DE onde vem o alvoroço? Descobriram agora uma prática com décadas? Não sabiam que os filhos dos emigrantes são tratados nos países “avançados” da Europa como completos “deficientes” apenas por não terem a língua lá do sítio como a materna?
Vá lá… por favor… digam-me que só souberam disto em finais de 2014!
E já agora, digam também que não é esta a prática que se quer generalizar para promover o sucesso e, alegadamente, combater o insucesso escolar, dar menos e pior a quem precisaria de mais e melhor, só que se considera que sai caro e eles não merecem.
Expresso, 8 de Novembro de 2014
Novembro 8, 2014 at 6:07 pm
Olha, estes do expresso descobriram agora a pólvora… As autoridades canadianas estão fartas de dar voltas para combater os maus resultados e o abandono escolar dos filhos dos emigrantes portugueses, que, em muitas cidades têm piores resultados que os outros emigrantes todos: gregos, jamaicanos, mexicanos, chineses, coreanos, etc.
Parece que chegaram à conclusão que as causas são culturais: os portugueses não vêem os estudos como forma de ascensão social. Preferem que os filhos comecem a trabalhar cedo…
Entretanto, cá no rectângulo, os professores continuam a ser apontados como os únicos causadores do abandono escolar e retenção….
Novembro 8, 2014 at 6:29 pm
Claro que a integração escolar dos filhos dos imigrantes, sobretudo quando a língua materna é diferente da do país de acolhimento, é em toda a parte um problema complicado.
Não sendo eu um apologista do deitar dinheiro em cima dos problemas, noto que a maioria das medidas necessárias para integrar estas e outras minorias implicam custos acrescidos no sistema educativo, sobretudo se se pretender assegurar efectiva igualdade oportunidades e não apenas percursos escolares de segunda escolha que acentuem a guetização económica e cultural das segundas gerações de imigrantes.
Novembro 8, 2014 at 7:23 pm
Portugal e os Portugueses são o que são!
Não é certamente por injustiça alheia que estamos como estamos quando nos comparamos com a Suíça ou o Canadá.
Mas, pronto, vamos continuar a fazer de conta, a viver de ilusões de glórias passadas, a desculpar o nosso insucesso com a batotice dos árbitros estrangeiros, etc…
Há muitos séculos que na Europa nos consideram os cafres da Europa, e por alguma razão…
Novembro 8, 2014 at 7:26 pm
A Merkle está a tentar resolver esse assunto em Portugal.
Como? … Dizendo que há licenciados a mais e promovendo junto do seu acólito Passos Coelho a diminuição de €€€€ para a Educação.
Neste momento Portugal gasta muito pouco do PIB em educação, comparando com os outros países europeus.
Novembro 8, 2014 at 7:27 pm
ou seja o ensino por cá tb vai ser ensino de segunda, excepto claro nos “colégios alemães”
Novembro 8, 2014 at 10:06 pm
#1 e #3
É então uma questão de destino?
Os portugueses são o que são, não é?
Professores incluídos, como é evidente.
O post aponta num outro sentido, mas os comentários são o que são… ou será que têm uma ironia escondida (mesmo muito escondida).
Novembro 8, 2014 at 10:42 pm
Mais do que um dos meus alunos que emigraram, contaram-me que , na Suiça, os colocavam a um canto da sala com várias fichas e que ninguém se preocupava nem se abeirava deles para ver e/ou ajudar na sua execução. Era a completa marginalização. Alguns deles voltaram para acabarem cá a escolaridade.
Novembro 8, 2014 at 10:47 pm
Como poderia a escola ficar imune à exclusão e à desigualdade, se a expansão destas constitui, precisamente, uma das traves mestras das políticas vigentes?
Começar essa promoção massiva da exclusão e da desigualdade desde muito cedo na vida dos indivíduos, inculcá-la como uma “necessidade”, torná-la estrutural: eis o principal contributo que os governantes esperam da escola.
Novembro 8, 2014 at 10:52 pm
#3
Se soubesse uns pozinhos de História sabia a razão . Nenhum dos citados iniciou o séc XX com 75% de analfabetos e ainda menos apresentavam 40% em 1960.
Tenho muito orgulho em ser cafre e no esforço que este país fez, com resultados à vista, para se colocar , no domínio da educação, ao nível dos melhores que tinham séculos de avanço.
Novembro 8, 2014 at 10:54 pm
Pires de Lima explica…
http://piresdelimaexplica.tumblr.com/
Novembro 8, 2014 at 10:56 pm
Novembro 8, 2014 at 10:57 pm
Novembro 9, 2014 at 7:04 pm
Fui filha de emigrantes .Aprendi a ler e a escrever francês em poucos meses,cheguei lá em janeiro e em maio já estava a fazer os mesmos testes que os meus colegas. Sempre tive todo o apoio da escola e dos meus professores mas em casa tinha os meus pais que me motivavam. Os portugueses queriam apenas que os filhos começassem a trabalhar cedo. No liceu (para prosseguimento de estudos ) eu era a única miúda portuguesa. Os portugueses estavam todos em liceus profissionais, lembro-me que os meus pais diziam que os portugueses não se interessavam pelos estudos dos filhos. Aliás estes nem sequer se preocupavam com o facto dos seus filhos não saberem escrever português. Eram poucos os que pediam uma professora de Português. Apenas descrevo a minha experiência ,não sei como as coisas são actualmente .Mas naquele tempo era triste ver o desinvestimento dos nossos compatriotas na educação dos filhos e posso afirmar que a culpa não era da escola nem dos professores,pelo contrário !