Sim, claro que desconto.
Ora essa… Einstein é Einstein, não é Ainstain e o Picasso não é Picaço e o Almada Negreiros não é Pinhal de Negreiros (a menos que seja para o Camilo Lourenço, para quem Seixal ou Barreiro são exactamente o mesmo, incluindo os respectivos presidentes de câmara que são demagogos os dois, mesmo que não os distinga um do outro, porque a malta comuna e não liberal é toda a mesma corja despesista que não deixa o país andar para a frente mesmo que deixe os portugueses para trás), mas se um tipo errar em factos não é grave, apenas um lapso factual e nada tão grave como a falta de uma cedilha.
E mais que não fosse, menino, tu és de um meio socialmente desfavorecido e tu, menina, és de uma minoria cultural economicamente deprimida pelo que se forem estudar para a Universidade, irão acabar em cursos para professor, porque não sabem fazer mais nada porque isso diz o monteiro do jornal e o hélder de sousa que é diniz mas não é erro porque é de família, e depois irão fazer uma prova e dar erros e o investigador cristão dirá que vocês – benzós Deus que não é nada de pessoal ou sequer preconceituoso – darão erros exactamente porque são professores e são professores porque foram pobrezinhos que não conseguiram ir tirar o curso à Católica porque não tiveram liberdade de escolha no Secundário, nem ninguém a meter uma cunha para vos arranjar um financiamento para uns estudos e uma assessoria e por isso mesmo são maus professores para os “nossos filhos”, mesmo de quem não tem filhos, estão a perceber ou querem que vos faça um desenho com 17 jogadores, dos quais 6 no banco, de preferência o Eliseu e o Mourinho a seleccionador?
E a modos que é assim e nada cá de posturas corporativas que vocês não são charlies e a liberdade de esxpressão não é a da mal escrita, é só a falada e desenhada, a menos que seja ofensiva para quem é charlie ao retardador, que até já se tinham esquecido dos tempos em que eram anarcas e portanto devemos todos ser mansinhos e nada de refilar ou pactuar com erros que isso é só para quem não sabe escrever apenas com o corrector ortográfico mais actualizado e nós nem sabemos se sabem escrever ou não ou então na Finlândia em que querem acabar com a manuscrição nas esolas e depois é que era capaz de ser engraçado perceber quem sabe mesmo escrever sem erros ortográficos ou com eles, pois tudo seria corrigido e eles até têm o melhor sistema de ensino do mundo e nem avaliam os alunos montes de anos e nem queremos perceber como é que eles avaliariam a orotografia dos alunos se não os avaliam, mas isso é outra conversa que não vem ao caso porque se vier ao caso baralha a nossa ausência natural de lógica e fundamentação na argumentação, o que só prova que os professores são corporativos e piores aqueles que escrevem em sua defesa, pois se o fazem é porque pactuam com os erros e são uns tipos detestáveis a quem não deveriam ser entregues crianças, os “nossos filhos” por procuração, pois ainda são capazes de ser esquerdistas do syriza, ou seja crianças como diz o pedro e isso seria colocar crianças a dar aulas a crianças o que é errado a menos que defendamos a aprendizagem pela descoberta que é a melhor, a menos que seja eduquesa e nesse caso é má, mas é boa se for para chatear os professores que acham que podem fazer o que querem nas suas aulas, que isto da liberdade é muito bonita mas é só para os que são charlies e charlies são só pessoas de boas famílias e quem é de boas famílias não é professor, porque é assim que o mundo foi feito e se o mundo foi feito assim é porque Deus ou os mercados o quiseram, numa ambiente de livre concorrência descoberta em idade tardia como os espadas e os seus discípulos na terra como os espadas são discípulos do popper e todos descobriram o popper e o hayek quando foram lá fora a universidades ou livrarias boas onde há liberdade, mas ir lá fora a esses sítios não é para qualquer um porque é só para filhos de família que podem fazer mba’s muito selectivos onde se visitam os pobrezinhos nos seus habitats, aqueles pobrezinhos que só podem aspirar à mobilidade lateral que os leva a professores e não podemos deixar que dêem aulas aos “nossos filhos” em escolas públicas, por isso é que deve existir liberdade de escolha porque nas escolas privadas os professores são seleccionados de forma muito exigente e todos fazem paques e se não fazem paques é como se fizessem porque o senhor director da escola ou o senhor padre ou o padrinho os recomendaram e a liberdade de escolha é mesmo isso e se não é isso é como se fosse e quem discorda é corporativo e arrogante, ó meu merdas de professor do ensino básico armado em doutor como se fosses igual a alguém de um meio favorecido, com duplo e triplo apelido com preposições pelo meio porque preposições pelo meio e copulativas são a marca de quem não é professor, muito menos do básico em escola pública reles e esses só merecem ser achincalhados e que ninguém diga nada em sua defesa porque isso é defender o erro e errar só é humano ser for amigo e governante ou gestor premiado e nesse caso pode fazer toda a porcaria que se safará sempre pois sabe escrever sem erros e tem maneiras à mesa e sabe distinguir os talheres de sobremesa dos talheres do peixe e fazer um windsor na gravata, simples, duplo ou meio.
E prontos! Vistes?
Janeiro 29, 2015 at 1:12 pm
Ontem “apanhei” um parafuso sexto abade e um barão roscado.
Janeiro 29, 2015 at 1:15 pm
… isso para não esquecer a hilariante figura geométrica – denominada meio hexágono.
Janeiro 29, 2015 at 1:21 pm
Queres dizer que também ensinas os duplos triângulos?
Meio heptágono seria mais giro.
Janeiro 29, 2015 at 1:22 pm
Humm…escrita à Saramago… (Assim já poderia ser possível dar 20 erros ortográficos numa frase…) 😉
Janeiro 29, 2015 at 1:28 pm
Bem, na PAC tinhas um chumbo garantido, mas é suficiente para ganhar o Prémio Camões. Reza para que o sr. do IAVE não leia este texto
Janeiro 29, 2015 at 1:44 pm
há muitos anos que o mec obriga as escolas a aceitar o erro ortográfico, portanto, a tal cultura do erro.
os meninos têm que ser aprovados quer sejam disléxicos ou dis… qualquer coisa.
a sra deputada do facebook também alega que é dis … qualquer coisa.
e aquelas calinadas do “há-des, fostes, …” que já ouvi a várias ministros da educação!?
e com este este cratino já me ri com a conjugação do verbo intervir. pois é, sr ministro.
Janeiro 29, 2015 at 1:53 pm
Like!
Janeiro 29, 2015 at 1:56 pm
PSD…PSD VIVA
Janeiro 29, 2015 at 2:03 pm
Os seus post são quase sempre muito bons. Hoje estão divinos.
Janeiro 29, 2015 at 2:05 pm
Muitos dos nossos políticos não tiraram o curso numa Universidade Pública.
A Ministra da Justiça, a das Finanças e outros mais. No meu tempo só entrava na Faculdade Pública quem tinha nota. Tenho 47 anos, considero muito estranho estes senhores terem frequentado faculdades privadas. A Católica no meu tempo dizia-se que tinha prestígio, mas agora aceitam alunos no curso de Direito com média inferior a 13, a crise chegou lá…
AS notas das faculdades privadas sempre foram superiores às das públicas.
Costumo dizer, a nota está na lista dos concursos dos professores, mas não está referido o nome da faculdade. Sei do que estou a falar visto que Na Faculdade de Letras as notas eram muito mais baixas que nas outras faculdades. A maioria dos alunos que entraram no curso de Direito, Medicina, Engenharia nas Faculdades Públicos foram alunos das escolas públicas.
Janeiro 29, 2015 at 2:05 pm
Com muito orgulho!
Janeiro 29, 2015 at 2:33 pm
[…] é só para filhos de família que podem fazer mba’s muito selectivos onde se visitam os pobrezinh… […]
Janeiro 29, 2015 at 2:36 pm
Muitos dos nossos políticos só tiraram cursos para dizerem que são doutores. Just because.
Eu até nem me preocupo muito com isso. Preocupo-me muito mais com a massa de assesores, conselheiros, opinadores e adjuntos lambe botarras que circula à volta dos políticos e que tem cursos estilo farinha amparo. Quando os têm! Alguns tiram cursos e julgam que já sabem tudo. E são escolhidos com base no cartão. Not so fast my idiot! São idiotas mas têm muita influência porque os deixam ter. Sofistas na era do 2.0.
Para mim esse é que é o problema. A mediocridade de toda essa gente que circula no poder.
Não tenho orgulho nenhum em ter tido média de 17 em Engenharia Industrial numa Universidade tuga pública. Não tenho orgulho nenhum em ter um doutoramento por uma Universidade não tuga. Não tenho orgulho nenhum em sequer já ter sido Prof. Universitário. O meu orgulho é naquilo que já demonstrei em termos profissionais,académicos(investigação essencialmente), educativos e até pessoais.
Mas isso é orgulho no passado. Adapt or decay, por isso deja passé não conta para nada. O que interessa é fazer para ter orgulho no futuro.
Chega de lala e de lero lero. Vou tratar de acabar a minha candidatura ao ERC. Pode ser que desta vez consiga o tal milhão e picos , para ser mais competitivo.
Salut a tutti
Janeiro 29, 2015 at 3:00 pm
O que está aqui em causa é a desqualificação e a humilhação de uma classe profissional que ainda detinha algum poder de negociação com o Estado e o Capital; tal como acontece com os médicos. Já os juízes são mais atraídos pelo discreto charme da burguesia, tirando alguns cromos que persistem em tratar como cidadãos iguais aos outros, um Paulo Pedroso, um Sócrates ou um Isaltino. Já os advogados são esquivos como enguias envaselinadas, e adoram abocanhar grandes esquemas, como o Grande Educador da Classe, Proença de Carvalho.
Cilindrar quem trabalha e reduzir todos a precários é a cartilha do sistema. Para isso são precisos advogados, juízes, polícias e cães de trela que abanam os rabos nos Partidos.
A escola, como não podia deixar de ser, tem de produzir inócuos e excedentários para que a acumulação de riqueza se continue a concentrar numa exígua mafia.
Janeiro 29, 2015 at 3:13 pm
Muito, muito bom.
Janeiro 29, 2015 at 3:39 pm
A jorrar…e bem, como tantas outras vezes… Abriu as comportas. É difícil conter…só conter…Têm sido frequentes, e por vezes traiçoeiros, os ataques à classe. E há sempre quem esteja a salivar por ver nas parangonas dos jornais certas notícias sobre os prof’s.
Tive a impressão, por momentos, de estar a ouvir a cadência de um certo “desabafo” de outros tempos pela voz do Zé Mário Branco. Soou-me bem, também agora. Obrigada, Paulo.
Janeiro 29, 2015 at 3:58 pm
# Não entendeu a minha mensagem!
Aqueles que frequentaram e frequentam as escolas e faculdades privadas, não tiveram ou não têm notas para entrar nas públicas.
Quando digo orgulho quero dizer que frequentei a faculdade sem notas inflacionadas dadas por uma escola empresa, digo, escola privada.
Estou-me nas tintas paras as doutorices.
Janeiro 29, 2015 at 4:11 pm
Um texto inspirado e inspirador do PG, que nos ajuda a perceber como chegámos aqui: a mediocridade das elites aliada à complacência do bom povo que tão facilmente aceita ser desgovernado por gente sem qualidades mas a que sobra tanto convencimento e arrogância!…
Janeiro 29, 2015 at 4:29 pm
Acabei de entregar um teste. «Stôr, porque é que temos de escrever “Egito” com maíscula?».
Janeiro 29, 2015 at 4:34 pm
Obrigado.
Janeiro 29, 2015 at 5:42 pm
Parabéns.
O seu texto ainda funciona melhor quando lido ao ritmo da música do José Mário Branco, «FMI». Só pode ser um bom sinal.
Obrigado
Janeiro 29, 2015 at 5:53 pm
Brilhante! Muito obrigada por me fazer sorrir 🙂
Janeiro 29, 2015 at 6:10 pm
“…irão acabar em cursos para professor, porque não sabem fazer mais nada…”
A propósito:
Agora, que as coisas estão mesmo feias, o discurso mudou.
Mas, até aqui, era quase chique muitos e muitos professores dizerem que só estavam no ensino porque ainda não tinham arranjado mais nada.
E diziam-no com despeito!
Quem anda no ensino há uns anos sabe que isto foi verdade.
Janeiro 29, 2015 at 6:21 pm
De uma penada só.
Obrigado.
Janeiro 29, 2015 at 6:23 pm
Janeiro 29, 2015 at 6:24 pm
Janeiro 29, 2015 at 6:32 pm
Acho que o Paulo é muito mais útil aos professores, aos alunos… ao país, quando tem a coragem de escrever:
Janeiro 28, 2015
Acho Inaceitável Que Um Professor Profissionalizado Dê Muitos Erros Ortográficos…
Janeiro 29, 2015 at 6:35 pm
#27,
Sim, somos sempre úteis quando nos ficamos pelas reticências…
Janeiro 29, 2015 at 6:42 pm
Não faltam as vírgulas. Falta o folego. 🙂
Janeiro 29, 2015 at 6:54 pm
Voltei ao tempo do Diario de Lisboa e das redacoes da Guidinha!
Janeiro 29, 2015 at 7:43 pm
ADOREI! Parabéns!
Janeiro 29, 2015 at 7:49 pm
Quem fala assim não é gago. Muito bom.
Janeiro 29, 2015 at 7:54 pm
Fabuloso texto! Sentido crítico, ironia e humor, q. b.
Inteligência e saber de experiência feito, pensado e expresso de modo original.
Extraordinário!
Obrigada!
Janeiro 29, 2015 at 8:12 pm
Eu acho que o João de Brito é mais útil a todos quando afaga as searas de Santarém.
Eu, ao país, não sou útil nem quero ser, pelo menos a este novo país que querem apresentar como nosso.
Janeiro 29, 2015 at 10:52 pm
#4 Desde quando a escrita saramaguiana é conotada com erros ortográficos?
Janeiro 29, 2015 at 11:03 pm
#35
De facto, eu conoto-a mais com traição. Disse!
Janeiro 29, 2015 at 11:47 pm
Muito bom.
Janeiro 29, 2015 at 11:47 pm
[…] Vale a pena ler o Paulo Guinote: […]
Janeiro 29, 2015 at 11:54 pm
Parabéns pelo fabulástico texto! Se aprendi o nome de um nó de gravata, embora não saiba fazer nós de gravata, continuo, porém, com um problema vagamente existencial: ainda não consegui perceber a lógica daquela coisa dos grupos de jogadores. Ver a resposta deixou-me na mesma ignorância. Bibá páque!
Janeiro 29, 2015 at 11:56 pm
Não sei se te safavas numa “resposta extensa orientada” de uma “PAQUE” mas está excelente.
Janeiro 30, 2015 at 1:24 am
O tema é denso mas, de um só fôlego, num texto fértil de humor e de muita ironia, o Paulo enunciou majestosamente o plano maquiavélico subjacente à imposição da “PAQUE”.
“A arte de bem escrever
por René Magritte
Talento, inspiração, muita técnica e MUITO trabalho.
[ …] um acto possesso. Uma obsessão. É arrebatamento e paixão. É querer condensar o todo numa frase. É ilustrar, criar sabores, exalar aromas e transmitir imagens ao associar as palavras. É ser-se original. É contornar as regras, como se estas fossem celas imaginárias e, sem as desrespeitar, ir mais longe, alcançar o infinito. É saber descrever o ordinário de um modo extraordinário. É gerar empatia e saber traduzir o dia-a-dia. É ter uma grande bagagem cultural e não necessitar de se afirmar como intelectual. É ver o mundo de dentro para fora e depois de fora para dentro para melhor distanciamento. E, é nessa lida diária de registo, na paixão que toma e possui quem escreve, nesse voo livre em viagem mental liberta e desprendida, onde os sentidos coexistem com as vivências e as apetências que os verdadeiros escritores de talento e génio se transcendem e se revelam. Ou não. Eu, … escritor não sou e tenho dúvidas se algum dia lá chegarei.”
Janeiro 30, 2015 at 10:28 am
acho que deviam passar essa PACC no parlamento aos srs deputados, aos ministros e adesivados, incluindo o cratino.
pagava pra ver!
Janeiro 31, 2015 at 4:54 pm
Precisaste de extra-dose de oxigénio, no fim da tirada? 🙂
(a Guidinha corporizou-se, de novo?! 😀 olha que o Sttautau Monteiro já foi expulso do programa do secundário!)
Fevereiro 4, 2015 at 9:23 am
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