… as regras para a vigilância do teste/exame made in Cambridge.
Por isso, vou apenas dizer que são um monumento enorme – mais um – de desconfiança em relação ao trabalho dos professores. Da autoria do IAVÉ-autónomo ou emprestado algures. Não sei. Apenas que não há finitude para a idiotice.
Por muito que eu admita que há gente que deveria estar em casa, sem discussões e sem reduções salariais, que só ganharíamos com isso, continuo maravilhado com a enorme capacidade de qualquer burrocrata produzir guiões acerca da forma como os professores se devem comportar e, inclusivamente, mover durante a realização do raio da prova.
Mas desde que houve alguém que numa escola proibiu os saltos altos em dias de exame, já estou preparado para tudo…
Abril 23, 2014 at 8:35 pm
O mais estranho é que as orais de inglês – Speaking- não se estão a realizar em algumas escolas e sem qualquer tipo de explicação por parte do IAVE… As provas estão agendadas desde há algum tempo e subitamente não aparecem os examinadores! E apesar dos emails a pedir esclarecimentos…não há qualquer tipo de justificação! É uma palhaçada!
Alguém sabe de outros casos destes nas suas escolas?
Abril 23, 2014 at 9:09 pm
Hoje, também tive a dita reunião. Foi hilariante! Apeteceu-me mudar de profissão, mais uma vez.
Abril 23, 2014 at 9:58 pm
made in coreia do norte..
Abril 23, 2014 at 9:59 pm
sigiloso também..uma lástima…
A queda de parte de um muro, numa zona residencial junto ao campus de Gualtar da Universidade do Minho, em Braga, provocou esta tarde a morte de três estudantes, causando ainda pelo menos um ferido grave.
O acidente registado na Rua de Vilar, do lado oposto aos dos prédios de residências e bares onde se concentram dezenas de curiosos, está a mobilizar vários meios de socorro. As circunstâncias em que ocorreu ainda não estão cabalmente esclarecidas, mas algumas fontes referem que os jovens estariam numa brincadeira, um desafio entre cursos, que implicaria a subida ao muro, com cerca de dois metros de altura, pelos vencedores. Todas as vítimas terão cerca de vinte anos.
O acidente, para o qual o INEM foi alertado às 19h42, ocorreu numa zona onde habitualmente decorrem actividades relacionadas com a praxe universitária. O terreno que o muro vedava é um descampado, também vizinho do campus e de um antigo hospital psiquiátrico, que tem sido utilizado como local de estacionamento.http://www.publico.pt/sociedade/noticia/queda-de-muro-deixa-dois-estudantes-na-universidade-do-minho-soterrados-1633391#/0
Abril 23, 2014 at 10:00 pm
contagem final..três mortos um ferido grave e três ligeiros…
Abril 23, 2014 at 10:04 pm
Ainda não tive a dita reunião, mas imagino o que daí venha.
Assim sendo, permitam-me fazer um raciocínio diferente daquele que norteia o post.
Qualquer exame nacional pressupõe, senão desconfiança, pelo menos a ideia, clara e assumida, de que não se sabe muito bem o que cada professor anda a fazer com os seus alunos, e portanto que é necessário uma prova igual para todos e com critérios de aplicação e avaliação uniformes, para tirar a limpo o que cada aluno verdadeiramente sabe.
Portanto, parece-me natural e lógico que na aplicação de um exame se pretenda uniformizar e padronizar ao máximo os procedimentos, para eliminar ou minimizar factores subjectivos que, introduzidos pelo arbítrio interpretativo das normas por parte dos professores vigilantes ou pela “cultura da escola” possam interferir na prestação dos estudantes.
Também me custa a crer que as normas sejam apenas invenções de um qualquer iavé-maria, e não decalquem os procedimentos-padrão que a Universidade de Cambridge impõe para a realização destas provas e a validação dos seus resultados.
Meus amigos que queriam mais exames, mais rigorosos e exigentes, isto são os procedimentos que instituições que andam nesta vida e neste negócio há muitos anos adoptam como regra e que nós, se queremos ir pelo caminho da examocracia, também teremos, de uma forma ou de outra, de adoptar.
Assim como os exames electrónicos de que se falou por aqui há umas semanas e que quase escandalizaram os defensores de exames mais, como direi, personalistas…
Resumindo e concluindo, os exames têm coisas boas e coisas más, e ao adoptá-los ficamos com umas e com outras. Não é por acaso que os melhores sistemas educativos os utilizam com muita conta, peso e medida e os dispensam por completo nos primeiros anos de escolaridade.
Abril 23, 2014 at 10:15 pm
#6,
Eu não concordo com essa visão.
A existência de exames não se baseia apenas numa desconfiança em relação ao trabalho do professor, servindo de aferição – por acaso – em relação a práticas de excessivo sucesso.
Podemos dizer o contrário e fingir que não existem essas formas de 2defesa” ou de “porreirismo”, mas existem como antes existia um certo sadismo de rigorismo reprovador que definiria a qualidade de alguns professores (prática que sobrevive na Universidade).
enquanto não se entender que os exames são uma peça necessária – desde que bem enquadrada – para que o nosso sistema educativa saia dos “acho que está tudo bem/mal” continuaremos a laborar nos erros dos edquês fofinho de esquerda, do vamos passar todos e ter todos sucesso mesmo que nada se saiba de relevante.
Se isto é desconfiança em relação a alguns dos meus colegas?
Sim, é, porque continuo a saber e observar práticas que reprovo, por serem o reverso (errado) de uma alegada “cultura da retenção”.
Abril 23, 2014 at 10:30 pm
#7
Percebo isso tudo e nem contexto a ideia, excepto no potencial que ela tem para descambar para o exagero, tornando os alunos cobaias do sistema. O que acontecerá se não se resistir à tentação de, onde quer que possa estar um professor facilitista, se atirar com um exame para cima dos seus alunos.
Mas o essencial da minha intervenção nem era isto, é que uma cultura da avaliação assente na realização de exames reguladores, uniformizadores e certificadores, nos tempos que correm, terá de se apoiar cada vez mais no tipo de procedimentos que criticas no post. Em minha opinião, claro, que procurei fundamentar no comentário anterior.
Abril 23, 2014 at 10:37 pm
#8,
Os exames do Básico valem 30%.
Acho razoável.
Vivo bem com 30% de desconfiança no meu trabalho.
O que me parece idiota é dizerem-me que eu não me devo mexer na aula para não perturbar os alunos mas, ao mesmo tempo, ter a obrigação de apoiar quem precisa de “assistência” e visualizar todos eles.
Rai’s parta.
isto é desconfiança a 100%.
Abril 23, 2014 at 10:43 pm
#9
Pegando na tua ideia de os exames servirem para combater o facilitismo avaliativo de quem sabe que não será confrontado com uma avaliação externa do seu trabalho:
As disciplinas do ensino básico onde há melhores resultados, poucas ou nenhumas negativas, são as que não são sujeitas a exames, sobretudo as das áreas das “expressões”.
Vamos introduzir exames a EV, ET, EM, EF e outras, para introduzir nestas áreas maior exigência avaliativa?…
Abril 23, 2014 at 10:49 pm
#10,
Essas áreas não são nucleares para o acesso ao Secundário, pois nem sequer têm continuidade.
De qualquer modo, já existem actualmente provas de equivalência à frequência para alunos auto-propostos em todas essas disciplinas.
Pessoalmente, acho mais prioritário que exista um exame na área das Ciências a médio prazo.
Com um cronograma a sério.
Abril 23, 2014 at 10:49 pm
A Troika virá duas vezes por ano a Portugal até 2038.
Eles que vigiem os exames também.
Abril 23, 2014 at 10:53 pm
Quanto a exames, preconizo um maior grau de exigência para a obtenção do certificado de robustez psíquica e carta de condução.
Abril 23, 2014 at 11:05 pm
Estão em regime de segredo de estado!
Abril 23, 2014 at 11:07 pm
Concordo com os exames – mas à responsabilização da aquisição de conhecimentos pelos alunos, não para que alguma politicagem que forjou diplomas se encavalite em si mesma, o que é doloroso de observar.
Diz que continua administrativa.
Abril 23, 2014 at 11:35 pm
Concordo com exames num ensino planeado e estruturado a longo prazo. Apenas em anos chave (9°,12°).
Não em sistemas de ensino que funcionam em função de períodos eleitorais, sistemas cada vez mais caducos, pobres e destroçados.
Abril 23, 2014 at 11:36 pm
– Sejamos bons jogadores: a existência de exames pressupõe ou implica sempre alguma dúvida ou desconfiança sobre os conhecimentos ministrados aos alunos. Faz parte da sua essência mesma. O ritual montado à sua volta não pode deixar de contemplar e operacionalizar esse princípio de dúvida/desconfiança.
– É, por outro lado, meridianamente claro que o tipo de conhecimentos que os exames favorecem ou requerem é um conhecimento padronizável, mensurável, uniformizável.
– Os exames assentam, pois, na ideia de uma normalização do conhecimento, para prescrever o que é “válido” ou “útil” conhecer e excluir quem não alcançou ou partilha esse conhecimento.
– Julgo ser evidente que esse tipo de conhecimento não é o melhor nem o mais desejável.
– Portanto, quando defendemos a realização de exames – como eu defendo – temos que ter consciência e assumir todos esses pressupostos e implicações.
– Ora, julgo que essa posição só é sustentável transitoriamente, quer dizer, enquanto houver razões para supor que as vantagens que se retiram dos exames são superiores aos malefícios que eles trazem. Ou seja, se eles servem e, nessa medida, são justificáveis – e apenas a esse título os defendo – para aferir e controlar o sistema enquanto este sofrer de disfuncionalidades, logo que este estiver afinado, eles devem ser minimizados e, no limite desejável, extintos.
– Porém, temos que ter consciência de um ponto fundamental: com as orientações políticas que enformam o nosso sistema de ensino, o salto qualitativo das aprendizagens, que requerem um tipo de conhecimento diverso daquele (i e, não simplesmente ou essencialmente instrumental), não só não será possível, como ameaça regredir para patamares inferiores. Desse modo, os exames engendram uma espiral viciosa, para se justificarem a si mesmos – e servirem de álibi à política que os promove como garante de “rigor e fiabilidade” -: o sistema não tem qualidade, logo são necessários exames, e como com o que (não) se faz essa qualidade não é possível, continuarão a ser necessários exames, e mais exames…, o que se traduzirá na estagnação, senão no retrocesso, na esfera dos conhecimentos ministrados/adquiridos. E seguindo por este caminho, só há duas hipóteses: ou os exames continuarão a alimentar(-se) (d)esta circularidade viciosa, imparáveis, ou decairão apenas na eventualidade de haver alguma cedência ao facilitismo, um sucesso artificioso que os torne menos imperativos, “solução” já nossa conhecida, mas que o desinvestimento na Educação e na sua qualidade jamais afastará…
Abril 24, 2014 at 8:00 am
António Duarte,
As regras a que se estão a referir são pura invenção nacional.
Abril 24, 2014 at 8:17 am
Já agora alguém se preocupou nas convocatorias dos profs com as incompatibilidades? Conheço docentes com filhos no nono ano a serem avaliadores externos e conhecerem os diferentes tipos de provas orais e a aplicá las. Certamente nao as treinam com os filhos em casa. Rigor hehe
Abril 24, 2014 at 8:54 am
317,
A evolução natural dos sistemas educativos verdadeiramente de “sucesso” (e não as outras coisas) foram no sentido de maior rigor na avaliação, com a existência de exames, até ser atingido um estado de desenvolvimento que tornou menos necessários esses mesmos exames.
Parece que é isso que muita gente não entende.
Queixam-se do atraso, mas não querem agir sobre esse atraso da forma que em países com paralelos com o nosso funcionou. quando entra em choque com a sua ideologia particular, já querem as medidas “à finlandesa” de final do processo.
Ninguém tem o exclusivo da visão clara e certa, mas causa-me impressão que gente inteligente esteja contra os exames com base naqueles argumentos requentados dos anos 60 e 70.
Basta reparar como há, num número muito interessante de casos, uma maior preocupação das famílias logo que ouvem falar em exames.
Mas, claro, aqueles que defendem maior envolvimento das famílias, ignoram isso.
Não defendo a existência de um sistema de exames totalitário e imutável mas sim como instrumento para conseguir algo melhor.
Certamente que não é para estas trungalhunguices em que não se paga a classificadores, se introduzem exames antes de um ciclo de escolaridade com um novo programa ou novas metas.
Não há meios? Não há dinheiro?
Não se fazem enxertos.
Foi aqui que Nuno Crato cedeu em toda a linha ao facilitismo, pois preferiu fingir que estava a introduzir maior rigor, seja na avaliação de alunos como de professores.
Agora, uma coisa é certa… um sistema como aquele que eu gostaria de ver ia desagradar ainda a mais gente do que esta treta que temos de ADD ou testes made in Cambridge para totós.
Abril 24, 2014 at 10:14 am
A desconfiança referida no post não coincide com a que acabou por dominar a troca de comentários. Estou de acordo que só um ministro que tem vergonha do seu país é capaz de insultar os professores, comprando exames onde pensa que existe um país digno do seu “elevado estatuto intelectual”.
A outra desconfiança incide sobre um universo muito mais vasto, pois não estamos apenas a falar da disciplina de Inglês, mas de todos os professores e todas as disciplinas. Aqui tendo a discordar. Tanto podemos dizer que se baseia na desconfiança como podemos justificar pela ensejo de reconhecer o trabalho feito com profissionalismo. Mas estamos num terreno favorável a todas as especulações. Só em contextos muito mais bem definidos seria legítimo procurar extrair conclusões num ou noutro sentido.
Abril 24, 2014 at 10:18 am
#17 e 20
De acordo.
Os exames são apenas um instrumento de aferição de um sistema.
Se não se quer ter febre porque todos têm direito à saúde, deita-se fora o termómetro…
Abril 24, 2014 at 11:52 am
#1
A prova oral não tem marcação – isto é fantástico
Tenho conhecimento de que o agrupamento envia um email à escola um dia antes da prova oral. Se chegar ao fim do dia o professor não consegue avisar os alunos.
Os alunos saem das aulas que estiverem a ter naquele momento e vão fazer prova oral.
Abril 24, 2014 at 2:46 pm
Concordo contigo, PG. Subscrevo tudinho!
Abril 24, 2014 at 2:50 pm
Não devo perturbar os alunos?! Claro que não! Qualquer professor, mesmo os que ingressam na carreira, agorinha mesmo, sabe que, quer em época de exames, quer em época de não exames, os alunos precisam de tranquilidade. TODO O PROFESSOR SABE!
Abril 24, 2014 at 2:51 pm
Precisam os alunos e precisam os professores.