Já lá iam uns bons anos que não leccionava o 8º ano e algumas das matérias que mal se afloram no 2º ciclo. è sempre um especial prazer poder levar aos alunos temas como a beleza da arte renascentista e o nascimento do pensamento crítico moderno. Porque permite explorarmos materiais riquíssimos e explicarmos a origem de muito do que pensamos, ainda hoje, sobre o mundo, a Humanidade, a necessidade de análise racional dos assuntos e de tolerância com as posições alheias. Temas que não são, pelo que se vai cada vez percebendo melhor, acessíveis a muita gente com responsabilidades enormes na condução deste país.
O mais certo é acharem que isto é uma completa falta de tempo e o que interessa é mesmo só saber como usar reproduções do Leonardo na promoção de novas cervejas ou parafusos.
Acabei hoje a ronda de testes e não sei se fui demasiado ou pouco exigente para 40-45 minutos: Teste Hist8Fev14. Na opinião del@s claro que a coisa foi difícil, em especial porque nem cábulas decentes já sabem fazer e muito menos, em alguns casos, usá-las de modo discreto.
Fevereiro 5, 2014 at 9:22 pm
Para já tem imagens despudoradas.. depois cismas como o caraças..vá lá,escapas com a inquisição…falta aí o antropocentrismo a liberdade de escolher o rumo a alegria de viver esta vida….eh..eh..compreendo a crise…
Fevereiro 5, 2014 at 9:24 pm
#1,
O antropocentrismo está na 3.2, implicitamente.
Quanto às imagens, nas aulas foi muito mais divertido…
Fevereiro 5, 2014 at 9:28 pm
Sonhas..??implícito?? epá, tens aí bons alunos .. .. eu fiz essa pergunta na minha turma do 8ºa ano..chegaram ao geocentrismo e heliocentrismo nada mau…agora extrapolarem mais..tá quieto ó preto…salvo dois ou três se tanto..
Fevereiro 5, 2014 at 9:34 pm
Parece-me equilibrado, quer no grau de dificuldade, quer de na abordagem das várias matérias do tema.
Gostei especialmente do smile renascentista no final…
Fevereiro 5, 2014 at 9:39 pm
Sobre o conteúdo não posso pronunciar-me. Apenas sei que os meus alunos de 8.º ano, com quem reclamo porque não há meio de aprenderem a escrever Português e pergunto como se fazem entender em disciplinas como História, por exemplo, costumam gabar-se que têm boas notas a História. Às vezes peço os testes para ver com os meus próprios olhos e deparo-me lá com muitas cruzinhas e pouca escrita, rematando sempre para os meus botões: “Pudera!”
Sobre a forma… Por aí não se cumpre o novo acordo ortográfico, não, mesmo contra vontade? 🙂
«4. Indica alguns aspectos da arquitectura renascentista, explicando porque era classicista.»
Fevereiro 5, 2014 at 9:44 pm
Hum, a última pergunta (9) pode ter um perigoso “implícito”: a consulta da incontornável obra socretina sobre a “tortura” (ou, quem sabe, a face oculta da Inquisição). 😆
Fevereiro 5, 2014 at 10:40 pm
Ao ler este poste, lembrei-me do quanto aprendi nas aulas de História do 8º ano. Pensando bem, nas aulas de todos os sete anos em que tive História.
Fevereiro 5, 2014 at 10:43 pm
Obrigado pela partilha. Deu para recordar alguns conceitos da minha disciplina favorita (ainda mais que a Mat ) do 3º ciclo.
Em 2013, a população jovem portuguesa diminuiu mais que 10%
http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=458221
Fevereiro 5, 2014 at 11:13 pm
Voltei ao 8º há 3 anos, e acho este teste acessível (tenho um para fazer esta semana, com mais matéria). Mas já fui acusado de fazer testes que pareciam de filosofia por menos do que isto.
A vida sem cruzinhas e pelo menos uma dúzia de perguntas (é raro passar das 7) é muito complicada, que isto de escrever cansa.
Fevereiro 5, 2014 at 11:25 pm
#0
Reproduzir um parafuso não é assim tão simples, antes de se saber utilizar a caçonete apropriada com o apropriado procedimento – existe uma matemática inteira.
Não admira, portanto, que o uso das letras seja uma poesia não confirmada por profissionais.
Fevereiro 5, 2014 at 11:41 pm
Fora o símbolo/logótipo do ME, está MB.
Fevereiro 5, 2014 at 11:55 pm
Curiosamente abordam, numa perspetiva histórica do lugar do Homem no mundo, o geocentrismo e o heliocentrismo. Em Física e Química abordamos essas teorias no 7.° ano e nunca perco a oportunidade de estabelecer uma ligação entre uma teoria física e as circunstâncias históricas em que ela se cria e desenvolve. Neste caso não perco a ocasião de de referir o que aconteceu a Galileu, que sobreviveu, e a Giordano Bruno, imolado pela santa inquisição.
Não são opiniões que emito, mas apenas factos histórico-científicos que os alunos devem conhecer, apesar de não se encontrarem nas metas curriculares da disciplina. Sim, o homem da cerveja e ministro acha que nada disto tem importância, eu sei.
Fevereiro 6, 2014 at 12:00 am
Apesar de – e isso ele não sab! – , caso a Terra ocupasse o centro do Universo a produção de cerveja seria fisicamente impossível e, consequentemente, ele não poderia enriquecer, impedir que leis que proíbam o consumo de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos fossem aprovadas e, por fim, aceder ao cargo de ministro.
Fevereiro 6, 2014 at 12:43 am
Já percebi como é que os idiotas, e vá-se lá dizer que os gajos são qed uma lástima da escrita, cuneiforme ou informe, respiram: dificilmente
Resta serem verdes…
Fevereiro 6, 2014 at 12:49 am
“O mais certo é acharem que isto é uma completa falta de tempo e o que interessa é mesmo só saber como usar reproduções do Leonardo na promoção de novas cervejas ou parafusos.”
Mas isso seria uma excelente promoção das obras do Leonardo, que a esmagadora maioria dos bebedores de cerveja e parafusadores desconhece.
Fevereiro 6, 2014 at 12:49 am
#13
Querido treze, concordo com as premissas – um janasiu tem que aceitar tudo – mas ainda não me foi comprovado o se, daqueles se e só se.
Fevereiro 6, 2014 at 12:53 am
#13
“caso a Terra ocupasse o centro do Universo a produção de cerveja seria fisicamente impossível”
Não sabe ele nem eu. Importa-se de explicar porquê?
Em hipótese, a Terra até pode ser o centro do Universo, que não fazemos a mínima ideia onde fica. O centro do Sistema Solar é que ela não é; está vazio.
Fevereiro 6, 2014 at 12:55 am
Em #15, aparafusadores, em vez de “parafusadores”.
Fevereiro 6, 2014 at 1:14 am
Explicarei por partes, mais tarde. No entanto não gosto de debates com pessoas que não se identificam. Atrás de um nick pode estar um índio como um cobói.
Fevereiro 6, 2014 at 1:14 am
O bispo das forças armadas deste universo está-se a marimbar para a aplicação da sua teoria; quem vier depois da grumosa existência – que profete outro quilate!
Fevereiro 6, 2014 at 1:20 am
… e a revelação será para mais tarde, profetas aos molhos cuidai; está aí para vir o je dos jes!
Fevereiro 6, 2014 at 1:20 am
Fafe: não percebo nada do que escreve.
Fevereiro 6, 2014 at 1:29 am
Adoro a sinceridade, mas eu já tentei explicar, esta não é a primeira vez que desisto.
Fevereiro 6, 2014 at 1:31 am
#19
“No entanto não gosto de debates com pessoas que não se identificam.”
Faz Vossa Excelência muito bem, até porque António Vinhas o identifica de forma a não deixar dúvidas a ninguém… que more na rua de Vossa Excelência.
“Atrás de um nick pode estar um índio como um cobói.”
Está um índio, que coleccionar vacas nunca me fascinou.
Fevereiro 6, 2014 at 1:41 am
Eu é mais matá-los pelo silêncio – que não é sabido se decibela.
Fevereiro 6, 2014 at 2:01 am
Boa noite.
Obrigada, Paulo, partilhei o teste. Achei interessante, inteligente, bonito. Vai inspirar-me. Vou elaborar o meu no fim de semana, os mesmos conteúdos. Até as minhas “cabeças de vento” ficam rendidas ao Renascimento! As imagens devem ajudar, claro. Por mais que os prepare, há sempre algum reboliço, risinhos parvos…é inevitável. Mostrei-lhes um documentário sobre o Leonardo, apreciaram muito, embasbacados com a genialidade da personagem.
Mas, enfim, a maioria não iria conseguir responder corretamente à primeira questão, cá me parece…A tremenda dificuldade na expressão escrita a somar à preguiça mental complica tudo.
Fevereiro 6, 2014 at 9:08 am
Confesso que ando a contracorrente e não me apetecem testes tipo “carta de condução”, pois é altura de voltar a querer que escrevam as coisas com princíio meio e fim, mesmo que em três linhas.
Vi duas de quatro turmas, uma com maus resultados, a outra com sofríveis, embora com alguns excelentes testes. Oralmente até se safam, mas a expressão escrita caiu para níveis de assessor jurídico do MEC.
Fevereiro 6, 2014 at 9:12 am
Gostei especialmente do comentário que insiste em que o professor se deve limitar a dar conhecimento de factos aos alunos.
Acredito que a maioria pense assim, e portanto os alunos sairão com os factos. Estranho que as questões, as hipóteses e as conjecturas, que são a base da ciência e da evolução da espécie humana, não se coloquem. Mas quando o dono albarda o burro ao seu gosto, é natural que se mantenha o actual status quo, a abrrotar de zombies bem treinados com a metodologia dos factos que lhes ensinam nas nossas escolas.
Fevereiro 6, 2014 at 9:13 am
É acessível.
Fevereiro 6, 2014 at 4:07 pm
Gosto que as pessoas coloquem o seu nome nos posts, nos emails, etc. Nomes verdadeiros, moradas verdadeiras, endereços de emails verdadeiros já eu os aqui coloquei.
A hipótese de a Terra se encontrar no centro do Universo é meramente académica pois se aquele é infinito não existe centro, logo não pode haver produção de cerveja. Se for finito, a Terra não está certamente no seu centro, logo não pode haver produção de cerveja. Caso a Terra estivesse no seu centro – a tal hipótese puramente académica – não poderia haver produção de cerveja pois a Terra, nas condições em que existe, não poderia existir pois o Universo é isotrópico.
Em física e química são os factos baseados na evidência experimental que me interessam. Um exemplo: se não existe nenhuma evidência científica que sustente as previsões astrológicas e – mais! – quando todas as evidências apontam para o embuste, a astrologia é uma treta, logo será “criminoso” numa aula de FQ do 7.º ano apoiar a tese, ainda que levemente, de que as previsões astrológicas são credíveis. Um professor de FQ deve, sem hesitações, adjetivar a astrologia como uma trapaça e dizer que só dois tipos de pessoas acreditam na validade preditiva dos astrólogos: os ingénuos e os muito ingénuos. O mesmo para a quiromancia, a homeopatia, a acunpunctura, a telapatia, a cinestesia, e toda a “ciência da desrazão”, incluindo-se as balelas new age e os orientalismos exóticos do Cheng Fiu, Rai Ki e semelhantes.
Fevereiro 6, 2014 at 4:15 pm
No “centro” do sistema solar existe radiação e, julgo, a pressão de radiação é bem superior à que existe na Terra. Se lá fosse colocado – hipótese académica – um radiométro de Crookes, este até voava!
Fevereiro 6, 2014 at 4:49 pm
Acupuntura discordo.
Fevereiro 6, 2014 at 5:01 pm
#27
É bem verdade que os alunos se desabituam de escrever – os testes “escolha múltipla” (que até podem obrigar a pensar…) em muito contribuiram para isso… Mais tarde, às vezes, ocorrem surpresas desagradáveis… A professora de História do Cinema do meu filho faz testes de 5 (cinco!) horas, com 2 (duas ) perguntas! À semelhança da maioria dos seus pares, o meu filho detesta escrever – claro que a “coisa” não correu bem… nem a ele, nem à maioria dos ditos pares;)
Fevereiro 6, 2014 at 5:19 pm
Utilizador habitual, mas não exclusivo, das questões de escolha múltipla, permitam-me que registe também o meu ponto de vista.
Em muitos casos as “perguntas de cruzinhas” até obrigam os alunos a pensar, mais do que a resposta escrita onde se debita algo que se decorou. Tudo depende da pergunta que se faz e da forma como se faz, e garanto que este tipo de perguntas dão muito mais trabalho a elaborar do que as convencionais. Além dos cuidados acrescidos com a elaboração de versões, a vigilância da sala, a disposição dos alunos na mesma, de modo a impedir ou minimizar as fraudes.
De resto, concordo que é importante que os alunos escrevam, e tento sempre que pelo menos uma ou duas questões do teste lhes exijam maior desenvolvimento e os obrigem a articular ideias e a escrever bem mais do que duas ou três linhas. Mas de ano para ano vou centrando cada vez mais as respostas “de escrever” na interpretação de documentos, que obrigam o aluno a construir uma resposta, aplicando os conhecimentos em vez de apenas os despejar…
Fevereiro 6, 2014 at 5:23 pm
#32
Não conheço evidências empíricas que sustentem quaisquer virtudes terapêuticas da acunpunctura, mas já conheço algumas que sustentam a sua inutilidade terapêutica. A prática medicinal deve ser baseada na evidência, apenas e só na evidência experimental com ensaios randomizados contra o placebo, com dupla ocultação e com técnicas de amostragem já descritas por George Snedecor em 1953 e por Leslie Kish em 1965. Nos estudos em Educação também essas técnicas devem ser usadas, pelos menos nos estudos verdadeiramente experimentais (“true designs experiments”), apesar das dificuldades técnicas e logísticas que tais métodos acarretam, daí serem raros os designs verdadeiramente experimentais em educação.
Fevereiro 6, 2014 at 5:42 pm
Concordo em absoluto com o António Duarte. As QEM são muito difíceis de construir e podem avaliar elevadas competências quando bem construídas. Além disso, têm uma vantagem sobre os itens de construção: não são sujeitos a erros de medição por parte do classificador que, mesmo com uma grelha de critérios bem elaborada, o seu juízo está sempre sujeito à subjetividade. Por curiosidade, em História o número de classificadores de um item de construção deve ser superior a 100 para que a classificação assim obtida tenda para a classificação verdadeira. Existem milhares de estudos que comprovam isto. Em física são necessários aí uns 16.
Fevereiro 6, 2014 at 6:42 pm
Em tempos, inícios de 90, fui assíduo praticante das perguntas de resposta (ou avaliação) objectiva. O problema é que seguia um velhinho Manual de Avaliação Escolar, ainda se encontra nas feiras do livro, mais ou menos da época de uma disciplina chamada Docimologia, e em consonância descontava as erradas, de acordo com a lógica das probabilidades. Caía o Carmo e a Trindade.
Não sei o que sucedeu entretanto para tal virar moda, sem descontos, e não nego o problema da subjectividade, nem deixo de colocar algumas questões desse tipo, com um peso que no total não transforme o teste no euromilhões.
Mas já agora, meu caro Vinhas, eu não avalio competências, mas sim conhecimentos. Devo ser um bocado antiquado mas os meus alunos sempre aprendem alguma coisa, por exemplo a retirarem (e não mobilizarem, que não andamos na tropa) informações de um documento, todos somos professores de português como dizia o outro, e tento ser razoavelmente competente no meu ofício. Chega-nos perfeitamente e não nos demos mal nos testes intermédios do ano passado.
Fevereiro 7, 2014 at 1:29 am
Compreendo a sua aversão ao uso do conceito de competência depois deste ter sido duramente castigado pelos inimigos do eduquês sem que soubessem do que estavam a falar. Ser competente é ser conhecedor, portanto quem avalia competências avalia conhecimentos, mas poderá ir um pouco mais longe e avaliar a mobilização desse conhecimento para novas situações, isto é, a aplicação desse conhecimento. Julgo que estamos de acordo e toda esta polémica à volta de conceitos usados em educação há dezenas de anos resulta do facto de, infelizmente, não haver consenso na comunidade científica internacional no uso de um glossário comum, tal como acontece nas ciências duras. Apesar dos esforços de Michael Scriven com o seu “Evaluation Thesaurus”, tudo continua na mesma.
Em relação às fórmulas corretivas que previnem as respostas dadas ao acaso, podem e devem ser utilizadas! Existem livros inteiros que falam sobre isto, apesar do assunto ser complexo. Se o carmo e a trindade caíam é porque, tal como agora, temos diretores e membros do Conselho Pedagógico, que já são alguém, que não percebem nada do assunto. Conheço escolas onde os critérios de avaliação estão tenebrosamente errados e lá continuam. Tenebrosamente porque não há ninguém que perceba daquilo e depois mimetizam o que veem noutras escolas sem qualquer sentido crítico.
Fevereiro 7, 2014 at 2:03 am
#30
“Gosto que as pessoas coloquem o seu nome nos posts, nos emails, etc. Nomes verdadeiros, moradas verdadeiras, endereços de emails verdadeiros já eu os aqui coloquei.”
Não sou adepto da exposição pública de dados pessoais.
“A hipótese de a Terra se encontrar no centro do Universo é meramente académica”
Pois é. Como a ciência não consegue provar que é falsa pode ser verdadeira. Por isso escrevi: “Em hipótese, a Terra até pode ser o centro do Universo, que não fazemos a mínima ideia onde fica.”
“se aquele é infinito não existe centro”
Julgo que queria escrever: “se aquele for infinito não terá centro”. Pois a hipótese de o Universo ser infinito também é “meramente académica”.
“se aquele é infinito não existe centro, logo não pode haver produção de cerveja.”
Não percebo esta causalidade. Se o Universo estiver em permanente expansão não pode haver produção de cerveja. Como há produção de cerveja há uns 7 mil anos, o Universo não está em expansão.
“Se for finito, a Terra não está certamente no seu centro, logo não pode haver produção de cerveja”
Continuo a não perceber o nexo de causalidade. Mas percebo que os amantes de cerveja não estão a gostar da teoria. Se o Universo for infinito, não há cerveja para ninguém; se for finito, também não. Conclusão, os amantes de cerveja são platónicos, não concretizam.
“Caso a Terra estivesse no seu centro (…) não poderia haver produção de cerveja pois a Terra, nas condições em que existe, não poderia existir pois o Universo é isotrópico.”
Desisto. É demasiada cerveja para mim.
#31
«No “centro” do sistema solar existe radiação e, julgo, a pressão de radiação é bem superior à que existe na Terra.»
Correcto. O centro do Sistema Solar é muito mais próximo do Sol que a Terra, pelo que, qualquer corpo lá colocado atingiria uma temperatura muito mais elevada que aqui na Terra (a intensidade da radiação diminui com a distância à fonte porque aumenta a área que ela atinge). Ora, a pressão de radiação aumenta com a quarta potência da temperatura, portanto, no centro do Sistema Solar é muito maior que aqui na Terra.
Fevereiro 7, 2014 at 2:15 am
#38
“Em relação às fórmulas corretivas que previnem as respostas dadas ao acaso, podem e devem ser utilizadas!”
Se o fossem, as classificações obtidas pelos alunos, em Físico-Química (e, provavelmente, também em Biologia e Geologia) caíam a pique. Como deve saber, as questões de escolha múltipla, em Ciências, são aquelas em que os alunos obtêm piores resultados porque não dá para o classificador dar uns pontinhos, ou a resposta está totalmente certa ou totalmente errada e o que compensa a brutal queda das notas é precisamente o acerto ao acaso em algumas respostas.
Fevereiro 7, 2014 at 4:15 pm
#39 e #40
Caro Apache: gostaria de tratá-lo pelo seu nome, mas uma vez que prefere alcunhas nada posso fazer.
1. O nome, a idade, os emails as moradas não são considerados dados nominativos, mas aceito que os conssidere pessoais, de acordo com a Lei n.º 46/2007, de 24 de agosto, art. 3.º, alínea b)
“Documento nominativo é o documento administrativo que contenha, acerca da pessoa singular, identificada ou identificável, apreciação ou juízo de valor, ou informação abrangida pela reserva da vida privada.” Como lhe disse, não vislumbro mal algum em revelar o verdadeiro nome, a não ser o risco que se corre de se ser insultado por vermes que se encontram atrás de alcunhas e cuja mente é um depósito de coliformes fecais. Sei perfeitamente que não é este o seu caso, mas insisto que é o único risco que se corre e não me parece que seja um risco de morte. Enfim, há coisas piores!
2. Neste momento não existe uma teoria aceite pela comunidade científica sobre a finitude ou infinitude do Universo. Mas, ao contrário do que diz, quer o Universo seja finito, quer seja infinito a Terra nunca pode ocupar o seu centro. Se é infinito, não existe centro; se é finito, tal como conhecemos a Terra, situada numa das espirais da via láctea e dado o Universo, à escala macroscópica, ser isotrópico, nuna a Terra poderia ser o centro do Universo. Com o “meramente académica” pretendi dizer que é uma hipótese rejeitada pela ciência, mas que foi aceite até à idade média.
3. Não consegui compreender aquela subtileza sintático-semântica do “se aquele é” e do “se aquele for”, já que estou no campo das hipóteses dicotómicas: ou é finito, ou é infinito.
4. Tem razão quando afirma que não existe nexo de causalidade nas minhas afirmações, pelo que peço desculpa. Eu estava a caricaturizar o que disse o ministro da economia e parti da premissa que ele acharia que a Terra está no centro do Universo, ainda hoje. Fez uma análise que me parece correta (não posso asseverar pois não sou especialista em lógica) do ponto de vista da lógica matemática, e que compreendi perfeitamente, pelo que o que eu disse, nesta perspetiva lócico-matemática foi um erro (cf. o meu post 13, onde afirmo que .. “caso a Terra..mas isso ele não sabe”, onde pretendia dizer que como a Terra não ocupa o centro do Universo, mas ele não sabe, logo não pode haver produção de cerveja nem pode haver produção de nada pois a Terra não se encontra no centro do Universo! Ok, acho que estou a ser confuso….).
5. Como disse num post que o centro do sistema solar estava vazio eu disse que existia radiação. Se com vazio pretende dizer “espaço sem matéria mas com radiação”, tem toda a razão. Mis uma questão de semântica.
6. Quando afirmei que por trás de um nick pode estar um apache ou um cobói não quis ser incorreto. Apenas quis dizer que há pessoas que veem para aqui insultar outras a coberto do anonimato. Para mim isso é uma atitude hedionda que revela a sordidez da natureza humana. Também já vi que não é esse o seu estilo.
Fevereiro 8, 2014 at 3:34 am
#41
1- “Como lhe disse, não vislumbro mal algum em revelar o verdadeiro nome, a não ser o risco que se corre de se ser insultado…”
O problema não é o insulto online mas a marginalização no local de trabalho. Há dogmas, no nosso “marxismo cultural” que ninguém pode contestar, sobretudo na nossa profissão onde todos esperam que repitamos educadamente a cassete. Experimente afirmar que é um exagero dizer que os nazis mataram 6 milhões de judeus e todos o rotularão de nazi. Experimente igualmente, afirmar que os “juízes” da Inquisição (que obviamente cometeram erros) eram mais tolerantes que os dos tribunais da época e que o número de pessoas que condenaram à morte foi (por comparação com as denuncias feitas e com o número de julgados) inferior ao dos tribunais e muitos o considerarão (no mínimo) fanático religioso. Mesmo na área científica, experimente afirmar que a maioria das crenças ecologistas não tem fundamente científico e quase todas as outras são exageros e será catalogado de analfabeto ou vendido à indústria farmacêutica, às petrolíferas, à indústria mineira, etc.
2- “Se é infinito, não existe centro;”
Correcto.
“se é finito, tal como conhecemos a Terra, situada numa das espirais da via láctea e dado o Universo, à escala macroscópica, ser isotrópico, nunca a Terra poderia ser o centro do Universo.”
Julgo que queria dizer “a Terra, situada num dos braços da espiral”.
Não dou como garantida a posição da Terra na Via Láctea, pois ainda não conseguimos sair da galáxia (nem estamos, sequer, perto de o conseguir, para termos a certeza de como é. Diria mesmo que, quanto à forma, conhecemos melhor as galáxias “vizinhas” que a nossa, pois vemo-las de fora. Ainda assim, a Terra poderia não ser o centro da galáxia e ser o centro do Universo.
O Universo observável é que nos parece (praticamente) isotrópico e (quase) homogéneo, mas na sua globalidade não sabemos como é. Até quanto à forma, a maioria está dividida por três hipóteses: esférico (Riemann), plano (a preferida da NASA) ou hiperbólico (Lobachevski). E basta que o Universo não esteja em expansão, ou que a velocidade da luz não seja constante, para que uma variedade de outras hipóteses surja.
3- «Não consegui compreender aquela subtileza sintáctico-semântica do “se aquele é” e do “se aquele for”»
“Se aquele for” parece-me deixar mais claro que se trata de uma hipótese. A expressão “se aquele” é, parece conferir u maior grau de certeza.
5- «Se com vazio pretende dizer “espaço sem matéria mas com radiação”, tem toda a razão.»
Sim, por “vazio” quis dizer que não há lá nenhum corpo celeste. Por vezes, para simplificar a linguagem (junto dos miúdos) costumamos dizer que os planetas giram em volta do Sol, mas o correcto (ainda que muito confuso para os miúdos) seria dizer que giram em torno do baricentro (móvel) do Sistema Solar, e este raramente “cai” dentro do Sol.
Fevereiro 8, 2014 at 9:15 am
Sinceramente negacionismo anti ecologia e branquesr a inquisiçao…sim senhor..nao nao foram seis milhoes, tslvez cinco quiça 4 milhões e tal ou 3 milhões ..como se isso por si fosse relevante..não a inquisiçao era branda a julgar aliás os. autos de fé ate davam hipotese de escolha:mal passado ou bem passado
Fevereiro 8, 2014 at 10:58 am
Mas a marginalização, a ocorrer, até faz bem à saúde! Se há colegas que nos acham isto ou aquilo e não querem falar connosco, ainda bem. Em 99 % dos casos em que isso ocorre já nós não queríamos que eles falassem connosco, não será assim?
Em relação às questões da Física que levanta parece-me que não vale a pena insistirmos nesse ponto, até porque não conheço suficientemente do assunto para falar sobre ele.
Claro que é necessário sacrificar o rigor científico num processo didático, pelo que não podemos falar em baricentro para um 7.º ano ou 12.º ano.
Em relação às questões relacionadas com factos históricos, também não conheço a fundo as questões, mas parece-me que quer tenham assassinado 6 milhões ou “apenas” 1 milhão, não deixa de constituir um crime nefando. Mas sempre ouvi, e a tomei como certa, que os judeus assassinados no Holocausto foram de 6 milhões, tal como Stáiline parece ter matado mais russos durante o seu reinado do que aqueles, militares, que morreram na II Grande Guerra. Também não sei quantos a Inquisição matou, mas sei por que os matou, o que constitui mais um crime repugnante. Também não sei se os juízes da inquisição eram mais tolerantes do que os outros, mas sei que não eram tolerantes e, para mim, isso basta-me!
Em relação à ecologia tenho uma posição bem definida sobre o assunto. Sempre achei alguns “ecologistas”, aqueles de café que emitem opiniões sem sustentarem as suas crenças, muito bem intencionados mas muito ingénuos. Claro que não há provas científicas que os transgénicos são prejudiciais à saúde, pelo que devem ser cultivados; claro que há provas que o uso da energia termoelétrica mata mais pessoas do que o uso do nuclear, pelo que sou favorável à presença de centrais nucleares em Portugal (até me podem colocar uma aqui ao lado de minha casa que não me importo nada, desde que paguem uma renda mensal… 🙂 A refinaria de Leça da Palmeira aqui ao lado causa-me mais receios e não me pagam nada!). Sim, existem muitas crenças “pseudo-ecologistas” que, pura e simplesmente, colidem com as provas científicas (alguém hoje deixa de beber água potável com flúor por fazer mal à saúde?!)
Fevereiro 9, 2014 at 3:16 am
#43
“Sinceramente, negacionismo anti ecologia”
Exacto. Contrariamente a alguns críticos das crenças ecológicas, que não gostam de ser chamados negacionistas, a mim parece-me que o termo me assenta bem, diria mais, tendo a negar (não só o culto de Gaia mas) a generalidade das crenças maçónicas. Neste momento, em Portugal, há liberdade religiosa, se algum dia (voltar a) deixar de haver, pensarei no problema.
“e branquear a Inquisição”
Em que parte do meu comentário é que encontrou o branqueamento? Dizer que a Inquisição era relativamente tolerante para a época é branquear ou constatar um facto? Não quer que eu compare o número de pessoas que a Inquisição condenou à morte em três séculos, com o número de pessoas condenadas, pelos Jacobinos, nos dois anos seguintes à revolução francesa, pois não?
“Não, não foram seis milhões, talvez cinco quiçá 4 milhões e tal ou 3 milhões… como se isso por si fosse relevante”
Para mim, a procura da verdade é sempre relevante.
“os autos-de-fé até davam hipótese de escolha, mal passado ou bem passado”
O auto-de-fé, pelo menos em Portugal, é anterior à Inquisição, há até uma pintura famosa, de meados do século XV, que ilustra São Domingos a presidir a um (em Portugal, a Inquisição foi instituída no século XVI).
Tal como acontece hoje, o condenado não escolhia a pena, elas estavam graduadas de acordo com os “crimes” praticados. No caso da pena de morte, esta nunca era aplicada numa primeira condenação (contrariamente ao que acontece hoje, por exemplo, nos Estados Unidos).
Se concordo com a aplicação da pena de morte? Não (em nenhuma circunstância).
Se a Inquisição poupou, com os seus julgamentos, a vida a milhares de judeus, protestantes e muçulmanos que de outo modo teriam sido linchados pela populaça católica? Parece-me factual que sim.
P.S. O seu comentário é um bom exemplo da tal “cassete” que, nas escolas, ninguém gosta que se conteste.
Fevereiro 9, 2014 at 3:24 am
#44
“Mas a marginalização, a ocorrer, até faz bem à saúde!” 🙂
Sou um bicho popular, por onde passo, faço alguns amigos e vários inimigos.
“Em 99 % dos casos em que isso ocorre já nós não queríamos que eles falassem connosco, não será assim?”
Não é bem, porque falam por trás, não a verdade (obviamente) e isso (normalmente) incomoda-me. Mas é engraçado, porque há uns anos adaptei-me e abordo estes assuntos nas aulas, com os miúdos, mas não na Sala de Professores e quando alguns sabem o que veio “à conversa” na aula criam um burburinho, mas são cobardes e nunca abordam o assunto comigo (aprendem depressa que raramente falo sem ter a certeza do que digo).
“Claro que é necessário sacrificar o rigor científico num processo didáctico, pelo que não podemos falar em baricentro para um 7.º ano”
De acordo.
“parece-me que quer tenham assassinado 6 milhões ou “apenas” 1 milhão, não deixa de constituir um crime nefando.”
Igualmente de acordo. Mas olhe que pôr em causa os seis milhões incomoda muita gente, pelo tal atrevimento de contestar a “santa cassete”.
“Também não sei quantos a Inquisição matou”
Não há, obviamente, consenso. No conjunto dos países europeus (Portugal, Espanha, França, Itália) uns falam em cerca de 5 mil, outros em um pouco menos de metade.
“mas sei por que os matou”
Isso é que eu já acho difícil, em quase 4 séculos foram julgadas cerca de 200 mil pessoas, imagina o trabalhão que dava encontrar os condenados à morte e ler as acusações? Sei que, para a cidade de Toulouse, um historiador se deu a esse trabalho, mas quem tem outra profissão…
“o que constitui mais um crime repugnante”
Observado à luz da actual cultura latina, sim.
“Também não sei se os juízes da inquisição eram mais tolerantes do que os outros, mas sei que não eram tolerantes e, para mim, isso basta-me!”
Eram mais tolerantes que os outros e sobretudo muito mais tolerantes que o povo, que mal suspeitava de um herege ou de um criminoso e tratava de se organizar para o linchar, sem qualquer hipótese de este se defender. A Inquisição tem, na minha perspectiva, de ser criticada no contexto da época.
“Sempre achei alguns “ecologistas”, aqueles de café que emitem opiniões sem sustentarem as suas crenças, muito bem-intencionados mas muito ingénuos.”
Também conheço alguns desses, mas outros são fanáticos. Mas referia-me a alguns cientistas (uns corruptos outros tremendamente “analfabetos”) que sustentam, na comunicação social, as patranhas.
Quanto ao resto do comentário, totalmente de acordo.
Fevereiro 9, 2014 at 10:43 am
o mar avança 3 mm por ano é irreversível…daqui a cerca de 70 80 anos anos ganhará pouco mais de meio metro..quanto á inquisição existem muitos e bons documentos com os relaxados..é só questão de pesquisar…lamento que pessoas ditas cultas e que queiram sair do suposto pensamento dominante analisem por vezes os factos conforme a opinião que acham eles que seja a mais correcta……quanto à central nuclear tenho sérias dúvidas aliás chernobyl thrre mille island e fukushima falam por si..é que ao contrário dos outros serem algo perigosos este a acontecer um acidente as suas consequências nãos e prolongam por um dois anos…fora os efeitos colaterais..quanto ao holocausto…existem de facto algumas versões que diferem nos números e na forma…mas nenhum deles vai baixo dos 4,6 5,1…interessante..
http://www.vho.org/aaargh/port/oque.html
Fevereiro 9, 2014 at 4:17 pm
Viva!
Como disse, não sei quantos foram os judeus assassinados. Apelo aqui ao criador do blogue que intervenha e diga quantos foram, ou que nos dê uma estimativa consensual entre a comunidade de historiadores! 🙂
Em relação aos acidentes que ocorreram nas centrais nucleares, devo dizer que o número de mortes provocado por tais acidentes, no momento e posteriormente, são certamente inferiores às provocadas pelas emisões de dióxido de carbono, monóxido de carbono, etc. das centrais termoelétricas. A questão central é que não somos auto-suficientes na produção de energia elétrica, pelo que recorrer às centrais nucleares é uma inevitabilidade, com menores custos e perigo potencial do que recorrer às termoelétricas.
Claro que há cientistas que se vendem, que mentem, que são vigaristas. Basta lembrar o caso da fusão fria, dos irmãos franceses de que agora não me lembro o nome e da Fundação Templeton que paga 1 milhão de dólares a cientistas que tenham contribuido para a afirmação de uma visão espiritial da vida, isto é, que defendam o “intelligent design”.
Fevereiro 9, 2014 at 4:32 pm
olá, como disse, a questão não é simples, basta um desastre nuclear e os seus efeitos levam dezenas de anos ou quiçá mais de cem anos a desaparecerem os seus efeitos..os exemplos citados fora o dos states são exemplo disso..há que investir e muito nas renováveis e na fusão a frio células de combustivei a hidrogénio…não tenho conhecimento para aprofundar muito mais estas áreas mas que é um facto é..e se existem fundações que fazem isso outras há que dizem que tirar petróleo da Antártida não faz mal nenhum que a camada do ozono não tem problema.. quanto ao holocausto tem-se por ideia geral que terão sido cerca de 6 milhões mas outros há que dizem rondar os 5 milhões…mas sinceramente o número não me gera por ai muito interesse..foram milhões ponto…tal como Estaline o fez….ainda em relação á ecologia um facto indisfarçável ´este no inicio do século vinte éramos um bilião e tal hoje somos 7 biliões ora per si isso já contribui e muito para que haja muito mais lixo depois a industrialização cada vez mais crescente nos países emergentes sem regras em particular na china…http://www.nytimes.com/2013/12/31/world/asia/good-earth-no-more-soil-pollution-plagues-chinese-countryside.html?_r=0…http://www.aljazeera.com/indepth/features/2013/11/pollution-flows-freely-indonesia-rivers-2013112013166643513.html
Fevereiro 10, 2014 at 3:15 am
#47
“o mar avança 3 mm por ano é irreversível”
Sim, 3 milímetros por ano parece ser o número com maior aceitação entre os cientistas [é o valor (não tratado) observado pelos satélites, nas últimas décadas, depois a manipulação estatística alterou-o para se ajeitar a algumas teorias). Mas supomos que não é irreversível, nos últimos duzentos anos, o nível médio do mar oscilou entre 50 centímetros abaixo e 120 centímetros acima do actual.
“daqui a cerca de 70 80 anos ganhará pouco mais de meio metro”
Não percebi. Se aumentasse sempre 3 mm ao ano, em 7080 anos aumentaria 21,24 metros. Mas 7080 anos são muitos anos, fazemos lá ideia quantas vezes subirá o descerá o nível do mar e quanto.
“quanto á inquisição existem muitos e bons documentos”
Os arquivos do vaticano, por exemplo, que citei a propósito do estudo em Toulouse. Há um livro do escritor e jornalista Rino Cammilleri “La vera storia dell’inquisizione” que fala disso, creio que citando estudos de Agosti¬nho Borromeu Andrea Riccardi.
Quanto ao nuclear, aquando de Chernobyl era muito novinho mas lembro-me de como o desastre influenciou a opinião que tinha sobre a energia nuclear, mas mudei de ideias na universidade e o acidente de Fukushima teve efeito inverso. Hoje considero que o futuro da produção ecléctica passa, inevitavelmente pela nuclear.
Quanto às vítimas do nazismo, contam-se por vários milhões, e é pouco relevante se são soviéticos, alemães, muçulmanos, judeus, etc., são seres humanos e foram vítimas de actos que, tanto hoje como à época são/eram hediondos (independentemente da polémica dos números e das câmaras de gás). Mas, encerrando da minha parte, a questão dos números: em 1939 havia cerca de 15,8 milhões de judeus no mundo; em 1947 eram cerca de 17,8 milhões. Ora, se os nazis tivessem morto 6 milhões, os restantes (dez milhões) tinham dado origem a 8 milhões em 8 anos. Taxa de reprodução absolutamente impossível, como penso que concordarás. Retiremos um zero aos 6 milhões e eu dou de borla o exagero.
Fevereiro 10, 2014 at 3:16 am
#48
“o número de mortes provocado por tais acidentes, no momento e posteriormente, são certamente inferiores às provocadas pelas emissões de dióxido de carbono”
Dióxido de carbono, António?
Julgo que se queria referir ao dióxido e trióxido de enxofre resultante da queima do carvão nas termoeléctricas. Mas as termoeléctricas, actualmente, mais poluentes são as de gasóleo, fuelóleo e biomassa (em Portugal temos pouca potência instalada, destas centrais), sobretudo por causa do benzeno e do arsénio (que também preocupa por se libertar dos escapes dos carros a gasóleo, principalmente se considerarmos que 80% da frota europeia é equipada com motores Diesel).
Fevereiro 10, 2014 at 3:17 am
Ainda #48
“Basta lembrar o caso da fusão fria, dos irmãos franceses de que agora não me lembro”
Martin Fleischmann? Inglês.
Fevereiro 10, 2014 at 3:20 am
#49
“há que investir e muito nas renováveis e na fusão a frio células de combustíveis a hidrogénio”
Três casos muito distintos.
As renováveis (mesmo desconsiderando a questão económica, e a poluição) precisam sempre de ser suportadas por outras (não há sol durante, pelo menos, metade do dia e o vento é uma raridade muito variável; e os nossos consumos de energia variam, durante o dia, de forma diversa da destas produções).
Quanto à fusão a frio é preciso sabermos primeiro se ela é fisicamente possível e só depois pensar em obtê-la em larga escala.
Para as pilhas de hidrogénio (só nos) falta o hidrogénio, que é muito raro na nossa atmosfera (0,00005%).
“que a camada do ozono não tem problema”
Depende do que consideres um problema. É um facto que nos pólos (principalmente no Sul, que é mais frio), no final do Inverno há muito menos ozono que no Verão e isso poderia ser um problema para certos seres vivos que lá pudessem existir, mas não existem por causa das baixíssimas temperaturas. A questão que se contesta, não é a redução periódica do ozono nos pólos, é o facto de o corrupto Mario Molina (e amigos) ter construído aquela teoria bacoca a dizer que isso se devia aos CFC lançados pelo Homem (só porque dava jeito à Dupont).
“no inicio do século vinte éramos um bilião e tal hoje somos 7 biliões [escala curta, americana] ora per se isso já contribui e muito para que haja muito mais lixo”
Sabes a “velha” lei de Lavoisier? Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
Fevereiro 10, 2014 at 3:40 pm
Viva.
Eu sempre defendi a opção nuclear porque não há alternativa. Fukushima só me veio relembrar o quão ingénuos são os pseudo-ecologistas: barafustaram tanto, mas agora ninguém os ouve. Insisto que na esmagadora maioria dos casos os ecologistas de café nem sequer sabem o que é um núcleo de um átomo nem o tempo de semi-vida, quanto mais os problemas para a saúde que acarreta a exposição a radiação.
O número de judeus assassinados só foi de 600 000? Bom, isto para mim é uma revelação! A ser assim não se trata de um erro, mas de um embuste! Não “acredito” nessa tese! As provas?
Fevereiro 12, 2014 at 1:07 am
#54
«Não “acredito” nessa tese! As provas?»
Como quer o António que se arranjem provas de que uns quantos milhões de pessoas não morrem há 70 anos atrás? Fazendo a chamada, como nas aulas?
Limito-me a ler (quando posso) as versões produzidas por historiadores de um e de outro lado “da barricada”, que normalmente citam relatos extremamente contraditórios de sobreviventes e de militares e a procurar alguma lógica nos números que apontam.
Os cerca de 15,8 milhões de judeus, que referi como sendo os existentes em 1939 constam do almanaque publicado pela American Jewish Committee. Os (quase) 18 milhões, em 1947, foram anunciados por Nahum Goldman, Presidente do Congresso Mundial Judaico, um dos nomes mais activos na criação do Estado de Israel e um dos adeptos da versão 6 milhões. O New Yorque Times (publicação controlada pelos judeus), precisamente aquando da criação do Estado de Israel, em 1948, falava da existência de 16,5 a 19 milhões de judeus no mundo.
O problema principal, nesta discussão, é encontrar uma fonte, credível, para o número de judeus que, antes da guerra, viviam em zonas que durante a guerra estiveram sob influencia alemã. Mas, excluindo um outro número (fantasioso) apontado pelos mais populares ‘extreminacionistas’, parece não andar longe da verdade que, por volta de 1941, após a emigração em massa, resultante dos primeiros anos da guerra, o total de judeus que ainda viviam na zona ocupada (ou sob influência) alemã não era superior a 3 milhões.
A propósito, não sei se reparou que o número de mortos da Segunda Guerra Mundial tem vindo a aumentar significativamente à medida que nos afastamos temporalmente do conflito. Lembro-me de quando era aluno do 9.º ano, estar escrito nos manuais da época (meados dos anos 80) que a guerra teria feito quase 25 milhões de mortos. Hoje, a Wikipédia fala em mais de 60 milhões.
Mas a ideia do meu comentário inicial não era discutir um mito concreto, mas lembrar o quanto temos dificuldades em conviver com opiniões contrárias às repetidas pela comunicação social, quando seria expectável (devido à profissão) mais espírito crítico.
Fevereiro 12, 2014 at 12:51 pm
Viva!
Mas eu respeito a sua opinião! Apenas fiquei atónito com o némero sugerido (600 000) já que sempre pensei que fossem 6 milhões. Claro que as provas que pedia eram referências bibliográficas onde constem essas teses dos 600 000 e não que andasse à cata de certidões de óbito e de nascimento. As fontes que referiu são, para mim, não credíveis e insuficientes. Continuo a considerar o que a comunidade de historiadores tem por consensual: aproximadamente 6 000 000 de judeus assassinados por Hitler e 20 000 000 de russos assassinados por Stáline. Agora não tenho aqui o livro junto de mim, mas só num campo de concentração mataram mais de 600 000. Aquilo eram fábricas de matança, a Indústria da morte altamente organizada, as linhas de produção fordianas de assassínio.
Façamos contas: se gasear 1000 ratos por dia colocando-os em arrecadações, matará 365 000 ratos por ano. Se fizer isto durante 4 anos, terá matado 1 460 000 ratos. Era isto que os nazis faziam com maior eficácia, mas não utilizavam ratos no seu “festim de carne e morte”: eram pessoas (judeus, ciganos, etc.).
Fevereiro 13, 2014 at 2:19 am
“Claro que as provas que pedia eram referências bibliográficas onde constem essas teses dos 600 000”
Talvez não me tenha explicado bem. Não há nenhuma tese (pelo menos que eu conheça) a apontar 600 mil como o número de judeus mortos pelos alemães na Segunda Guerra Mundial. O Buli referiu o número oficial de 6 milhões e eu disse que se tirasse um zero dava de barato o exagero, como quem diz que 600 mil deverá ser um número mais próximo do real que 6 milhões. Obviamente, ninguém tem o número exacto, a disparidade de valores é tal que, mesmo um número aproximado à realidade parece impossível de obter. A título de curiosidade, deixo alguns dos muitos números que circulam:
Gabinete de investigação de crimes de guerra francês – 8 milhões;
“Auschwitz Doctor”, livro de Miklos Nyiszli – 6 milhões;
“A History of the Holocaust”, livro de Yehuda Bauer, de 1982 – 2 a 4 milhões;
Em 1989, numa entrevista publicada no “The Jerusalem Post” Yehuda reconheceu que não poderiam ter sido mais de 1,6 milhões;
“Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers”, livro de Jean-Claude Pressac, de 1989 – 1 milhão;
Em 1993, no livro “The Crematoria of Auschwitz: The Mass Murder’s Machinery” Jean-Claude altera o número para 800 mil;
“International Tracing Service” da Cruz Vermelha, que diz dispor de 30 milhões de documentos sobre os campos de concentração – 140 mil.
Outros nomes muito conhecidos (cito apenas judeus, para evitar o argumento racial) bastante críticos do exageradíssimo número oficial de vítimas, são: Paul Rassinier, historiador francês e membro da Resistência, sobrevivente dos campos de concentração de Buchenwald e Dora; e Norman Gary Finkelstein doutorado em Ciências Políticas por Princeton, sobrevivente do campo de Madjanek, cujo pai, Zacharias Finkelstein foi sobrevivente de Auschwitz.
“Façamos contas: se gasear 1000 ratos por dia…”
Façamos então contas: Para fazer desaparecer os corpos gaseados é preciso queimá-los num crematório. Ora, num crematório moderno há entre 2 e 4 fornos e cada corpo leva 2 horas a queimar e mais 30 minutos a reduzir a pó (num moinho) os restos ósseos (isto, após permanência em frigorífico para facilitar o processo de sublimação). Admitindo que os crematórios nazis eram todos de 4 fornos e eram tão evoluídos tecnologicamente que demoravam o mesmo tempo que os actuais, temos, por crematório, 10 queimas de 4 corpos de cada vez, por dia (convém não esquecer que é preciso limpar os fornos. Ora, 40 vezes 365 vezes 4 anos, dá 58400. Portanto, para fazer “sumir” 6 milhões de corpos precisamos de 103 crematórios de 4 fornos, a funcionar 24 horas por dia, 365 dias por ano, durante 4 anos (e ainda “temos” de nos livrar de 6 mil toneladas de cinzas sem dar nas vistas). No entanto, os “campos de extermínio” dizem que eram 6 (Auschwitz II, Belzec, Chelmno, Majdanek, Sobibór e Treblinka), pelo menos um (Sobibór) não tinha crematório e (seguramente) outro (Majdanek) não tinha câmara de gás e nenhum funcionou como “campo de extermínio” durante 4 anos completos.
Um dos maiores problemas das versões oficiais de certos acontecimentos históricos é, precisamente, o facto de a Matemática não concordar com elas.
Nalguns países, a discussão em volta deste tema teve de ser parada por leis que proíbem a abordagem do dito. Na Alemanha há livros (de revisionistas) proibidos.