… em que momentos da sua carreira, foi Hélder de Sousa avaliado com uma qualquer prova que permitisse conhecer as suas capacidades e competências?
Porque isto é tudo muito interessante, mas quem certificou o senhor Iavé como avaliador-mor do reino? Ou como sabemos nós que quem elabora e classifica estas provas têm competência para tal?
Porque a mim quer parecer que quem mais clama pelo rigor, pela cultura da perfeição é exactamente quem fez carreiras sem que seja perceptível a que avaliação foi sujeito. Porque uma coisa é ter cargos, outra ter sido avaliado por mais do que a fidelidade aos senhores que passam.
Vamos lá a tentar saber… que provas fez Hélder de Sousa, quem o avaliou, quem foram os júris das suas provas?
Porque isto de mandar fazer, quase todos sabem mandar. Fazer é que é o caraças…
O senhor até pode ser o mais competente entre os competentes no reino de Iavé, mas a verdade é que o seu trajecto académico e profissional é… aquilo que é e não mais do que isso.
E percebemos o quanto a coisa é curta quando lemos tiradas como estas, cheias de ausências de detalhes específicos ou conhecimentos concretos.
As provas são semelhantes, não há aqui nenhuma invenção. Agora os modelos são todos diferentes. As provas normalmente têm uma componente comum e outra específica, mas desconheço em pormenor se são classificadas separadamente. Sei, por exemplo, que as linhas de corte entre o ser aprovado e não aprovado são variadas. Nuns casos são mais exigentes, noutros menos.
Provas “semelhantes”, modelos “diferentes”… linhas de corte “variadas”… nuns casos “mais exigentes, noutros menos”.
Phosga-se, pá… isso até eu seria capaz de dizer e não percebo nada do assunto.
Fevereiro 2, 2015 at 7:44 pm
Este Hélder é primo da Margarida Moreira?
Que pentelho, o raio do homem…
Fevereiro 2, 2015 at 7:46 pm
Se o sistema premeia a mediania entre os professores, ainda assim estamos uns furos acima dos nossos governantes, entre os quais campeia a mediocridade.
A conversa destas abéculas lembra-me sempre a anedota do ricaço que metia uma cunha ao amigo político para que lhe arranjasse um emprego público para o filho, a ver se o rapaz ganhava juízo e assentava.
Descartados os cargos de assessor, consultor e semelhantes, porque o ordenado era demasiado elevado para o estroina do rapaz, só restava a alternativa de ser funcionário público a sério. Aí o salário era modesto; o problema é que só entrava por concurso, tinha de ter curso superior, conhecimento de línguas e outras exigências…
Fevereiro 2, 2015 at 7:51 pm
Raio de país, e de mentalidade, em que trabalhar naquilo que se sabe fazer, para ganhar a vida, se tornou um privilégio de uns quantos, inacessível à “mediania”. Em que nos sugerem que usufruir dos direitos de cidadania implica provar não sei bem o quê à cambada de medíocres que tomou conta disto tudo…
Fevereiro 2, 2015 at 8:26 pm
benchmarking..já controlam até o número de vezes que os coelhos se masturbam atrás das Portas..
Fevereiro 2, 2015 at 8:45 pm
A cultura de avaliação-por-tudo-e-por-nada é simplesmente um mecanismo de controlo… os malvados dos professores eram(?) dos poucos(?) que escapavam a esse controlo-de-tudo, a essa rédea-curta, a esse grande ideal do desumano.
No outro dia, percebi o quanto esta cultura de avaliação-por-tudo-e-por-nada está a tornar-se pervasiva, é o simulacro da “exigência” e da “excelência” neste admirável mundo novo.
Os mesmos parvalhões que não percebiam as folhas de excel com 2 colunas, agora acham que as folhas de excel com 15 colunas é que são! Tristemente, nunca passaram 5 minutos que fossem a reflectir sobre as limitações das folhas de excel, da análise estatística, da amostragem do trabalho de cada um, da idolatria da avaliação, etc..
Fevereiro 2, 2015 at 8:49 pm
Eu avaliei-o o ano passado com o KEY for Schools: chumbou estrondosamente, mas atirou a culpa para cima dos professores que trabalharam de graça!
Fevereiro 2, 2015 at 9:25 pm
Preferiria acreditar que quem se presta a este papel não pode ser professor.
Fevereiro 2, 2015 at 9:41 pm
#5
Eu imagino uma avaliação humanizada como a que tive com a minha orientadora pedagógica quando fiz o Estágio.
Uma pessoa mais velha, mais experiente, que discutisse comigo a planificação, desse o exemplo na sala de aula, permitisse a discussão, fosse aberta, colega, bem disposta e competente. Depois a nota saia naturalmente e eu reconhecia-me na avaliação.
Fevereiro 2, 2015 at 10:14 pm
Foi avaliado pelas tretas, negociatas e trafulhices e por sinal com distinção
Fevereiro 2, 2015 at 10:41 pm
A “cultura da avaliação” fala com a voz do poder.
O poder fala pela voz da “cultura da avaliação” (sou o HS!).
Seguindo a ordem do discurso, vemos como a “cultura da avaliação” se articula como um dispositivo de legitimação do poder: eu, avaliador, é que digo que coisas são valiosas e válidas; tu és avaliado: dependes de mim, do meu ponto de vista, da minha vontade, valerás o que eu quiser.
Mas o discurso vai assumindo feições cambiantes, consegue revelar como a avaliação – com a emergência do dispositivo tecnocrático – pode decair para a classificação, para se constituir como simples quantificação: mostra, não qualidades, valores, mas curvas de regularidade, padrões de desempenho, enfim, regimes de exclusão que se legitimam pela sua “objectividade” fria e cega (“qualidades” – aqui vem a torsão – que, dizem, deve ter justamente o poder ou quem o detém).
Fevereiro 2, 2015 at 10:54 pm
#10 De acordo. Mas os que defendem uma avaliação humanizada têm de pensar a sério nos contornos dela.
Eu, por exemplo, tive designada uma avaliadora que é prof do secundário e já foi minha formadora numa ação que frequentei. Atualmente está no meu face, lol. Mas não me avaliou (estou no 4º) porque estamos congelados.
Entretanto percebi que ela como professora do básico é uma nulidade e teria de aprender comigo. Estará ela disposta á discussão ou vai querer formatar-me para dar aulas à la secundário dentro do básico (que é o que ela faz)? É uma questão que só será respondida no futuro. Mas no face já um dia estivemos á conversa e pareceu-me disponível. Não sei. É uma aventura.
Fevereiro 2, 2015 at 11:59 pm
Mas é claro que eu defendo uma avaliação partilhada e cooperada. 😛
Fevereiro 3, 2015 at 1:30 am
Este país é um prodígio de avaliação!
Tudo o que é dirigente intermédio e superior da administração pública e do privado pulula entre cargos, com excelência e mérito estrondosos… verdadeira cultura de avaliação… é tanta a excelência, a capacidade dirigente, a liderança e o espírito empreendedor que, sem o país se aperceber, passou para o grupo de topo da UE, em organização, em eficiência, em riqueza produzida, em transparência, em défice e dívidas pública e privada, em combate à corrupção, em acesso a bens e serviços, em qualidade de vida…
– Sussurram-me que não???… ??? Pois é…esquecia-me que o país ainda tem, que nem todos emigraram/ aposentaram/ ficaram desempregados ou morreram, a mer** dos que trabalham!
Se pudesse, enfiava-lhes a avaliação por um sítio que cá sei!