De que muita gente não gosta, por convicção ou oportunidade. O Público traz um grande conjunto de matérias sobre o tema, desde o ranking propriamente dito à sua explicação e a diversas opiniões e análises, desde logo dos autores deste ranking específico.
Eu acho-os úteis se não os lermos de forma linear, unidimensional e maniqueísta. Por estranho que pareça, os rankings até nos podem ajudar a demonstrar aquilo que alguns mais lhes criticam.
É isso que tento demonstrar aqui:
Os rankings como retrato de uma Educação a várias velocidades
(…)
O que a última década de rankings nos revela de forma mais evidente é que não se pode perturbar continuamente o funcionamento das escolas, em especial das públicas, e esperar que ela acompanhem o desempenho das privadas que funcionam com estabilidade ao longo dos anos, praticamente imunes aos efeitos da incontinência legislativa do Ministério da Educação. Revela-nos ainda que, sejam públicas ou privadas, as escolas mais inclusivas, as que não praticam formas mais ou menos assumidas de selecção dos alunos, tendem a ter desempenhos menos positivos à medida que as condições de vida da parte mais desfavorecida da população pioram, mesmo se esse factor não determina, por si só, o insucesso individual. Complementarmente, demonstra-nos que a aposta num apoio diferenciado às escolas públicas, com investimentos concentrados numa minoria de equipamentos de elevada qualidade, em regra localizados em zonas que já antes dispunham de condições envolventes mais vantajosas, conduziu a um agravamento das desigualdades na própria rede pública.
Sobre as opiniões de cada um, muito haveria a dizer pois há quem defenda a transparências dos dados das escolas públicas, mas não exija o mesmo das escolas do sector privado, que continuam a não fornecer os dados de contexto. Mas não vale a pena entrar muito por aí, pois não se trata de um ranking de coerência.
A transparência, quando nasce, não é para todos e as virtudes exigidas por alguns são, em regra, apenas aos outros.
Novembro 29, 2014 at 12:27 pm
Eu so lamento que as noticias na tv so digam : ” escolas privadas sempre à frente das publicas, vale a pena estudar nas privadas, c@guem nas publicas”
E o que o governo actual diga(nao por palavras) que : vamos apoiar as escolas privadas, cortar o minimo, dar dinheiro aos seus “donos” e nas publicas trabalho infantil em força com aqueles cursos tao bem desenhados(vocacionais)
Novembro 29, 2014 at 12:29 pm
Eu so lamento que os exames nacionais nao se façam TODOS na escola secundaria publica mais proxima.
Tb lamento que os alunos das escolas publicas nao tenham os mesmos recursos materiais e econômicos das escolas publicas.
Novembro 29, 2014 at 12:31 pm
Adenda do ultimo post: onde se lê”economicos das escolas publicas” deve ler-se “economicos das escolas privadas”
Novembro 29, 2014 at 12:42 pm
Devemos saudar e enaltecer análises como esta sobre os rankings, análises não ideológicas e que se situam fora das lógicas maniqueístas e simplistas, e que ajudam a opinião pública a compreender a evolução e os impactos das políticas educativas nas escola e a tornar menos opaco o ruído mediático que se faz à volta deles.
Isso, porém, não obsta a que se deva reflectir sobre esta questão prévia: os rankings não são um instrumento técnico neutro, mas já supõem, implicam e veiculam já uma dada concepção de educação, uma concepção impregnada de um conceito utilitário e tecnocrático de ensino – com consequências que vão desde o modelo de gestão das escolas, passando pelas perspectivas e estratégias pedagógicas, até às finalidades mesmas da escola – e que se pretende hegemónico para toda a Educação.
Se assim não fora, aliás, jamais os rankings teriam tido o mediatismo que vêm conhecendo: foi, como é sabido, num contexto político-ideológico bem marcado (ascensão das forças e valores neoliberais) que eles fizeram a sua aparição na opinião publicada e passaram para o debate público.
Em suma, nada tenho a objectar a análises como as que o Paulo apresenta – antes pelo contrário. Apenas considero que se deve reflectir, discutir e divulgar as questões prévias que os próprios rankings suscitam, para que o debate sobre a Educação e a Escola Pública não recaia nas superficialidades e leviandades a que a guerrilha ideológica o tem remetido.
Novembro 29, 2014 at 12:49 pm
Sempre o mesmo..piores os do interior e suburbanos…privadas onde se formata para os exames e os estratos são médio alto.. explicações proliferam no topo..algumas públicas de classe média dentro das melhores e ponto.. e onde ..FAÇA-SE UM RANKINGS MUNDIAL DE PAÍSES DESENVOLVIDOS E SUBDESENVOLVIDOS E VEJAM AS DIFERENÇAS SUBSTANCIAIS DOS MESMOS NOS ÚLTIMOS 50 ANOS…
Novembro 29, 2014 at 1:01 pm
Sou contra os rankings desde a primeira hora. Sou a favor de avaliação externa ao sistema, com avaliação anual de algumas escolas (em sistema de rotatividade), feita por profissionais de várias áreas e que incida sobre todas as vertentes da organização escolar. Como exemplo diria que uma análise ao funcionamento de uma determinada escola pública, realizada por gente que perceba do ofício, dará resultados bastante diferentes dos que são publicados por quem percebe pouco de estatística, nada de contabilidade, nunca ouviu falar de análise financeira e desconhece em absoluto o que é a gestão de recursos humanos .
Como sei bem o que a casa gasta (e gosta) não posso levar a sério este campeonato escolar.
Novembro 29, 2014 at 1:20 pm
https://bulimunda.wordpress.com/2014/11/29/esta-ruropa-anda-a-querer-fazer-de-deus-cuidado-as-vezes-pensa-se-mesmo-que-se-e-deus-e-depois/
LEMBRA-ME O NOSSO CAMPEONATO DE FUTEBOL..STIIL THE SAME …TODOS OS ANOS..
Novembro 29, 2014 at 1:20 pm
https://bulimunda.wordpress.com/2014/11/29/paristexas-wim-wenders-e-ry-cooder-a-rocar-a-perfeicao/
Novembro 29, 2014 at 1:21 pm
FUI..BOM FIM DE SEMANA..
https://bulimunda.wordpress.com/2014/11/29/a-alma-nao-se-usa-na-superficie-do-mundo-a-alma-humana-e-um-abismo-obscuro-e-viscoso-um-poco-que-se-nao-usa-na-superficie-do-mundo/
Novembro 29, 2014 at 2:03 pm
O meu problema com os rankings é sempre o mesmo.
Demasiadas análises superficiais, enviesadas politicamente e não do ponto de vista educacional, enfoque social e regional pouco importantes para melhorar a qualidade de educação. Se é para isso que se quer nos rankings o que seriamente duvido(logo o prize money à cabeça é despurodamente idiota).
Eu posso ter os rankings que eu quiser, dependendo das catergorias que analiso. Se as analiso sem correlação, subordinação, relação, clusterização, et al com ergodicidade suficiente, não servem para nada.
Sorry, defeito de engenheiro de sistemas. Quando vejo estes rankings, vou logo procurar como foi a metodologia e vejo muita análise pouco interessante do ponto de vista de sistemas de educação. Muita parra, pouquíssima uva, pior vinho. Dados pouco relevantes para além dos sociógicos e regionais
Abrir um jornal a comparar as escolas públicas com as privadas como se fosse vencedor contra vencidos it just wants to make me puke.
Sabendo como funcional mal uma ( pelas informaões da minha esposa) com enormes restrições financeiras e não só e bem outra( familiar próximo prof de uma daquelas do top ten) a qual recebe o que não deve do Estado e escolhe minuciosamente alunos e até os apoia no dia do exame.
Novembro 29, 2014 at 2:19 pm
Bom, vou aproveitar para por a leitura em dia. Design Thinking Research, tenho que tratar de concorrer aos projectos da Fundação para a Paciência e Tecnideologia.
Senão, lá vou tratar outra vez de planear a saída da minha zona de conforto.
Salut bom dia para todos
Novembro 29, 2014 at 3:38 pm
Os rankings são sempre usados para denegrir a escola pública e enaltecer aspectos dos colégios (como a estabilidade do corpo docente) esquecendo-se sempre os bitaiteiros de pormenores importantes – o estrato social dos meninos e a fraude generalizada nos exames e nas notas ao longo do ano.
Novembro 29, 2014 at 4:34 pm
Os rankings avaliam a qualidade das salsichas e não propriamente a matéria prima com que são feitas.
Portanto cada um sabe que não há boa salsicha sem boa carne, boa alimentação e confecção exigente.
Não vejo onde está o problema…
Novembro 29, 2014 at 6:57 pm
Tenho sérias reservas cientificas na credibilidade de um ranking publicado num suplemento do Público pejado de anúncios a escolas privadas, onde aparece um deles bastante ‘criativo’: “Escolas privadas, um serviço público de qualidade (…)”. O cinismo já é suficientemente descarado para ser usado como slogan…
Além disso:
– o ranking é pedagogicamente limitativo porque apenas avalia resultados em exames escritos; considero que a educação vai MUITO para além da classificação obtida na resposta a umas dezenas de perguntas.
– os resultados usados para o ranking podem ser manipulados, evitando simplesmente que alunos que se sabe que terão insucesso no exame, não o façam, como acontece generalizadamente em várias escolas (privadas e públicas).
O ranking apenas será útil na parcela que avalia: capacidades cognitivas na resposta a um exame. Se isto é o core do ensino, então os resultados do ranking serão úteis para determinar quais os estabelecimentos mais avançados. Mas será uma população cujas competências de outros niveis serão muito limitadas…
Novembro 29, 2014 at 7:30 pm
Ora bem, os rankings até podem “demonstrar” algumas coisas, mas a verdade é que essas demonstrações são tão óbvias que não precisam dos rankings para nada. Como é o caso do exemplo dado: se desestabilizamos o funcionamento das escolas públicas, obtemos piores resultados escolares. Uma verdade evidente em si mesma, como gostavam de dizer os liberais plenos de certezas.
Depois os tão gabados elementos de contexto, que, primeiro, estão longe de reflectir a realidade concreta, e nesse sentido são uma fraude, e segundo, estando ausentes dos dados referentes ao ensino privado, acabam por não ser usados pela generalidade da comunicação social, interessada acima de tudo em “fazer sangue” alimentando a oposição público/privado e tratando tudo isto como se fossem os resultados de uma corrida de automóveis.
A divulgação de sucessivos rankings tem criado na opinião pública uma imagem unidimensional do sucesso escolar baseada nos resultados dos exames, reduzindo-se o seu impacto, na prática, a um momento de promoção anual e gratuita dos colégios onde o adestramento dos alunos para os exames finais é mais aturado e eficaz.
E permite-nos sinalizar também as escolas públicas onde as famílias dos alunos, poupando o que gastariam nas propinas de um colégio privado, mais dinheiro despendem em explicações.
De resto, de fora da discussão continuam a ficar as persistentes suspeições de fraude nalguns colégios privados para a obtenção de melhores resultados, bem como a exigência básica, em nome da honestidade e da decência, de que os alunos dos privados viessem realizar os exames às escolas públicas.
Novembro 29, 2014 at 10:07 pm
Pois eu estou muito satisfeito.
Contentamento partilhado por muitos.
Novembro 29, 2014 at 11:24 pm
Quase 40% dos alunos das escolas públicas recebem Apoio Social Escolar
Lusa 29 Nov, 2014, 06:37
Quatro em cada dez alunos que frequentam as escolas públicas têm dificuldades financeiras e recebem apoios sociais, segundo dados do Ministério da Educação que apresentam Coimbra como o distrito com menos estudantes carenciados.
(…)
Ler mais:http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=785930&tm=8&layout=121&visual=49
29 Novembro, 2014 at 17:31
Distrito de Coimbra no topo das médias dos exames do 4.º ano
Posted by Agencia Lusa
(…)
Ler mais:http://www.asbeiras.pt/2014/11/distrito-de-coimbra-no-topo-das-medias-dos-exames-do-4-o-ano/
Novembro 29, 2014 at 11:27 pm
Onde é que fica Mangualde?
Novembro 30, 2014 at 12:05 am
Nas berças. Terra de araras.
Novembro 30, 2014 at 3:40 pm
#16
Por uma minoria, certamente. Mas, para quem vive num mundo pequenino, parece uma casa cheia.
Novembro 30, 2014 at 7:50 pm
e quem tem uma cabeça tipo minhoca ainda mais pequeno é o seu mundo..sem dúvida ppm..well said..
Dezembro 5, 2014 at 10:49 pm
Eu gostei mais do ranking do Expresso…