… sem ser pelo critério exclusivo do Tio Patinhas?
Governo quer separar educação especial de dificuldades de aprendizagem
A proposta integra as conclusões do grupo de trabalho que, ao longo dos últimos meses, teve a cargo um estudo para a revisão da legislação.
(…)
As conclusões do grupo de trabalho apontam para a necessidade de alguma revisão da legislação, sobretudo ao nível da integração num único diploma dos diversos normativos dispersos, que deve, acima de tudo, clarificar conceitos, sobretudo no que diz respeito à separação entre necessidades educativas especiais permanentes ou temporárias ou, dito de outra forma, entre o que realmente se enquadra na educação especial e o que deve apenas ser classificado como dificuldades de aprendizagem.
«Essa distinção, à partida, da população alvo da educação especial é determinante. É necessário especificar e clarificar que públicos é que são alvos da educação especial», afirmou João Grancho, que sublinhou que as necessidades educativas especiais se transformaram numa «grande categoria» onde cabe tudo, afirmando que é preciso rever o que considerou uma «fragilidade ao nível dos conceitos».
«Mesmo que venhamos a introduzir alguma diferenciação a este nível, as escolas deverão continuar a prestar os apoios aos alunos que precisarem», frisou o secretário de Estado.
Esta última passagem, ao contrário do que pode parecer a uma primeira leitura, é muito preocupante.
Quanto ao que afirma João Grancho, trata-se exactamente do inverso… na última década, a Educação Especial tornou-se cada vez mais um corredor estreito, cheio de categorizações derivadas da CIF que espartilham por completo o modo de encarar os alunos com necessidade evidente de um acompanhamento não indiferenciado.
Mas este desgoverno detesta tudo o que possam ser “coisas” humanas “caras”.
Junho 12, 2014 at 10:27 am
Tens razão Paulo, é na verdade preocupante. http://atentainquietude.blogspot.pt/2014/06/nao-brinquem-senhores.html
Junho 12, 2014 at 10:35 am
Esta gentinha não sabe o que está a falar.
Na educação especial só estão alunos com dificuldades permanentes:
“Para efeitos de elegibilidade para a educação especial deve-se, antes de mais, ter presente o grupo – alvo ao qual esta se destina “…alunos com limitações significativas ao nível da atividade e da participação, num ou vários domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de caráter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação social ” (Decreto-Lei nº 3/2008).
fonte: http://www.dgidc.min-edu.pt/educacaoespecial/index.php?s=directorio&pid=96
Os alunos com dislexia são abrangidos pelo Decreto-Lei n.º3/2008? E os alunos com hiperatividade?
RESPOSTA:
Os serviços responsáveis pelo processo de avaliação devem certificar-se, relativamente a cada aluno, se existe de facto uma situação de verdadeira dislexia ou se as dificuldades do aluno decorrem de outros factores, nomeadamente de natureza sociocultural. Confirmada a existência de alterações funcionais de caráter permanente, inerentes à dislexia, caso os alunos apresentem limitações significativas ao nível da atividade e da participação, nomeadamente na comunicação ou na aprendizagem, enquadram-se no grupo-alvo do Decreto-Lei n.º3.
O mesmo procedimento deverá ser desencadeado no que se refere aos alunos com hiperatividade.
http://www.dgidc.min-edu.pt/educacaoespecial/index.php?s=directorio&pid=83
Junho 12, 2014 at 11:00 am
É excessivo mas parece que deve ter servido de inspiração.
Junho 12, 2014 at 11:01 am
Já há alunos com dificuldades de aprendizagem, com PEI que não têm apoio nenhum por falta de recursos; O seu único recurso é um maior facilitismo por parte dos professores na avaliação e só se nota que é de educação especial pelo trabalho que dá ao DT fazer documentos e mais documentos.
Junho 12, 2014 at 11:55 am
Quando a nível internacional se caminha cada vez mais para uma abrangência ampla no atendimento aos alunos com NEE, não apenas no que respeita às NEE de carácter permanente e de carácter temporário, mas também as Dificuldades de Aprendizagem, particularmente às DAE (tipo dislexias e afins…), englobando tudo (NEE permanentes, NEE temporárias e DAE) no âmbito da Educação Especial, naquilo que poderemos considerar de verdadeira inclusão, lá vamos nós, mais uma vez, caminhar em contramão!
Não bastava termos por referência a utilização da CIF e termos “esquecido” os princípios da Declaração de Salamanca, para agora surgir este monumental disparate…
Seria de perguntar: A troco de uns euros “quo vadis” Educação Especial?
Junho 12, 2014 at 12:49 pm
Atente-se nesta notícia, em tudo semelhante:
“O secretário de Estado da Educação, […], garantiu hoje que todas as crianças com necessidades especiais terão apoios, negando que o Ministério da Educação tenha estabelecido metas para o número de alunos a apoiar.
“Não há metas. Todas as crianças que estiverem sinalizadas nos apoios educativos terão apoio. O que interessa é o apoio que cada criança precisa relativamente à sua dificuldade e não o número total de crianças apoiadas. Serão todas as que precisarem de apoio”, disse […].”
Agora tenha-se em conta que o texto que acabei de transcrever é de 2008 e que no lugar das reticências deveria estar “Valter Lemos” e aí temos a continuidade e o consenso em torno das boas políticas, as que poupam na farinha (dos outros) para gastar no farelo (deles)…
Junho 12, 2014 at 12:56 pm
E já agora, ainda em 2008, a reacção do PSD às intenções economicistas subjacentes à adopção da CIF como critério de referenciação das NEE decidida pelo 1º governo socratino:
“Oposição acusa Governo de desinvestir no ensino especial
A oposição acusou hoje, no Parlamento, o Governo de desinvestir no ensino especial e de colocar fora do sistema de apoios especializados milhares de crianças, posição que já foi contestada pelo secretário de Estado da Educação, Valter Lemos.
O tema do ensino especial foi levado ao plenário da Assembleia da República pelas bancadas do PSD, CDS-PP e PCP, que pediram a apreciação parlamentar do decreto do Governo que alterou os apoios especializados na educação pré-escolar, básica e secundária.
Por parte da bancada do PSD, a deputada Helena Lopes da Costa considerou que as mudanças introduzidas pelo executivo no Ensino Especial constituem “uma das medidas mais negras deste Governo”. Pedro Duarte, seu colega de bancada, alertou para o facto de as alterações feitas pelo Executivo deixaram de fora “alunos com dislexia, com dificuldades de aprendizagem específica, alunos com problemas de comunicação, linguagem e fala, alunos com distúrbios de comportamento, alunos sobredotados, ou alunos com deficiência mental moderada ou ligeira”.”
Junho 12, 2014 at 1:27 pm
Boa malha Antonio; duas máscaras a mesma face.
Junho 12, 2014 at 3:09 pm
Eles?! Distinguir?! Nem um alho de um PC!
Junho 12, 2014 at 3:13 pm
Esta gente é como burros com palas, só vêem a direito.
(desculpem burros, vocês são uns queridos, não merecem esta comparação)
Junho 12, 2014 at 3:13 pm
Ó pá, desculpem!
Junho 12, 2014 at 3:14 pm
12 e…
Junho 12, 2014 at 3:14 pm
!
Junho 12, 2014 at 3:40 pm
Em Agosto com outro gosto.os filhos da mãe..
http://www.publico.pt/economia/noticia/governo-recupera-cortes-salariais-que-estavam-em-vigor-no-ano-passado-1639641
Junho 12, 2014 at 5:12 pm
Mas esse corte é constitucional?
Junho 12, 2014 at 5:24 pm
Preparam-se aumentos astronómicos no preço da água.
Junho 12, 2014 at 5:28 pm
O corte do “inginhero” foi uma medida extraordinária e provisória ( e só por isso aprovada ).
Estes gajos não sabem perder…e será muito provável que levem nova nega do T. Constitucional.
Metem nojo !
Junho 12, 2014 at 5:51 pm
#2:
Correcto.
O João Grancho anda a apanhar bonés…
Junho 12, 2014 at 6:14 pm
O João Grancho está longe, muito longe do que se passa nas escolas. Apenas faz o que lhe mandam fazer de cima… claro que o que se está a passar na educação é a continuação do q Maria de Lurdes e Valter Lemos começara…
Junho 12, 2014 at 6:41 pm
A educação especial é um terreno minado e cada um coloca mais uma bombinha para aumentar a confusão.
Existe uma grande confusão entre educação especial e intervenção terapêutica.
Mas não há nada a fazer quando a escola se transforma num grande parque assistencial e a inclusão aparece como uma cortina de propaganda sem qualquer discussão profunda sobre o que está realmente em causa: educação ou reclusão forçada num ZOO humano?
Junho 12, 2014 at 6:42 pm
O ROUBO DO PRESENTE – José Gil
“Há pelo menos uma década e meia está a ser planeada e experimentada quer a nível do nosso país, quer na Europa e no mundo uma nova ditadura – não tem armas, não tem aparência de assalto, não tem bombas, mas tem terror e opressão e domesticação social e se deixarmos andar, é também um golpe de estado e terá um só partido e um só governo – ditadura psicológica.
Nunca uma situação se desenhou assim para o povo português: não ter futuro, não ter perspectivas de vida social, cultural, económica, e não ter passado porque nem as competências nem a experiência adquiridas contam já para construir uma vida. Se perdemos o tempo da formação e o da esperança foi porque fomos desapossados do nosso presente. Temos apenas, em nós e diante de nós, um buraco negro.
O «empobrecimento» significa não ter aonde construir um fio de vida, porque se nos tirou o solo do presente que sustenta a existência. O passado de nada serve e o futuro entupiu. O poder destrói o presente individual e coletivo de duas maneiras: sobrecarregando o sujeito de trabalho, de tarefas inadiáveis, preenchendo totalmente o tempo diário com obrigações laborais; ou retirando-lhe todo o trabalho, a capacidade de iniciativa, a possibilidade de investir, empreender, criar. Esmagando-o com horários de trabalho sobre-humanos ou reduzindo a zero o seu trabalho. O Governo utiliza as duas maneiras com a sua política de austeridade obsessiva: por exemplo, mata os professores com horas suplementares, imperativos burocráticos excessivos e incessantes: stress, depressões, patologias, border-line, enchem os gabinetes dos psiquiatras que os acolhem. É o massacre dos professores. Em exemplo contrário, com os aumentos de impostos, do desemprego, das falências, a política do Governo rouba o presente de trabalho (e de vida) aos portugueses (sobretudo jovens)
O presente não é uma dimensão abstracta do tempo, mas o que permite a consistência do movimento no fluir da vida. O que permite o encontro e a intensificação das forças vivas do passado e do futuro – para que possam irradiar no presente em múltiplas direcções. Tiraram-nos os meios desse encontro, desapossaram-nos do que torna possível a afirmação da nossa presença no presente do espaço público. Actualmente, as pessoas escondem-se, exilam-se, desaparecem enquanto seres sociais.
O empobrecimento sistemático da sociedade está a produzir uma estranha atomização da população: não é já o «cada um por si», porque nada existe no horizonte do «por si». A sociabilidade esboroa-se aceleradamente, as famílias dispersam-se, fecham-se em si, e para o português o «outro» deixou de povoar os seus sonhos – porque a textura de que são feitos os sonhos está a esfarrapar-se. Não há tempo (real e mental) para o convivio. A solidariedade efectiva não chega para retecer o laço social perdido. O Governo não só está a desmantelar o Estado social, como está a destruir a sociedade civil. Um fenómeno, propriamente terrível, está a formar-se: enquanto o buraco negro do presente engole vidas e se quebram os laços que nos ligam às coisas e aos seres, estes continuam lá, os prédios, os carros, as instituições, a sociedade. Apenas as correntes de vida que a eles nos uniam se romperam. Não pertenço já a esse mundo que permanece, mas sem uma parte de mim. O português foi expulso do seu próprio espaço continuando, paradoxalmente, a ocupá-lo. Como um zombie: deixei de ter substância, vida, estou no limite das minhas forças – em vias de me transformar num ser espectral. Sou dois: o que cumpre as ordens automaticamente e o que busca ainda uma réstia de vida para os seus, para os filhos, para si.
Sem presente, os portugueses estão a tornar-se os fantasmas de si mesmos, à procura de reaver a pura vida biológica ameaçada, de que se ausentou toda a dimensão espiritual. É a maior humilhação, a fantomatização em massa do povo português.
Este Governo transforma-nos em espantalhos, humilha-nos, paralisa-nos, desapropria-nos do nosso poder de acção. É este que devemos, antes de tudo, recuperar, se queremos conquistar a nossa potência própria e o nosso país.”
Junho 12, 2014 at 6:43 pm
“CORRUPÇÃO – A ALMA DO NEGÓCIO”