castilla y León.63 El motivo de la querella es la orden de Garzón de grabar las conversaciones de los presos encausados por dicha trama con sus abogados, por lo que habría podido incurrir en prevaricación y vulneración de la intimidad. El 25 de febrero de 2010, la Sala de lo Penal del Tribunal Supremo de España admitió a trámite la querella.63
Estas escuchas fueron anuladas por el Tribunal Superior de Justicia de Madrid al considerar que dicha intervención vulneraba “el derecho de defensa y el derecho a no declarar contra sí mismos y a no confesarse culpables, así como el derecho a un proceso público con todas las garantías”.64 65
El magistrado del Tribunal Supremo Alberto Jorge Barreiro, en su Auto de 19/10/201066 afirma que Garzón ordenó las escuchas interpretando la ley “de forma errónea” y, sin motivación alguna, ante la “mera posibilidad” de que los letrados actuaran de “enlaces” de la trama de corrupción con el exterior y pese a no tener contra los abogados sospechas ciertas.
Wikipedia
Fevereiro 5, 2015 at 10:14 am
Notas finais, para que fique claro:
1. O facto de Sócrates ser um mentiroso compulsivo, um corrupto e um aldrabão que não tem escrúpulos em recorrer a meios ilícitos para alcançar os seus fins não justifica que a justiça que o pretende, e muito bem, julgar e condenar, lance mão de meios idênticos;
2. Precisamente porque o cidadão em causa é mestre na vitimização é que entendo que o trabalho da acusação será tanto mais credível e eficaz quanto menos motivos lhe forem dados para se fazer de vítima;
3. Não gosto que distorçam as minhas palavras, pelo que reafirmo o que sempre disse a este respeito: não quero que tirem o Sócrates da cadeia para lá colocarem um figurão qualquer do PSD, desejo que os corruptos que também existem, neste e noutros partidos, se juntem um dia ao recluso que já lá está, e espero que por lá continue, de preferência com uma condenação em tribunal devidamente transitada em julgado.
Fevereiro 5, 2015 at 10:27 am
#31,
Já agora, e apesar de saber que prognósticos contingo só no final do jogo, uma pergunta: tendo acontecido na Grécia algo muito parecido com o que defendes que aconteça aqui, o que prevês que será o futuro da Grécia e do Syriza?
Podes responder a curto, médio e longo prazo, pois espero estar aqui ainda uns bons anos para te mandar uns petelecos amigáveis…
Fevereiro 5, 2015 at 10:50 am
#32
Maurício, olho com muita esperança e moderado optimismo para o que se está a passar na Grécia desde a vitória do Syriza, e espero que algo semelhante possa suceder aqui ao lado, em Espanha, com uma eventual vitória eleitoral do Podemos.
Claro que gostaria que algo semelhante ocorresse em Portugal, o que não me parece viável a curto prazo, tal a desunião e o sectarismo que reinam na esquerda.
De resto, tenho consciência de que o novo poder grego terá pela frente muitos obstáculos e decerto não conseguirá concretizar tudo aquilo a que se propõe.
Uma nova política europeia concebida para apoiar o crescimento económico e aumentar a coesão entre estados e regiões só será possível com uma outra correlação de forças nas instituições europeias, e isso terá de passar pelo reforço das esquerdas não situacionistas. Até lá, e no curto prazo, o melhor que se pode fazer é cada país negociar e defender firmemente os seus interesses junto da UE, tal como o pretendem fazer os Gregos, em vez do servilismo que tem sido apanágio dos nossos governantes.
Fevereiro 5, 2015 at 11:12 am
#33,
Eu acho que podes acrescentar que também tens esperança que a guerra e a fome acabem no mundo e que a paz e a união entre os povos prevaleça…
Mas, esperanças à parte, posso concluir que pensas que o melhor para a Grécia foi a vitória do Syriza e que estás convencido que, com mais ou menos dificuldades, eles conseguirão cumprir as suas promessas eleitorais e que, seguindo o seu plano de governo, conseguirão tirar a Grécia do estado em que se encontra… certo?
Fevereiro 5, 2015 at 11:55 am
#22
mais 1600 minutos que todos os seus colegas de ECD, pois porque os professores do politécnico fazem metade do tempo e os universitários ainda menos que isso e ganhando largamente acima de nós que também temos pessoas dedicadas e com experiência cientifica e pedagógica em todos os níveis de ensino.
Fevereiro 5, 2015 at 12:44 pm
#34
Lá estás tu a escrever o que gostarias que eu dissesse…
Não sou tão optimista como gostarias, acho que enquanto forem um ou outro Syriza, isolados, a lutar pelo que acham melhor para o seu país, os ganhos serão sempre muito limitados.
Mas sim, não tenho problemas em dizer que acho que estão melhor com o Syriza, na Grécia, do que com qualquer um dos partidos que por lá partilharam o poder nas últimas décadas levando o país ao estado em que se encontra.
Repito, não sei quanto do seu programa político conseguirão cumprir, mas sei que nenhum país paga as suas dívidas ou se sustenta a si mesmo produzindo menos, reduzindo os cidadãos à pobreza ou vendendo ao desbarato o património a estrangeiros.
E parece-me uma proposta aceitável a que fizeram de associar o pagamento da dívida ao crescimento da economia. pois só com investimento nas actividades produtivas e consequente criação de riqueza e emprego será possível diminuir progressivamente o défice e a dívida externa.
Já o programa de empobrecimento da troika sabemos que não funciona, e nem precisamos de sair de Portugal para o constatar…
Fevereiro 5, 2015 at 2:44 pm
#36,
Eu gostava é que tu assumisses mais claramente as tuas opções, principalmente quando o que aconteceu na Grécia é o que defendes que aconteça aqui. E atenção: não esquecer que aquilo que o Syriza defendia era o famoso “não pagamos”, também muito corajosamente ameaçado por aqueles que gostavas de ver no governo.
Acho que entendeste perfeitamente onde pretendo chegar: que qualquer partido que acene com a bandeira do “não pagamos”, ou não tem ou irá perder a credibilidade. E daí a começar a não cumprir com programas e promessas eleitorais são dois pequenos passos. Resumindo: o que o PCP defendeu e defende é indefensável.
Mas teres dito que os gregos estão melhores com o Syriza já é, para mim, suficiente.
Daqui por uns tempos nós conversamos.