Sinceramente, gostava de ir ao lançamento deste livro, mas dou aulas até às 18.30,o que o torna impossível.
E gostaria de ir pois, para além de conhecer os autores mesmo se de forma algo superficial, discordo do que deduzo da tese central, a partir do que os autores têm declarado para efeitos promocionais. E porque gosto imenso de observar “liberais” em sã confraternização. É a minha faceta David Attenborough
A ideia central parece-me ser a de que os grisalhos de hoje são egoístas e ao quererem manter os seus direitos adquiridos estão a hipotecar as gerações futuras, os seus netos ou mesmo filhos.
Eu sei que é um livro de combate, propositadamente destinado a provocar polémica e por isso mesmo acho que a leitura é linear de forma propositada, pois parece ignorar que estes filhos e netos já foram criados e educados pelos pais e avôs, com recurso aos seus meios e que talvez a solidariedade devida seja mais lógica a partir dos que estão em idade mais activa e com capacidade para mudar as coisas e desenvolver o país, sendo – digo eu – ser seu dever tranquilizar os seus ascendentes acerca do seu direito a uma velhice protegida.
É uma falácia dizer que o peso das obrigações sociais sufoca a sociedade civil por causa dos impostos. Quem é sufocado é o trabalhador por conta de outrem. Basta comparar as taxas do fisco para os grandes negócios e os pequenos contribuintes.
O que os jovens deveriam exigir era uma elite política que respeitasse os mais velhos, aqueles que conquistaram liberdades que não existiriam sem a sua acção.
O que os jovens deveriam exigir era uma governação que não estimulasse activamente a emigração e combatesse o pântano dos interesses instalados (os das negociatas, não os dos aposentados com 1000 euros mensais) em vez de se ter rendido à hipótese de um emprego futuro, depois do exercício domesticado do poder.
O que os jovens deveriam saber era protestar e avançar as conquistas, não alinhar em estratégias de retrocesso social. Deveriam era combater as redes de tráfico de influência, nepotismo e apropriação dos meios do Estado por interesses particulares anti-solidários.
Porque a solidariedade intergeracional não se faz na base do sacrifício dos mais fracos e dependentes, mas sim na da construção de um futuro mais desenvolvido, com recurso a vercdadeiro empreendedorismo e inovação, os quais não dependem da relação preferencial com um secretário de estado ou chefe de gabinete.
Janeiro 23, 2014 at 8:03 pm
“É a minha faceta David Attenborough”!!!!HAHAHHAAHH….Olha os macacos…
Grande texto do Paulo.
Janeiro 23, 2014 at 8:10 pm
jovens??jovens só se for em idade mentalmente são mais velhos que o meu trisavô..Os Velhos São os Verdadeiros Rebeldes Os velhos são os verdadeiros rebeldes. Os jovens, por muiro rasgados que estejam os blusões de cabedal, querem sempre conformar-se com qualquer coisa. Querem fazer parte dum movimento. Querem fazer parte de uma revolução ou de uma comunidade. Os velhos só querem fazer partes. De preferência gagas. Os velhos não têm nada a perder. Podem dizer e fazer o que lhes apetece. É por isso que os velhos, mais do que os novos, dizem quase sempre a verdade. Nós é que podemos não querer ouvi-la. Há-de reparar-se que aquilo que os velhos dizem é que «a vida é uma chatice». Nós dizemos que eles estão senis. Mas eles é que têm razão.
Miguel Esteves Cardoso,
Janeiro 23, 2014 at 8:45 pm
Estamos perante um discurso que assenta, desde logo, numa falácia: o falso dilema jovens/idosos, reformados, como se os seus interesses fossem necessariamente antagónicos, ou mesmo mutuamente exclusivos.
E que que procura, também, o efeito ideológico – fomentado incessantemente pelo governo e seus apaniguados – que consiste em semear a divisão na sociedade, fazendo com que os indivíduos tenham perante si mesmos ocultada a origem da sua desafortunada situação (origem sistémica, objectivamente atribuível a políticas, a orientações governativas), projectando-a erroneamente noutros grupos sociais, “como se” (o operador performativo ideológico) fossem estes os responsáveis por essa situação.
Subscrevendo acriticamente a ideia tatcheriana de que “não existe sociedade, apenas o indivíduo”, a esta gente não ocorre que existe um pacto geracional, que é, por um lado, de duplo sentido – todos são responsáveis por todos, os mais velhos foram-no pelos mais novos, para eles crescerem, e estes sê-lo-ão pelos mais velhos, para ampará-los no seu ocaso – e, por outro, também é transitivo – as gerações actuais respondem perante as gerações que virão a seguir -, pacto esse que, justamente, confere o “socius” àquilo que deste modo se chama sociedade.
E será, ainda, que se pode brincar assim tão levianamente, por engenharias políticas e sociais de ocasião, com a coesão social, sem que se colha mais à frente a correspondente “tempestade”?…
Janeiro 23, 2014 at 8:50 pm
Este país, de facto, não é para jovens. Nem para velhos. É apenas para a classe politica e seus protegidos.
Janeiro 23, 2014 at 9:06 pm
Subscrevendo acriticamente a ideia tatcheriana de que “não existe sociedade, apenas o indivíduo”..Farpas, idêntica a Estalinista ..apenas invertendo os pressupostos…
Janeiro 23, 2014 at 9:14 pm
É isso, Buli.
Como tenho sublinhado, os ultraliberais são o que de mais parecido temos com os velhos comunistas. Uma simetria especular.
Janeiro 23, 2014 at 9:45 pm
Os velhos são uma despesa inútil para o Capital porque não trabalham e portanto deixam de produzir valor acrescentado.
Alem disso, são uma fonte de despesas, nomeadamente com a saúde e para a segurança social.
Os jovens representam um potencial de produção de mais valia a custo inferior, sem defesa e sem preparação para enfrentar o mundo hostil do mercado de trabalho.
Esta é a única realidade que conta para a máfia politico-financeira. O resto é paisagem.
Janeiro 23, 2014 at 9:56 pm
Muitos jovens não trabalham nem deixam trabalhar.
Janeiro 23, 2014 at 10:38 pm
Janeiro 23, 2014 at 11:31 pm
A MINHA ALMA ESTÁ PARVA!!! MAS O QUE É ISTO??? ESTES GAJOS SÃO MESMO MALUQUINHOS…SÓ PODE…
Estratégia para as migrações permitirá atrair talento para Portugal, diz Pedro Lomba
O secretário de Estado Pedro Lomba afirmou hoje que a nova estratégia do Governo para as migrações permitirá ao Governo atrair talento estrangeiro e nacional em Portugal e travar a saída de jovens qualificados.
Em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, Pedro Lomba anunciou a transformação do Alto-Comissariado para a Integração e Diálogo Intercultural, I.P, em Alto-Comissariado para as Migrações, I.P, com o qual O executivo PSD/CDS-PP pretende colocar Portugal “na competição global pelo talento”.
Questionado sobre qual a estratégia definida pelo Governo para conseguir esse objectivo, o secretário de Estado adjunto do ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional respondeu que “um dos aspectos importantes dessa estratégia” consiste na “captação de estudantes internacionais”, assinalando que hoje foi aprovado um diploma que estabelece o estatuto do estudante internacional.
…
“Queremos criar condições para que o talento estrangeiro continue a vir para Portugal, queremos criar condições também para que o talento português possa regressar a Portugal, e criar condições também para reter o talento que aqui temos”, declarou.
http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=97582
Janeiro 23, 2014 at 11:53 pm
Os jovens serão os velhos de amanhã. O que defendem para os velhos de hoje será mesmo o que querem para os velhos de amanhã?
Ou estão convencidos que a juventude é eterna?
Bela parelha a que escreveu o livro!